Saulo Lucatto
O almoço com meus pais foi muito bom, até mesmo minha irmã cooperou e não encheu o meu saco deve ser porque ela não queria demonstrar ao namorado quem era de verdade ou será que realmente Sophia amadureceu? Cheguei em casa e Marina me liga pedindo mais dinheiro como eu queria que ela ficasse longe de mim, dei até além do que ela pediu. Minha mãe me ligou e quando atendi ela começou a falar.
— Meu filho, sua amiga é fantástica, por favor, a traga mais vezes. – Eu sabia que minha mãe gostaria dela.
— Sammya é muito legal mesmo, mas já sei o que está pensando dona Luciana e nem tente, pois como eu disse somos amigos. – Ouvi o sorriso de minha mãe.
— Tudo bem meu filho, mas quero que saiba que eu gostaria de tê-la como nora, Sam é uma apreciadora de petúnias e só por isso eu sei que ela é perfeita.
— Ok, mãe, estou um pouco cansado e preciso dormir. – Nós nos despedimos e eu me servi de uma dose de uísque e fiquei ali pensando na vida minha vida.
No dia seguinte acordei com meu celular tocando e percebi que dormi na sala, atendi a ligação e vi que era o meu amigo, conversei com ele brevemente e fui me arrumar para poder ir ao trabalho. Assim que cheguei meu amigo já me levou para a sua sala e me pediu para ajudá-lo com o seu processo.
— Pode deixar amigo eu vou te ajudar, mas só poderei fazer isso à tarde, porque pela manhã estarei ajudando Veronica com o processo dela – Wesley torceu a boca e eu sabia o que ele estava pensando.
— Você sabe que ela fica se jogando pra cima de você, não é? – Ele diz e eu concordo.
— Sou casado e não me envolvo com colegas de trabalho.
— Hum! Isso só não se aplica com uma certa advogada que fica a cinco portas de você.
— Vai trabalhar Wesley. – Digo a ele que se retira sorrindo.
Como não tinha tomado café, fui a uma cafeteria que ficava perto, quando voltei Veronica estava a minha espera em minha sala ela olhava para mim sorrindo e eu apenas abri a porta e pedi para que ela entrasse, ao contrário de Sammya que sabia exatamente o que estava fazendo Veronica é apenas advogada porque toda a sua família trabalha na área do direito e como o seu pai é amigo do meu, ela acabou vindo parar aqui.
Talento ela até tem algum, mas se perde no meio de tanta arrogância e prepotência.
— Eu te acho tão competente Saulo, seu pai fez uma boa escolha te deixando em seu lugar. – Me esqueci que ela também tem um dom para ser puxa saco.
— Obrigado. – Digo apenas. — Já terminamos tudo por aqui Veronica. – Ela fingiu não entender e olhou para mim de uma maneira angelical o que não me convence.
— Podemos sair um dia desses, como amigos, claro. – A pessoa não se cansa de ser invasiva.
— Acho melhor não.— Ela olhou para mim sisuda.
— Esqueci que a sua atenção é toda voltada para sua nova... – Olhei de uma maneira bem ameaçadora e ela se calou.
Me levantei e abri a porta para que ela saísse, ela só trabalha aqui por que o irmão dela afundou o escritório que herdou dos pais em dívidas, senhor Manoel é uma pessoa completamente diferente dos filhos. Antigamente Veronica e Sophia eram amigas, mas logo a amizade chegou ao fim quando ela tomou o namorado da minha irmã.
Como havia combinado fui até a sala do meu amigo e o ajudei com o que foi necessário, Wesley é um excelente advogado, porém muito inseguro, mas convenhamos eu também seria se tivesse pais como os dele. Ele sempre foi o mesmo desvalorizado de sua família e cresceu tratado como 'um zero à esquerda' e por isso tem complexo de inferioridade, mesmo sendo um advogado reconhecido a família ainda prefere dar valor ao seu outro irmão que não passa de um babaca que faz abuso de substâncias químicas. Com mais um dia de trabalho finalizado com sucesso fui para casa, mas antes passei em um restaurante para me alimentar, mal coloquei o pé em casa minha irmã me ligou e pediu que eu convidasse Sammya para inauguração de uma nova boate.
— Soph, você tem o número dela, por que não a convida? – Perguntei a ela que sorriu.
— Porque você trabalha com ela e é mais fácil – a princípio me recusei, só que esqueci o quão minha adorável irmã pode ser persuasiva, ela ficou insistindo até que eu dissesse sim. — Você é o melhor irmão do mundo.
— Sei, vai dormir criatura.
— Dormir? Maninho não me conhece mais? Vou sair e depois namorar muito Ed. – Ela começou a descrever o que faria com o seu namorado e eu desliguei o celular.
