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04 - Matrícula na universidade.

Nicole.

Acordei cedo no outro dia, mal consegui dormir na noite anterior... Tenho certeza de que dormi apenas duas ou três horas, meu corpo está um caco, me sinto ainda mais cansada, tudo por causa daquele sem vergonha.

Não acredito que aquele maldito vizinho fez aquilo na noite passada, e ainda por cima daquela altura. Fico com raiva só de lembrar...

— É melhor eu me levantar, tenho muitas coisas para resolver hoje... — Pensei alto comigo mesma, dei um pulo da cama e a arrumei, deixando tudo dobrado.

Fui até o banheiro, lavei meu rosto e escovei os dentes. Ao olhar no espelho, pude ver que estou com olheiras e o rosto bem cansado.

— Maldito! — Eu dei um grito baixinho. — Eu vou matar esse idiota! Fico com raiva só de pensar nele. Deve ser um babaca, certeza.

Respiro fundo e tento me acalmar. Tenho que focar em organizar minhas coisas hoje.

Após lavar meu rosto, vou até a cozinha para arrumar algo para comer. Tudo que tenho no momento é café! Não comprei nada para comer hoje...

Suspiro fundo enquanto penso na ordem das coisas que preciso fazer hoje. Tenho que comprar algo para comer, ir até o banco e levar as documentações para a faculdade. Fico cansada só de imaginar em tudo que terei que fazer...

Faço meu café rapidamente e o tomo na varanda, olhando para a linda paisagem da praça que fica perto. De certa forma, relaxo um pouco. Nada melhor que o bom e velho cafezinho.

Termino de tomar e coloco a xícara na pia. Irei lavar assim que chegar, já estou atrasada. A noite passada tirou toda minha energia...

Corro para o banheiro para tomar uma ducha rápida, coloco uma roupa que já havia deixado separada. Uma roupa simples, como uma calça jeans, uma regata e um tênis.

Não sou de usar roupas muito decotadas. Acho lindo, mas não sei se combina comigo... Mas posso descobrir se comprar algumas roupas mais femininas, talvez.

Pego minha mochila, coloco as documentações necessárias para a inscrição na faculdade, olho tudo para não esquecer nada. Checo tudo e então tranco a casa...

Queria muito tirar satisfação com o tarado que mora no andar de cima. Sorte dele que estou atrasada.

Desço correndo as escadas, aparentemente não tem ninguém acordado ainda. Quando saio pela porta, vejo que as lojas estão abrindo. Não vejo a hora de comer algo, estou faminta. Espero encontrar uma padaria no caminho do banco, uma padaria barata, estou com pouco dinheiro em mãos no momento, pois preciso passar no banco ainda.

Pego minha carteira e saio contando quanto tenho disponível para gastar com o lanche antes de ir ao banco.

— Droga! Tomara que dê pra comprar algo gostoso com isso! — Falo comigo mesma, desapontada com o valor que consegui juntar.

Enquanto ando, vejo que do outro lado da rua tem uma lanchonete, talvez lá vendesse algo barato. Atravesso então a rua, chegando à porta da lanchonete. Na entrada, posso ver uma moça fumando.

— Essas horas da manhã... Credo. — Penso comigo mesma enquanto olho passando por ela, então entro logo em seguida. Ao entrar, vejo que havia algumas pessoas lá dentro, alguns garotos com notebooks tomando café.

Espero não passar vergonha aqui, tenho apenas 3€.

— Olá, mocinha, o que vai querer? — Diz o atendente que já era um senhor, parecia ser o sono do local.

— Olá... bem, preciso tomar um café da manhã... o mais barato... — Falo baixinho para que as pessoas dentro do estabelecimento não ouçam.

— Quanto você tem? — Pergunta de forma grosseira e alta, parece de propósito para que todos ouvissem, posso ouvir algumas risadas.

— Bem... — Começo a falar, já meio estressada com a situação. Se continuarem, vou mandar todos irem a merda... Droga, meu segundo dia já foi assim, vou ficar louca mesmo.

Um dos garotos sentados se levanta e vem até mim, ficando ao meu lado de frente para o atendente.

— Eu pago o café dela! — Diz o garoto colocando 4€ em cima do balcão.

Eu olho meio surpresa para ele. Não preciso que paguem nada para mim. Não quero ser rude, mas eu mal o conheço.

Dou uma olhada em volta e as pessoas olham. Não quero que pensem nada errado.

— Obrigada, mas pode deixar que eu mesma pago. — Falo colocando os 3€ também no balcão.

— Vou querer um café com leite e um pão com tomates.

— Ah sim, são 2,75€. Já vou pegar o seu troco e trazer o seu café. — Fala o atendente rabugento. Eu então me viro para o garoto que está com os olhos arregalados do meu lado. Ele tem cabelos curtos e negros em um topete, está me olhando sorrindo, de orelha a orelha. Eu digo olhando para ele.

— Desculpe, mas está tudo bem, posso pagar por isso.

Ele então pega o seu dinheiro de volta e assente com a cabeça.

— Não queria parecer intrometido, mas acabei sendo... desculpe. Só queria ajudar de qualquer forma. Meu nome é Fernando, prazer. — Diz ele meio cabisbaixo. E sorrindo torto para mim após se apresentar.

— Sem problemas. E obrigada. — Digo a ele enquanto ele volta para sua mesa. Não quis dizer meu nome, ele é um desconhecido de qualquer forma. Melhor não dizer meu nome a qualquer um que eu ver.

Após algum tempo esperando no balcão, o velho volta com meu pedido e meu troco.

