Capítulo 17
Quando Michele saiu do prédio, acompanhada por duas policiais que já estavam prontas para recebê-la, a audiência que assistia apreensiva o sequestro ao vivo pela televisão, chorou de alívio. Os jornalistas tentaram se aproximar dela, mas a polícia interveio levando-a para um dos carros em segurança.
─Eu quero a minha mãe! Meus irmãos... Marcos... - ela chorava baixinho.
─Nós vamos tirá-los de lá. Todos eles. -disse uma policial treinada para esse tipo de situação, num tom calmo. ─Nos conte quem está l&aac
Capítulo 18 Durante quinze dias não se falava de outra coisa, a fuga audaciosa de Tavio, levando com ele uma refém para algum lugar do mundo. O desaparecimento do juiz Marcos e de Solene. As pessoas viviam de especulações, questionamentos, disque e me disque, adivinhações e todas as formas possíveis de explicar o silêncio total do que aconteceu naquelas horas de terror. Mas como tudo nesse país era esquecido... Um mês depois... Solene estava incomodada naquela poltrona de primeira classe. Ela estava incomoda
Epilogo Solene estava sentada na mesa com Matilde. Tomava um copo de suco. Não podia tomar a cerveja amiga, afinal estava gravidíssima. ─Então é isso, minha amiga! Virei um monstro sem cabeça. A vilã da merda toda!Matilde gargalhou gostosamente. ─Sol, minha amiga. Você é maravilhosa! Mas neste momento, está vendo tudo de forma negativa. Olha quanta coisa linda aconteceu em sua vida! Além de estar esperando um filho, seus filhos estão crescendo e de maneira honesta, saudável, como toda a mãe sonha. Solene assentiu olhando para o vazio, e tomou um
Capítulo 1 Solene se sentou na cadeira, colocou os cotovelos sobre a mesinha de bar na calçada e fitou o vazio. Nesse instante, Matilde, amiga desde a infância e dona do barzinho que ficava perto de sua casa, se aproximou. ─Que cara é essa, Sol? ─Cara de quem comeu e não gostou, ou cara de quem não foi comida? As duas riram. Matilde se sentou e pediu ao seu garçom que trouxesse uma cerveja para elas. ─A vida está difícil minha amiga. - Solene suspirou. ─E fica mais difícil ainda quando a gente desanima. ─E você quer que eu me sinta animada como, com aluguel atrasado, s
Capítulo 2 ─Que novidade boa é essa para tanta gritaria, mãe? - perguntou Bianca alegremente. ─Ganhou na loteria, mamãe? - riu Michele.Solene fitou as filhas com carinho. Não existia amor maior do que de mãe, hoje ela tinha certeza disso. ─Muito melhor, caçulinha. - ela fez um suspense, sentada no sofá com Michele no seu colo e Bianca ajoelhada aos seus pés. ─Arranjei um emprego!A gritaria foi tremenda, entre pulos e beijos. É, pensou ela, precisaria ralar muito para alimentar aquela alegria em sua casa. ─Você vai poder me dar &agrav
Capítulo 3 A semana custou a passar. Ela lavou, passou, limpou, cozinhou, brigou várias vezes com Vitor, mas estava satisfeita. Ele estava cumprindo com a tarefa de pegar as irmãs na escola no horário combinado. Já era alguma coisa. O traste de seu ex aparecera e deixara uma grana que a ajudou a manter a casa até ali. Agora, no ônibus a caminho do seu primeiro dia de trabalho, sentia o nervosismo e o coração alterado. Precisava fazer tudo certo. Olhou através da janela. A imagem do rosto de Marcos veio a sua mente, mas era uma imagem borrada. Uma semana que o vira, por alguns momentos. Lembrava do cheiro, mas seu rosto já estava su
Capítulo 4 Marcos chegou em casa apressado. Queria ficar sozinho. Não conseguira prestar a atenção na conversa durante o jantar com Manoela, dois juízes e suas esposas, e um advogado solteiro, amigos de longa data. ─O que há com você? - perguntara Manoela intrigada. ─Por quê? Pareço ter algo errado? ─Sim. Está absorto, parece num mundo à parte. ─Cansado. - fora a resposta dele. ─Pare de pensar no trabalho. – ela ralhou. ─Tem razão. Preciso me desligar um pouco. - Se ela soubesse, pensou ele.E tratou de fugir
Capítulo 5 ─Já tinha usado drogas alguma vez, Vitor? – eles estavam no caminho de volta para casa. ─Nunca! Tenho certeza de que não usei nada ontem à noite. ─E como você acha que isso aconteceu? ─Eu estava num barzinho com amigos e lembro que depois que tomei um refrigerante comecei a passar mal. ─Sabe o que aconteceu, não é? ─Desconfio. ─Alguém deve ter colocado a droga em sua bebida. ─Quando alguém conta que fazem esse tipo de coisa, a gente não leva fé. Acha que é só nos filmes
Capítulo 6 Dona Fabíola voltou de viagem, Solene se entregou de corpo e alma ao trabalho superando até mesmo suas expectativas. Trabalhou duas noites, na organização de dois jantares oferecidos para os amigos de Marcos, mas não o viu uma única vez. Ela fazia questão de evitá-lo. Tomou um choque de realidade. Aquele homem não era para ela, e ponto. Na manhã seguinte, do último jantar, ela ficou ainda mais resoluta, e profundamente magoada, ao encontrar fios de cabelos ruivos na cama. Sabia muito bem o que eles deveriam ter feito, como e quantas vezes. Ela se superava, também, em casa. O ambie