“Iza Osni” O olhar gentil de “Emerson” me fez sorrir assim que passei pela porta. Ele sorria ao ler algo no jornal e em seguida me olhou como sempre gentilmente. Veio mais cedo hoje... disse ao colocar o jornal de lá e se levantar da cadastrando em minha direção. O que acha de começamos a entender os registros contábeis? Sorri concordando, ansiosa. Ainda não conseguia acreditar que ele estava me dando uma chance como aquela. Meus olhos o seguiram enquanto ir para o seu pequeno escritório no fundo do bar, aguardei sentada em uma das cadeiras. O bar silencioso sempre me trazia uma estranha sensação. Um sentimento repleto de relaxamento. O local era bastante acolhedor para um bar de grande porte isso eu precisava admitir. Os móveis eram espalhados de forma confortável pelo espaço pequeno, o balcão das bebidas estava próximo à porta afim de facilitar os pedidos. Meu olhar percorreu todo o recinto com extrema atenção por longos minutos. Podemos começar? A voz agradável dele me fez ergue
“Iza Osni”Meu olhar vagou pelo bar vazio e sorri aliviada pensando que logo estaria protegida na casa dele. Proteção não poderia ser a melhor palavra a escolher, mas ainda assim era melhor do que ficar parada esperando que alguém da religião viesse atrás de mim. Esperando aquele homem que logo foi de meu encontro mais cedo. Havia descoberto o meu maior pavor não era a religião em si e sim os maníacos adoradores dela. Aprendi que uma religião não tinha o poder para mudar as pessoas, mas as pessoas possuíam poderes para destruir tudo em nome de algum Deus que somente eles acreditavam ser e ter que seguir daquela forma como se nós mulheres fossemos cadelas.Ainda sentia medo pelas palavras ofensivas do homem que foi a hamburgueria.Eu deveria contar Ao “Duhan”, mas o que isso poderia causar? A única errada seria eu pelos olhos do ancião.A religião era assustadora ao ponto de me fazer tremer somente em pensar nas famílias que mandavam em tudo. Antes de fugir pela segunda vez soube que u
“Duhan Parker”E aquele cara? Acabei perguntando assim que fechei a porta do apartamento atrás de mim. Por algum motivo, não conseguia esquecer a forma como ele havia olhado para “Iza” no bar. Isso poderia ser um reflexo do trabalho eu sabia disso, mas ainda assim não consegui ficar quieto. Vi o modo como ela me encarou buscando algum entendimento lógico por trás da pergunta.Não era como se houvesse algum, de qualquer forma. Nem eu sabia o motivo de estar perguntando algo assim para ela.“Enzo”? Questionou ao prender seus cabelos. Não conseguir desviar o olhar. O modo como seus cabelos foram erguidos pareceu tentador. Ele é inofensivo.Não perguntei sobre isso na verdade não perguntei nada em específico... optei pelo silêncio após a minha patética fala. Eu havia começado aquele topo de assunto. Quero dizer... tossi levemente... o modo como estava tremendo foi por algo que ele fez?Ela pareceu incomodada. Talvez por eu ter descoberto uma fraqueza sua. Passar anos aparentando ser forte
“Iza Osni”Ele sabia...Ele sabia...Ele sabia...Meu corpo estremecia apenas em pensar na possibilidade dele conhecer as verdades sobre mim. Apenas sobre o que aconteceu comigo.Não conseguia evitar toda a vez em que sentia o seu olhar sobre mim, desviava o olhar ou simplesmente fugia dele. Respondia as suas perguntas de forma possíveis.. já havia se passado algumas semanas após aquele último abraço e mesmo não querendo pensar nisso eu não conseguia.A imagem dele me abraçando. O seu cheiro. O calor de sei corpo.Tudo continuava a retornar em minha mente.“Iza”? A voz de “Emerson” fez com que eu piscasse e olhasse a minha volta retornando a realidade. O bar estava lotado o barulho das conversas, os risos. Nada parecia ter conseguido me distrair de meus devaneios... está tudo bem? Assentiu ao olhar para o lado e vislumbrar a preocupação em seus olhos. Ele era uma boa pessoa eu sentia isso.Sim, desculpe estava distraída. Não vai mais acontecer novamente. Falei automaticamente com rece
