Alex Abro a geladeira e olho lá dentro por algum tempo, indeciso do que fazer realmente. Precisa ser algo bem leve e nutritivo já que ela não comeu bem no jantar. Fecho a geladeira e abro o freezer, encontrando alguns potes com congelados que Anita costuma fazer, cada um com suas etiquetas.— O que está procurando, querido? — E falando nela! Tiro a cabeça de dentro do freezer e encaro uma Anita assanhada e sonolenta. Inevitavelmente seguro o riso.— Procurando algo para Fabi e eu comermos.— São duas da madrugada! Vocês não dormem?— Estamos sem sono, Anita – ralho.— Alex?! — Ela me chama com repreensão. — Onde estão as suas roupas, menino?! — Mais uma vez seguro o riso e dou de ombros.— Eu só preciso pegar algo para comer e sairei da sua cozinha, Anita! — retruco, fazendo graça. Em silêncio, a mulher abre a geladeira e pega uma travessa de vidro com uma tampa de compressão, e a põe em cima do balcão. No mesmo instante desisto do freezer e me acomodo no banco alto próximo à bancada
Fabi Solto uma respiração profunda, sentindo-me saciada. Alex sabe realmente como me relaxar. Penso e sorrio, mordendo o lábio inferior. A verdade, é que ando muito ansiosa ultimamente, ou posso dizer que com medo mesmo. Sim, tenho medo de que tudo isso se vire contra mim de alguma forma. Não preciso e não quero o dinheiro dos Rios, mas preciso fazer justiça a minha família. Esses últimos dias não têm sido fáceis para mim, quanto mais se aproxima a data da minha apresentação diante da justiça, mas apreensiva me sinto. Solto outro suspiro e saio em silêncio da cama. Pego uma camisola esquecida no chão e ponho um sobretudo de seda por cima dele. O que Alex está aprontando? Ele está demorando muito. Penso e ansiosa, calço um par de pantufas que estão perto da cama e decido ir atrás dele. Contudo, um movimento brusco atrás da cortina blecaute, me chama a atenção e paro movida por minha curiosidade, voltando para perto da janela. No entanto, assim que me aproximo e estendo a mão para olha
FabiAlgumas horas depois…O chapéu negro, de abas largas esconde os olhos lacrimejados. Ao meu redor, o silêncio e a dor andam de mãos dadas. Observo em silêncio as sepulturas que carregam seus nomes e novas lágrimas enchem os meus olhos ao ver seu nome escrito em uma placa de metal. Uma mão forte me afaga e mordo meu lábio reprimindo mais um soluço. Não! Não! Não! Grito e abro meus olhos deforma exasperada e puxo o ar com força. Contudo, um abraço meigo me envolve e me agarro a ele, entregando-me ao choro.— Está tudo bem, querida! — A voz doce de Anita fala próximo do meu ouvido O som calmo e sussurrante não me convence dessa realidade e seguro firme o seu corpo, o apertando com força em meus braços como se disso dependesse a minha vida. Sua mão começa a afagar os meus cabelos. — Está tudo bem! — Ela repete, mas faço não com a cabeça e aperto os meus olhos, pois, não consigo olhar para o sangue de Alex escorrendo por minhas mãos.— Alex — sussurro com a voz sufocada de dor. Anita s
FabiMexo-me levemente na cama e sinto o familiar peso do seu braço ao redor da minha cintura e imediatamente reconheço o seu calor junto ao mim. Respiro fundo e sorrio languidamente, apreciando o seu cheiro. Deus, que não seja só mais um sonho! Peço internamente e abro finalmente os olhos para encontrá-lo bem ali, deitado ao meu lado. O quarto está semiescuro, mas é possível vê-lo em meio a penumbra. Alex está na mesma cama que eu e está dormindo calmo e sereno. Ergo uma mão e toco o seu rosto levemente, sorrindo em seguida feito uma boba. Perto dele me sinto mais segura. Penso. Aconchego-me mais ao seu corpo e volto a fechar os olhos só para absorver o calor da sua presença. Em algum momento, o médico entra no quarto e acende a luz. Aperto os olhos para me adaptar a luz forte, e no mesmo instante Alex acorda, piscando os olhos para focar melhor.— Boa noite, senhor Fox e… senhora Fox! — O homem diz formalmente.— Boa noite, doutor! — responde com a voz rouca de sono.— Boa noite! —
