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Entre Arrependimentos e Lutas: Atraído pelo Impossível

Saulo Lucatto

Sabe quando você faz algo na vida que se arrepende? Pois bem, eu me arrependo de algumas e uma delas foi ter se casado com Marina, na época da faculdade eu era ingênuo e acreditava no amor, mas nada me preparou para o que se sucederia. Meu refúgio para uma vida fracassada é a luta, muitos acham que esse é um esporte violento, meus próprios pais acham que isso não é uma coisa adequada, mas se eles realmente souberem da merda que me envolvi ao me casar com Marina não diriam nada. 

''Querido, você irá sair mais uma vez?'' - A voz estridente dela me dá nos nervos. 

''Sim, por que?'' - Pergunto mesmo não querendo saber a resposta. 

''Tudo bem, mas lembre-se: Se me trair, você irá para a cadeia.'' - Maldição de vida, por que ainda estou nesta merda? Ah, é porque dependendo do que a minha querida esposa contar eu irei para a cadeia e poderei perder a minha carteirinha da OAB, que foi uma coisa que lutei muito para ter. 

Quando cheguei ao octógono, muitos dos lutadores já estavam à espera para o início da luta, enquanto eu fui me aquecer, já que a minha luta seria a última. As outras lutas foram acontecendo e eu estava focado na minha luta, porque o pessoal dizia que o cara que eu iria lutar era muito bom.

''E ai amigo, tá preparado para baixar a porrada hoje?'' - Wesley chegou gritando e acabando com a minha concentração.

''Quero saber, por que está berrando desse jeito?'' - Pergunto a ele que sorri.

''Para de ser chato, cara. Tá cheio de gatas aqui é uma pena você ser casado com a maluca.''

''Nem me lembre dela.'' - Digo apático."

Minha luta finalmente foi anunciada e entrei animado, quando olhei para o pessoal que estava ali vi uma mulher que me lembrou alguém, mas não me vinha à mente quem era.

Anunciaram o cara que lutaria comigo e ele parecia ser insuportável, esse é o tipo de cara perfeito que eu gosto de arrear na lona. A luta começou e a cada soco que eu dava uma mulher na plateia ficava eufórica, acho que ela tem algum problema com esse cara. Dei meu último golpe e ele foi a nocaute e depois que o juiz fez a contagem me declarou vencedor.

Estava muito animado com a vitória o babaca não me cumprimentou e saiu muito bolado por ter perdido, mal perdedor do caralho. Me troquei e comecei a procurar o meu amigo que havia sumido e resolvi mandar mensagem para ele.

''Seu filho da puta, onde você está?'' – Perguntei a ele e a mensagem não demorou a chegar.

''Pô, cara! Foi mal, conheci uma mulher gostosa e sabe como é. Chama um táxi, depois eu te recompenso.'' – Ele sempre faz isso, não sei por que ainda acredito nele.

''Você é um cuzão.'' – Digo a ele e desligo.

Estava indo chamar um carro de aplicativo quando vejo ao longe um cara puxando o braço da mulher, me aproximei para ajudá-la, e foi quando vi que era Sammya, ela deu um golpe no cara e eu sorri prazeroso. Ela me deu uma carona e me deixou em casa, agradeci a ela e entrei.

"Já chegou?" – Marina pergunta. "Pensei que ficaria em motel de quinta com alguma vagabunda."

"Não sou você Marina. Ao contrário de ti eu tenho caráter." – Ela deu um sorrisinho.

"Tudo bem querido, vou me deitar e ah, não se esqueça de depositar um dinheiro em minha conta, pois quero viajar essa semana."

Marina e eu não temos mais nada, apenas dormimos no mesmo ambiente, ela só sabe viajar e fazer compras enquanto eu trabalho. Não vejo a hora de me livrar dela. 

O domingo chegou e agradeci quando Mariana resolveu sair com as amigas, pois tinha minha casa só para mim, passei o dia todo em casa e ignorando os telefonemas do meu amigo, eu não estava chateado com ele, mas ele merecia ser ignorado um pouco. Não sei porque comecei a pensar em Sammya e nem deveria fazer isso já que a minha vida é uma merda.

A segunda b**eu na porta, me arrumei e aproveitei para tomar café antes de chegar no escritório. Assim que chego cumprimento as pessoas ao longo do caminho, cumprimento Alice e vou para meu escritório, tenho três casos distintos para preparar a defesa, chamo Alice e peço a ela para avisar aos envolvidos no processo de Willian Holffman que iremos nos encontrar, após o almoço para atualizar sobre o caso, ela se retira e eu volto aos meus afazeres, estava lendo sobre um dos casos quando alguém b**e a porta.

"Saulo, posso entrar?" – Veronica pergunta e eu assinto. Ela sentou em minha frente e ficou me encarando.

"Se veio aqui só para me admirar pode se retirar e caçar o que fazer, porque trabalho é o que não falta."

"Desculpa vir assim, mas eu só acho que todos estão abrindo muito a guarda para uma mulher que ninguém sabe quem é." – Demorei um pouco para entender que ela estava se referindo a Sammya. "Ninguém sabe nada a seu respeito."

"Sammya é muito competente em sua função e tem uma excelente recomendação, uma coisa que você não terá se não se levantar para trabalhar e outra coisa, nada de ficar difamando seus colegas de trabalho, pois se eu te pegar levantando falso testemunho sobre alguém eu não vou pegar leve com você." – Ela se levantou contrariada e se foi.

Antes da minha reunião, Marina me ligou e pediu que eu mandasse logo o dinheiro para ela.

"Pra onde você vai dessa vez?" – Perguntei a ela apenas por curiosidade.

"Estou indo a Paris com umas amigas, vou daqui a quinze dias."

"Divirta-se e se puder, por favor, fique por lá." – A desgraçada gargalhou e eu desliguei o telefone. Ao senhor sei que desejar o mal é pecado, mas o senhor não pode derrubar o avião que ela vai estar. Balancei a cabeça em negativa e pedi perdão por isso, essa mulher consegue extrair o pior de mim.

Depositei o dinheiro que ela precisava e fui para minha reunião, que foi muito boa e produtiva. Avisei que amanhã irei à promotoria apresentar as nossas alegações e dei nossa reunião por encerrada, enquanto eu fiquei ali revendo mais alguns documentos.

Sammy permaneceu ali e ficamos conversando brevemente até que ela se foi. Não sei o que seria de mim sem meus pais, imagina para Sammy e ainda mais para a sua irmã que teve que se tornar adulta quando ainda era uma adolescente.

Quando o nosso expediente foi finalizado, vi Sammya em seu carro e fui até ela chamá-la para um drink. Geralmente não sou assim, mas desde que conheci Sammya me pego fazendo certas coisas que em outro momento não faria. Ela me lembrou da minha esposa e resolvi deixar de lado. Cheguei ao bar e não demorou muito, Sammya entrou. Ela nem notou a minha presença, já pediu uma bebida e achei muito curioso a forma com que ela examina o líquido antes de consumi-lo.

Conversamos por um bom tempo e, sinceramente, eu não queria deixá-la ir. Então fiz de tudo para poder prolongar a noite, até que não teve mais jeito e tivemos que encerrar. A deixei em sua casa e fui para mim. Durante todo o trajeto, eu só conseguia pensar nos movimentos do seu quadril e no seu sorriso faceiro. Não sei por que, mas sinto que preciso dessa mulher em minha vida.

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