Nicole.
Acordei cedo no outro dia, mal consegui dormir na noite anterior... Tenho certeza de que dormi apenas duas ou três horas, meu corpo está um caco, me sinto ainda mais cansada, tudo por causa daquele sem vergonha.Não acredito que aquele maldito vizinho fez aquilo na noite passada, e ainda por cima daquela altura. Fico com raiva só de lembrar...— É melhor eu me levantar, tenho muitas coisas para resolver hoje... — Pensei alto comigo mesma, dei um pulo da cama e a arrumei, deixando tudo dobrado.Fui até o banheiro, lavei meu rosto e escovei os dentes. Ao olhar no espelho, pude ver que estou com olheiras e o rosto bem cansado.— Maldito! — Eu dei um grito baixinho. — Eu vou matar esse idiota! Fico com raiva só de pensar nele. Deve ser um babaca, certeza.Respiro fundo e tento me acalmar. Tenho que focar em organizar minhas coisas hoje.Após lavar meu rosto, vou até a cozinha para arrumar algo para comer. Tudo que tenho no momento é café! Não comprei nada para comer hoje...Suspiro fundo enquanto penso na ordem das coisas que preciso fazer hoje. Tenho que comprar algo para comer, ir até o banco e levar as documentações para a faculdade. Fico cansada só de imaginar em tudo que terei que fazer...Faço meu café rapidamente e o tomo na varanda, olhando para a linda paisagem da praça que fica perto. De certa forma, relaxo um pouco. Nada melhor que o bom e velho cafezinho.Termino de tomar e coloco a xícara na pia. Irei lavar assim que chegar, já estou atrasada. A noite passada tirou toda minha energia...Corro para o banheiro para tomar uma ducha rápida, coloco uma roupa que já havia deixado separada. Uma roupa simples, como uma calça jeans, uma regata e um tênis.Não sou de usar roupas muito decotadas. Acho lindo, mas não sei se combina comigo... Mas posso descobrir se comprar algumas roupas mais femininas, talvez.Pego minha mochila, coloco as documentações necessárias para a inscrição na faculdade, olho tudo para não esquecer nada. Checo tudo e então tranco a casa...Queria muito tirar satisfação com o tarado que mora no andar de cima. Sorte dele que estou atrasada.Desço correndo as escadas, aparentemente não tem ninguém acordado ainda. Quando saio pela porta, vejo que as lojas estão abrindo. Não vejo a hora de comer algo, estou faminta. Espero encontrar uma padaria no caminho do banco, uma padaria barata, estou com pouco dinheiro em mãos no momento, pois preciso passar no banco ainda.Pego minha carteira e saio contando quanto tenho disponível para gastar com o lanche antes de ir ao banco.— Droga! Tomara que dê pra comprar algo gostoso com isso! — Falo comigo mesma, desapontada com o valor que consegui juntar.Enquanto ando, vejo que do outro lado da rua tem uma lanchonete, talvez lá vendesse algo barato. Atravesso então a rua, chegando à porta da lanchonete. Na entrada, posso ver uma moça fumando.— Essas horas da manhã... Credo. — Penso comigo mesma enquanto olho passando por ela, então entro logo em seguida. Ao entrar, vejo que havia algumas pessoas lá dentro, alguns garotos com notebooks tomando café.Espero não passar vergonha aqui, tenho apenas 3€.— Olá, mocinha, o que vai querer? — Diz o atendente que já era um senhor, parecia ser o sono do local.— Olá... bem, preciso tomar um café da manhã... o mais barato... — Falo baixinho para que as pessoas dentro do estabelecimento não ouçam.— Quanto você tem? — Pergunta de forma grosseira e alta, parece de propósito para que todos ouvissem, posso ouvir algumas risadas.