Alex... Corre, corre, corre, porra! — A voz do Boca ecoa alto e exasperada atrás de mim. Olho para trás e sinto o meu sangue ferver. Cacete, a milícia está avançando no morro e armada até os dentes. A minha volta, os meus homens aguardam as minhas ordens.... Arruma tudo, porra! — esbravejo e eles prontamente se mexem. Corro pela longa escadaria da comunidade e por algum motivo não chego a lugar nenhum. Eles estão cada vez mais perto e eu estou ficando cansado. Minha respiração fica cada vez mais pesada e ofegante. Ávido, olho para o topo do morro, onde fica bem mis perto das nuvens e por mais que eu me esforce e ponha mais velocidade em meus passos, contudo, não saio do meu lugar.... Você não pode ir agora, Marrento. — A voz doce de Jasmine soa bem do meu lado e paro abruptamente e fito a garota completamente confuso. Por que ela está aqui? A garota me sorri, é um sorriso bem curto, singelo. — Você ainda não pode ir. — Ela repete. Tento controlar a minha respiração, mas está difíci
Alex Esses últimos dias Fabi tem estado mais quieta e calada. Salvo os momentos em que brinca com os filhotes no jardim. A observo por um longo tempo através da larga janela do meu escritório. Ela corre e ri para Raje, que corre atrás de uma bola de beisebol que acabou de jogar para o outro lado.— Pega Mia! — grita com animação para a cadelinha e essa corre na direção contrária da bola, indo ao seu encontro. O animal põe suas patas pesadas em suas pernas e aprecio o som da sua risada. — Você é uma má aluna, sabia? — resmunga e solta mais gargalhadas. Solto o ar pela boca de maneira audível e levo as mãos aos bolsos. Não vou mentir, estou preocupado com ela. Desde que saiu do hospital voltou a ter pesadelos. Consternado, olho para o cartão em minha mesa destacando com letras pretas, o nome Gregori House, psicólogo e psiquiatra, e engulo em seco. Penso que já adiei isso tempo demais. Ela realmente precisa de ajuda, que eu não posso lhe dar. Pressiono os lábios e pego o celular no bols
AlexDuas semanas depois...— Esses modelos novos são mais valorizados lá fora, senhor Alex. — Bruno, nosso design fala, expandindo a tela brilhosa na parede da sala de reuniões. Logo um novo estilo de carro surge no telão e ele me faz arfar de admiração. — As portas têm pressão hidráulica, elas abrem para cima e isso facilita no congestionamento de determinados estacionamentos. Veja esses faróis. São inteligentes, eles baixam ou sobem automaticamente dependendo do lugar, do tempo e do horário. O motorista não precisará se preocupar com o botão de comando cada vez que mudar o ambiente ao seu redor.— Perfeito, Bruno! Quais as garantias de que o produto não falhará, a final, nossos compradores confiarão em nossa tecnologia. — Ele sorrir presunçoso.— Um por cento de chance de erros, senhor Fox. — Arqueio as sobrancelhas em surpresa.— Está me dizendo que este produto tem noventa e nove vírgula noventa e nove por cento de garantias? — inquiro me ajeitando na cadeira.— É exatamente isso
FabiAlgumas semanas depois...O promotor segura o envelope que me trará de volta a vida em questão de minutos. Apreensiva é pouco para o que estou sentindo agora. Eu sei quem sou de fato e mesmo assim não consigo evitar o nervosismo que me assola. Parece que meu estômago porá tudo o que ingeri para fora a qualquer momento. Eu sei que Alex está bem atrás de mim e sei que seus olhos estão em mim o tempo todo, mas queria tanto que segurasse a minha mão e me acalmasse. Penso. Um dos policiais que fica em pé próximo da entrada do salão se aproxima sutilmente, enquanto o promotor e o juiz estão em uma conversa quase que muda, e me entrega um pedaço de papel. Eu o seguro receosa, olho para os lados e vejo que ninguém além de mim percebeu. Baixo a cabeça sutilmente e abro o pedaço de papel branco rasgado, abrindo um sorriso ao observar a letra masculina.Estou bem aqui, não se esqueça disso.Ergo a cabeça e amasso o papel na palma da minha mão, quando o promotor volta para o seu lugar e o ju