"Iza Osni"
O barulho da televisão e o cheiro de cigarros foi a primeira coisa que chegou até mim assim que abrir a porta de onde eu trabalhava a noite. Ter dois empregos poderia ser considerado como um ganho na loteria, já que em nenhum dos dois meu verdadeiro nome foi descoberto e recebia meus pagamentos em dinheiro ao final de cada semana. Sorri para o dono ao ir para trás do balcão tentando manter a blusa curta abaixo do meu umbigo. A única regra que o estabelecimento possuía para os empregados era sobre os vestimenta. As mulheres deveriam ir bem atraentes, não importasse o quão vulgar fossemos.
Pensar sobre isso me deixa até enjoada até olhar para o semblante di próprio dono. "Emerson Ohan" não deveria ter mais do que seus cinquenta anos e mesmo assim possuía um forte senso de justiça e proteção com todos que ali trabalhavam para ele. Ele sempre me protegia dos clientes e me acompanhava até em cada tarde da noite.
Preparada? Hoje tem jogo? Me avisou como sempre acontecia nas sextas-feiras. O dia em que o bar onde trabalhava ficava super cheio de homens bem problemáticos. Todos iam com suas camisas de time e gritavam assim que o seu time marcava algum ponto, o único problema era quando algum deles exagerava na bebida. Qualquer coisa pode chamar o "Gen" ele ficará lá fora hoje.
Sem problemas... sorri ao realmente acreditar em mim mesma. Aos poucos vivendo sozinha, aprendi a me defender mesmo que para isso precisasse usar táticas sujas de luta. Vou organizar as bebidas antes que eles comecem a chegar.
Fiz isso mais cedo... me virei confusa para encará-lo. A minha função era organizar tudo para que soubesse onde estava cada coisa. Cada garrafa é cada copo, ele ter organizado poderia significar que eu iria mudar de função. Algo que eu não gostaria. Eu gostaria de saber uma coisa... senti um tremor percorrer o meu corpo inteiro... ser uma garçonete em um estabelecimento a noite daqueles poderia ser chamado de meu pior pesadelo, onde os homens olhando para mim podendo tocar em meu corpo quando passasse por eles já me davam agonia.
Não sei se ele percebeu o meu olhar de terror, mas me perguntou preocupado se eu estava bem. Eu não queria mentir para ele, não depois que ele me ajudou tanto sabe seria ingratidão da minha parte e isso jamais eu iria fazer.
Estou bem sim...
Certo... ele coçou a sua cabeça... um gesto que fazia sempre que se sentia desconfortável... vi que andou olhando para os livros de contabilidade outro dia... senti meu rosto avermelhar do nada e sabia que estava com vergonha. Percebi minha aptidão para números alguns meses após a minha fuga... viver contando moedas serviu para que eu me aperfeiçoar-se em sobrevivência. Uma ironia... não estou querendo reclamar, na verdade queria perguntar sobre a possibilidade de trabalhar com isso, comigo o que acha?
O olhei incrédula... verdadeiramente muito surpresa...
Vi que consertou um erro no relatório contábil. Eu não tinha percebido até ver a letra diferente e sei que era sua, então o que me diz?
Está falando sério?
Claro... ele concordou entusiasmado... quando a contratei disse que não tinha curso superior, mas parece ser muito boa com números. Posso lhe explicar o básico e ajudá-la a frequentar algum curso.
Olhei tentada para aquela proposta... se eu frequentasse um curso teria que abdicar de minha outra renda e com isso não mais veria a senhora que me ajudará.
Posso pensar?
É claro... sorriu ao ver um homem entrar... parece que começamos mais cedo.
Concordei ao olhar em direção ao cliente e sentir o sangue sumir pela minha face. Minhas mãos tremeram ao ponto de precisar agarrar o balcão com muita força. O mesmo homem que havia estado na hamburgueria mais cedo ele me olhava com uma intensidade ao caminhar em minha direção onde eu me encontrava atrás do balcão. Olhei de relance para "Emerson" rogando para que ele não percebesse algo de estranho e viesse me salvar. O homem vestia da mesma forma que antes, nada havia mudado o que me fez teme-lo ainda mais ao me recordar da possível arma que ele andava em sua cintura.
Posso ajudá-lo? Perguntei tentando soar calma ao vê-lo sentar em um dos bancos que ficava de frente para mim. Ele posicionou seus braços de modo que ficasse a vista... deseja beber algo?
Ainda se lembra de mim, sei que sim... sua voz me pegou desprevenida. Não pensei que ele fosse falar de tal forma comigo.
