No dia seguinte, Clair e Matteo receberam alta do hospital. Cedrick, que havia permanecido ao lado dela durante todo o processo, estava radiante com a chegada do pequeno, e agora estava ansioso para levar sua família para casa.Clair, ainda um pouco frágil após o parto, sorria enquanto segurava Matteo nos braços, com o olhar carinhoso e protetor que ele já começava a reconhecer. Ela olhou para Cedrick e, com um sorriso suave, disse:— Eu nunca imaginei que ser mãe seria tão mágico, Cedrick. Ele é tão perfeito…Cedrick a observou com ternura, e com a voz suave, respondeu:— Você é incrível, Clair. Está fazendo isso ser ainda mais perfeito.Eles saíram do hospital juntos, Cedrick com Matteo nos braços enquanto Clair caminhava ao seu lado, sentindo-se mais forte a cada passo. Quando chegaram ao carro, o motorista os aguardava, e tudo estava preparado para o retorno à casa deles.A viagem para casa foi tranquila. A pequena família estava empacotada no banco de trás do carro, com o silênci
Clair nunca teve uma vida fácil. Desde que perdeu os pais, viveu com sua tia Denise e trabalhou duro como garçonete para pagar seus estudos. A formatura em Administração foi uma conquista suada, e conseguir um emprego na renomada indústria farmacêutica Lorenzze parecia um sonho se tornando realidade. Ela começaria como assistente pessoal do CEO, mas ainda não sabia que seu chefe era um homem tão implacável quanto irresistível. Na manhã do primeiro dia, Clair vestiu seu melhor conjunto social – simples, mas elegante – e entrou no imponente edifício da empresa. O coração batia acelerado. Ser assistente do CEO era uma grande responsabilidade, e ela estava determinada a dar o seu melhor. Quando a secretária a conduziu até a sala de Cedrick Lorenzze, ela respirou fundo antes de entrar. Mas nada a preparou para o homem que a aguardava. Ele estava de pé, de costas, observando a cidade pela enorme janela de vidro. Alto, de ombros largos, um terno impecável moldando seu corpo atlético. Quand
Clair ainda estava processando a mudança repentina na atitude de Cedrick. Mais cedo, ele havia sido frio e arrogante, mas, durante a reunião, pareceu respeitar sua opinião. Será que ele era assim com todos? Ou havia algo mais por trás daquela fachada implacável?Sacudindo os pensamentos, decidiu se concentrar em algo mais simples: o almoço. Ela se levantou, pegou sua bolsa e saiu da sala. Mas, assim que deu alguns passos pelos corredores modernos da empresa, percebeu que não fazia ideia de onde ficava o refeitório.— Perdida? — uma voz feminina e amigável soou ao seu lado.Clair se virou e encontrou uma mulher de sorriso caloroso e olhar acolhedor.— Um pouco — ela admitiu, envergonhada.— Primeiro dia? — a mulher perguntou, e Clair assentiu. — Vem comigo, estou indo almoçar também. Sou Lorena, do setor de marketing.— Clair. Comecei hoje como assistente do CEO.— Uau — Lorena ergueu as sobrancelhas, impressionada. — Trabalhar com Cedrick Lorenzze deve ser… intenso.Clair riu, meio se
O primeiro dia de trabalho de Clair tinha sido mais intenso do que esperava. Entre reuniões inesperadas, a arrogância desconcertante de Cedrick e a tensão que sentia sempre que estava perto dele, ela mal teve tempo de respirar. Mas, no fim do dia, sentiu uma pontada de satisfação. Tinha conseguido se sair bem, e isso era o mais importante.Às 18h, ela pegou sua bolsa e saiu do prédio, caminhando em direção ao ponto de ônibus. O céu já estava tingido por tons alaranjados, e uma brisa fresca aliviava o calor do dia.— Clair! — Uma voz animada chamou por ela.Era Lorena, sua nova amiga do marketing, que vinha com um sorriso largo.— Como foi o resto do seu dia? Sobreviveu ao Cedrick?Clair soltou uma risada curta.— Sobrevivi, mas não foi fácil. Ele muda de humor como quem troca de roupa.— Normal — Lorena disse, rindo. — Olha, eu e algumas pessoas do escritório estamos indo a um barzinho para relaxar. Você tem que vir! Nada melhor do que comemorar seu primeiro dia.Clair hesitou por um
