Assim que Danilo terminou de falar sobre os contratos, Cedrick se recostou na cadeira e cruzou os braços, os olhos frios fixos no farmacêutico.
— Se precisar de algo, fale com o departamento jurídico. Agora pode sair. O tom não deixava espaço para discussão. Danilo hesitou por um segundo, claramente não satisfeito em ser dispensado tão rápido, mas sabia que não podia desafiar Cedrick. Com um último olhar — é claro, direcionado a Clair — ele finalmente saiu. Assim que a porta se fechou, Clair soltou um suspiro discreto e voltou sua atenção para a agenda, tentando ignorar a tensão que ainda pairava no ar. — Detesto esse cara — Cedrick disse de repente, sua voz mais baixa, mas carregada de desdém. Clair ergueu os olhos, surpresa. Cedrick nunca fazia comentários pessoais sobre ninguém. — Percebi — ela respondeu, tentando esconder um sorrisinho. Cedrick bufou, massageando as têmporas. — Tenho um almoço de negócios com investidores daqui a pouco. Você vai comigo. Clair piscou, atordoada com a ordem repentina. — O quê? — Você ouviu. — Ele se levantou, ajeitando o terno. — Como minha assistente pessoal, precisa estar presente para tomar notas e garantir que nenhum detalhe passe despercebido. Clair o encarou por um momento. Era impressionante como ele simplesmente decidia as coisas, sem sequer perguntar se ela tinha outros compromissos ou se queria ir. Mas, antes que pudesse protestar, ele já pegava o celular e verificava o relógio. — Esteja pronta em cinco minutos. E, com isso, ele pegou sua pasta e saiu da sala, deixando Clair sem escolha a não ser segui- lo. Clair desceu do carro e olhou ao redor, discretamente impressionada com o restaurante luxuoso onde Cedrick a havia levado. A fachada imponente, os detalhes refinados e o aroma delicioso que vinha do interior deixavam claro que aquele era um dos lugares mais caros da cidade. Mas ela não deixaria Cedrick perceber seu deslumbramento. Respirou fundo, ajustou a postura e seguiu ao lado dele com a expressão neutra e profissional. Cedrick, como sempre, estava impecável e inabalável, caminhando com a confiança de quem dominava qualquer ambiente. Assim que entraram, ele já avistou os investidores. Caminhou diretamente até uma mesa reservada, onde três homens já estavam sentados. Um deles, mais velho, de cabelos grisalhos bem alinhados e um sorriso simpático, se destacou imediatamente para Clair. Senhor Bittencourt. Ela já havia lido sobre ele nos relatórios que revisou pela manhã. Um empresário experiente e muito respeitado no setor farmacêutico, conhecido por sua inteligência afiada e sua cordialidade. — Cedrick! — Bittencourt se levantou com um sorriso caloroso, apertando a mão de Cedrick com familiaridade. — Sempre pontual. — Claro. Pontualidade é essencial nos negócios — Cedrick respondeu com um leve aceno, antes de virar-se para Clair. — Esta é minha assistente pessoal, Clair. Os olhos gentis do senhor Bittencourt pousaram nela, e ele sorriu. — Muito prazer, minha jovem. Cedrick finalmente arrumou alguém para organizar a bagunça da agenda dele? Clair sorriu educadamente. — Tento fazer o possível, senhor Bittencourt. Os outros dois investidores riram da resposta, claramente já acostumados com a fama de Cedrick como um empresário exigente. Eles se sentaram, e Clair pegou seu bloco de notas, pronta para acompanhar a reunião. Mas, enquanto Cedrick começava a falar sobre os números e projeções da empresa, ela percebeu algo curioso. O senhor Bittencourt a observava com interesse, como se estivesse analisando algo além do óbvio. E, por alguma razão, Clair sentiu que aquele homem enxergava mais do que apenas uma assistente ao lado de Cedrick. Clair percebeu o olhar atento do senhor Bittencourt e, sem querer parecer desconfortável, sorriu educadamente. O empresário retribuiu com um brilho curioso nos olhos, como se tivesse acabado de perceber algo interessante. — Você tem uma energia diferente, senhorita Clair — ele comentou, pegando sua taça de