Estou fazendo de novo! Céus….
— Tenho que focar!Falo pra mim mesma balançando a cabeça tentando mudar de pensamentos.Abro as batatinhas e o refri, o som da lata de refrigerante faz o garoto notar minha presença.Eu tento não fazer contato visual com ele, mas ele olha diretamente pra mim.Começo a ficar vermelha de vergonha, ainda mais depois de ter pensado nessas coisas.Por um momento quase me engasgo.Dou umas tossidinhas e me levanto.— É melhor eu sair daqui, está muito quente!Penso alto enquanto me abano com a mão.Acho que irei ao banheiro, e depois quando tocar o sinal irei embora, tenho coisas para resolver em casa…Aparentemente a aula de hoje acaba no horário do almoço, então irei embora junto dos outros estudantes.Vou ao banheiro, limpo meu rosto com água, estou vermelha… melhor me acalmar um pouco antes de sair..Após alguns minutos, sai e posso ouvir o sinal tocar, todos estão saindo de suas salas.É melhor eu sair antes, não quero ser atropelada por eles…Fico na entrada escorada na parede, vendo a movimentação e o pessoal saindo.A partir de amanhã essa será minha rotina.Fico lá por um tempo, olhando e imaginando minha futura rotina, e então aquele garoto vem a minha mente… e no mesmo instante ele passa por mim, tão perto que posso sentir seu cheiro.Eu então olho para ele e ele olha para mim, em simultâneo.Ele tem um cheiro muito bom…Eu volto a mim e vejo que estou ficando vermelha novamente.É melhor eu ir logo, não quero passar vergonha aqui… estou até parecendo uma tarada, meu Deus.Eu então começo a andar, em direção a minha casa.Vou suspirando tentando controlar minha respiração.A cada dia nesse lugar as coisas ficam mais estranhas.. Ontem foi aquilo no prédio, e agora na faculdade…Espero que amanhã não veja esse garoto de novo! Estou ficando doida com isso.Quando penso em atravessar a rua e olho para frente vejo que o garoto está andando no mesmo caminho que o meu…Eu tento ver melhor, mas realmente é ele..E agora? Ele não vai achar estranho eu andando assim, logo atrás dele? Será que devo parar? Esperar um pouco ?Enquanto penso continuar a pensar.Ele então vira e me vê, com certeza ele deve saber que era eu na faculdade…Tento desviar o olhar e fingir que não estou o vendo..Após alguns passos ele virá em um beco.Graças a Deus!Penso..Estava ficando nervosa já!Continuo a andar, sem dar importância para o que aconteceu, melhor esquecer e tentar ignorar esse garoto..Quando de repente quando passo ao lado do beco, algo me puxa me prendendo na parede..— Ai! O que é isso?Falo enquanto o garoto me pressiona, me prendendo na parede segurando meus pulsos..— Quem mandou você ficar me seguindo?Diz ele com seu rosto perto do meu, quase sussurrando em meu ouvido. Ele diz ríspido me olhando.Não sei o que senti na hora, uma mistura de raiva, medo, vergonha, por ele estar tão perto assim de mim.— Eu não estou te seguindo! Eu sou aluna da faculdade!Falo pra ele tentando mostrar que ele estava enganado. Como se eu fosse seguir alguém assim, até parece, ele responde ainda sério.— Eu nunca te vi lá..Ele fala mais perto do meu ouvido, apertando cada vez mais meus pulsos.— Me inscrevi hoje! Começo a estudar amanhã… Está doendo, me solta!Falo com a voz firme olhando diretamente para seus olhos o enfrentando, eu não vou deixar ele fazer o que quiser!- É mesmo é?Ele sorri, se aproximando de mim com um olhar misterioso, quase encostando seu corpo no meu. Aquela sensação intrigante toma conta de mim. Nossos olhos estão tão próximos, consigo ver a cor deles. Esse homem é tão lindo e sexy.No beco, o som das motos ecoa ao longe. O garoto se volta para eles, e eu tento espiar. Dois homens, cada um em sua moto, se aproximam. Eles sacam revólveres de suas calças...Um deles com uma roupa que parece saída da praia, nada combinando. O outro, com olhos famintos, passa a língua pelos lábios, tentando provocar o garoto. Ele grita chamando o homem que está comigo, eu não sei o que vai acontecer agora.O pânico toma conta de mim quando vejo as armas. Tento sair, empurrando o garoto, que agora sei que se chama Edgar.— Por favor, me solta! - Grito, desesperada. Ele afrouxa a pegada e sussurra em meu ouvido, me fazendo questionar o que está acontecendo.