— Bem... — Começo a falar, já meio estressada com a situação. Se continuarem, vou mandar todos irem a merda... Droga, meu segundo dia já foi assim, vou ficar louca mesmo.Um dos garotos sentados se levanta e vem até mim, ficando ao meu lado de frente para o atendente.— Eu pago o café dela! — Diz o garoto colocando 4€ em cima do balcão.Eu olho meio surpresa para ele. Não preciso que paguem nada para mim. Não quero ser rude, mas eu mal o conheço.Dou uma olhada em volta e as pessoas olham. Não quero que pensem nada errado.— Obrigada, mas pode deixar que eu mesma pago. — Falo colocando os 3€ também no balcão.— Vou querer um café com leite e um pão com tomates.— Ah sim, são 2,75€. Já vou pegar o seu troco e trazer o seu café. — Fala o atendente rabugento. Eu então me viro para o garoto que está com os olhos arregalados do meu lado. Ele tem cabelos curtos e negros em um topete, está me olhando sorrindo, de orelha a orelha. Eu digo olhando para ele.— Desculpe, mas está tudo bem, posso pagar por isso.Ele então pega o seu dinheiro de volta e assente com a cabeça.— Não queria parecer intrometido, mas acabei sendo... desculpe. Só queria ajudar de qualquer forma. Meu nome é Fernando, prazer. — Diz ele meio cabisbaixo. E sorrindo torto para mim após se apresentar.— Sem problemas. E obrigada. — Digo a ele enquanto ele volta para sua mesa. Não quis dizer meu nome, ele é um desconhecido de qualquer forma. Melhor não dizer meu nome a qualquer um que eu ver.Após algum tempo esperando no balcão, o velho volta com meu pedido e meu troco.— Obrigada! — Digo de forma séria, mostrando para ele que não foi nada legal da parte dele falar alto daquele jeito, irei me lembrar desse velhote!Peguei o pedido e saí da lanchonete apressadamente, consciente de que estou atrasada. Terei que saborear minha refeição enquanto sigo o meu caminho.Cada mordida revela a delícia do café e daquele pão com tomates; minha fome está sendo saciada. Terminar a refeição com os lábios lambuzados foi inevitável.Naveguei por algumas ruas até chegar finalmente ao banco. Adentrei e me dirigi ao caixa eletrônico, pois preciso sacar algum dinheiro para a casa nova. Concluí a operação e saí pela porta principal, onde percebi a quantidade surpreendente de becos nas proximidades. Esses recantos escondidos pareciam existir por toda a cidade, não apenas perto de casa.A próxima parada era a faculdade, onde faria minha inscrição. O nervosismo me invade, mas o sonho de cursar gastronomia a um preço acessível sempre foi minha motivação. Além disso, a paixão pela culinária e o desejo de abrir meu próprio negócio eram combustíveis inabaláveis. O cenário urbano passa por mim enquanto eu pondero.Finalmente, alcancei a universidade, onde todos pareciam estar ocupados nas salas de aula. Rumo à secretaria, eu trago comigo as documentações necessárias. Por um momento, a lembrança da noite anterior inundou meus pensamentos, e não sabia se sentia vergonha ou raiva.Minhas olheiras eram testemunhas silenciosas daquela noite de insônia causada por um vizinho inconveniente. Ele logo pagaria por isso, prometi a mim mesma enquanto seguia em direção à secretária.— Espero que eu consiga voltar cedo. Aquele cretino vai ter que se desculpar por ter arruinado meu sono! — murmurei em voz alta.Uma voz à minha direita me surpreendeu. Era uma das atendentes, vestindo o traje padrão de secretária. Ela aparentava ter mais de trinta anos, uma incógnita que eu adorava tentar desvendar.— Olá... vim fazer a inscrição para o curso de gastronomia, — respondi, meio nervosa, na esperança de que ela não tivesse ouvido minha reclamação sobre meu vizinho.