Tem horas que me pergunto por que não nasci filho único. Me servi de uma dose de uísque e descobri que preciso encomendar mais algumas garrafas.
No dia seguinte minha irmã me ligou pedindo para que eu não esquecesse de convidar Sammy, eu sabia que ela estava se preparando para o júri de amanhã e não quis incomodá-la. Após o almoço fui até a sua sala e fiz o convite a ela que aceitou, combinei o horário que a buscaria e ela me agradeceu. Voltei para minha sala e liguei para minha irmã.
— Pronto convidei, Sammy como pediu, está satisfeita? – Digo a ela.
— Eufórica irmãozinho, já combinei com papai e ele nos emprestará tio Alfredo – Alfredo é o motorista da família, ele nos viu crescer, meu pai até que tentou aposentá-lo, mas teimoso como só ele não quis.
— Irei de carro com Sammy. – Minha irmã fez um ruído de reprovação.
— Não mesmo, sugiro que pegue um uber maninho. Quero que se divirta, minha mãe me contou que vive apenas para o trabalho, por favor se solte um pouco.
Minha irmã estava tão carinhosa que deixou até pensativo, mas acabei acatando seu conselho e cá estou em frente ao apartamento de Sammy, liguei para ela que me pediu para aguardar um pouco, não demorou muito Sammy desceu e devo confessar que ela está simplesmente maravilhosa, claro que não direi isso para ela.
— Te fiz esperar muito? – Ela me perguntou e eu neguei com um sorriso.
— Não se preocupe, você não me fez esperar tanto e se tivesse eu a teria esperado sem problemas. – Sammya valia toda e qualquer espera, só que não diria isso a ela.
— Duvido que esperaria, mais de meia hora – ela brincou enquanto nos acomodamos no táxi.
O motorista olhava a nossa interação pelo retrovisor e sorria, o que será que ele está pensando? Ficamos em silêncio e observei que Sammy estava conversando ao celular, ela estava lindíssima e às vezes a olhava de soslaio. Seus olhos tem algo que me fascina, sua boca é convidativa e o seu cheiro de flores me inebria de uma maneira inexplicável. "Saulo Lucatto você é casado", repetia para mim mesmo como um mantra.
— Convidei minha amiga Rafa, na verdade ela mesma se convidou. – Ela revira os olhos sorrindo.
— Não tem problemas já que a inauguração será aberta para todos.
Finalmente chegamos ao local e rapidamente desci e paguei a corrida, avistei minha irmã ao longe com Edoardo e fomos até eles. Minha irmã pulou no pescoço de Sammy e as duas ficaram tagarelando algo sobre maquiagem e roupas, minha irmã por ser do ramo da moda adora conversar sobre esses assuntos, Éd, até era uma pessoa legal, mas as vezes eu não entendia nada o que falava, nessas eu me culpo por não ter obedecido a minha mãe, ela sempre me mandou aprender vários idiomas, mas nunca fui muito de estudar.
— O que estamos esperando para entrar? – Perguntei e minha irmã me olhou entediada, mas que diabos eu fiz agora?
— Estamos esperando o Wes e a amiga da Sam, dá uma ligada para ela e vê onde está. – Sophia pediu a Sammy que sacou seu celular do bolso. — Faça o mesmo Sal, liga para o Wes e pergunta onde está. – Ela sabe melhor do que ninguém qu odeio quando me dá ordens.
— Eu não, liga você. – Falei emburrado, Soph e eu começamos a discutir enquanto Éd, olhava todo sem graça, Sammy desligou o celular e se aproximou de nós.
— Vocês estão discutindo em frente a uma boate? – Ela nos olhava com incredulidade.
— O que foi? Nunca discutiu com a sua irmã? – Perguntei um pouco grosseiro.
— Sim, mas como ela estava fazendo o papel da minha mãe eu a obedecia. – Me esqueci completamente disso, tentei pedir desculpa, mas ela me mandou relaxar.
— Não acredito que dividi o útero da nossa mãe com você por nove meses. – Minha irmã reclamou.
— Oito meses e dez dias – ela me olhou confusa — o tempo que ficamos juntos no útero da nossa mãe.
— Foda-se.Sam e eu vamos esperar sua amiga mais a frente e você vai ligar para Wes e saber onde ele está, Éd, fique com o tapado do meu irmão e certifique-se de que ele fez a ligação.
Minha adorável irmã virou as costas e arrastou Sam com ela, olhei para Éd e perguntei se era isso que ele queria para a vida dele, mas parece que o cara está apaixonado pela minha irmã, coitado dele, liguei para o meu amigo, mas logo o vi atrás de mim.