vinho com tranquilidade. — Não parece apenas mais uma assistente qualquer. Clair piscou, surpresa com a observação. — Bom, eu só estou aqui para fazer o meu trabalho da melhor forma possível — respondeu, mantendo a postura profissional. O senhor Bittencourt soltou uma risada leve. — Claro, claro. Mas algo me diz que sua presença ao lado do Cedrick vai ser mais marcante do que imagina. Clair não soube como responder. Antes que pudesse pensar em algo, Cedrick pigarreou, cortando o assunto com um olhar sério para o investidor. — Senhor Bittencourt, vamos focar nos números. Trouxe relatórios detalhados sobre as projeções do próximo trimestre. O empresário sorriu de canto, como se se divertisse com a reação de Cedrick, mas assentiu. — Claro, Cedrick. Vamos ao que interessa. Clair abaixou os olhos para seus documentos, mas não conseguiu ignorar a sensação estranha que tomou conta dela. Por que sentiu que aquele homem sabia de algo que nem ela mesma compreendia ainda?Enquanto degustava um pouco do vinho, o senhor Bittencourt voltou seu olhar gentil para Clair e, com um sorriso interessado, perguntou:— E então, senhorita Clair, qual é sua formação? O que a trouxe até a Lorenzze?Cedrick, que até então estava focado na conversa sobre investimentos, desviou o olhar para ela, curioso para ouvir sua resposta.Clair colocou seu copo de suco na mesa e respondeu com naturalidade:— Sou formada em Administração. Trabalhei como garçonete enquanto estudava, e quando me formei, procurei oportunidades na área. Foi assim que consegui a vaga na Lorenzze.Bittencourt assentiu, como se analisasse cada palavra.— Trabalhar e estudar ao mesmo tempo… Isso exige muito esforço e dedicação. — Ele sorriu de canto. — E como está sendo a experiência de trabalhar com Cedrick?Clair sentiu Cedrick endurecer ao seu lado, como se estivesse atento à resposta.Ela manteve a postura profissional, mas um leve brilho de divertimento passou por seus olhos.— Bem… intenso. Mas estou
Assim que chegaram ao edifício Lorenzze, Cedrick caminhou a passos largos até sua sala, com Clair o acompanhando de perto. Assim que entrou, ele tirou o paletó e o pendurou no encosto da cadeira, passando as mãos pelos cabelos em um gesto típico de alguém que nunca realmente relaxava.— Chame o pessoal do marketing e do jurídico para uma reunião breve. Precisamos alinhar os detalhes do contrato com a empresa Bittencourt — ordenou, direto ao ponto.Clair assentiu e imediatamente começou a organizar os convites para a reunião. Assim que terminou, voltou-se para Cedrick.— Feito. Algo mais?Cedrick ajeitou as abotoaduras e pegou alguns documentos sobre a mesa.— Sim. Vamos ficar até mais tarde hoje. Há detalhes desse contrato que precisam ser finalizados ainda hoje.Clair prendeu a respiração por um segundo. Trabalhar até mais tarde? Não que fosse um problema — ela sabia que a posição exigia isso — mas teria que avisar sua tia Denise para que não se preocupasse.— Sem problemas. Só preci
Clair estava concentrada, anotando tudo o que Cedrick ditava, enquanto eles analisavam documentos e organizavam reuniões e viagens estratégicas. O tempo passou sem que ela percebesse, até que seu estômago começou a reclamar silenciosamente.Foi então que Cedrick olhou o relógio e, sem dizer nada para ela, pegou o telefone e ligou para a secretária.— Peça um jantar para minha assistente — ordenou, seco como sempre.Clair arregalou os olhos e abriu a boca para protestar, mas antes que pudesse dizer qualquer coisa, ele desligou e voltou a revisar os contratos como se nada tivesse acontecido.Pouco tempo depois, uma bandeja chegou à sala do CEO com um super jantar de massas, acompanhado de um vinho refinado e pão artesanal. Clair olhou para a refeição luxuosa e depois para Cedrick, desconfiada.— Acho que um lanche simples já resolveria… — murmurou, sentindo-se um pouco sem jeito.Cedrick deu de ombros.— Você trabalhou o dia inteiro e ainda ficou até tarde. Precisa se alimentar direito.