Sim, da hamburgueria... É uma incrível coincidência.
Eu queria realmente acreditar nisso.
Não é uma coincidência... disse ele sério ao me encarar. Apertei a minha mão com bastante força sentindo minhas unhas contra a minha pele. Eu precisava sentir aquela dor para não deixar que meus verdadeiros sentimentos não transbordassem... eu estava apavorada.
Você está me seguindo? Afirmei e ele não negou... o que deseja de mim? Me matar, eu presumo.
Não... negou ao olhar para onde o meu chefe estava sentando... ainda se lembra do passado, "Maya Iza Osni"? Senti todo o meu corpo tremer ao escutar o meu nome completo. O meu nome amaldiçoado era assim que eu me referia em silêncio sobre o meu passado. Vejo pela sua expressão que não. Então deve se recordar de outro nome... a pausa que ele fez foi ainda mais torturante... "Duhan Parker"... tentei não rir diante do meu desespero ao assentir. O nome do meu prometido. Um homem que deveria ser o meu dono. Eu sou o "Duhan Parker" prazer...
Pisquei algumas vezes antes de dar dois passos para trás.
E por qual motivo você veio até mim? Não faço mais parte da religião. Eu fugi sou uma renegada aos olhos deles.
Como pode ter tanta certeza?
Ninguém veio atrás de mim.
Eles ainda falam sobre você até hoje. A preciosa filha da família "Osni" que fugiu mesmo após ter sido pega. Desviei o olhar ainda com medo. Se ele quisesse me matar ali acabaria interferindo na vida do "Emerson" e isso eu não poderia permitir. Não depois dele ter me ajudado.
Se deseja me matar ou me levar de volta, espere eu sair daqui, por favor... pediu extremamente séria ao sentir minhas mãos tremerem ao colocar um copo em frente a ele... o que quer beber?
Um café ou água... estou de serviço...
Assenti incerta, já que não sabia sobre a proibição de beber algo alcoólico enquanto perseguia fugitivas. O serviço tentando não demonstrar para meu chefe toda verdade.
Eu posso sair em quarenta minutos, então não faça nada com ele. Percebi o olhar confuso que ele me lançou antes de beber e café com calma.
Não farei nada contra ele e nem com você, alias...
Então... por qual motivo está aqui?
Para fazer uma proposta.
Não estou entendendo.
Sou o homem que devia ser seu marido como já sabe. A minha proposta é que seja a minha noiva ou esposa tanto faz para mim e em troca a sua liberdade. Não precisará fugir nunca mais é poderá viver livremente.
Viver livremente... repeti incrédula ao encara-lo. Aquela proposta deveria ser uma armadilha... eu já estou livre.
Tem certeza? Vive com medo esperando que alguém apareça e a leve de volta. Eu a deixarei livre desse sentimento.
Não tem o poder de impedir eles... ninguém tem...
Tem certeza? Sou um "Parker" sou filho mais importante de uma das cinco famílias fundadoras. Explicou calmamente ao me encarar... eu havia aprendido que cinco famílias eram os pilares da religião e eles os "Parkers, Gales, Ferzons e por fim Startes". As cinco famílias que possuíam o poder na mão de mudar qualquer regra. Jamais vida nenhum deles na vila e não soube de ninguém que houvesse os conhecido contudo sabia que todas possuíam a mesma tatuagem em suas costas. Uma tatuagem que marcava o poder deles.
Posso descobrir que é uma mentira... disse ao cruzar os braços em frente ao meu corpo... não é como se pudesse mentir pra mim.
Não estou mentindo... ele não parecia estar impaciente ou com medo após eu falar isso. Posso tirar a blusa agora, mas duvido que o seu chefe iria gostar... apontou discretamente para Emerson o qual lia concentrado o seu jornal... não me importo de tirar a blusa... e sem que eu conseguissem acreditar começou a desabotoar a sua blusa rapidamente e inexpressivo... vi o seu peito coberto com um pouco de pelos, o modo como era malhado e antes que eu pudesse gravar a imagem em minha mente ele se levantou, virando-se de costas. A saliva tornou-se difícil de engolir ao ver as cinco linhas paralelas dentro do círculo tatuado em suas costas. O perguntou calmo ao se virar abotoaduras a blusa com a mesma rapidez de antes. Ele não parecia incomodado com aquilo... e o que me diz?
Não pode esperar que eu lhe dê uma resposta agora.
Eu preciso de uma resposta agora, "Maya Iza Osni".
Me chame de "Iza ou Izabelle"... pedi incomodado ao me recordar de como me chamaram. "Maya I"... eu... não posso...