— Por enquanto, é melhor seguir meu plano. Para sua segurança, entre no jogo.O quê? Fico confusa, mas antes que eu possa reagir, ele me beija. Congelo, meu rosto fica vermelho e meu corpo se incendeia. Aceito o beijo, mesmo sabendo que não deveria. As mãos dele abraçam minha cintura e toco o peitoral dele, e sinto como ele está quente e como seu coração b**e freneticamente.Sua língua na minha boca, seu corpo colado ao meu... é tão envolvente, e meu corpo parece não resistir. Eu retribuo ao beijo quente e selvagem dele, mesmo sabendo que não deveria.Ele me solta e sussurra: — Agora, corra!Olho em seus olhos, vejo que ele está sério agora, mais sombrio do que antes, esse homem é estranho, mas o que vejo em seu olhar é um homem sério e perigoso, e isso me apavora, desvio o olhar dele e obedeço sua ordem sem pensar duas vezes.Corro o mais rápido que posso, sem olhar para trás. Chego à praça do outro lado da entrada do prédio, ofegante, com todos os olhares em mim.Minha mente está em turbilhão. Quem eram aqueles homens? O que queriam? Nunca passei por nada parecido.Tento controlar a respiração e pensar. Amanhã, tenho que voltar à universidade, mas como eles me reconheceram? E se eles me perseguirem?Preciso falar com aquele garoto, Edgar. Temos que descobrir o que aconteceu. Meu segundo dia aqui está sendo mais agitado do que imaginei.Respiro profundamente, buscando acalmar-me. Dou tapinhas no meu rosto, aguardando minha consciência retornar. Todos observam minhas reações, e é melhor eu me levantar.— Tudo bem, Nicole… apenas relaxe... — Digo a mim mesma enquanto me ergo lentamente, minhas pernas ainda trêmulas.É preferível voltar para casa agora, onde posso refletir sobre o que fazer. Olho nervosamente em todas as direções, preocupada com a possibilidade de alguém ter me seguido. Tenho que ser cautelosa, evitando qualquer encrenca. Seguro minha bolsa junto ao peito, fecho os olhos, conto até três e começo a caminhar. Preciso chegar em casa rapidamente e opto por percorrer trajetos mais movimentados, acreditando que isso reduzirá as chances de perigo.Verifico o relógio e percebo que já são cerca de 14:30. Ainda é cedo, mas após o incidente, acho melhor seguir diretamente para casa, deixando as compras para um momento mais tranquilo.Após alguns minutos, chego ao prédio do kit-net e vejo o senhor Lúcio tentando co
NicoleIsso está passando dos limites! Juro que assim que resolver a questão da escola amanhã, vou lá em cima pedir satisfação. Ele não pode fazer esse tipo de coisa!Respiro fundo e sinto meu rosto secar. Começo a me sentir melhor, mas a ira do vizinho toma conta de mim. Após algum tempo, quase explodindo de estresse, percebo que estou apenas de blusa longa e calcinha. Eu congelo e sinto uma vergonha intensa. — E... ele me viu assim? - Fico paralisada, pensando no que ele poderia ter visto. Eu com as pernas expostas — Se ele tivesse visto algo, teria falado, certo? Ou talvez não.Talvez só tenha sido imaginação minha e o cheiro de cigarro também! De qualquer forma, é bom eu tomar mais cuidado. Não quero um tarado doido igual ele enchendo meu saco. Arrepio de medo só de imaginar. Volto para dentro de casa novamente e coloco um short. O dia foi bem quente, a noite parece que não vai ser tão diferente.Por um momento, havia esquecido que estava chorando. De qualquer forma, tenho que
NICOLEComeço a comer, e está simplesmente delicioso. Não sei se é a fome ou se eles estão bem feitos. Preciso voltar lá depois e comprar mais...Enquanto como, vejo que algumas garotas se aproximam, parecem estudar aqui há bastante tempo. Elas se sentam em um banco um pouco distante e acendem cigarros.— Todo mundo fuma? — pergunto a mim mesma enquanto como. Não acredito que todo mundo aqui fuma!Eram três garotas. Vejo que elas olham para mim e começam a cochichar e rir. Não sei o que estão falando, mas com certeza devem estar me zoando. Tento não olhar para elas. Já tenho problemas demais para resolver.Uma delas então vem até mim enquanto as outras ainda cochicham sentadas no banco. Ela chega com o cigarro entre os dedos, parece meio nervosa. Ela para na minha frente e fica me encarando.— Oi? — pergunto confusa, sem entender o que ela quer comigo.— É melhor você entender seu lugar. Sei que você é nova, mas quero você longe de mim e das minhas amigas, entendeu?Quê? Ela é louca?