— Ah, sim! Pode me acompanhar... — disse ela, com um sorriso acolhedor, conduzindo-me até uma sala.— Por favor, sente-se. Você trouxe toda a documentação necessária? — ela indagou ao sentar-se em frente a mim, em uma sala bem decorada.— Sim! - Respondi com entusiasmo enquanto retirava os documentos de minha bolsa.Ela examinou os papéis por um momento antes de dizer:— Parece que está tudo em ordem... Senhorita Nicole, não é?— Isso mesmo! — A sensação de alívio tomou conta de mim, já que estava preocupada com a papelada.— Ótimo! Você pode começar amanhã, mas se quiser conhecer a universidade hoje, fique à vontade. A fatura será enviada para seu endereço cadastrado.Um sorriso iluminou meu rosto. Eu finalmente estava matriculada.— Muito obrigada! - Agradeci, apertando a mão da secretária.— Me chamo Lúcia. Sempre que precisar de ajuda, pode me procurar.Ela respondeu com um sorriso amigável. Ela era incrivelmente simpática, e eu estava ansiosa para interagir com todos na universidade. Mal podia esperar para começar.Após me despedir de Lúcia, dirigi-me ao pátio central. Queria explorar a universidade, conhecer cada detalhe antes de iniciar as aulas. Sentei-me em um banco próximo à grama e às árvores, um local tranquilo e quase escondido em meio à grandiosidade da instituição.Enquanto relaxo no banco, um jovem passa por perto, fazendo-me endireitar subitamente a postura. Ele usa uma blusa de frio com capuz, tem a pele clara e cabelos pretos. Suas sobrancelhas são densas, e ele exibe uma aparência de bad boy, complementada por óculos escuros e uma musculatura evidente sob a blusa.Envergonhada por meus pensamentos, tentei ignorá-lo, culpando-o pela noite anterior. O garoto passou por mim e lançou um olhar, que eu fingi não perceber.— Tenho que parar de pensar nisso. Meu foco é a faculdade. — lembrei a mim mesma, suspirando e tentando acalmar meus pensamentos.— Certo! Nada de distrações, Nicole. — disse a mim mesma, levantando-me do banco e alisando minhas roupas.Caminhei em direção à cantina, já que a hora do almoço se aproximava. Ao chegar, deparei-me com uma multidão de pessoas, o que me fez hesitar.Decidi optar por algo simples e evitar a aglomeração. Preciso pensar em como lidar com isso no dia seguinte, considerando os horários variados das aulas. Felizmente, recebi o horário na secretaria, o que me ajudaria a me organizar.Dirigi-me a uma máquina de lanches, inseri uma nota e fiz minha escolha, surpreendendo-me com a facilidade do processo. Com minha refeição em mãos, retornei ao banco discreto onde estava anteriormente, sem prestar muita atenção ao meu entorno.Foi então que, ao observar outros bancos, vi o garoto novamente. Ele está sentado e fuma. Uma onda de pensamentos indesejados voltou, enquanto eu lamento a beleza e atração física que ele emana. Um garoto como ele fumando, que desperdício de mal caminho.— Nicole, concentre-se! Não é hora para paqueras. Minha prioridade é a faculdade. - reafirmei para mim mesma, tentando afastar as distrações enquanto suspiro e me esforço para manter o foco.Estou fazendo de novo! Céus….— Tenho que focar!Falo pra mim mesma balançando a cabeça tentando mudar de pensamentos.Abro as batatinhas e o refri, o som da lata de refrigerante faz o garoto notar minha presença.Eu tento não fazer contato visual com ele, mas ele olha diretamente pra mim.Começo a ficar vermelha de vergonha, ainda mais depois de ter pensado nessas coisas.Por um momento quase me engasgo.Dou umas tossidinhas e me levanto.