Alex — Faça o seguinte, querida. Tome um banho relaxante, demore o tempo que precisar. Farei um chá e levarei para você no quarto e então conversaremos. O que acha? — Forço um sorriso para ela.— Acho que te amo ainda mais! — sibilo e beijo a sua bochecha.Como sugeriu, sigo para as escadas, entro no quarto principal da casa e assim que entro no banheiro livro-me das minhas roupas, e largo no cesto de roupas sujas. Regulo a água para morna porque o frio do final de tarde já se aproxima. Debaixo d'água penso no encontro dessa noite. Eu não me lembro dessa parte da família. Helena e Magno são como estranhos para mim e não faço ideia de qual será a reação deles quando me vir. Fecho os olhos e tento me desligar um pouco. Contudo, o toque macio e repentino das mãos grandes e firmes de Alex me faz abri-los outra vez. Logo sinto os seus beijos em minha nuca e ombros, e é incrível como o meu corpo reagi aos seus estímulos. Sim, estou relaxando apenas com essa simples demonstração de carinho.
AlexOlho o lugar com um suspiro reprimido. Nunca estive em um lugar assim antes. É obscuro demais, frio e impessoal. Um galpão velho e abandonado no meio do nada. Folhas secas, ferrugens e uma poeira escura toma conta do ambiente. O telhado de zinco tem alguns furos por conta do tempo que o desgastou. Os homens da segurança estão a porta, todos armados e atentos a qualquer movimento. Aqui está frio pra caramba e escuro também. Lá dentro tem uma luz amarelada que nos permite perceber um ambiente amplo e vazio, ou quase vazio. Helena está confortavelmente agasalhada por conta da noite fria, assim como o seu filho, mas ambos estão amarrados em uma cadeira com cordas grossas. A maquiagem borrada da mulher mostra que ela chorou, provavelmente com medo e por não saber o que está realmente acontecendo. Os olhos irritados de Magno recaem sobre mim e Alex. Atrás dos nossos reféns estão Jordan e Hermes. Danilo está em um canto a parte, observando o movimento do lado de fora através de uma brec
AlexHoras depois…No carro, não consigo me abster de nada, não choro, não lamento, não converso. Estou com o meu botão desligado e ajo no automático. Os homens conversam sobre algo que não estou prestando muita atenção. A minha mente parece vazia agora. O leve toque do polegar de Marrento nas costas da minha mão me mantém cativa ao seu lado. Eu só queria poder gritar, correr para muito, muito longe até os meus pulmões inflamarem e reclamarem da exaustão. Queria pôr para fora toda a raiva e mágoa que ainda estão trancados dentro de mim. Olavo Rios é um filho da puta desgraçado! Não senti nem sequer o carro correr pela pista molhada, só percebi quando parou em frente à casa e eu nem esperei que Alex abrisse a porta para mim e saí dali como um raio.— Fabi? — Anita tenta dizer algo, porém, não paro e não lhe dou atenção. Sigo rapidamente para as escadas e depois para dentro do quarto. O que estou sentindo dentro de mim parece que vai me partir ao meio, me fulminar, me destruir. Um forte
Momentos antes do sequestro…Por Alex.— Podemos conversar um pouco? — pergunto para Danilo, aproximando-me dele no canteiro de crisântemos. O homem parece distante enquanto mexe nas flores. Ele ergue a cabeça para mim e me olha por debaixo da aba do grande chapéu.— Claro. — Olho de um lado para o outro da casa.— Aqui não. Vamos sair um pouco.— Tudo bem! — Observo o meu homem de confiança em quem projetei a figura imponente de um pai tirar as luvas grossas das mãos e largá-las junto as ferramentas de jardinagem dentro de uma maleta de ferro azulada, e com as mãos nos bolsos ele faz sinal para caminharmos. Quando nos aproximamos do carro, Jordan chega perto e aceno sutilmente para ele. Danilo e eu nos acomodamos no banco de trás. Jordan começa a dirigir.— Para onde, senhor Alex? — Dou de ombros.— Só dirija, Jordan — ordeno. — Está na hora de pôr o nosso plano em prática — falo com aflição. Danilo apenas assente calado.— Essa noite? — Com um suspiro audível, faço sim, com a cabeça