— Já está me trocando amor? – Meu amigo diz olhando para Éd que fica confuso.
— Para com isso porra! Esse é Edoardo, namorado da Sophia.
— Então esse é o corajoso? – Os dois se cumprimentam e começam a conversar.
As meninas apareceram e fomos apresentados a Rafaela amiga de Sammy, como todos já estavam presentes minha irmã foi a frente no liderando e ao invés de ficarmos na fila ela mostrou algo aos seguranças que nos deixou entrar imediatamente. Uma coisa não posso negar a minha irmã tem as melhores conexões. Ela nos chamou para subirmos no camarote vip e assim que chegamos vimos que o lugar era aconchegante e completamente privado.
Rafaela Nunes Sammya e eu nos conhecemos a alguns anos, na verdade nós éramos um trio composto por Sammya, Jéssica e eu. Quando nos conhecemos, tínhamos seis anos e rapidamente nos tornamos melhores amigas de cara, Jéssica entrou para o grupo quando todas estavam com nove anos, nesse meio tempo os pais de Sammy faleceram deixando ela e Vero órfãs. Nossa amizade só se fortaleceu e Jéssica e eu ajudamos nossa amiga a passar por esse difícil processo. Meus se divorciaram muito cedo e então minha mãe cuidou de mim, na fase da adolescência, minhas amigas e eu começamos a sair, nós tínhamos dezesseis anos e Raul, um amigo nosso nos convidou para uma festa de seu primo todas estávamos animadas, mas para a nossa tristeza a Vero irmãe de Sammy não a deixou ir, ela disse que sentiu algo estranho, eu até incentivei a minha amiga a ir escondida, mas ela é muito obediente e acabou ficando em casa. No dia da festa Jéssica e eu nos arrumamos e quando estávamos saindo minha mãe pediu para termos c
Sophia LucattoPassei alguns anos fora do Brasil, mas estava sempre sendo atualizada sobre a minha família e principalmente meu irmão e confesso que quando minha mãe me confidenciou sobre a tristeza de Saulo fiquei preocupada, meu irmão gêmeo é um idiota as vezes é um cara muito bacana que não merece sofrer, mas desde que conheceu Marina o jeito dele se modificou. Quando conheci minha cunhada percebi que ela não era a mulher certa para ele, mas sabe com homem é idiota principalmente quando toma um chá bem dado. Ao anunciar meu retorno para o Brasil, meus pais ficaram eufóricos e queriam fazer uma grande festa, o que precisei intervir para não acabar se tornando apenas uma festa de negócios igual os meus aniversários, avisei que levaria meu namorado e todos ficaram curiosos já que eles sabiam que eu não namorava ninguém, meus pais embora sejam liberais prezam por algumas tradicionalidades e o casamento é uma delas, eles sempre me cobram que para que eu case logo e dê netos a eles, dá u
Sammya Maciel Hoje é o dia em que eu vou me reencontrar com Benjamin nem acredito nisso, não o vejo desde o dia em que minha amiga e eu brigamos com ele e o Victor. Helena chegou ao meu escritório acompanhada de seus pais, ela estava reprimida e eu sabia o que ela estava sentindo, mas como advogada eu preciso analisar tudo com cautela e nada de emoção. Peço a ela que me conte sobre tudo novamente e repassamos tudo para que o júri de instrução funcionasse e que o acusado fosse a júri popular. Chegamos lá e mesmo estando velho eu consegui reconhecer aquele cara. "Sem sentimentalismo Sam." Disse a mim mesma e respirei fundo.— Oi, Sammy, você está linda como sempre. – Nunca tivemos intimidade no passado, agora, então muito menos só que eu sabia que precisava ser profissional.— Benjamin, enfim nos reencontramos. – Disse a ele que me estendeu a mão e eu apertei.Um calafrio percorreu a minha espinha e senti muito medo naquele momento só não podia demonstrar.— Uma pena que estamos em la
Saulo LucattoAcordei na manhã seguinte os flashes da noite passada me vieram a mente e me lembrei que beijei Sammya, eu estava louco para fazer isso a muito tempo, mas não sabia como, não posso usar a bebida como desculpa e nem quero, quando fui tomar banho me lembrei do toque de Sammya durante o nosso beijo e só de pensar nela meu amiguinho deu sinal de vida e precisei me aliviar. Já a caminho do trabalho parei em um starbucks e comprei dois cafés, tomei o meu e o de outro guardei para Sammy, quando cheguei na empresa meu amigo quis tomar a bebida mais dei um tapa em sua mão e disse que ele já tinha dona, o que o fez sorrir. Fui para a sala de Sam e bati na porta.— Bom dia. – Digo a ela que retribui. — Lhe trouxe café.— Muito obrigada. – Depositei o copo em sua mesa e ela me agradeceu novamente.— Será que podemos conversar? – Peço a ela que tira os olhos do documento que está lendo e olha para mim.— Acho que esse não é o lugar, mas se você tiver tempo podemos almoçar o que acha?