O que não pode? É um preço pequeno a se pegar pela sua liberdade não acha.
Não é... Grunhi tentando controlar a minha voz... está querendo que eu seja... sua... aquela palavra me fazia sentir muito enjoada e fraca... aquela m*****a religião havia tirado de mim qualquer chance de ser feliz... não sou um objeto que se compra e tudo certo.
Aja do disse que seria nos termos deles?
Eles são você... não há uma separação...
Somos diferentes... afirmou ao se sentar novamente... não trabalho com os negócios de minha família, posso dizer que estou mais para uma ovelha negra do que herdeiro ideias.
Por isso quer se casar comigo?
Em partes digamos que sim... confessou sem remorso... não quero que seja como aquelas mulheres que se submetem a cada ordem egoísta. Preciso apenas que pensem que estamos juntos.
E o motivo?
Não é algo que posso dizer abertamente, mas não a envolverá...
E porque eu? Tem muitas mulheres disponíveis... falar aquilo me fez sentir um monstro... eu não quis dizer isso...
Não se preocupe... eu entendi... a frieza em sua voz me dizia para não confiar nele... pessoas frias como meu pai sempre eram cruéis quando ninguém estavam olhando. A única de quem eu preciso é apenas você.
Superei já impaciente e incomodada... logo os clientes começariam a chegar e eu tinha certeza que aquele homem poderia deixá-los incomodados. A sua presença era como um ad tóxico que trazia o medo de todos a tona.
Não farei isso... me decidi...
Se o que deseja... se levantou calmo indo contra as minhas expectativas mais sombrias... eles sabem onde está, deveria ir embora...
Foi você que contou a eles, imagino...
Não, eu tenho meus próprios meios para descobrir onde estava. Fui eu que a protegi durante esses anos, mas agora que enfatizou que não deseja ter nenhum tipo de relação comigo, estou retirando qualquer proteção.
Sobre o que está falando?
Todos esses anos, a sua liberdade aconteceu devido a mim. Me esclareceu com calma ao retirar a sua carteira e depositar algumas notas no balcão... ordenei para que ninguém fosse atrás de você. Assegurem a todos que estava de olho em você e que não teria problemas. Boa sorte.. desejo ao dar as costas a minha confusão... não consegui manter meus olhos em suas costas largas devido a entrada dos jogos clientes, contudo me peguei olhando para a entrada durante o restante da noite a sua espera.
Eu realmente precisava saber mais.
Eu queria saber mais.
Tentei não pensar sobre isso durante toda a noite. Os gritos dos homens diante de cada jogada me fazia sorri ao servi-los. Eu não queria continuar pensando no meu prometido e muito menos no quanto ele poderia ter me ajudado, mas era impossível.
Minha mente ia de encontro a sua imagem e de suas palavras a cada minuto. Nada do que eu fizesse mudava isso.
Eu estava agindo feito uma louca.
Até amanhã... Emerson disse animado ao me ver indo para a saída e somente então me dei conta que havia trabalhado a noite toda no automático. Sorri para ele ao ir para a porta, onde o vento frio foi a primeira coisa que sentir e em seguida avistei um carro preto parado do outro lado da rua. O único carro em toda rua...
Isso... não pode ser verdade... murmurei com medo ao olhar ao redor. Não havia ninguém. Engoli em seco ao começar a andar o mais rápido que conseguia, porém não demorou para escutar passos atrás de mim. Eu não queria me virar. Eu não queria vê-los...
Eu não queria morrer...
Essa era a cruel verdade.
Comecei a correr o máximo que podia. Sentia a minha respiração ofegante, meus cabelos batendo contra minha face, o meu pulmão apertando contra meu peito, o meu coração batendo cada vez mais rápido, o sol dos meus passos contra a calçada e por fim o som dos meus passos contra a calçada e fora o medo que tomava conta de mim e circulava pelo meu corpo inteiro. A dor que começava a sentir em minha perna não nega nada comparada ao medo que estava no meu eu interior ao virar no primeiro quarteirão. Olhei para o lado sabendo o erro que eu cometia tentando não gritar ao ver o mesmo carro de antes agirá parado a poucos metros de mim. Vi a porta ser aberta e dois homens saírem ao apontar em minha direção. Era o meu fim.
Merda... merda... merda... merda.
Eu quero viver... gritei ao começar a chorar já fazia anis que eu chorava daquela forma desesperada e vergonhosa. Em algum momento, cai no chão sentindo a dor em meu joelho. Tentei me levantar sem sucesso... É assim então... a resignação dizem ser uma etapa importante na aceitação da própria morte. Fechei os meus olhos pronta para o meu fim. Afinal, era isso que eu deveria ter feito desde o início.
