NicoleIsso está passando dos limites! Juro que assim que resolver a questão da escola amanhã, vou lá em cima pedir satisfação. Ele não pode fazer esse tipo de coisa!Respiro fundo e sinto meu rosto secar. Começo a me sentir melhor, mas a ira do vizinho toma conta de mim. Após algum tempo, quase explodindo de estresse, percebo que estou apenas de blusa longa e calcinha. Eu congelo e sinto uma vergonha intensa. — E... ele me viu assim? - Fico paralisada, pensando no que ele poderia ter visto. Eu com as pernas expostas — Se ele tivesse visto algo, teria falado, certo? Ou talvez não.Talvez só tenha sido imaginação minha e o cheiro de cigarro também! De qualquer forma, é bom eu tomar mais cuidado. Não quero um tarado doido igual ele enchendo meu saco. Arrepio de medo só de imaginar. Volto para dentro de casa novamente e coloco um short. O dia foi bem quente, a noite parece que não vai ser tão diferente.Por um momento, havia esquecido que estava chorando. De qualquer forma, tenho que
NICOLEComeço a comer, e está simplesmente delicioso. Não sei se é a fome ou se eles estão bem feitos. Preciso voltar lá depois e comprar mais...Enquanto como, vejo que algumas garotas se aproximam, parecem estudar aqui há bastante tempo. Elas se sentam em um banco um pouco distante e acendem cigarros.— Todo mundo fuma? — pergunto a mim mesma enquanto como. Não acredito que todo mundo aqui fuma!Eram três garotas. Vejo que elas olham para mim e começam a cochichar e rir. Não sei o que estão falando, mas com certeza devem estar me zoando. Tento não olhar para elas. Já tenho problemas demais para resolver.Uma delas então vem até mim enquanto as outras ainda cochicham sentadas no banco. Ela chega com o cigarro entre os dedos, parece meio nervosa. Ela para na minha frente e fica me encarando.— Oi? — pergunto confusa, sem entender o que ela quer comigo.— É melhor você entender seu lugar. Sei que você é nova, mas quero você longe de mim e das minhas amigas, entendeu?Quê? Ela é louca?
Nicole Mesmo após o sinal tocar, havia pessoas entrando na sala, e elas não pareciam se importar muito com o horário. Por coincidência ou não, o garoto com quem me encontrei na lanchonete perto da universidade estava ali. Ele passou pela porta e rapidamente me viu, mesmo estando longe. Foi estranho, mas tentei ignorar.Ele veio na minha direção com um sorriso no rosto.— Posso me sentar aqui? — Ele pergunta, olhando para as cadeiras vagas.— Sim — respondi, tentando não fazer muito contato visual com ele. Tudo o que eu queria era estudar e sair logo dali. Estava impaciente com todos esses acontecimentos.— Que coincidência, quem diria que seríamos colegas de classe! — Ele fala enquanto se sentava ao meu lado, apesar de haver outros lugares vagos. Que droga! — Pois é... — Respondi sem muito entusiasmo, esperando que ele entendesse que não estava com vontade de conversar.O professor então entrou na sala, um homem já de idade com cabelos brancos e quase calvo. Ele usava roupa social e
Nicole Entro diretamente no banheiro, onde lavo o meu rosto diante do espelho. Tento acalmar-me e organizar as ideias. Certo! O que devo fazer agora? Devo voltar para a sala de aula ou esperar até o próximo horário?Olho para o espelho por um momento e ouço passos do lado de fora do banheiro. Só eu estava no corredor, será que é alguma aluna? De qualquer forma, é melhor entrar em um dos compartimentos dos sanitários e esperar até que ela saia. Entro e fecho a porta, lamentavelmente não há tranca onde estou. Droga! Seguro a porta com as mãos, esperando que a pessoa que estava entrando, saia rapidamente.Ouço os passos caminhando lentamente no banheiro. Tento fazer o mínimo de barulho possível, quanto menos contato eu tiver com as pessoas, melhor! Os passos então param, e ouço a voz de alguém. — Está fugindo de mim? - Espera… essa voz? É a voz do Edgar?Ele está no banheiro feminino atrás de mim? Qual é o problema dele? Ouço então o som dele abrindo a primeira porta dos compartimento