— É melhor eu sair daqui, está muito quente!Penso alto enquanto me abano com a mão.Acho que irei ao banheiro, e depois quando tocar o sinal irei embora, tenho coisas para resolver em casa…Aparentemente a aula de hoje acaba no horário do almoço, então irei embora junto dos outros estudantes.Vou ao banheiro, limpo meu rosto com água, estou vermelha… melhor me acalmar um pouco antes de sair..Após alguns minutos, sai e posso ouvir o sinal tocar, todos estão saindo de suas salas.É melhor eu sair antes, não quero ser atropelada por eles…Fico na ent
Respiro profundamente, buscando acalmar-me. Dou tapinhas no meu rosto, aguardando minha consciência retornar. Todos observam minhas reações, e é melhor eu me levantar.— Tudo bem, Nicole… apenas relaxe... — Digo a mim mesma enquanto me ergo lentamente, minhas pernas ainda trêmulas.É preferível voltar para casa agora, onde posso refletir sobre o que fazer. Olho nervosamente em todas as direções, preocupada com a possibilidade de alguém ter me seguido. Tenho que ser cautelosa, evitando qualquer encrenca. Seguro minha bolsa junto ao peito, fecho os olhos, conto até três e começo a caminhar. Preciso chegar em casa rapidamente e opto por percorrer trajetos mais movimentados, acreditando que isso reduzirá as chances de perigo.Verifico o relógio e percebo que já são cerca de 14:30. Ainda é cedo, mas após o incidente, acho melhor seguir diretamente para casa, deixando as compras para um momento mais tranquilo.Após alguns minutos, chego ao prédio do kit-net e vejo o senhor Lúcio tentando co
NicoleIsso está passando dos limites! Juro que assim que resolver a questão da escola amanhã, vou lá em cima pedir satisfação. Ele não pode fazer esse tipo de coisa!Respiro fundo e sinto meu rosto secar. Começo a me sentir melhor, mas a ira do vizinho toma conta de mim. Após algum tempo, quase explodindo de estresse, percebo que estou apenas de blusa longa e calcinha. Eu congelo e sinto uma vergonha intensa. — E... ele me viu assim? - Fico paralisada, pensando no que ele poderia ter visto. Eu com as pernas expostas — Se ele tivesse visto algo, teria falado, certo? Ou talvez não.Talvez só tenha sido imaginação minha e o cheiro de cigarro também! De qualquer forma, é bom eu tomar mais cuidado. Não quero um tarado doido igual ele enchendo meu saco. Arrepio de medo só de imaginar. Volto para dentro de casa novamente e coloco um short. O dia foi bem quente, a noite parece que não vai ser tão diferente.Por um momento, havia esquecido que estava chorando. De qualquer forma, tenho que
NICOLEComeço a comer, e está simplesmente delicioso. Não sei se é a fome ou se eles estão bem feitos. Preciso voltar lá depois e comprar mais...Enquanto como, vejo que algumas garotas se aproximam, parecem estudar aqui há bastante tempo. Elas se sentam em um banco um pouco distante e acendem cigarros.— Todo mundo fuma? — pergunto a mim mesma enquanto como. Não acredito que todo mundo aqui fuma!Eram três garotas. Vejo que elas olham para mim e começam a cochichar e rir. Não sei o que estão falando, mas com certeza devem estar me zoando. Tento não olhar para elas. Já tenho problemas demais para resolver.Uma delas então vem até mim enquanto as outras ainda cochicham sentadas no banco. Ela chega com o cigarro entre os dedos, parece meio nervosa. Ela para na minha frente e fica me encarando.— Oi? — pergunto confusa, sem entender o que ela quer comigo.— É melhor você entender seu lugar. Sei que você é nova, mas quero você longe de mim e das minhas amigas, entendeu?Quê? Ela é louca?
