Alex... Corre, corre, corre, porra! — A voz do Boca ecoa alto e exasperada atrás de mim. Olho para trás e sinto o meu sangue ferver. Cacete, a milícia está avançando no morro e armada até os dentes. A minha volta, os meus homens aguardam as minhas ordens.... Arruma tudo, porra! — esbravejo e eles prontamente se mexem. Corro pela longa escadaria da comunidade e por algum motivo não chego a lugar nenhum. Eles estão cada vez mais perto e eu estou ficando cansado. Minha respiração fica cada vez mais pesada e ofegante. Ávido, olho para o topo do morro, onde fica bem mis perto das nuvens e por mais que eu me esforce e ponha mais velocidade em meus passos, contudo, não saio do meu lugar.... Você não pode ir agora, Marrento. — A voz doce de Jasmine soa bem do meu lado e paro abruptamente e fito a garota completamente confuso. Por que ela está aqui? A garota me sorri, é um sorriso bem curto, singelo. — Você ainda não pode ir. — Ela repete. Tento controlar a minha respiração, mas está difíci
Alex Esses últimos dias Fabi tem estado mais quieta e calada. Salvo os momentos em que brinca com os filhotes no jardim. A observo por um longo tempo através da larga janela do meu escritório. Ela corre e ri para Raje, que corre atrás de uma bola de beisebol que acabou de jogar para o outro lado.— Pega Mia! — grita com animação para a cadelinha e essa corre na direção contrária da bola, indo ao seu encontro. O animal põe suas patas pesadas em suas pernas e aprecio o som da sua risada. — Você é uma má aluna, sabia? — resmunga e solta mais gargalhadas. Solto o ar pela boca de maneira audível e levo as mãos aos bolsos. Não vou mentir, estou preocupado com ela. Desde que saiu do hospital voltou a ter pesadelos. Consternado, olho para o cartão em minha mesa destacando com letras pretas, o nome Gregori House, psicólogo e psiquiatra, e engulo em seco. Penso que já adiei isso tempo demais. Ela realmente precisa de ajuda, que eu não posso lhe dar. Pressiono os lábios e pego o celular no bols
AlexDuas semanas depois...— Esses modelos novos são mais valorizados lá fora, senhor Alex. — Bruno, nosso design fala, expandindo a tela brilhosa na parede da sala de reuniões. Logo um novo estilo de carro surge no telão e ele me faz arfar de admiração. — As portas têm pressão hidráulica, elas abrem para cima e isso facilita no congestionamento de determinados estacionamentos. Veja esses faróis. São inteligentes, eles baixam ou sobem automaticamente dependendo do lugar, do tempo e do horário. O motorista não precisará se preocupar com o botão de comando cada vez que mudar o ambiente ao seu redor.— Perfeito, Bruno! Quais as garantias de que o produto não falhará, a final, nossos compradores confiarão em nossa tecnologia. — Ele sorrir presunçoso.— Um por cento de chance de erros, senhor Fox. — Arqueio as sobrancelhas em surpresa.— Está me dizendo que este produto tem noventa e nove vírgula noventa e nove por cento de garantias? — inquiro me ajeitando na cadeira.— É exatamente isso
FabiAlgumas semanas depois...O promotor segura o envelope que me trará de volta a vida em questão de minutos. Apreensiva é pouco para o que estou sentindo agora. Eu sei quem sou de fato e mesmo assim não consigo evitar o nervosismo que me assola. Parece que meu estômago porá tudo o que ingeri para fora a qualquer momento. Eu sei que Alex está bem atrás de mim e sei que seus olhos estão em mim o tempo todo, mas queria tanto que segurasse a minha mão e me acalmasse. Penso. Um dos policiais que fica em pé próximo da entrada do salão se aproxima sutilmente, enquanto o promotor e o juiz estão em uma conversa quase que muda, e me entrega um pedaço de papel. Eu o seguro receosa, olho para os lados e vejo que ninguém além de mim percebeu. Baixo a cabeça sutilmente e abro o pedaço de papel branco rasgado, abrindo um sorriso ao observar a letra masculina.Estou bem aqui, não se esqueça disso.Ergo a cabeça e amasso o papel na palma da minha mão, quando o promotor volta para o seu lugar e o ju