Pretende ficar no chão por muito tempo? A voz fria dele me despertou... abri meus olhos olhando para o carro pra o carro preto. Eles estavam se curvando para o mesmo cada de antes. "Duhan Parker".. nunca poderia esquecer a sua voz... olhei para trás e o vi imponente próximo a mim... quer ajuda?
Eu queria ajuda, mas não queria parecer fraca. Uma verdadeira ironia do destino.
Me apoiei no chão tentando me levantar sentindo os meus joelhos doerem assim como minhas costas. Eu não corria tanto a muito tempo.
Parece que reconhece o perigo muito bem... isso deveria soar como elogio de onde ele vinha... eles vieram atrás de você, mas não é minha culpa. Fiz apenas o que disse...
Eles foram muito rápidos, não acha? Murmurei ao olhar para o "Duhan".
Comuniquei que tivemos um desentendimento e eles vieram atrás de você. Não é como se fosse a minha culpa. E de quem seria? Eu era a única inocente entre nós dois. Isso é realmente ridículo, deveria me matar, sabia disso? Disse ao lhe dar as costas sentindo a cada passo uma dor indescritível. Eu não quero sua salvação... gritei raivosa... eu queria poder escolher a minha vida como qualquer outra pessoa, isso era pedir demais. O que acha que eu faria com você? Não sou um monstro. Todos os homens são... declarei com amargor ao me virar e encará-lo. Não sei que tipo de expressão estava em minha face, "Duhan" pareceu incomodado... não vou me casar com você. Não serei uma maionese, objeto ou um lixo para vocês. Eu lhe disse que era a tocaria... Por que diabos deveria acreditar? Porque sou policial e trabalho no ramo. E policiais devem proteger as pessoas... disse como se aquela frase fosse suficiente para compreender tudo. Ele retirou um tipo de colar mostrando o seu distintivos em
"Duhan Parker" O peso das quatros sacolas do supermercado me fazia parecer algum desocupado. Aquela hora eu deveria estar na delegacia cuidando dos meus casos e dos afazeres, mas estava fazendo compras. Devo estar ficando realmente louco já estava indo para o carro quando meu celular tocou. Diga... escutei a voz alterada do meu chefe "Gonzaga" do outro lado da linha tentando compreender o que ele dizia. Apesar de sua competência ele tinha a tendência a misturar tudo o que dizia com espanhol quando estava alterado. Se continuar assim nunca vou entender sabe disso... respeitei fundo ao escutar com mais atenção aparentemente haviam encontrado alguém morto dentro de um apartamento. Já estou a caminho... disse por reflexo olha do para as compras ao meu lado. Resmunguei algo ao entrar no carro colocando as compras no mesmo sendo o mais rápido possível que eu conseguia ou que desse. Cheguei ao meu apartamento mais rápido do que esperava mesmo subindo as escadas rápido, barulho na porta ma
"Iza Osni" A inquietação tomou conta de meu corpo assim que me vi sozinha em um apartamento desconhecido. Eu poderia ir embora e continuar fugindo até ser pega, mas a esperança de conseguir ser livre durante toda a minha vida era exageradamente tentadora para isso. Passei anos fugindo e com muito medo e agora me via com duas escolhas, era surreal onde estava e com quem estou, sempre quis fugir desse tal casamento arrumado por conta de religiões dos nossos pais isso me torturava bastante. Enfim, me via como uma pessoa que podia escolher o meu próprio destino e foi por isso que havia aceitado a porta dele... além de ter medo da morte e da perseguição. Uma pessoa como todas as outras. Devia ser uma tola por começar a chorar ao me dar conta de algo assim. Passei o dorso de minha mão em meu rosto, não queria ser vista como fraca por ele. Suspirei ao me levantar do sofá e ir para a cozinha, onde as compras permaneciam na sacola. A casa passo que eu dava sentia muita dor. Me abaixar era
7. "Duhan Parker"A delegacia estava mais movimentada do que eu estava acostumado. O barulho das vozes aumentava cada vez mais ao me aproximar da minha sala e ao olhar para o lado, percebi o motivo. Um grupo gritava com a dos policiais ao lhe mostrar fotografias. Era uma cena um tanto inusitada visto que o policial não sabia o que fazer.O que está acontecendo aqui? Gritei ao me aproximar daquele grupo estranho. Apontei para a pessoa que parecia estar mais controlada. Explique...A mulher para quem eu apontei segurava uma das fotografias com força entre seus dedos. Seus olhos estavam vermelhos assim como o seu nariz...Soubemos que uma jovem foi encontrada... a sua voz era baixa e rouca. Ela devia ter chorado muito... estamos implorando para que olhe as fotografias e veja se é uma de nossas meninas.Olhei para a foto em sua mão... como eles poderiam saber sobre a pessoa encontramos? O corpo da vítima ainda estava na autopsia e mesmo após longas horas de busca, não encontramos nada que