Alex— Como eu te disse, você não tem nada para me oferecer. — Observo a sua respiração ficar extremamente ofegante e as pupilas dilatam ainda mais. — Nada pessoal rapaz, mas preciso de algo que faça o seu pai entender o quão isso é sério, o quão estou disposto a ir longe para conseguir o que eu quero.— Não por favor! Não faça isso! — Ele suplica, debatendo-se como pode.— Relaxe, Magno, serei rápido. — Seguro a sua orelha esquerda onde tem uma bela argola dourada e a decepo, ouvindo os gritos doloridos do rapaz em seguida. — Sabe o que fazer — digo para Jordan, largando o membro decepado em um saco de plástico transparente. Ele segura, assentindo e se afasta imediatamente. — Limpe essa bagunça! — ordeno para Hermes e vou para perto da mulher. Agacho-me diante dela, observando o seu choro e relutante, ela olha nos olhos. Contemplo os olhos verde-esmeralda inchados e vermelhos. — A culpa é do seu marido, Helena. Quando voltar para casa verifique o cofre atrás da estante móvel. É lá qu
Alex— Eu não sou… ou não era. Eu acho que quando estou ansiosa, ou nervosa me dá vontade de comer chocolates. — Sorrio amplamente. Ela pega uma colher e tira uma porção do brigadeiro de panela, depois leva a boca e saboreia o doce, fechando os olhos, e quando os abre, me encara sugestiva. — Experimenta — pede, tirando outra porção na colher e me estende. Abro a boca para receber o doce de bom grado. — Gostoso, não é? — Sem lhe responder, contorno o balcão e me posiciono ao seu lado. Passo o indicador no creme e depois na pontinha do seu nariz. Surpresa, Fabi arregala os olhos para mim, me fazendo rir e antes que chegue a reclamar, passo a língua lá, limpando a minha sujeira.— Muito gostoso! — sussurro com a voz rouca. Passo o doce no cantinho da sua boca agora e ela fecha os olhos gemendo baixinho, enquanto passo a língua ali também. Sem ela esperar, ergo o seu corpo e a faço sentar em cima do balcão. Ela cruza as pernas ao redor da minha cintura e atrevido, afasto a pequena camisol
Alex — Perguntei, onde eles estão? — Olavo repete pausadamente e entre dentes. No entanto, faço um gesto apontando para uma cadeira atrás dele em um pedido mudo para se sentar. Contudo, ele permanece em pé na minha frente.— Sente-se, Olavo e conversaremos — peço calmamente. O homem me lança um olhar especulativo.— Não quero conversar com você, Marrento. Sei muito bem do que você é capaz, e adivinha? Eu também posso sequestrar a sua família, também posso retalhá-la e mandar os pedaços para você, seu filho da puta, desgraçado! — Cospe cada palavra com voz exaltada. Ainda calmo, apago o cigarro que está pela metade e me levanto da cadeira. Contorno a minha mesa sem pressa, enquanto ajeito o meu terno em meu corpo. Cada passo e movimento é dado sobre sua vigilância minuciosa.— Sim, você pode, mas não fará! — rosno. Ele volta a engolir em seco. — O que você vai fazer é baixar essa porra dessa arma e colocar o caralho do seu rabo entre as pernas! Agora, se sentar na porra da cadeira e m
Alex — Os cãezinhos estão crescendo e o Raj está ficando cada vez mais impossível. — Anita resmunga durante o jantar. Fabi acha graça do seu comentário. — Acredita que o safado escondeu a minha pantufa preferida no quintal? — Ela continua a resmungar, porém, com falsa irritação nos arrancando algumas risadas.— Eu que o diga. Os meus sapatos italianos estão um lixo! — retruco em seguida.— Ah, relevem, Raj é só um bebê. — Fabi o defende com um tom manhoso.— Na verdade, todos eles são, Fabi. Julgo que você é a culpada disso tudo. — A acuso sério e ela me encara em completo espanto.— Não sou nada! Por que eu sou a culpada? — inquire exasperada. Mantenho-me sério.— Porque você o mima muito e ele faz o que quer e bem entende. — Ela bufa, cortando o bife no seu prato. Anita abaixa a cabeça, reprimindo uma risada.— Para o governo de vocês, estou ensinando os filhotes a obedecerem ao meu comando —retruca. Arqueio as sobrancelhas, interessado no assunto.— E eu posso saber como está faze