Cedrick abriu a porta do luxuoso BMW X6 preto, e Clair entrou no carro, sentindo o estofado de couro macio sob suas mãos. O cheiro sofisticado de Cedrick preenchia o espaço, e por um momento, ela se sentiu desconfortavelmente consciente da proximidade dele.— Digite seu endereço no GPS — ele disse, sem tirar os olhos da estrada.Clair assentiu e fez o que ele pediu. O silêncio entre eles não era exatamente desconfortável, mas carregava uma tensão estranha. Talvez fosse o fato de que, em menos de 48 horas de trabalho, ela já tinha dividido jantares, reuniões estratégicas e agora estava dentro do carro de Cedrick Lorenzze sendo levada para casa.Quando chegaram ao seu destino, Clair desceu do carro e se virou para ele.— Obrigada pela carona, Cedrick.Ele apenas assentiu e desligou o motor.Para sua surpresa, ele saiu do carro e a acompanhou até a porta, as mãos nos bolsos da calça de alfaiataria. Parecia ligeiramente desconfortável, como se não soubesse exatamente por que estava fazend
Clair chegou à empresa antes do horário, achando que teria um tempo para organizar o dia com calma, sem precisar encarar Cedrick Lorenzze tão cedo.Mas, para sua surpresa, ele já estava lá.Antes mesmo que pudesse se acomodar direito, a porta de sua sala se abriu e ele entrou sem cerimônia, impecável como sempre, a expressão séria e determinada.— Vamos tomar café — ele anunciou, como se fosse uma ordem.Clair piscou, surpresa.— O quê?— Café. Agora. E vamos resolver os detalhes da viagem.Ela franziu a testa, confusa.— Que viagem?Cedrick cruzou os braços, impaciente.— Para a Espanha. Essa semana.Clair arregalou os olhos.— Eu vou para a Espanha com você?!Ele a encarou como se fosse óbvio.— Você é minha assistente pessoal. Preciso de você lá.Clair abriu a boca para argumentar, mas ele já estava virando nos calcanhares e saindo da sala.— Vamos, Clair. O café não vai se servir sozinho.Ela ficou paralisada por um instante, tentando processar tudo. Uma viagem internacional. Com
Cedrick Lorenzze era um homem imponente, que carregava uma aura de poder e mistério por onde passava. Filho de pai coreano e mãe americana, ele possuía uma beleza exótica e arrebatadora.Seus olhos negros, intensos e penetrantes, lembravam os de Jungkook do BTS, carregando um olhar firme e calculista que fazia qualquer um desviar os olhos primeiro.Seu corpo era atlético, resultado de uma rotina disciplinada de treinos, ombros largos, braços fortes e uma postura impecável que deixava claro que ele dominava qualquer ambiente em que estivesse.Mas o que realmente chamava atenção em Cedrick não era apenas sua aparência perfeita, e sim a energia magnética e intimidadora que ele exalava.E Clair estava mergulhando aos poucos nesse mundo intenso que ele representava.Clair entrou em casa carregando várias sacolas, os braços cheios de roupas, sapatos e acessórios. Sua tia Denise arregalou os olhos ao vê-la.— Meu Deus, menina! O que é tudo isso? — exclamou, surpresa, mas com um sorriso nos l
O voo foi tranquilo, e Clair aproveitou para descansar. Apesar da ansiedade pela viagem, o cansaço do dia a fez pegar no sono rápido.Quando o avião pousou em Madri, ela sentiu um frio na barriga. Estava oficialmente do outro lado do oceano, em um país totalmente novo.Cedrick, sempre à frente de tudo, a conduziu para fora do aeroporto, onde um carro particular os aguardava para levá-los ao hotel.Ao chegar, Clair ficou impressionada com o luxo do lugar. Mármore brilhante, lustres imponentes e um atendimento impecável. Mas foi ao receber a chave do quarto que tudo mudou.Apenas uma chave. Um quarto.Ela franziu a testa, confusa.— Acho que houve algum engano…Cedrick respirou fundo, como se já esperasse aquela reação.— Não houve engano, Clair. Vamos ficar no mesmo quarto.Ela arregalou os olhos.— O quê?!Ele ajustou a gravata, paciente.— Quero que você fique no meu alcance o tempo todo. Estamos em outro país, e preciso garantir sua segurança.Clair cruzou os braços, irritada.— Ced
O evento estava impecável. O salão luxuoso, iluminado por lustres imponentes, estava repleto de empresários influentes, investidores e socialites.Assim que Cedrick e Clair entraram, todas as atenções se voltaram para eles.As mulheres suspiravam discretamente por Cedrick, admirando sua postura imponente, olhar penetrante e elegância natural. Ele era o tipo de homem que atraía olhares sem precisar se esforçar.Por outro lado, Clair também não passou despercebida. Seu vestido vermelho vibrante a fazia brilhar no meio da multidão, e seu jeito firme, mas ao mesmo tempo delicado, despertava curiosidade e interesse.Na mesa reservada para os principais nomes da noite, Cedrick fez questão de se sentar ao lado dela, deixando claro que não daria espaço para investidas alheias.Mas Ricardo, um amigo de longa data de Cedrick, não sabia disfarçar seu encanto por Clair.— Cedrick, por que não me apresentou essa bela mulher antes? — perguntou Ricardo, sorrindo com interesse evidente, enquanto segu