Nicole Após o acontecimento no banheiro, volto para a sala, e espero a hora do intervalo. Minha cabeça fica a mil, lembrando e imaginando tudo aquilo, e quase que no automático, eu não consigo controlar. Permaneço calada o tempo inteiro na sala depois de voltar, não consigo nem mesmo olhar para as pessoas em minha volta. Que droga! Edgar, não voltou comigo para a sala, não sei o que aconteceu, mas ele teve que sair às pressas. Fico até o final do horário, e assim que o sinal toca eu pego minhas coisas e saio correndo da sala, o garoto que ficou puxando assunto no início da aula, tenta me seguir, mas eu não dou bola, tentando o ignorar. Esse garoto é insuportável. — Ei! Estou falando com você! - Ouço ele dizer, sem nem mesmo ter ouvido ele antes, estou realmente ignorando totalmente esse cara. — Oi? - Respondo andando mais rápido tentando o despistar, mas ele aperta o passo e tenta andar na mesma velocidade que eu. — Aquele garoto. Você conhece ele? Quando ele fala de Edgar,
Nicole— Quero uma Tortilha, por favor.Disse rapidamente, tentando não parecer intrometida. O atendente voltou a ignorar Edgar e dirigiu sua atenção a mim.— Uma Tortilha com batatas saindo para a garota.O atendente saiu sem registrar o pedido de Edgar, deixando-o em silêncio e claramente irritado. Decidi chamar sua atenção.— E então, sobre o beco...Edgar voltou seu olhar para mim, parecendo atordoado pela conversa confusa com o atendente.— O beco... o que você quer saber?Ele perguntou, recuperando seu sorriso malicioso rapidamente, como se pudesse mudar de expressão instantaneamente. Esse cara é mesmo maluco. — Sobre os ladrões?Respondi com outra pergunta para manter o foco. Ele começou a gargalhar, sem se importar com as pessoas ao redor.— Aqueles "ladrões" eram colegas meus... - ele faz aspas no ar quando diz ladrões e me olha, atentamente, querendo ver minha reação. O que? Colegas? Aquelas pessoas com armas? Será que ele tem ideia do que está falando? A polícia está inve
Nicole. Depois que ele saiu, respiro fundo. Olho para os lados e fico pensativa. Estou ansiosa para comprar algumas coisas para cozinhar em casa. Simplesmente amo cozinhar; meu sonho é abrir meu restaurante e preparar uma variedade de pratos. Só de pensar nisso, meus olhos brilham. Levanto-me e me dirijo ao balcão, onde o atendente recebe os pagamentos. Entrego a comanda do pedido para ele, que a registra em uma planilha em seguida. — Obrigado, moça. Volte sempre! — ele diz, devolvendo o troco pela manhã. Olho para ele, confusa, e pergunto: — Qual é o valor do prato? Pergunto enquanto abro minha bolsa e pego minha carteira. — O garoto pagou antes de sair. Maldito! Não é como se ele tivesse que me pagar, já que estamos apenas fingindo ser namorados... — Certo... obrigada... — digo ao atendente como se estivesse falando comigo mesma. Preciso passar o dinheiro para ele depois. Odeio dever, especialmente a pessoas que não conheço. Está quase na hora de voltar para
Nicole:Tenho que ser mais cuidadosa; quem sabe ele não aparece na minha porta querendo brigar... ou algo assim.— Entendo... — responde o policial enquanto faz anotações.— Iremos passar na sua casa em alguns dias para verificar a situação. Iremos intimá-lo para que pare com a bagunça. Caso isso não ocorra, ele terá que ir ao juiz.Amém! Finalmente ele terá que parar. Não vejo a hora de ter paz, pelo menos em casa.— Certo! Irei aguardar vocês! — digo alegremente. Finalmente, as coisas estão começando a dar certo!— Pode ir. Pegue um dos nossos cartões. Nos ligue caso algo aconteça.Ele me entrega um cartão com um número, é bom tê-lo por segurança. Irei guardá-lo no bolso.– Obrigada, estarei indo agora.Me levanto e saio pela porta da secretaria. Enquanto mexo no celular, posso ver de relance que algumas pessoas me olham saindo da sala com os policiais. Espero que não comecem a pensar besteiras. Já imaginou se eles pensam que sou alguma delinquente!Ignoro os olhares e sigo em frent