Vá para o inferno... proferi ao me levantar esticando os meus braços e me espreguiçando em seguida. Eu precisava de muito café e um calmante não necessariamente nessa ordem, mas eu estava surtando e com muito ódio do "Duhan". 10. Gratidão"Iza Osni"O silêncio se tornou constrangedor assim que entramos em seu apartamento. Eu não sabia como agir mesmo depois dele ter me defendido como prometera. Minhas mãos suavam ao apertar uma contra a outra.Desde que entramos não movi um centímetro. Permaneci parada próxima a porta mesmo escutando os passos dele no interior do apartamento.Vai ficar a noite toda aí? Perguntou ao me encarar inexpressivo. Ele segurava um lençol e um travesseiro. Eu disse que ficaria com o sofá. Pode trancar a porta se isso fizer se sentir mais segura.Eu ficarei com o sofá. Murmurei inquieta ao vê-lo retirar o paletó, jogando-o no chão. A blusa branca parecida com regata que vestia evidenciava seus músculos mais do que eu gostaria. Além do mais, estamos em sua casa
Delegado ogro... repeti realmente confusa... já havia escutado alguns policiais falarem sobre um ogro alguma coisa, mas junca associei com o detetive. Era o "Duhan" sendo como um ogro nunca me passou pela cabeça.É assim que todos chamam ele, pensei que soubesse.Não tinha associado... virei o rosto olhando em direção a sua sala... o caso da mulher desconhecida como está?Sem novidades... respondeu calmo relaxando o seu corpo. Está sendo estressante. Mas porque está tão curiosa sobre o caso?Como não estaria? Dei de ombros ao piscar para ele... É um homicídio intrigante não concordar?Bastante...Estou curiosa como qualquer detetive estaria. Ele concordou comigo rapidamente... estive pensando sobre isso sobre uma garota desaparecida que ninguém informaria a polícia sobre a eu desaparecimento... aproximei dele, o máximo que consegui coloquei a minha mão sobre o seu joelho. Ela pode ser órfã ou uma prostituta. Ninguém informa o desaparecimento de prostitutas.Eu não tinha pensado nisso.
“Iza Osni” O olhar gentil de “Emerson” me fez sorrir assim que passei pela porta. Ele sorria ao ler algo no jornal e em seguida me olhou como sempre gentilmente. Veio mais cedo hoje... disse ao colocar o jornal de lá e se levantar da cadastrando em minha direção. O que acha de começamos a entender os registros contábeis? Sorri concordando, ansiosa. Ainda não conseguia acreditar que ele estava me dando uma chance como aquela. Meus olhos o seguiram enquanto ir para o seu pequeno escritório no fundo do bar, aguardei sentada em uma das cadeiras. O bar silencioso sempre me trazia uma estranha sensação. Um sentimento repleto de relaxamento. O local era bastante acolhedor para um bar de grande porte isso eu precisava admitir. Os móveis eram espalhados de forma confortável pelo espaço pequeno, o balcão das bebidas estava próximo à porta afim de facilitar os pedidos. Meu olhar percorreu todo o recinto com extrema atenção por longos minutos. Podemos começar? A voz agradável dele me fez ergue
“Iza Osni”Meu olhar vagou pelo bar vazio e sorri aliviada pensando que logo estaria protegida na casa dele. Proteção não poderia ser a melhor palavra a escolher, mas ainda assim era melhor do que ficar parada esperando que alguém da religião viesse atrás de mim. Esperando aquele homem que logo foi de meu encontro mais cedo. Havia descoberto o meu maior pavor não era a religião em si e sim os maníacos adoradores dela. Aprendi que uma religião não tinha o poder para mudar as pessoas, mas as pessoas possuíam poderes para destruir tudo em nome de algum Deus que somente eles acreditavam ser e ter que seguir daquela forma como se nós mulheres fossemos cadelas.Ainda sentia medo pelas palavras ofensivas do homem que foi a hamburgueria.Eu deveria contar Ao “Duhan”, mas o que isso poderia causar? A única errada seria eu pelos olhos do ancião.A religião era assustadora ao ponto de me fazer tremer somente em pensar nas famílias que mandavam em tudo. Antes de fugir pela segunda vez soube que u
