Sammya Maciel
Sei que é errado, mas eu preciso admitir que a companhia de Saulo é agradável, sei que é errado, pois ele é casado, mas não consigo evitar. Pedro me ligou e perguntou se poderia vir para minha casa, e eu concordei. Assim que ele chegou, trouxe vinho e uma caixa de pizza.
"Você sabe que eu irei trabalhar amanhã, né? Está querendo me embebedar?" - Perguntei indo à cozinha e trazendo taças.
"Não muito, só un poquito." - Ele brinca com seu portunhol. Pedro serviu o vinho e ficamos brincando. "E então, está gostando do novo trabalho?" - Ele me pergunta e eu confirmo.
"Está sendo muito bom, e eu me surpreendi muito, tirando uma tal de Veronica que é insuportável e se acha melhor que todos. Ah, e tem dois caras que são casados, mas dão em cima de todas."
"Mas também, com uma advogata dessas, até eu dava em cima." - Pedro é doido e tem umas péssimas cantadas.
Comemos a pizza e fomos para a cama dormir. Durante a madrugada, Pedro me toca, mas eu só consegui ver Saulo em minha frente, o que é muito errado. Pedi a ele para parar, e ele rapidamente se deitou ao meu lado e me puxou para dormirmos de conchinha. Uma das coisas boas de sair com Pedro é que ele sabe ouvir "não" como resposta.
No dia seguinte, tomamos café e cada um foi para o seu trabalho. No meio do trajeto, meu carro quebrou e eu não sabia o que fazer. Liguei para a seguradora, que me avisou que chegaria em vinte minutos. Minha vontade era de deixar meu carro, mas eu não podia fazer isso. Então, liguei para Alice e avisei que me atrasaria e expliquei o motivo. Como eu tinha que ir para a promotoria com Saulo, pedi a ela que avisasse que ele precisaria ir sozinho.
"Pode deixar Sammy, vou avisar a ele agora." - Agradeci a ela e desliguei o celular.
Abri o capô para verificar se havia esquecido de por água e aproveitei para verificar o óleo, e estava tudo ok. Uns caras apareceram, e eu pedi para que eles me ajudassem a pôr o carro no acostamento, e foi o que eles fizeram, e eu os agradeci.
"Obrigada, rapazes, vocês são uns amores." - Digo a eles, que sorriam.
"Se quiser, eu posso ficar aguardando com você." - Um dos caras sugeriu, e eu neguei agradecendo.
"Não precisa, o guincho já estava vindo me ajudar, mas obrigada." - Eles foram embora, e eu me tranquei no carro para esperar.
Um tempo depois, o guincho chegou. Um cara olhou para mim e me perguntou se eu não queria que ele me desse uma carona, e na hora eu recusei. Sei lá por que, mas o meu sexto sentido não falha. O cara deu de ombros e levou o meu carro. Pedi a ele que levasse meu carro para a oficina que dei o endereço, e assim ele o fez. Fui para um ponto de ônibus, e estava prestes a entrar no veículo quando o meu celular tocou.
"Sammya, onde você está?" - Saulo perguntou.
"Vou pegar o ônibus para chegar ao escritório."
"Me dá o endereço de onde está, e irei buscá-la." - Ele pede, e eu digo que não precisava se incomodar.
"Não é incômodo, eu vou até você." - Digo a ele onde estou e desligo. Fiquei sentada e esperei até que ele chegou buzinando.
Entrei no carro e agradeci a ele por isso. Fomos até a promotoria e levamos todas as novas evidências, e por fim, o julgamento foi cancelado. Mas algo ainda ficou rondando a minha mente: por que a amiga da vítima acusou o ex-marido? Isso sempre ia e voltava em minha mente, mas logo algo passou em minha cabeça.
"Já sei." - Acabei falando mais alto do que deveria.
"O que você sabe?" - Saulo me perguntou, e eu pedi a ele que me levasse à penitenciária onde Willian Hoffman está detido. "Por que?" - Ele perguntou.
"Acho que já sei quem deu fim à Ana Cristina Hoffman." - Ele virou para mim bruscamente.
"Como assim?" - Ele perguntou.
"Você saberá quando chegarmos. Vamos para lá." - Rapidamente chegamos e nos apresentamos, recebemos a autorização e entramos.