Nicole Mesmo após o sinal tocar, havia pessoas entrando na sala, e elas não pareciam se importar muito com o horário. Por coincidência ou não, o garoto com quem me encontrei na lanchonete perto da universidade estava ali. Ele passou pela porta e rapidamente me viu, mesmo estando longe. Foi estranho, mas tentei ignorar.Ele veio na minha direção com um sorriso no rosto.— Posso me sentar aqui? — Ele pergunta, olhando para as cadeiras vagas.— Sim — respondi, tentando não fazer muito contato visual com ele. Tudo o que eu queria era estudar e sair logo dali. Estava impaciente com todos esses acontecimentos.— Que coincidência, quem diria que seríamos colegas de classe! — Ele fala enquanto se sentava ao meu lado, apesar de haver outros lugares vagos. Que droga! — Pois é... — Respondi sem muito entusiasmo, esperando que ele entendesse que não estava com vontade de conversar.O professor então entrou na sala, um homem já de idade com cabelos brancos e quase calvo. Ele usava roupa social e
Nicole Entro diretamente no banheiro, onde lavo o meu rosto diante do espelho. Tento acalmar-me e organizar as ideias. Certo! O que devo fazer agora? Devo voltar para a sala de aula ou esperar até o próximo horário?Olho para o espelho por um momento e ouço passos do lado de fora do banheiro. Só eu estava no corredor, será que é alguma aluna? De qualquer forma, é melhor entrar em um dos compartimentos dos sanitários e esperar até que ela saia. Entro e fecho a porta, lamentavelmente não há tranca onde estou. Droga! Seguro a porta com as mãos, esperando que a pessoa que estava entrando, saia rapidamente.Ouço os passos caminhando lentamente no banheiro. Tento fazer o mínimo de barulho possível, quanto menos contato eu tiver com as pessoas, melhor! Os passos então param, e ouço a voz de alguém. — Está fugindo de mim? - Espera… essa voz? É a voz do Edgar?Ele está no banheiro feminino atrás de mim? Qual é o problema dele? Ouço então o som dele abrindo a primeira porta dos compartimento
Nicole Após o acontecimento no banheiro, volto para a sala, e espero a hora do intervalo. Minha cabeça fica a mil, lembrando e imaginando tudo aquilo, e quase que no automático, eu não consigo controlar. Permaneço calada o tempo inteiro na sala depois de voltar, não consigo nem mesmo olhar para as pessoas em minha volta. Que droga! Edgar, não voltou comigo para a sala, não sei o que aconteceu, mas ele teve que sair às pressas. Fico até o final do horário, e assim que o sinal toca eu pego minhas coisas e saio correndo da sala, o garoto que ficou puxando assunto no início da aula, tenta me seguir, mas eu não dou bola, tentando o ignorar. Esse garoto é insuportável. — Ei! Estou falando com você! - Ouço ele dizer, sem nem mesmo ter ouvido ele antes, estou realmente ignorando totalmente esse cara. — Oi? - Respondo andando mais rápido tentando o despistar, mas ele aperta o passo e tenta andar na mesma velocidade que eu. — Aquele garoto. Você conhece ele? Quando ele fala de Edgar,
Nicole— Quero uma Tortilha, por favor.Disse rapidamente, tentando não parecer intrometida. O atendente voltou a ignorar Edgar e dirigiu sua atenção a mim.— Uma Tortilha com batatas saindo para a garota.O atendente saiu sem registrar o pedido de Edgar, deixando-o em silêncio e claramente irritado. Decidi chamar sua atenção.— E então, sobre o beco...Edgar voltou seu olhar para mim, parecendo atordoado pela conversa confusa com o atendente.— O beco... o que você quer saber?Ele perguntou, recuperando seu sorriso malicioso rapidamente, como se pudesse mudar de expressão instantaneamente. Esse cara é mesmo maluco. — Sobre os ladrões?Respondi com outra pergunta para manter o foco. Ele começou a gargalhar, sem se importar com as pessoas ao redor.— Aqueles "ladrões" eram colegas meus... - ele faz aspas no ar quando diz ladrões e me olha, atentamente, querendo ver minha reação. O que? Colegas? Aquelas pessoas com armas? Será que ele tem ideia do que está falando? A polícia está inve
Nicole. Depois que ele saiu, respiro fundo. Olho para os lados e fico pensativa. Estou ansiosa para comprar algumas coisas para cozinhar em casa. Simplesmente amo cozinhar; meu sonho é abrir meu restaurante e preparar uma variedade de pratos. Só de pensar nisso, meus olhos brilham. Levanto-me e me dirijo ao balcão, onde o atendente recebe os pagamentos. Entrego a comanda do pedido para ele, que a registra em uma planilha em seguida. — Obrigado, moça. Volte sempre! — ele diz, devolvendo o troco pela manhã. Olho para ele, confusa, e pergunto: — Qual é o valor do prato? Pergunto enquanto abro minha bolsa e pego minha carteira. — O garoto pagou antes de sair. Maldito! Não é como se ele tivesse que me pagar, já que estamos apenas fingindo ser namorados... — Certo... obrigada... — digo ao atendente como se estivesse falando comigo mesma. Preciso passar o dinheiro para ele depois. Odeio dever, especialmente a pessoas que não conheço. Está quase na hora de voltar para