Clair caminhava apressada em direção ao escritório de Cedrick quando notou uma mulher parada próxima à porta. Ela era loira, alta, e tinha um corpo escultural. Mas o que mais chamava atenção era a expressão fechada e o olhar de desdém que lançou a Clair assim que a viu se aproximar.
— Quem é você? — a mulher perguntou, cruzando os braços e analisando Clair dos pés à cabeça, como se ela fosse uma intrusa. Clair, surpresa com a hostilidade, respirou fundo, mantendo a calma. — Sou Clair, assistente pessoal do senhor Lorenzze — respondeu educadamente. Mas antes que pudesse dizer mais alguma coisa, a porta do escritório se abriu, e Cedrick apareceu. Seu olhar frio e calculista pousou primeiro em Andressa, e imediatamente ficou evidente que ele não gostou nada da abordagem. — Algum problema aqui? — sua voz saiu baixa, mas carregada de autoridade. Andressa se virou rapidamente, mudando ligeiramente a postura. — Eu só estava perguntando quem ela era, senhor. Achei que deveria anunciá-la antes de entrar. Cedrick lançou um olhar afiado para sua secretária. — Ela é minha assistente pessoal. Isso significa que não precisa ser anunciada para falar comigo. O tom seco e direto deixou claro que ele não queria mais discutir o assunto. Andressa apertou os lábios, visivelmente contrariada, mas assentiu. — Sim, senhor. Cedrick desviou o olhar para Clair e, por um segundo, seus olhos brilharam com algo que ela não conseguiu decifrar. — Entre, Clair. Temos trabalho a fazer. Ela não precisou de mais incentivo. Passou por Andressa com postura firme, mas sem deixar transparecer a satisfação de ver a loira ser colocada em seu lugar. Assim que entrou e a porta se fechou atrás dela, Clair soltou um suspiro interno. Estava ali há pouco mais de um dia e já percebia que teria que lidar não apenas com Cedrick, mas também com as pessoas ao seu redor. Mas o que a deixou mais intrigada foi o fato de Cedrick ter tomado sua defesa sem hesitar. E, por algum motivo, isso fez seu coração bater um pouco mais rápido. Clair estava concentrada, revisando com Cedrick os detalhes das reuniões e viagens da semana, quando, de repente, a porta foi aberta sem cerimônia. — Cedrick, preciso falar com você. A voz arrogante fez Clair erguer os olhos, e seu estômago revirou instantaneamente. Um homem alto, de cabelos escuros e bem vestido entrou no escritório como se fosse o dono da empresa. Danilo. Clair já tinha ouvido comentários sobre ele. Era um dos farmacêuticos mais importantes da Lorenzze, mas também o mais insuportável. Tratava todos com desdém, sempre demonstrando um ar de superioridade. Porém, na frente de Cedrick, sua postura mudava – ficava mais contida, quase submissa. Cedrick ergueu os olhos lentamente, cruzando os dedos sobre a mesa, sem esconder o incômodo pela interrupção. — Eu espero que seja realmente importante, Danilo. Estou ocupado. Danilo abriu um sorriso pretensioso, mas sua atenção logo se desviou. Seus olhos escuros pousaram em Clair, e ele demorou muito mais do que deveria analisando-a. Ela sentiu o olhar dele percorrendo cada detalhe seu — dos cabelos castanhos caindo suavemente sobre os ombros, passando pelos olhos cor de mel até suas curvas marcantes na roupa social. O jeito descarado com que ele a avaliava fez sua pele arrepiar de irritação. — Quem é você? — ele perguntou, inclinando a cabeça, claramente interessado. Clair manteve a expressão neutra, mas por dentro já o detestava. Antes que pudesse responder, Cedrick pigarreou, atraindo a atenção de Danilo de volta para si. — Ela é minha assistente pessoal, e você veio aqui para falar comigo — disse Cedrick, sua voz carregada de autoridade. O tom não deixava espaço para discussão. O olhar dele se tornou mais afiado, e a forma como pronunciou “minha” fez um arrepio percorrer a espinha de Clair. Danilo forçou um sorriso e ergueu as mãos em rendição. — Claro, claro. Só fiquei surpreso. Nunca vi uma assistente tão… interessante. Cedrick estreitou os olhos, e Clair sentiu a tensão crescer no ambiente. — O que você quer, Danilo? — Cedrick cortou, impaciente. O farmacêutico finalmente voltou sua atenção para ele, explicando que precisava revisar alguns contratos de produção. Mas, mesmo enquanto falava, não parava de lançar olhares discretos (ou nem tanto) para Clair. Ela se manteve firme, ignorando o incômodo. Mas, a cada segundo, percebia que Cedrick ficava mais rígido, o maxilar travado e os olhos escurecendo sutilmente. E, por algum motivo, a irritação dele fez um calor estranho subir pelo corpo de Clair.Assim que Danilo terminou de falar sobre os contratos, Cedrick se recostou na cadeira e cruzou os braços, os olhos frios fixos no farmacêutico.