O sim de galhos se partindo, a aspereza das árvores e a escuridão da noite não forma suficientes para que eu percebesse o perigo ao conseguir me libertar dos braços daquela pessoa. Da pessoa que perseguia durante meses. Eu não poderia acabar assim.Meu peito subia e descia de forma rápida ofegante no instante em que corria em direção ao horizonte.Eu não poderia morrer ali, não depois de tudo que havia descoberto.Continuei correndo até sentir a terra molhada em minhas mãos. Eu havia caído, meus joelhos doeram com o impacto, talvez tenha me machucado, mas não havia tempo para isso. Os passos se aproximavam de mim cada vez mais.Na minha mente só vinha eu não quero morrer.Disse a mim mesma continuando correndo, enquanto tentava não gritar. Cada som ao meu redor me assustava mais do que a escuridão da mata fechada onde eu estava.Como eu havia ido parar ali?Só me lembrava de estar em minha casa terminando de editar o artigo que enviaria para o jornal.Correr é a única coisa em que con
"Iza Osni"O oxigênio não parecia existir ao olhar para a mansão a minha frente. O corpete do vestido longo na cor bege me deixava com dificuldade em respirar. A forma como apertava os meus seios me fazia ter vontade de gritar ao sentir os olhares dos homens.O vestido escolhido por "Duhan" não era vulgar, contudo evidenciava o meu corpo de forma repulsiva ao afinar a minha cintura destacando os seios. Eu estava como a maioria das mulheres.Basta ficar calma... "Duhan" falou ao segurar em minha cintura, ao me guiar em direção a entrada da mansão. O convite se encontrava em sua outra mão. De soslaio reparei na forma como a calça escura de linho morava suas pernas o smoking escuro não diminuía os braços fortes. Seus cabelos estavam presos em algum tipo de coque e mesmo sabendo a importância da aparência não fez a barba.Estamos quase lá... garantiu ao sorrir para um dos seguranças ao mostrar o convite. Percebi a forma como todos olhavam para "Duhan". Olhares repletos de inveja e escárni
Vá para o inferno... proferi ao me levantar esticando os meus braços e me espreguiçando em seguida. Eu precisava de muito café e um calmante não necessariamente nessa ordem, mas eu estava surtando e com muito ódio do "Duhan". 10. Gratidão"Iza Osni"O silêncio se tornou constrangedor assim que entramos em seu apartamento. Eu não sabia como agir mesmo depois dele ter me defendido como prometera. Minhas mãos suavam ao apertar uma contra a outra.Desde que entramos não movi um centímetro. Permaneci parada próxima a porta mesmo escutando os passos dele no interior do apartamento.Vai ficar a noite toda aí? Perguntou ao me encarar inexpressivo. Ele segurava um lençol e um travesseiro. Eu disse que ficaria com o sofá. Pode trancar a porta se isso fizer se sentir mais segura.Eu ficarei com o sofá. Murmurei inquieta ao vê-lo retirar o paletó, jogando-o no chão. A blusa branca parecida com regata que vestia evidenciava seus músculos mais do que eu gostaria. Além do mais, estamos em sua casa
Delegado ogro... repeti realmente confusa... já havia escutado alguns policiais falarem sobre um ogro alguma coisa, mas junca associei com o detetive. Era o "Duhan" sendo como um ogro nunca me passou pela cabeça.É assim que todos chamam ele, pensei que soubesse.Não tinha associado... virei o rosto olhando em direção a sua sala... o caso da mulher desconhecida como está?Sem novidades... respondeu calmo relaxando o seu corpo. Está sendo estressante. Mas porque está tão curiosa sobre o caso?Como não estaria? Dei de ombros ao piscar para ele... É um homicídio intrigante não concordar?Bastante...Estou curiosa como qualquer detetive estaria. Ele concordou comigo rapidamente... estive pensando sobre isso sobre uma garota desaparecida que ninguém informaria a polícia sobre a eu desaparecimento... aproximei dele, o máximo que consegui coloquei a minha mão sobre o seu joelho. Ela pode ser órfã ou uma prostituta. Ninguém informa o desaparecimento de prostitutas.Eu não tinha pensado nisso.