Capítulo 15
Depois de muitas conversações, Marcos conseguiu convencê-la a preparar tudo para o tal evento, na cozinha do apartamento dele. Ela recusou que ele pagasse o transtorno para livrá-la do compromisso assumido, então contratou mais funcionários que pudessem num tempo recorde, ajudá-la a refazer tudo de novo. E ela conseguiu, com a ajuda de todos, inclusive ele que colocou as mãos na massa, literalmente.
Ela sobreviveu e se saiu muito bem, resgatando sua autoconfiança, e superando os prejuízos. Mais um tempo de trabalho e estaria com tudo de pé novamente. Mas a dúvida continuava,
Capítulo 16 Solene estava zonza com aquela movimentação dentro do apartamento. Lembrou das palavras de Marcos na noite anterior. ─Teremos proteção vinte e quatro horas por dia. Venho sofrendo ameaças já tem um tempo, e quero todos vocês em segurança máxima. Não façam perguntas. Não posso responder. Por hora é só isso que posso dizer.Bianca estava pálida, Vitor tenso e Michele com cara de choro. Dona Fabíola, assim como as outras empregadas, foram todas dispensadas por tempo, indeterminado. ─Vamos ter que nos virar com as coisas da casa. Cada um com suas responsabilidades. – disse Solene olhando para cada um dos filhos. ─Marcos também não me explicou o porquê de dispensar os empregados, mas ele sabe o
Capítulo 17 Quando Michele saiu do prédio, acompanhada por duas policiais que já estavam prontas para recebê-la, a audiência que assistia apreensiva o sequestro ao vivo pela televisão, chorou de alívio. Os jornalistas tentaram se aproximar dela, mas a polícia interveio levando-a para um dos carros em segurança. ─Eu quero a minha mãe! Meus irmãos... Marcos... - ela chorava baixinho. ─Nós vamos tirá-los de lá. Todos eles. -disse uma policial treinada para esse tipo de situação, num tom calmo. ─Nos conte quem está l&aac
Capítulo 18 Durante quinze dias não se falava de outra coisa, a fuga audaciosa de Tavio, levando com ele uma refém para algum lugar do mundo. O desaparecimento do juiz Marcos e de Solene. As pessoas viviam de especulações, questionamentos, disque e me disque, adivinhações e todas as formas possíveis de explicar o silêncio total do que aconteceu naquelas horas de terror. Mas como tudo nesse país era esquecido... Um mês depois... Solene estava incomodada naquela poltrona de primeira classe. Ela estava incomoda
Epilogo Solene estava sentada na mesa com Matilde. Tomava um copo de suco. Não podia tomar a cerveja amiga, afinal estava gravidíssima. ─Então é isso, minha amiga! Virei um monstro sem cabeça. A vilã da merda toda!Matilde gargalhou gostosamente. ─Sol, minha amiga. Você é maravilhosa! Mas neste momento, está vendo tudo de forma negativa. Olha quanta coisa linda aconteceu em sua vida! Além de estar esperando um filho, seus filhos estão crescendo e de maneira honesta, saudável, como toda a mãe sonha. Solene assentiu olhando para o vazio, e tomou um
Capítulo 1 Solene se sentou na cadeira, colocou os cotovelos sobre a mesinha de bar na calçada e fitou o vazio. Nesse instante, Matilde, amiga desde a infância e dona do barzinho que ficava perto de sua casa, se aproximou. ─Que cara é essa, Sol? ─Cara de quem comeu e não gostou, ou cara de quem não foi comida? As duas riram. Matilde se sentou e pediu ao seu garçom que trouxesse uma cerveja para elas. ─A vida está difícil minha amiga. - Solene suspirou. ─E fica mais difícil ainda quando a gente desanima. ─E você quer que eu me sinta animada como, com aluguel atrasado, s
Capítulo 2 ─Que novidade boa é essa para tanta gritaria, mãe? - perguntou Bianca alegremente. ─Ganhou na loteria, mamãe? - riu Michele.Solene fitou as filhas com carinho. Não existia amor maior do que de mãe, hoje ela tinha certeza disso. ─Muito melhor, caçulinha. - ela fez um suspense, sentada no sofá com Michele no seu colo e Bianca ajoelhada aos seus pés. ─Arranjei um emprego!A gritaria foi tremenda, entre pulos e beijos. É, pensou ela, precisaria ralar muito para alimentar aquela alegria em sua casa. ─Você vai poder me dar &agrav
Capítulo 3 A semana custou a passar. Ela lavou, passou, limpou, cozinhou, brigou várias vezes com Vitor, mas estava satisfeita. Ele estava cumprindo com a tarefa de pegar as irmãs na escola no horário combinado. Já era alguma coisa. O traste de seu ex aparecera e deixara uma grana que a ajudou a manter a casa até ali. Agora, no ônibus a caminho do seu primeiro dia de trabalho, sentia o nervosismo e o coração alterado. Precisava fazer tudo certo. Olhou através da janela. A imagem do rosto de Marcos veio a sua mente, mas era uma imagem borrada. Uma semana que o vira, por alguns momentos. Lembrava do cheiro, mas seu rosto já estava su
Capítulo 4 Marcos chegou em casa apressado. Queria ficar sozinho. Não conseguira prestar a atenção na conversa durante o jantar com Manoela, dois juízes e suas esposas, e um advogado solteiro, amigos de longa data. ─O que há com você? - perguntara Manoela intrigada. ─Por quê? Pareço ter algo errado? ─Sim. Está absorto, parece num mundo à parte. ─Cansado. - fora a resposta dele. ─Pare de pensar no trabalho. – ela ralhou. ─Tem razão. Preciso me desligar um pouco. - Se ela soubesse, pensou ele.E tratou de fugir