— Se precisar de algo, fale com o departamento jurídico. Agora pode sair.O tom não deixava espaço para discussão. Danilo hesitou por um segundo, claramente não satisfeito em ser dispensado tão rápido, mas sabia que não podia desafiar Cedrick. Com um último olhar — é claro, direcionado a Clair — ele finalmente saiu.Assim que a porta se fechou, Clair soltou um suspiro discreto e voltou sua atenção para a agenda, tentando ignorar a tensão que ainda pairava no ar.— Detesto esse cara — Cedrick disse de repente, sua voz mais baixa, mas carregada de desdém.Clair ergueu os olhos, surpresa. Cedrick nunca fazia comentários pessoais sobre ninguém.— Percebi — ela respondeu, tentando esconder um sorrisinho.Cedrick bufou, massageando as têmporas.— Tenho um almoço de negócios com investidores daqui a pouco. Você vai comigo.Clair piscou, atordoada com
Enquanto degustava um pouco do vinho, o senhor Bittencourt voltou seu olhar gentil para Clair e, com um sorriso interessado, perguntou:— E então, senhorita Clair, qual é sua formação? O que a trouxe até a Lorenzze?Cedrick, que até então estava focado na conversa sobre investimentos, desviou o olhar para ela, curioso para ouvir sua resposta.Clair colocou seu copo de suco na mesa e respondeu com naturalidade:— Sou formada em Administração. Trabalhei como garçonete enquanto estudava, e quando me formei, procurei oportunidades na área. Foi assim que consegui a vaga na Lorenzze.Bittencourt assentiu, como se analisasse cada palavra.— Trabalhar e estudar ao mesmo tempo… Isso exige muito esforço e dedicação. — Ele sorriu de canto. — E como está sendo a experiência de trabalhar com Cedrick?Clair sentiu Cedrick endurecer ao seu lado, como se estivesse atento à resposta.Ela manteve a postura profissional, mas um leve brilho de divertimento passou por seus olhos.— Bem… intenso. Mas estou
Assim que chegaram ao edifício Lorenzze, Cedrick caminhou a passos largos até sua sala, com Clair o acompanhando de perto. Assim que entrou, ele tirou o paletó e o pendurou no encosto da cadeira, passando as mãos pelos cabelos em um gesto típico de alguém que nunca realmente relaxava.— Chame o pessoal do marketing e do jurídico para uma reunião breve. Precisamos alinhar os detalhes do contrato com a empresa Bittencourt — ordenou, direto ao ponto.Clair assentiu e imediatamente começou a organizar os convites para a reunião. Assim que terminou, voltou-se para Cedrick.— Feito. Algo mais?Cedrick ajeitou as abotoaduras e pegou alguns documentos sobre a mesa.— Sim. Vamos ficar até mais tarde hoje. Há detalhes desse contrato que precisam ser finalizados ainda hoje.Clair prendeu a respiração por um segundo. Trabalhar até mais tarde? Não que fosse um problema — ela sabia que a posição exigia isso — mas teria que avisar sua tia Denise para que não se preocupasse.— Sem problemas. Só preci
Clair estava concentrada, anotando tudo o que Cedrick ditava, enquanto eles analisavam documentos e organizavam reuniões e viagens estratégicas. O tempo passou sem que ela percebesse, até que seu estômago começou a reclamar silenciosamente.Foi então que Cedrick olhou o relógio e, sem dizer nada para ela, pegou o telefone e ligou para a secretária.— Peça um jantar para minha assistente — ordenou, seco como sempre.Clair arregalou os olhos e abriu a boca para protestar, mas antes que pudesse dizer qualquer coisa, ele desligou e voltou a revisar os contratos como se nada tivesse acontecido.Pouco tempo depois, uma bandeja chegou à sala do CEO com um super jantar de massas, acompanhado de um vinho refinado e pão artesanal. Clair olhou para a refeição luxuosa e depois para Cedrick, desconfiada.— Acho que um lanche simples já resolveria… — murmurou, sentindo-se um pouco sem jeito.Cedrick deu de ombros.— Você trabalhou o dia inteiro e ainda ficou até tarde. Precisa se alimentar direito.