— Obrigada! — Digo de forma séria, mostrando para ele que não foi nada legal da parte dele falar alto daquele jeito, irei me lembrar desse velhote!

Peguei o pedido e saí da lanchonete apressadamente, consciente de que estou atrasada. Terei que saborear minha refeição enquanto sigo o meu caminho.

Cada mordida revela a delícia do café e daquele pão com tomates; minha fome está sendo saciada. Terminar a refeição com os lábios lambuzados foi inevitável.

Naveguei por algumas ruas até chegar finalmente ao banco. Adentrei e me dirigi ao caixa eletrônico, pois preciso sacar algum dinheiro para a casa nova. Concluí a operação e saí pela porta principal, onde percebi a quantidade surpreendente de becos nas proximidades. Esses recantos escondidos pareciam existir por toda a cidade, não apenas perto de casa.

A próxima parada era a faculdade, onde faria minha inscrição. O nervosismo me invade, mas o sonho de cursar gastronomia a um preço acessível sempre foi minha motivação. Além disso, a paixão pela culinária e o desejo de abrir meu próprio negócio eram combustíveis inabaláveis. O cenário urbano passa por mim enquanto eu pondero.

Finalmente, alcancei a universidade, onde todos pareciam estar ocupados nas salas de aula. Rumo à secretaria, eu trago comigo as documentações necessárias. Por um momento, a lembrança da noite anterior inundou meus pensamentos, e não sabia se sentia vergonha ou raiva.

Minhas olheiras eram testemunhas silenciosas daquela noite de insônia causada por um vizinho inconveniente. Ele logo pagaria por isso, prometi a mim mesma enquanto seguia em direção à secretária.

— Espero que eu consiga voltar cedo. Aquele cretino vai ter que se desculpar por ter arruinado meu sono! — murmurei em voz alta.

Uma voz à minha direita me surpreendeu. Era uma das atendentes, vestindo o traje padrão de secretária. Ela aparentava ter mais de trinta anos, uma incógnita que eu adorava tentar desvendar.

— Olá... vim fazer a inscrição para o curso de gastronomia, — respondi, meio nervosa, na esperança de que ela não tivesse ouvido minha reclamação sobre meu vizinho.

— Ah, sim! Pode me acompanhar... — disse ela, com um sorriso acolhedor, conduzindo-me até uma sala.

— Por favor, sente-se. Você trouxe toda a documentação necessária? — ela indagou ao sentar-se em frente a mim, em uma sala bem decorada.

— Sim! - Respondi com entusiasmo enquanto retirava os documentos de minha bolsa.

Ela examinou os papéis por um momento antes de dizer:

— Parece que está tudo em ordem... Senhorita Nicole, não é?

— Isso mesmo! — A sensação de alívio tomou conta de mim, já que estava preocupada com a papelada.

— Ótimo! Você pode começar amanhã, mas se quiser conhecer a universidade hoje, fique à vontade. A fatura será enviada para seu endereço cadastrado.

Um sorriso iluminou meu rosto. Eu finalmente estava matriculada.

— Muito obrigada! - Agradeci, apertando a mão da secretária.

— Me chamo Lúcia. Sempre que precisar de ajuda, pode me procurar.

Ela respondeu com um sorriso amigável. Ela era incrivelmente simpática, e eu estava ansiosa para interagir com todos na universidade. Mal podia esperar para começar.

Após me despedir de Lúcia, dirigi-me ao pátio central. Queria explorar a universidade, conhecer cada detalhe antes de iniciar as aulas. Sentei-me em um banco próximo à grama e às árvores, um local tranquilo e quase escondido em meio à grandiosidade da instituição.

Enquanto relaxo no banco, um jovem passa por perto, fazendo-me endireitar subitamente a postura. Ele usa uma blusa de frio com capuz, tem a pele clara e cabelos pretos. Suas sobrancelhas são densas, e ele exibe uma aparência de bad boy, complementada por óculos escuros e uma musculatura evidente sob a blusa.

Envergonhada por meus pensamentos, tentei ignorá-lo, culpando-o pela noite anterior. O garoto passou por mim e lançou um olhar, que eu fingi não perceber.

— Tenho que parar de pensar nisso. Meu foco é a faculdade. — lembrei a mim mesma, suspirando e tentando acalmar meus pensamentos.

— Certo! Nada de distrações, Nicole. — disse a mim mesma, levantando-me do banco e alisando minhas roupas.

Caminhei em direção à cantina, já que a hora do almoço se aproximava. Ao chegar, deparei-me com uma multidão de pessoas, o que me fez hesitar.

Decidi optar por algo simples e evitar a aglomeração. Preciso pensar em como lidar com isso no dia seguinte, considerando os horários variados das aulas. Felizmente, recebi o horário na secretaria, o que me ajudaria a me organizar.

Dirigi-me a uma máquina de lanches, inseri uma nota e fiz minha escolha, surpreendendo-me com a facilidade do processo. Com minha refeição em mãos, retornei ao banco discreto onde estava anteriormente, sem prestar muita atenção ao meu entorno.

Foi então que, ao observar outros bancos, vi o garoto novamente. Ele está sentado e fuma. Uma onda de pensamentos indesejados voltou, enquanto eu lamento a beleza e atração física que ele emana. Um garoto como ele fumando, que desperdício de mal caminho.

— Nicole, concentre-se! Não é hora para paqueras. Minha prioridade é a faculdade. - reafirmei para mim mesma, tentando afastar as distrações enquanto suspiro e me esforço para manter o foco.

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