Fomos encaminhados para uma sala, e não demorou muito até Willian chegar. Ele estava completamente abatido e visivelmente cansado.
"Bom dia, vocês precisam falar comigo?" - Ele perguntou.
"Sim. Preciso que seja sincero comigo e me conte sobre o seu envolvimento com Thereza Bianca." - Ele arregalou os olhos, e eu sabia que estava na pista correta.
"Ele abaixou a cabeça e respirou algumas vezes." - Saulo olhou para mim sem entender.
"Seu casamento acabou porque estava tendo um caso com a amiga da sua mulher, não é?" - Pergunto. "Preciso que me conte tudo, por favor." - Ele olhou para nós e começou.
"Eu confesso, eu tinha um relacionamento com a amiga da minha mulher, ela dava em cima de mim há anos até que um dia eu não resisti e começamos a nos relacionar. Quando minha ex-mulher descobriu, Thereza fez uma verdadeira lavagem cerebral em Ana que acabou acreditando nela. Não me isento de tudo o que fiz, pois eu fui um filho da puta com Ana, mas o problema é que Thereza é uma mulher psicótica."
"E na noite fatídica, onde de fato você estava? Por que tem uma brecha entre as 19:00h e as 20:00h?"
"Estava com minha esposa, eu pedi a ela uma chance, conversamos por um bom tempo e decidimos que iríamos voltar a nos relacionar."
"Era apenas isso, agora vamos voltar para o nosso escritório e trabalhar um pouco mais." - Quando nos retiramos, Saulo me perguntou o que estava acontecendo, e eu sorri para ele. "Descobrimos a verdadeira assassina."
"Você tem certeza do que está falando?" - Ele me perguntou, e eu assenti.
"Absoluta."
Saulo disse que tomaria conta dessa parte, e eu agradeci a ele. Aproveitei para contar sobre o novo caso e expliquei a ele que é sobre um dos muitos casos por conta da ONG em que eu participo.
"Que tipo de ONG?" - Ele perguntou.
"Vanessa's Liberation é de Jane Barreto, uma mulher fantástica que viveu um verdadeiro inferno nas mãos do ex-marido. Eu a ajudei no julgamento contra o ex-marido."
"Eu já ouvi falar, mais ou menos."
"Você deveria ler o livro 'Vendida' (Esposa Modelo), essa é a verdadeira história de Jane." - Ele disse que iria ler o livro.
Como já estava na hora do almoço, fomos para um restaurante e fizemos o nosso pedido. Ficamos conversando por muito tempo e voltamos para o escritório. Assim que cheguei, liguei para a oficina e perguntei sobre meu carro, e eles me disseram que eu poderia pegá-lo amanhã à tarde, e agradeci a eles.
Comecei a trabalhar e, quando dei uma pausa para tomar café, liguei para minha irmã, que me convidou para jantar em sua casa, e eu disse a ela que iria sim. Me despedi dela e desliguei.
Quando chegou a hora de ir embora, Saulo me perguntou como eu iria para casa, e eu disse a ele que chamaria um carro de aplicativo.
"Vamos no meu carro." - Ele pediu.
"Acho que daqui a pouco as pessoas vão começar a comentar sobre isso." - Digo a ele, que balançou a cabeça.
"Deixa quem quiser falar." - Ele põe a mão em minhas costas e me conduz até o elevador.
Ele me deixou em minha casa e agradeci a ele. Assim que saí de seu carro, dei de cara com Pedro, que soltou um sorrisinho sacana. Saulo se foi, e meu amigo se virou para mim.
"Hum! Amiguinho novo?" - Ele diz, e eu dou um soco em seu braço.
"Ele é meu chefe, estou sem carro. Só poderei pegar meu bebê amanhã."
"Aí ele, como uma pessoa solicita, te trouxe em casa. Você sabe que ele está interessado em você, não é?"
"Só que ele é casado, e estou fora disso. A propósito, você não tem casa, mas não?" - Perguntei a ele, que sorriu.
"Pra que ir para minha casa se a da minha amiga é muito melhor."
"Vou sair daqui a pouco, minha irmã quer que eu jante com ela e a família." - Digo a ele, que me oferece uma carona para me deixar na casa de Vero, e eu agradeço.