Cedrick abriu a porta do luxuoso BMW X6 preto, e Clair entrou no carro, sentindo o estofado de couro macio sob suas mãos. O cheiro sofisticado de Cedrick preenchia o espaço, e por um momento, ela se sentiu desconfortavelmente consciente da proximidade dele.— Digite seu endereço no GPS — ele disse, sem tirar os olhos da estrada.Clair assentiu e fez o que ele pediu. O silêncio entre eles não era exatamente desconfortável, mas carregava uma tensão estranha. Talvez fosse o fato de que, em menos de 48 horas de trabalho, ela já tinha dividido jantares, reuniões estratégicas e agora estava dentro do carro de Cedrick Lorenzze sendo levada para casa.Quando chegaram ao seu destino, Clair desceu do carro e se virou para ele.— Obrigada pela carona, Cedrick.Ele apenas assentiu e desligou o motor.Para sua surpresa, ele saiu do carro e a acompanhou até a porta, as mãos nos bolsos da calça de alfaiataria. Parecia ligeiramente desconfortável, como se não soubesse exatamente por que estava fazend
Clair chegou à empresa antes do horário, achando que teria um tempo para organizar o dia com calma, sem precisar encarar Cedrick Lorenzze tão cedo.Mas, para sua surpresa, ele já estava lá.Antes mesmo que pudesse se acomodar direito, a porta de sua sala se abriu e ele entrou sem cerimônia, impecável como sempre, a expressão séria e determinada.— Vamos tomar café — ele anunciou, como se fosse uma ordem.Clair piscou, surpresa.— O quê?— Café. Agora. E vamos resolver os detalhes da viagem.Ela franziu a testa, confusa.— Que viagem?Cedrick cruzou os braços, impaciente.— Para a Espanha. Essa semana.Clair arregalou os olhos.— Eu vou para a Espanha com você?!Ele a encarou como se fosse óbvio.— Você é minha assistente pessoal. Preciso de você lá.Clair abriu a boca para argumentar, mas ele já estava virando nos calcanhares e saindo da sala.— Vamos, Clair. O café não vai se servir sozinho.Ela ficou paralisada por um instante, tentando processar tudo. Uma viagem internacional. Com
Cedrick Lorenzze era um homem imponente, que carregava uma aura de poder e mistério por onde passava. Filho de pai coreano e mãe americana, ele possuía uma beleza exótica e arrebatadora.Seus olhos negros, intensos e penetrantes, lembravam os de Jungkook do BTS, carregando um olhar firme e calculista que fazia qualquer um desviar os olhos primeiro.Seu corpo era atlético, resultado de uma rotina disciplinada de treinos, ombros largos, braços fortes e uma postura impecável que deixava claro que ele dominava qualquer ambiente em que estivesse.Mas o que realmente chamava atenção em Cedrick não era apenas sua aparência perfeita, e sim a energia magnética e intimidadora que ele exalava.E Clair estava mergulhando aos poucos nesse mundo intenso que ele representava.Clair entrou em casa carregando várias sacolas, os braços cheios de roupas, sapatos e acessórios. Sua tia Denise arregalou os olhos ao vê-la.— Meu Deus, menina! O que é tudo isso? — exclamou, surpresa, mas com um sorriso nos l
O voo foi tranquilo, e Clair aproveitou para descansar. Apesar da ansiedade pela viagem, o cansaço do dia a fez pegar no sono rápido.Quando o avião pousou em Madri, ela sentiu um frio na barriga. Estava oficialmente do outro lado do oceano, em um país totalmente novo.Cedrick, sempre à frente de tudo, a conduziu para fora do aeroporto, onde um carro particular os aguardava para levá-los ao hotel.Ao chegar, Clair ficou impressionada com o luxo do lugar. Mármore brilhante, lustres imponentes e um atendimento impecável. Mas foi ao receber a chave do quarto que tudo mudou.Apenas uma chave. Um quarto.Ela franziu a testa, confusa.— Acho que houve algum engano…Cedrick respirou fundo, como se já esperasse aquela reação.— Não houve engano, Clair. Vamos ficar no mesmo quarto.Ela arregalou os olhos.— O quê?!Ele ajustou a gravata, paciente.— Quero que você fique no meu alcance o tempo todo. Estamos em outro país, e preciso garantir sua segurança.Clair cruzou os braços, irritada.— Ced