“Duhan Parker”E aquele cara? Acabei perguntando assim que fechei a porta do apartamento atrás de mim. Por algum motivo, não conseguia esquecer a forma como ele havia olhado para “Iza” no bar. Isso poderia ser um reflexo do trabalho eu sabia disso, mas ainda assim não consegui ficar quieto. Vi o modo como ela me encarou buscando algum entendimento lógico por trás da pergunta.Não era como se houvesse algum, de qualquer forma. Nem eu sabia o motivo de estar perguntando algo assim para ela.“Enzo”? Questionou ao prender seus cabelos. Não conseguir desviar o olhar. O modo como seus cabelos foram erguidos pareceu tentador. Ele é inofensivo.Não perguntei sobre isso na verdade não perguntei nada em específico... optei pelo silêncio após a minha patética fala. Eu havia começado aquele topo de assunto. Quero dizer... tossi levemente... o modo como estava tremendo foi por algo que ele fez?Ela pareceu incomodada. Talvez por eu ter descoberto uma fraqueza sua. Passar anos aparentando ser forte
“Iza Osni”Ele sabia...Ele sabia...Ele sabia...Meu corpo estremecia apenas em pensar na possibilidade dele conhecer as verdades sobre mim. Apenas sobre o que aconteceu comigo.Não conseguia evitar toda a vez em que sentia o seu olhar sobre mim, desviava o olhar ou simplesmente fugia dele. Respondia as suas perguntas de forma possíveis.. já havia se passado algumas semanas após aquele último abraço e mesmo não querendo pensar nisso eu não conseguia.A imagem dele me abraçando. O seu cheiro. O calor de sei corpo.Tudo continuava a retornar em minha mente.“Iza”? A voz de “Emerson” fez com que eu piscasse e olhasse a minha volta retornando a realidade. O bar estava lotado o barulho das conversas, os risos. Nada parecia ter conseguido me distrair de meus devaneios... está tudo bem? Assentiu ao olhar para o lado e vislumbrar a preocupação em seus olhos. Ele era uma boa pessoa eu sentia isso.Sim, desculpe estava distraída. Não vai mais acontecer novamente. Falei automaticamente com rece
Meus pulsos continuavam a doer e eu sabia que não importasse o quanto gritasse, ninguém escutaria. Todo o meu corpo doía. Já havia gritado por horas seguidas diante de suas torturas. Torturas que eu jamais pensaria em fazer no meu pior inimigo. Senti sangue escorrer pelo meu rosto, meus braços e pernas, mas não havia nada eu que pudesse fazer. Apenas me mate... sussurrei em meio ao desespero. Ainda não. Não aguento mais nada. Supliquei vergonhosamente. Eu queria morrer... aquela era a primeira vez que admitia a minha vontade de morrer para a pessoa perversa. Está doendo? Me perguntou com escárnio. Reconheci o tom de sua voz ousado já que eu utilizei o mesmo deboche com algumas pessoas antes disso tudo acontecer. Antes de ser capturada. Gosto de pensar que você poderia estar livre, se não fosse enxerida... continuou falando como não fosse enxergar... continuou falando como se realmente sentisse remorso, o que eu sabia que não, pois enxerguei sorrisos enquanto me torturava. Já havi
“Iza Osni” “Duhan Parker” sempre tinha o efeito me deixado entorpecida e insegura sobre minhas próprias reações a ele. Ele conseguia ser o tipo de homem que me deixava insegura e ao mesmo tempo sabia estar protegida. Eu deveria odiá-lo, odiar seu nome, a sua família e a sua coragem, mas por mais que tentasse conseguia enxergar apenas o delegado que parecia querer me proteger de todos. O que estava acontecendo comigo? Eu realmente não sabia responder. Ajudá-lo a comprar um colchão foi algo que acabei fazendo por impulso, talvez gratidão e agradecimento por ele ter cedido a sua cama para mim. Entretanto assim que saímos da loja senti que fui longe demais. Ele guardava a nota fiscal após conferir lá pela quarta vez depois de entrar no carro e percebi uma estranha realidade. O herdeiro dos “Parkers” parecia preocupado demais com dinheiro para alguém cuja família era milionária. Posso lhe perguntar algo? Perguntei com a voz baixa ao colocar o cinto de segurança. O escutei concordar des