Pedro me deixou na casa de Vero e eu o agradeci. Assim que ele se foi, peguei a chave que eles me deram e abri a porta. Mal entrei e meus sobrinhos se jogaram em cima de mim e começaram a gritar."Oi macaquinhos, vem aqui." - Os abracei e fiz cócegas. Quando dei por mim, já estava no chão brincando com eles. "Vocês são umas coisas muito fofas e eu tenho vontade de morder vocês."Continuamos brincando e rolando no chão até que meu cunhado apareceu na sala."Crianças, deixem a tia de vocês em paz." - E as crianças se levantam rapidamente e fiz o mesmo, me levantei e o abracei, pegando meu cunhado completamente de surpresa."Oi papai." - Rogério ficou todo vermelho, o que me fez rir."Sammy, para com isso." - Minha irmã apareceu da cozinha ralhando comigo, mas estava rindo. "Como você está, minha linda?""Estou bem, Vero, e você? Quando irá sair da cozinha?" - Dou um beijo nela, que retribui."Quando você aprender a cozinhar." - Olhei para ela e gargalhei."Então você nunca irá sair de l
No dia seguinte chego à empresa e sou recepcionada por Alice, que se tornou uma amiga de trabalho.— Bom dia, Sammy. Como está? E o bonitão do Pedro, como está? – Ela pergunta com um sorrisinho de canto.— Está no trabalho, mas não nos vimos direito ontem.— E por que? – Ela pergunta.— Eu estava na casa da minha irmã, jantei com ela, meus sobrinhos e com meu cunhado. – Ela franze o cenho.— Acho tão estranho você chamar a sua irmã assim.— Mas é o que ela é para mim.Alice se despede e vou para minha sala. Minha cabeça começa a doer e eu sei que é falta do meu café.Alguém bate em minha porta e peço para entrar. Saulo aparece com um copo de café.— Obrigada, minha cabeça está latejando e eu sei bem que é falta desse líquido. – Sorvo um pouco de café e sorrio. Isso é uma maravilha.— Que bom que gostou. – Saulo olha para mim e eu retribuo o olhar, sem entender o que ele ainda quer comigo. Ele se toca e sai.Ligo o computador e começo meus trabalhos. No horário do almoço, Alice me arra
No dia seguinte, acordei cedo e fui até o outro quarto chamar a minha amiga. Ela acordou rapidamente e eu já estava completamente arrumada, mas esperei que ela se arrumasse para poder levá-la até o seu carro. Assim que a deixei partir para a empresa, quando cheguei, vi Wesley de cara amarrada e perguntei o motivo de sua irritação.— Uma maluca quebrou o meu vidro ontem, estou possesso de raiva. – Ele disse, e eu sabia que se tratava da minha amiga, o que não era nada bom.— E em que altura foi isso? – Perguntei para poder ter certeza. Quando ele diz, eu tenho certeza que é ela.— Quando eu puser as minhas mãos naquela maluca, ela vai ver! Como ela pode fazer isso? Mais tarde vou fazer tudo para conseguir as gravações da câmera de segurança da rua, e a mulher está fodida na minha mão.Todos olharam para ele falando palavrão, mas o cara estava tão nervoso que nem percebeu. Preciso conversar com a minha amiga para que ela resolva isso o quanto antes. Será bem melhor para todos nós. Saude
Saulo Lucatto. Estava em casa sozinho, apreciando a minha paz, quando recebo a ligação que acaba com toda a minha paz.— Amorzinho, peraí, meninas. Saulinho, irei ficar um pouco mais aqui, o dinheiro que você me mandou não é suficiente. – Se eu soubesse que a minha vida iria acabar naquele maldito dia em que eu disse sim, com certeza eu teria saído daquele maldito altar e chamaria meu amigo para tomarmos uma cerveja.— Eu já lhe dei dinheiro, Marina, o suficiente para passar mais de um ano na França – ouço ela falar algo com as meninas e se afasta.— Saulo, você sabe muito bem que sua carreira está em minhas mãos, não é? Você seria preso e o seu império iria ruir num estalar de dedos. – Que desgraçada.— Tudo bem, eu te mandarei o dinheiro necessário e, se quiser, pode viver aí para sempre. – Ela dá uma gargalhada.— Depois que eu me cansar daqui, voltarei para casa ou, quem sabe, viajarei para algum outro lugar e te deixarei em paz para trepar com quem quiser. – Se eu pudesse, a mat
