Quando cheguei ao restaurante, o Fernando já estava me esperando, ele acenou, sorrindo, e veio encontrar comigo na porta da sala privada. Eu preferi um espaço privado, assim não tem chance do Samuel ou aquela amiguinha dele verem, o Fernando é o chefe do departamento jurídico da Construtora Montez, então, é melhor evitar mais especulações.— Como estão as coisas lá na empresa? — Pergunto assim que nos sentamos. — Você sabe que não está nada bem. Aquela mulher é horrível! — Responde, com uma careta.— Imagino. E a Camila, ela está conseguindo se adaptar? — Se adaptar? A pobre está quase surtando. Aliás, aquele homem que fez o investimento estava perguntando pela pessoa com quem ele fez negócio.— O Sérgio Sanches? Por quê? Ele também não está se adaptando com a nova presidente da empresa? — Questiono com um sorriso. De certa forma, é bom saber que estão sentindo a minha falta.— Eu não sei o motivo, mas que ele estava perguntando por você, isso a Camila fez questão de contar, mais pa
SAMUEL ADAMSEu olho o papel que acabei de receber e minha vontade é de amassar essa porra e fazer esse advogadozinho engolir. Não acredito que a Jules realmente deu entrada no divórcio, aquela idiota acha mesmo que vai conseguir se separar de mim? Não, ela não terá sucesso. Eu não vou deixar ela sair da minha vida de jeito nenhum!— Então ela te contratou para representá-la? — Pergunto ao homem, que está de pé na frente da minha mesa.— Sim, é exatamente isso. — Responde seco. — Eu já dei a entrada e estou aqui pessoalmente para entregar a proposta de acordo que minha cliente quer fazer.— É mesmo? Ela quer um acordo? — Questionei, irônico.— Sim. Aqui, essa é a proposta – me entrega uma pasta. — Minha cliente não quer nenhum tipo de conflito, ela está disposta a entregar todos os bens em seu nome, incluindo as ações da empresa, a casa…— Ela não quer conflito? — Interrompi-o — Se ela não quer brigar por que insiste nessa porra de divórcio quando eu disse que não quero? — Jogo a past
— A Jules está procurando um emprego? — Encaro-o e o desgraçado ri da minha cara, que deve ser a expressão mais horrível possível. Eu não acredito que a Jules procurou um emprego, o que ela acha que é?— Você deveria ver a sua cara agora — continua rindo — A resposta é sim, a Jules está procurando um emprego e já encontrou, eu acho.— Você está curtindo com a minha cara, não é? — Não, eu estou falando sério — pegou o telefone e me mostrou a tela — olha, esse é o currículo dela. — Como você conseguiu isso? — Questionei, tirando o telefone dele. Eu olho e mesmo assim não acredito, a Jules está mesmo procurando um emprego? E de secretária? — Você me disse para ficar de olho nas ações dela e eu estou. Coloquei uma pessoa para me passar as informações.— Que pessoa? — Um dos seguranças que trabalha na casa dela e ele disse que a Jules já recebeu uma resposta, na verdade ela acabou de receber, por isso estou aqui.— Resposta de quem, qual empresa? — Perguntei, um pouco ansioso demais.
