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02 -O Vizinho pervertido.

Pego a chave e, para minha surpresa, a fechadura estava realmente difícil de abrir. Quase fiquei estressada tentando forçá-la, mas depois de algumas sacudidas na porta, finalmente consegui abri-la. Devagar, abri a porta, e mal podia acreditar que aquele lugar seria minha nova casa.

Da entrada, consegui ver a pequena varanda que estava conectada à cozinha. Na sala, havia dois sofás e uma pequena mesa de centro. Uma prateleira de madeira aparentemente antiga ficava ao lado da porta. Entrei e fechei a porta atrás de mim, colocando minhas mochilas no chão antes de correr para a varanda e contemplar a vista.

Não era a vista mais espetacular, mas era incrível poder observar tudo dali. Havia uma praça próxima ao prédio, o que tornava ótimo para observar a movimentação. Porém, ao olhar para baixo, pude ver a varanda do Sr. Lúcio e da Dona Elizabeth.

Eles não estavam em casa, mas me senti meio exposta. Já que eu podia ver a varanda deles, o morador do andar superior também poderia ver a minha. Olhei rapidamente para cima ao perceber isso, mas não consegui ver nada além da parte de baixo do chão da varanda dele.

— Credo! Seria perfeito... se não fosse por isso.

— comentei comigo mesma, uma mania que tinha desde pequena. Na minha varanda, havia uma mesa de madeira com duas cadeiras, que achei um ótimo lugar para tomar café ao amanhecer. Sorri enquanto imaginava a cena. Ainda não acreditava que estava em um lugar diferente, começando do zero e criando ótimas lembranças.

Fui para a cozinha e, embora fosse pequena, era muito aconchegante. Claro que não se parecia em nada com as fotos que a dona do lugar havia enviado, mas não era ruim. Tinha uma geladeira, fogão e um armário acoplado na parede com algumas panelas e talheres.

O gás era encanado, então não precisaria me preocupar com a comida, o que era ótimo, já que o gás era caro na região. Eu adorava cozinhar, uma habilidade que aprendi na casa do meu avô, e sentia saudades dele, pois ele era como um pai para mim.

Depois de dar uma olhada na sala, cozinha e varanda, fui para o quarto, que ficava logo à esquerda da sala. Lá, havia um guarda-roupas e uma cama de casal. Embora geralmente as pessoas morassem com um parceiro, estava empolgada em ter todo aquele espaço só para mim.

Ao lado da cama, havia uma pequena mesa com um abajur, o que achei fofo. A janela do quarto dava para um prédio, então não dava para ver quase nada, mas pelo menos ventilava bem.

Era tudo muito simples, mas pelo preço, acredito que era o melhor que poderia encontrar. Precisava arranjar um emprego logo e organizar as coisas para a faculdade, mal podia esperar para conhecê-la.

Peguei minhas coisas e as levei para o quarto, começando a arrumar o guarda-roupas. Troquei os lençóis da cama por novos que havia comprado e limpei tudo da melhor forma que pude. Precisaria comprar produtos de limpeza amanhã, além de alguns utensílios.

Fiquei animada ao imaginar a casa mobiliada, com quadros e decorações, e comecei a sorrir sozinha.

O banheiro era pequeno, mas bonito. Tinha uma pequena banheira retangular, algo que sempre quis experimentar, embora tivesse que limpá-la bem antes de usá-la, afinal, não sabia quem estava ali antes de mim. Por enquanto, tomaria banho normalmente como de costume.

Após limpar tudo o que consegui com o que tinha, decidi tomar um banho e jantar. Havia comprado algumas croquetas para beliscar enquanto arrumava tudo.

— Amanhã farei uma compra e começarei a cozinhar em casa. — disse a mim mesma com entusiasmo.

Após terminar de beliscar os petiscos, corri para a cama, deitei e fiquei olhando para o teto, relembrando tudo o que aconteceu no dia. Fiquei aliviada por ter corrido tudo bem e esperava que o dia seguinte fosse igualmente positivo. Mal podia esperar para começar a estudar e trabalhar. Acabei adormecendo enquanto relembrava todos os eventos do dia.

Acordo no meio da noite com um estrondo vindo do andar de cima...

— Parece que o vizinho famoso finalmente chegou...

Digo baixinho para mim mesma. Escuto risos e passos pesados, eles parecem desajeitados, derrubando coisas pelo caminho.

— Devem estar completamente bêbados, sério?

Parece que não conseguem evitar de fazer um alvoroço, e é justamente no quarto bem em cima do meu.

De repente, ouço um estrondo que parece alguém pulando em uma cama, seguido de sussurros e risadas, e o som da cama ranger.

— O quê? Isso não pode ser...

Meus olhos se arregalaram, e qualquer resquício de sono que eu tinha desaparece. Parece que estão fazendo isso de propósito, só para me irritar.

Com o passar do tempo, o barulho da cama continua, mas agora ouço gemidos e até mesmo palmadas, muito alto. Fico vermelha de constrangimento e perco completamente o foco. Não acredito que eles estão agindo assim, como se estivessem em um motel. Será que eles não percebem que tem gente morando no andar de baixo? A dona do prédio havia dito que todos seriam informados para evitar esse tipo de situação.

Só pode significar uma coisa... Esse tal inquilino sem vergonha que o Sr. Lúcio mencionou, está realmente querendo me provocar. Não vou deixar barato. Resolvo gritar mais alto que os gemidos.

— TEM GENTE TENTANDO DORMIR AQUI!

Sinto vergonha por ter que gritar, mas não vou deixar que ele faça o que quer, ainda mais obrigando-me a ouvir tudo isso.

Por um momento, o quarto fica em silêncio, mas logo ouço risadas e uma resposta provocadora.

— SE QUISER, PODE VIR PARTICIPAR...

Ele grita e ri, com a voz rouca e embriagada, como eu suspeitava. Os barulhos recomeçam, agora ainda mais altos, como se quisessem me incomodar. Ele continua com as palmadas na mulher e fazendo comentários inapropriados enquanto ela geme e encoraja.

Maldito! Agora entendo por que os inquilinos do andar de baixo estão tão incomodados com esse cara e suas companhias noturnas. Que situação desagradável!

Sei que é inútil discutir com alguém tão bêbado, mas amanhã vou resolver isso de alguma forma. Cubro meus ouvidos com o travesseiro, envergonhada, tentando bloquear os sons sugestivos que ecoam. Não tem como evitar o que estão fazendo, e essa é uma péssima maneira de começar o meu primeiro dia aqui.

Estou dividida entre a raiva e a vergonha, só espero que isso acabe logo. Tento voltar a dormir, mas o sono foi embora. Cada grito deles tira a minha paciência, e minha raiva só aumenta por causa desse vizinho desrespeitoso.

Maldito vizinho safado! Ele vai se arrepender, porque não sabe com quem está lidando. Vai ter consequências.

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