Nicole Mesmo após o sinal tocar, havia pessoas entrando na sala, e elas não pareciam se importar muito com o horário. Por coincidência ou não, o garoto com quem me encontrei na lanchonete perto da universidade estava ali. Ele passou pela porta e rapidamente me viu, mesmo estando longe. Foi estranho, mas tentei ignorar.Ele veio na minha direção com um sorriso no rosto.— Posso me sentar aqui? — Ele pergunta, olhando para as cadeiras vagas.— Sim — respondi, tentando não fazer muito contato visual com ele. Tudo o que eu queria era estudar e sair logo dali. Estava impaciente com todos esses acontecimentos.— Que coincidência, quem diria que seríamos colegas de classe! — Ele fala enquanto se sentava ao meu lado, apesar de haver outros lugares vagos. Que droga! — Pois é... — Respondi sem muito entusiasmo, esperando que ele entendesse que não estava com vontade de conversar.O professor então entrou na sala, um homem já de idade com cabelos brancos e quase calvo. Ele usava roupa social e
Nicole Entro diretamente no banheiro, onde lavo o meu rosto diante do espelho. Tento acalmar-me e organizar as ideias. Certo! O que devo fazer agora? Devo voltar para a sala de aula ou esperar até o próximo horário?Olho para o espelho por um momento e ouço passos do lado de fora do banheiro. Só eu estava no corredor, será que é alguma aluna? De qualquer forma, é melhor entrar em um dos compartimentos dos sanitários e esperar até que ela saia. Entro e fecho a porta, lamentavelmente não há tranca onde estou. Droga! Seguro a porta com as mãos, esperando que a pessoa que estava entrando, saia rapidamente.Ouço os passos caminhando lentamente no banheiro. Tento fazer o mínimo de barulho possível, quanto menos contato eu tiver com as pessoas, melhor! Os passos então param, e ouço a voz de alguém. — Está fugindo de mim? - Espera… essa voz? É a voz do Edgar?Ele está no banheiro feminino atrás de mim? Qual é o problema dele? Ouço então o som dele abrindo a primeira porta dos compartimento
Nicole Após o acontecimento no banheiro, volto para a sala, e espero a hora do intervalo. Minha cabeça fica a mil, lembrando e imaginando tudo aquilo, e quase que no automático, eu não consigo controlar. Permaneço calada o tempo inteiro na sala depois de voltar, não consigo nem mesmo olhar para as pessoas em minha volta. Que droga! Edgar, não voltou comigo para a sala, não sei o que aconteceu, mas ele teve que sair às pressas. Fico até o final do horário, e assim que o sinal toca eu pego minhas coisas e saio correndo da sala, o garoto que ficou puxando assunto no início da aula, tenta me seguir, mas eu não dou bola, tentando o ignorar. Esse garoto é insuportável. — Ei! Estou falando com você! - Ouço ele dizer, sem nem mesmo ter ouvido ele antes, estou realmente ignorando totalmente esse cara. — Oi? - Respondo andando mais rápido tentando o despistar, mas ele aperta o passo e tenta andar na mesma velocidade que eu. — Aquele garoto. Você conhece ele? Quando ele fala de Edgar,
Nicole— Quero uma Tortilha, por favor.Disse rapidamente, tentando não parecer intrometida. O atendente voltou a ignorar Edgar e dirigiu sua atenção a mim.— Uma Tortilha com batatas saindo para a garota.O atendente saiu sem registrar o pedido de Edgar, deixando-o em silêncio e claramente irritado. Decidi chamar sua atenção.— E então, sobre o beco...Edgar voltou seu olhar para mim, parecendo atordoado pela conversa confusa com o atendente.— O beco... o que você quer saber?Ele perguntou, recuperando seu sorriso malicioso rapidamente, como se pudesse mudar de expressão instantaneamente. Esse cara é mesmo maluco. — Sobre os ladrões?Respondi com outra pergunta para manter o foco. Ele começou a gargalhar, sem se importar com as pessoas ao redor.— Aqueles "ladrões" eram colegas meus... - ele faz aspas no ar quando diz ladrões e me olha, atentamente, querendo ver minha reação. O que? Colegas? Aquelas pessoas com armas? Será que ele tem ideia do que está falando? A polícia está inve