Ela não respondeu, só me olhou, não gostei de ver a desconfiança e o medo nos seus olhos, ela também está ainda mais magra do que eu achei quando a olhei de longe. — Você é muito cara de pau! — Marina diz, colocando-se entre nós. — Então, vamos conversar aqui, ou você prefere evitar uma cena e ir conversar em outro lugar? — falei em tom de ameaça. Eu sei que se não for assim ela não vai aceitar. — Jules, você não precisa ir com ele. Nós não temos medo de escândalo, se quiser pode fazer sua cena à vontade! — outra vez é a Marina quem fala, a Jules continua calada e só suspira, mostrando cansaço. — Tem certeza disso, Jules? — Perguntei, aproximando-me dela, que se afasta. — Eu recebi a visita do seu advogado, não quer mesmo falar comigo? — mais uma vez falei com um tom ameaçador. Ela me encara com tristeza. — Tudo bem, Marina. Eu vou falar com ele. — Jules, não seja idiota! Ele quer ameaçar você, não está vendo?! Olha aqui seu…— O que está acontecendo aqui? — O Léo apareceu na po
JULES MONTEZ— Não… — tento ser firme, mas minha voz sai arrastada. Eu não posso fazer isso. Não posso deixar isso acontecer ou vai ser mais difícil, ou para ser sincera, já é impossível esquecer isso, esse sentimento. Mas com ele aqui, falando desse jeito.— Jules, olha só pra você — sua mão, que acabou de largar o copo, segura firme minha cintura — você está sentindo minha falta também. Não precisa fingir que não — diz confiante. — Nós vamos nos divorciar, Samuel, eu não vou continuar com isso…— murmurei fracamente, fazendo-o sorrir. — Tem certeza que é isso mesmo que você quer, Jules? — S-sim… — sussurrei lenta quando ele beijou meu pescoço. Como eu sou fraca, não consigo nem mesmo falar com firmeza das decisões que tomei quando ele está perto, quando ele me toca. — Foi um erro eu ter vindo aqui! — Digo, agora mais firme, enquanto tento empurrá-lo. Ele se afasta, mas sem tirar suas mãos de mim. — Um erro? Por quê? — Sorri novamente daquele jeito que eu odeio, ele sabe como m
Ele faz mais alguns movimentos fortes e depois sai de dentro de mim, fazendo-me soltar um gemido decepcionado. — Você fica linda assim, sabia— diz, acariciando meu rosto com a ponta dos dedos, que ele em seguida, desce fazendo um caminho lento pelo meu pescoço e seios… — é linda essa carinha implorando por um orgasmo— aproxima sua boca da minha— e eu vou te dar, Jules, quantos você quiser. Sinto minha virilha pulsar quando ele fala com a voz rouca e depois me beija forte. Tento segurar seus ombros, mas ele me impede, prendendo minhas mãos.— Você não tem noção do quanto eu senti sua falta, Jules — beija meu pescoço e vai descendo com a língua na minha pele— senti falta falta do seu cheiro, do seu gosto— beija minha barriga e segue até virilha, morde a pele por cima da calcinha e eu sinto como se uma corrente elétrica estivesse percorrendo meu corpo. Ele levanta o rosto, encarando-me e fala rouco— vamos na cama, eu quero sentir você inteira.Não posso negar que eu estou me sentindo m
SAMUEL ADAMS Eu olho a mulher na minha frente, me acusando de querer comprá-la e minha vontade é fazê-la engolir suas palavras. Que porra! A empresa não é dela, como eu posso querer comprá-la com algo que já é dela?! — A empresa é sua! Como eu vou usar algo seu para te comprar? — Digo entredentes e ela ri. — Você é muito cínico! Você me enxotou de lá, me colocou pra fora e deu a presidência para sua amante e agora diz que é minha e quer que eu volte? — Ri irônica— como você espera que eu responda isso? Que eu te abrace e agradeça por sua bondade? Samuel, eu não quero mais voltar. Eu quero o divórcio! Tudo bem, ela não vai facilitar as coisas. Eu respiro fundo e sorrio de volta, mas é de nervoso. Essa mulher acha mesmo que se fazer de difícil e desapegada vai mudar alguma coisa? Não vai mesmo. — Jules, eu não vou dar o divórcio. Eu não quero e não vou. Desista. — Afirmo, com meu rosto a centímetros do seu.— Por quê?— Porque eu não quero. — Não quer, só isso? — Questiona, irrita
— Anda, fala logo e para com esse suspense! — Exigi, preocupado.— Segundo as informações que tivemos, o Marcos Montreal, ou Marcos Montez, morreu há três anos, certo? — Balancei a cabeça, confirmando e ele continuou: — Mas segundo a investigação que eu fiz esses últimos dias essa informação não é correta não. — Como assim? Você não está querendo dizer que ele… — Exatamente! — Diz, interrompendo minhas últimas palavras. — Mas isso é impossível. Segundo as investigações, ele morreu no acidente. Como ele está vivo? Como você chegou a essa conclusão?— Perguntei, com um misto de surpresa e descrença. — Você me mandou investigar a Famat e limpar o nome da Jules dos contratos, pois bem, eu fiz isso. Enquanto estava investigando, eu descobri algumas informações que não estavam batendo. — Como assim? Vá direto ao ponto, Daniel! — Digo, ansioso. Não estou conseguindo assimilar essa informação. O Marcos Montreal, vivo? Isso não pode ser. — Calma aí, nervosinho! Eu estou contando as minhas