"Iza Osni" A inquietação tomou conta de meu corpo assim que me vi sozinha em um apartamento desconhecido. Eu poderia ir embora e continuar fugindo até ser pega, mas a esperança de conseguir ser livre durante toda a minha vida era exageradamente tentadora para isso. Passei anos fugindo e com muito medo e agora me via com duas escolhas, era surreal onde estava e com quem estou, sempre quis fugir desse tal casamento arrumado por conta de religiões dos nossos pais isso me torturava bastante. Enfim, me via como uma pessoa que podia escolher o meu próprio destino e foi por isso que havia aceitado a porta dele... além de ter medo da morte e da perseguição. Uma pessoa como todas as outras. Devia ser uma tola por começar a chorar ao me dar conta de algo assim. Passei o dorso de minha mão em meu rosto, não queria ser vista como fraca por ele. Suspirei ao me levantar do sofá e ir para a cozinha, onde as compras permaneciam na sacola. A casa passo que eu dava sentia muita dor. Me abaixar era
7. "Duhan Parker"A delegacia estava mais movimentada do que eu estava acostumado. O barulho das vozes aumentava cada vez mais ao me aproximar da minha sala e ao olhar para o lado, percebi o motivo. Um grupo gritava com a dos policiais ao lhe mostrar fotografias. Era uma cena um tanto inusitada visto que o policial não sabia o que fazer.O que está acontecendo aqui? Gritei ao me aproximar daquele grupo estranho. Apontei para a pessoa que parecia estar mais controlada. Explique...A mulher para quem eu apontei segurava uma das fotografias com força entre seus dedos. Seus olhos estavam vermelhos assim como o seu nariz...Soubemos que uma jovem foi encontrada... a sua voz era baixa e rouca. Ela devia ter chorado muito... estamos implorando para que olhe as fotografias e veja se é uma de nossas meninas.Olhei para a foto em sua mão... como eles poderiam saber sobre a pessoa encontramos? O corpo da vítima ainda estava na autopsia e mesmo após longas horas de busca, não encontramos nada que
O sim de galhos se partindo, a aspereza das árvores e a escuridão da noite não forma suficientes para que eu percebesse o perigo ao conseguir me libertar dos braços daquela pessoa. Da pessoa que perseguia durante meses. Eu não poderia acabar assim.Meu peito subia e descia de forma rápida ofegante no instante em que corria em direção ao horizonte.Eu não poderia morrer ali, não depois de tudo que havia descoberto.Continuei correndo até sentir a terra molhada em minhas mãos. Eu havia caído, meus joelhos doeram com o impacto, talvez tenha me machucado, mas não havia tempo para isso. Os passos se aproximavam de mim cada vez mais.Na minha mente só vinha eu não quero morrer.Disse a mim mesma continuando correndo, enquanto tentava não gritar. Cada som ao meu redor me assustava mais do que a escuridão da mata fechada onde eu estava.Como eu havia ido parar ali?Só me lembrava de estar em minha casa terminando de editar o artigo que enviaria para o jornal.Correr é a única coisa em que con
"Iza Osni"O oxigênio não parecia existir ao olhar para a mansão a minha frente. O corpete do vestido longo na cor bege me deixava com dificuldade em respirar. A forma como apertava os meus seios me fazia ter vontade de gritar ao sentir os olhares dos homens.O vestido escolhido por "Duhan" não era vulgar, contudo evidenciava o meu corpo de forma repulsiva ao afinar a minha cintura destacando os seios. Eu estava como a maioria das mulheres.Basta ficar calma... "Duhan" falou ao segurar em minha cintura, ao me guiar em direção a entrada da mansão. O convite se encontrava em sua outra mão. De soslaio reparei na forma como a calça escura de linho morava suas pernas o smoking escuro não diminuía os braços fortes. Seus cabelos estavam presos em algum tipo de coque e mesmo sabendo a importância da aparência não fez a barba.Estamos quase lá... garantiu ao sorrir para um dos seguranças ao mostrar o convite. Percebi a forma como todos olhavam para "Duhan". Olhares repletos de inveja e escárni