Clair caminhava apressada em direção ao escritório de Cedrick quando notou uma mulher parada próxima à porta. Ela era loira, alta, e tinha um corpo escultural. Mas o que mais chamava atenção era a expressão fechada e o olhar de desdém que lançou a Clair assim que a viu se aproximar.— Quem é você? — a mulher perguntou, cruzando os braços e analisando Clair dos pés à cabeça, como se ela fosse uma intrusa.Clair, surpresa com a hostilidade, respirou fundo, mantendo a calma.— Sou Clair, assistente pessoal do senhor Lorenzze — respondeu educadamente.Mas antes que pudesse dizer mais alguma coisa, a porta do escritório se abriu, e Cedrick apareceu. Seu olhar frio e calculista pousou primeiro em Andressa, e imediatamente ficou evidente que ele não gostou nada da abordagem.— Algum problema aqui? — sua voz saiu baixa, mas carregada de autoridade.Andressa se virou rapidamente, mudando ligeiramente a postura.— Eu só estava perguntando quem ela era, senhor. Achei que deveria anunciá-la antes
Assim que Danilo terminou de falar sobre os contratos, Cedrick se recostou na cadeira e cruzou os braços, os olhos frios fixos no farmacêutico.— Se precisar de algo, fale com o departamento jurídico. Agora pode sair.O tom não deixava espaço para discussão. Danilo hesitou por um segundo, claramente não satisfeito em ser dispensado tão rápido, mas sabia que não podia desafiar Cedrick. Com um último olhar — é claro, direcionado a Clair — ele finalmente saiu.Assim que a porta se fechou, Clair soltou um suspiro discreto e voltou sua atenção para a agenda, tentando ignorar a tensão que ainda pairava no ar.— Detesto esse cara — Cedrick disse de repente, sua voz mais baixa, mas carregada de desdém.Clair ergueu os olhos, surpresa. Cedrick nunca fazia comentários pessoais sobre ninguém.— Percebi — ela respondeu, tentando esconder um sorrisinho.Cedrick bufou, massageando as têmporas.— Tenho um almoço de negócios com investidores daqui a pouco. Você vai comigo.Clair piscou, atordoada com
Enquanto degustava um pouco do vinho, o senhor Bittencourt voltou seu olhar gentil para Clair e, com um sorriso interessado, perguntou:— E então, senhorita Clair, qual é sua formação? O que a trouxe até a Lorenzze?Cedrick, que até então estava focado na conversa sobre investimentos, desviou o olhar para ela, curioso para ouvir sua resposta.Clair colocou seu copo de suco na mesa e respondeu com naturalidade:— Sou formada em Administração. Trabalhei como garçonete enquanto estudava, e quando me formei, procurei oportunidades na área. Foi assim que consegui a vaga na Lorenzze.Bittencourt assentiu, como se analisasse cada palavra.— Trabalhar e estudar ao mesmo tempo… Isso exige muito esforço e dedicação. — Ele sorriu de canto. — E como está sendo a experiência de trabalhar com Cedrick?Clair sentiu Cedrick endurecer ao seu lado, como se estivesse atento à resposta.Ela manteve a postura profissional, mas um leve brilho de divertimento passou por seus olhos.— Bem… intenso. Mas estou
Assim que chegaram ao edifício Lorenzze, Cedrick caminhou a passos largos até sua sala, com Clair o acompanhando de perto. Assim que entrou, ele tirou o paletó e o pendurou no encosto da cadeira, passando as mãos pelos cabelos em um gesto típico de alguém que nunca realmente relaxava.— Chame o pessoal do marketing e do jurídico para uma reunião breve. Precisamos alinhar os detalhes do contrato com a empresa Bittencourt — ordenou, direto ao ponto.Clair assentiu e imediatamente começou a organizar os convites para a reunião. Assim que terminou, voltou-se para Cedrick.— Feito. Algo mais?Cedrick ajeitou as abotoaduras e pegou alguns documentos sobre a mesa.— Sim. Vamos ficar até mais tarde hoje. Há detalhes desse contrato que precisam ser finalizados ainda hoje.Clair prendeu a respiração por um segundo. Trabalhar até mais tarde? Não que fosse um problema — ela sabia que a posição exigia isso — mas teria que avisar sua tia Denise para que não se preocupasse.— Sem problemas. Só preci