Sammya MacielApós um dia longo e estressante de trabalho, fui para casa. Quando cheguei, Pedro e Rafa estavam à minha espera. Assim que cheguei, meus amigos me mandaram me arrumar.— Hei, a tal festa não irá começar às dez, por que temos que ir cedo? – Perguntei a eles, que sorriram.— Na verdade, nós iremos nos divertir antes, sua chata. Você foca muito no trabalho, está na hora de se divertir também. – Minha amiga disse, e meu amigo concordou.Fui para o quarto me arrumar e, quando cheguei, ouvi as vozes dos meus amigos animados conversando com alguém. Me pergunto por que sempre a minha casa é um ponto de encontro.Depois de arrumada, desci e encontrei Leo à nossa espera.— Você está uma gata, Sammy. – Ele me disse, e eu fui ao seu encontro e lhe dei um beijo no canto da boca.— Você também não está nada mal. – Disse a ele, que me abraçou.— Por que você não me cumprimentou assim quando chegou? – Rafa perguntou, e ele deu de ombros.— Até onde eu saiba, você tem vários ficantes, vá
Quando cheguei em casa liguei para Saulo e avisei do meu retorno para ele que pareceu bem contente e me explicou do que precisava e eu perguntei se ele poderia me encontrar em minha casa. — Chego aí em meia hora. – Ele me diz. — Não esqueça de trazer as pastas. – Desligamos o celular e eu aproveitei para tomar um banho porque estou suada. Estou muito cansada, mas quando o assunto é trabalho eu não recuso, estava na cozinha me servindo de uma taça de vinho quando minha campainha tocou e eu sabia que era meu chefe. Abri a porta e fiz menção para ele entrar. — Desculpe vir assim, mas estava trabalhando em casa e temos um novo caso que me lembrou muito você. – Ele diz e eu me animo. — Não tem problema, quando o negócio é trabalho eu fico eufórica, pareço uma louca não é? – Pergunto a ele que negou. — Eu também sou assim,quando fazemos algo por amor é desse jeito. Será que pode me servir um pouco desse vinho? – Ele pede, então vou até a cozinha e pego uma taça e a garrafa de vinho q
— Não nos conhecemos. Como se chama, querida? – A senhora me perguntou.— Mãe essa é minha amiga Sammya, ela é a mais nova advogada lá do escritório.– Saulo e depois olha para mim — Sammya, essa é Luciana Lucatto, minha mãe.— É um prazer conhecê-la, senhora Luciana. – Estendo a minha mão, mas ela me surpreende e me abraça.— Não me chame de senhora,não tão velha assim querido pode me chamar de você, como vi que você adorou as minhas petúnias eu vou te fazer um tour com você mais tarde, agora vem quero que conheça a minha filha, vocês são muito parecidas.Ela me arrastou deixando o filho para trás, eu estava um pouco sem jeito, mas por que eu não conhecia as pessoas, Luciana me puxou e me levou até uma mulher que era idêntica a Saulo, será que eles são gêmeos? Estava muito curiosa para saber.— Vem querida. Filha essa aqui é uma amiga de trabalho de Saulo, Sammya. – Ele me apresentou.— Muito prazer, eu sou Sophia Lucatto, a irmã mais linda e gata de Saulo. – Ela me puxou para um abra
Saulo LucattoO almoço com meus pais foi muito bom, até mesmo minha irmã cooperou e não encheu o meu saco deve ser porque ela não queria demonstrar ao namorado quem era de verdade ou será que realmente Sophia amadureceu? Cheguei em casa e Marina me liga pedindo mais dinheiro como eu queria que ela ficasse longe de mim, dei até além do que ela pediu. Minha mãe me ligou e quando atendi ela começou a falar.— Meu filho, sua amiga é fantástica, por favor, a traga mais vezes. – Eu sabia que minha mãe gostaria dela.— Sammya é muito legal mesmo, mas já sei o que está pensando dona Luciana e nem tente, pois como eu disse somos amigos. – Ouvi o sorriso de minha mãe.— Tudo bem meu filho, mas quero que saiba que eu gostaria de tê-la como nora, Sam é uma apreciadora de petúnias e só por isso eu sei que ela é perfeita.— Ok, mãe, estou um pouco cansado e preciso dormir. – Nós nos despedimos e eu me servi de uma dose de uísque e fiquei ali pensando na vida minha vida.No dia seguinte acordei co