FabiAlex abre a porta do escritório e logo Helena entra em meu campo de visão. A mulher está sentada confortavelmente em um dos sofás do cômodo, com as pernas cruzadas e segurando um copo de conhaque. Meu noivo lança um olhar especulativo para Jordan, que dá de ombros. Adentro o cômodo e a olho de pé. Ela simplesmente toma um gole da bebida e me encara altiva, pedante até. Definitivamente não sei o que me deu, mas simplesmente esqueci minha timidez e com ela, a minha educação, e começo a falar de maneira rude:— Helena Rios, o que faz em minha casa? — Ela me olha por um tempo.— Me desculpe por vir sem avisar! Mas precisava falar com você. —Arqueio as sobrancelhas com desdém.— Eu ofereceria uma bebida para você, mas vejo que tomou a liberdade de se servir — ralho, apontando para o copo. Ela parece constrangida com meu comentário. Automaticamente, a mulher olha para o copo e toma o resto da sua bebida.— Me desculpe a indelicadeza! — Sorri sem graça. — Estava muito nervosa, precisava
Fabi O banho demorado me fez relaxar um pouco. Após desligar o chuveiro e soltar uma respiração baixa, envolvo o meu corpo em uma toalha macia e diante do espelho solto os meus cabelos. Sorrio ao ver que agora, já passam um pouco da altura dos ombros.Penso, passando as pontas dos dedos espalhando os fios negros e lisos.Diante da bancada, observo uma grande quantidade de produtos de beleza que Anita comprou. Pego um hidratante e começo a passar pelo meu corpo. O cheiro suave de flores me envolve e após fazer a higiene bucal, saio do banheiro. Paro abruptamente na porta, quando vejo que o quarto está iluminado apenas pela luz amarelada dos abajures. Alex está vestido com um roupão negro e está em pé diante da janela. O corpo alto e forte diante das sombras, se torna ainda mais imponente. Ele se vira lentamente, como se sentisse a minha presença no lugar e eu solto mais um suspiro baixo, abrindo um sorriso sugestivo para o meu noivo. Ao se aproximar, carinhosamente Alex acaricia o meu
FabiTrês meses depois...Abro os meus olhos preguiçosamente e encontro o Alex em um belo conjunto de terno preto. Por dentro uma caminha branca e uma gravata cor de vinho faz um lindo contraste em seu vestuário. Ele passa os dedos levemente nos fios, arrumando-os e ajeita a sua postura. Sorrio. Ele está perfeito e procura defeitos que não existem. Alex não percebe que o estou observando. Ele respira fundo e mexe na gravata, vai até o closet e volta com outra, dessa vez com uma gravata vermelho-claro. Põe em frente ao corpo e se olha no espelho outra vez e quando faz menção de tirá-la, resolvo falar:— Está perfeito, amor! — Ele me olha através do espelho e sorri.— A quanto tempo está me olhando? — A pergunta tem um tom divertido, que me faz rir. Espreguiço-me na cama e o lençol revela parte do meu corpo nu. Seus olhos logo passeiam gulosos pelo meu corpo no mesmo instante.— Você não tem uma reunião importante hoje? — O provoco, fazendo-o olhar em meus olhos.— Infelizmente sim, e j
FabiJá é noite, quando abro os olhos e encontro Alex sentado na pequena poltrona, olhando para mim. Ao me ver abrir os olhos, ele se levanta e se aproxima de mim, deitando-se ao meu lado na cama. Seu indicador ajeita algumas mechas dos meus cabelos, que estão espalhadas pelo meu rosto e carinhosamente, ele beija a ponta do meu nariz e me abre um sorriso triste.— Quer falar sobre o que aconteceu essa manhã? — inquire baixinho. Faço um sim, com a cabeça e ele assente para mim. — Ótimo! — Senta-se na cama e abre os braços. — Vem aqui. Aproximo-me mais dele e deito minha cabeça em suas pernas e automaticamente suas mãos mexem em meus cabelos, calidamente o tempo todo. Procuro as palavras certas e principalmente, procuro forças para pôr tudo para fora. Começo a falar sobre como a casa está mudada e linda, sobre os quadros caros, as obras de arte e os móveis luxuosos. — O que quero saber é, o que mexeu tanto com você, amor? Não quero saber o luxo e nem nada disso. — Alex vai direto ao ass