Assim que cheguei em casa, vi que ela estava completamente limpa e vi minha ‘irmãe’ saindo do meu quarto com um cesto de roupa na mão.— O que foi? Parece que viu um fantasma. – Ela diz, e eu sorri sem jeito.— Não sabia que você estava aqui, por isso estou surpresa. – Digo a ela, que olhou para mim e soltou uma lufada de ar.— Alguém precisa te ajudar com a bagunça que é a sua casa. Já pensou em contratar alguém para limpeza, mesmo que seja esporadicamente? – Ela me perguntou, e eu neguei.— Você sabe que não confio em pessoas estranhas dentro da minha casa.— Mas deveria saber por quê. Olha como este lugar parece um chiqueiro. Credo!— Já entendi, Vero? – Ela me mandou tomar banho, e corri para o chuveiro. Aff! A casa nem estava tão bagunçada assim. Ela realmente tomou o lugar da nossa mãe até na hora de encher o saco.Depois do banho, voltei à sala e perguntei pelas crianças, e ela me avisou que elas estão com Rogério.— Como você tira tempo para trabalhar, cuidar da sua casa, das
Oito meses depoisSaulo LucattoEnquanto Sammy e eu estamos em um chove não molha interminável, em casa as coisas só pioram. Não acredito que Marina está de volta depois de meses viajando e gastando o meu dinheiro.— Já vai trabalhar? – Ela pergunta quando me vê descer as escadas.— Alguém precisa trabalhar, não é? – Digo a ela, que dá de ombros.— Vai voltar cedo? – Marianna me pergunta, e eu a olho.— Por que está tão interessada no que eu faço ultimamente? – Ela não respondeu, então peguei minhas coisas e fui para o escritório.Como eu gostaria de me divorciar, mas Marina não dá o braço a torcer. Juro que se eu não tivesse esse segredo, já teria feito isso.Quando cheguei, Alice estava abraçando Sammy e olhei aquilo sem entender, mas logo Samuel aparece e me conta que hoje é aniversário de Sam. Não sei por que ela não me contou sobre isso, depois eu pergunto a ela. Saudei a todos e fui para minha sala, me tranquei e descontei toda a minha raiva e frustração no trabalho.O horário d
Descemos na porta da sua casa e eu a olhei, e assim como eu sabia que Sam estava em uma briga interna, de repente um cara nos pega de surpresa e a abraça por trás e depois lhe dá um beijo e Sam nos apresenta. — Então você é o famoso Pedro. – Brinco com ele que sorri. — E você o chefe. — O que faz aqui, Pe? – Ela perguntou olhando para ele. — Embora você não goste de comemorar, eu gostaria de te parabenizar pelos trintão. – Ela dá um tapa em seu braço e os dois riem. Vejo que a amizade é muito engraçada e realmente um não sente ciúme do outro, o que acho meio surpreendente, já que se fosse qualquer outra pessoa eles não seriam assim tão de "boa".— Não vou atrapalhar vocês, já estou indo nessa e juízo, dona Samy. – Pedro beija a sua testa e aperta a minha mão antes de ir. Voltamos a nos olhar e o desejo estava ali com tudo, não pensei duas vezes e a beijei. O motorista buzinou e esqueci completamente dele, lhe dei o sinal para a corrida e subimos para o seu apartamento. Aproveita
Veronica Maciel Hoje é o aniversário de Sammya, mas infelizmente ela não comemora os seus aniversários, engraçado que era a sua data favorita, mas após a morte de nossos pais, ela simplesmente optou por não comemorar, tadinha da minha irmã quando nossos pais morreram ela ainda era uma criança de nove anos e todo o nosso aniverário eles nos deixavam escolher o que queríamos e depois faziam das tripas ao coração para conseguir. Nós não éramos ricos, mas éramos bem financeiramente nossos pais sempre fizeram o melhor por nós, quando eles vieram a óbito nos deixaram um bom dinheiro, e eu também já ganhava meu próprio dinheiro graças aos meus comerciais e o desfiles aos dezesseis anos eles me deram de presente a minha emancipação e parecia até que estavam adivinhando que no ano seguinte as coisas mudaria para nós, quando Sam e eu fomo informadas sobre o falecimentos dos nossos pais começou uma briga entre os meus parentes para saber que cuidaria das órfãs mais se engana quem acho que el