Meus pulsos continuavam a doer e eu sabia que não importasse o quanto gritasse, ninguém escutaria. Todo o meu corpo doía. Já havia gritado por horas seguidas diante de suas torturas. Torturas que eu jamais pensaria em fazer no meu pior inimigo. Senti sangue escorrer pelo meu rosto, meus braços e pernas, mas não havia nada eu que pudesse fazer. Apenas me mate... sussurrei em meio ao desespero. Ainda não. Não aguento mais nada. Supliquei vergonhosamente. Eu queria morrer... aquela era a primeira vez que admitia a minha vontade de morrer para a pessoa perversa. Está doendo? Me perguntou com escárnio. Reconheci o tom de sua voz ousado já que eu utilizei o mesmo deboche com algumas pessoas antes disso tudo acontecer. Antes de ser capturada. Gosto de pensar que você poderia estar livre, se não fosse enxerida... continuou falando como não fosse enxergar... continuou falando como se realmente sentisse remorso, o que eu sabia que não, pois enxerguei sorrisos enquanto me torturava. Já havi
“Iza Osni” “Duhan Parker” sempre tinha o efeito me deixado entorpecida e insegura sobre minhas próprias reações a ele. Ele conseguia ser o tipo de homem que me deixava insegura e ao mesmo tempo sabia estar protegida. Eu deveria odiá-lo, odiar seu nome, a sua família e a sua coragem, mas por mais que tentasse conseguia enxergar apenas o delegado que parecia querer me proteger de todos. O que estava acontecendo comigo? Eu realmente não sabia responder. Ajudá-lo a comprar um colchão foi algo que acabei fazendo por impulso, talvez gratidão e agradecimento por ele ter cedido a sua cama para mim. Entretanto assim que saímos da loja senti que fui longe demais. Ele guardava a nota fiscal após conferir lá pela quarta vez depois de entrar no carro e percebi uma estranha realidade. O herdeiro dos “Parkers” parecia preocupado demais com dinheiro para alguém cuja família era milionária. Posso lhe perguntar algo? Perguntei com a voz baixa ao colocar o cinto de segurança. O escutei concordar des
“Sol Campos”Os policiai pareciam estar mais assustados do que eu ao ver a agitação dentro da cafeteria. Um maluco estava perdendo todos porque a sua namorada, uma garçonete do local não queria mais vê-lo. Suspirei assim que avistei alguns policiais com uma jaqueta escrita negociador. Não entendi o motivo de terem enviado alguém do homicídio quando não havia corpo.Homicídios é sempre bom ver um belo rosto... um dos policiais com a jaqueta chegaram falando animadamente ao me encararem... o ogro ainda está lá infernizando vocês?O delgado é ótimo. Elogiei sem perceber ao cruzar os braços em frente ao meu corpo. O policial a minha frente era mais velho do que eu esperava, rugas estavam presentes em seus olhos, cabelos brancos e já dava para perceber que ele logo seria calvo. E não deveria estar entrando em contato com o homem.Gosto de fazê-los esperarem... revirei os olhos diante de sua resposta. Odiava policiais como ele... E o que veio fazer aqui? Não acho que alguém tenha sido morto
“Duhan Parker”Olhei para “Sol Campos” tentando compreender o que havia de errado com ela. Ela estava sentada em frente a minha mesa de cabeça baixa, ocultando sua expressão com seus cabelos. Ao envia-la para o caso de refém junto com os outros dois detetives imaginei que tudo ocorria bem devido ao seu trabalho anterior, mas estava enganado. Uma ligação havia me mostrado isso ao relatar as loucuras que ela fez.A “Sol” tinha ignorado a proteção policial, avança em direção onde o culpado prendia as vítimas e ainda de atrevia a lhe dar as costas e entrar sem colete a prova de balas.Você é suicida ou idiota? Perguntei ao aumentar o meu tom de voz. Olhei para as suas mãos as quais estavam em cima de sua perna. Ela não se movia. Qual a porra do seu problema? Te mandei lá como apoio e não como uma suicida. Esperei que ela se pronunciasse em vão... abra a porra da sua boca, “Campos”.Me desculpe, eu não pensei... disse confirma do a minha percepção. “Campos” era como todos os policiais emot