Vá para o inferno... proferi ao me levantar esticando os meus braços e me espreguiçando em seguida. Eu precisava de muito café e um calmante não necessariamente nessa ordem, mas eu estava surtando e com muito ódio do "Duhan". 10. Gratidão"Iza Osni"O silêncio se tornou constrangedor assim que entramos em seu apartamento. Eu não sabia como agir mesmo depois dele ter me defendido como prometera. Minhas mãos suavam ao apertar uma contra a outra.Desde que entramos não movi um centímetro. Permaneci parada próxima a porta mesmo escutando os passos dele no interior do apartamento.Vai ficar a noite toda aí? Perguntou ao me encarar inexpressivo. Ele segurava um lençol e um travesseiro. Eu disse que ficaria com o sofá. Pode trancar a porta se isso fizer se sentir mais segura.Eu ficarei com o sofá. Murmurei inquieta ao vê-lo retirar o paletó, jogando-o no chão. A blusa branca parecida com regata que vestia evidenciava seus músculos mais do que eu gostaria. Além do mais, estamos em sua casa
Delegado ogro... repeti realmente confusa... já havia escutado alguns policiais falarem sobre um ogro alguma coisa, mas junca associei com o detetive. Era o "Duhan" sendo como um ogro nunca me passou pela cabeça.É assim que todos chamam ele, pensei que soubesse.Não tinha associado... virei o rosto olhando em direção a sua sala... o caso da mulher desconhecida como está?Sem novidades... respondeu calmo relaxando o seu corpo. Está sendo estressante. Mas porque está tão curiosa sobre o caso?Como não estaria? Dei de ombros ao piscar para ele... É um homicídio intrigante não concordar?Bastante...Estou curiosa como qualquer detetive estaria. Ele concordou comigo rapidamente... estive pensando sobre isso sobre uma garota desaparecida que ninguém informaria a polícia sobre a eu desaparecimento... aproximei dele, o máximo que consegui coloquei a minha mão sobre o seu joelho. Ela pode ser órfã ou uma prostituta. Ninguém informa o desaparecimento de prostitutas.Eu não tinha pensado nisso.
“Iza Osni” O olhar gentil de “Emerson” me fez sorrir assim que passei pela porta. Ele sorria ao ler algo no jornal e em seguida me olhou como sempre gentilmente. Veio mais cedo hoje... disse ao colocar o jornal de lá e se levantar da cadastrando em minha direção. O que acha de começamos a entender os registros contábeis? Sorri concordando, ansiosa. Ainda não conseguia acreditar que ele estava me dando uma chance como aquela. Meus olhos o seguiram enquanto ir para o seu pequeno escritório no fundo do bar, aguardei sentada em uma das cadeiras. O bar silencioso sempre me trazia uma estranha sensação. Um sentimento repleto de relaxamento. O local era bastante acolhedor para um bar de grande porte isso eu precisava admitir. Os móveis eram espalhados de forma confortável pelo espaço pequeno, o balcão das bebidas estava próximo à porta afim de facilitar os pedidos. Meu olhar percorreu todo o recinto com extrema atenção por longos minutos. Podemos começar? A voz agradável dele me fez ergue
“Iza Osni”Meu olhar vagou pelo bar vazio e sorri aliviada pensando que logo estaria protegida na casa dele. Proteção não poderia ser a melhor palavra a escolher, mas ainda assim era melhor do que ficar parada esperando que alguém da religião viesse atrás de mim. Esperando aquele homem que logo foi de meu encontro mais cedo. Havia descoberto o meu maior pavor não era a religião em si e sim os maníacos adoradores dela. Aprendi que uma religião não tinha o poder para mudar as pessoas, mas as pessoas possuíam poderes para destruir tudo em nome de algum Deus que somente eles acreditavam ser e ter que seguir daquela forma como se nós mulheres fossemos cadelas.Ainda sentia medo pelas palavras ofensivas do homem que foi a hamburgueria.Eu deveria contar Ao “Duhan”, mas o que isso poderia causar? A única errada seria eu pelos olhos do ancião.A religião era assustadora ao ponto de me fazer tremer somente em pensar nas famílias que mandavam em tudo. Antes de fugir pela segunda vez soube que u