Laços familiares e amizades inesperadas

— Não nos conhecemos. Como se chama, querida? – A senhora me perguntou.

— Mãe essa é minha amiga Sammya, ela é a mais nova advogada lá do escritório.– Saulo e depois olha para mim — Sammya, essa é Luciana Lucatto, minha mãe.

— É um prazer conhecê-la, senhora Luciana. – Estendo a minha mão, mas ela me surpreende e me abraça.

— Não me chame de senhora,não tão velha assim querido pode me chamar de você, como vi que você adorou as minhas petúnias eu vou te fazer um tour com você mais tarde, agora vem quero que conheça a minha filha, vocês são muito parecidas.

Ela me arrastou deixando o filho para trás, eu estava um pouco sem jeito, mas por que eu não conhecia as pessoas, Luciana me puxou e me levou até uma mulher que era idêntica a Saulo, será que eles são gêmeos? Estava muito curiosa para saber.

— Vem querida. Filha essa aqui é uma amiga de trabalho de Saulo, Sammya. – Ele me apresentou.

— Muito prazer, eu sou Sophia Lucatto, a irmã mais linda e gata de Saulo. – Ela me puxou para um abraço.

— Nada convencida – Saulo disse atrás de mim.

— Eu te amo irmãozinho. Sabia que somos gêmeos, só que ele nasceu primeiro – Sophia, apertou a bochecha do irmão e eu achei muito engraçado.

O senhor Rogério se aproximou de nós e me cumprimentou, ele me abraçou e eu fiquei meio sem graça, por que não sou muito de abraços, mas pelo visto essa família aqui adoram. Um homem com ar charmoso apareceu e as mulheres não conseguiram tirar os olhos.

— Les filles (meninas).Qui est cette belle dame? ( Quem é essa bela dama?) – Ele pegou a minha mão e beijou.

— Beaucoup de plaisir! Sammya Maciel. (Muito prazer! Sammya Maciel) – Digo a ele que se surpreende e sorri.

— Édouard Berny. Beaucoup de plaisir. (Édouard Berny. Muito prazer.) – Ele beijou a minha mão mais uma vez.

— Desculpe, o Ed é francês e por isso adora beijar.  – Será que fiz alguma careta? Sempre esqueço de disfarçar.

O almoço transcorreu muito bem, a família de  Saulo são bem engraçados, olhando para os pais deles me perguntei se os meus pais seriam desse jeito, após o almoço a mãe de Saulo me levou para o seu jardim e me apresentou suas flores que eram lindas, ela me explicava sobre as espécies e eu adorei, assim que finalizamos um passeio nos juntamos ao pessoal e ficamos conversando por horas, ao cair da noite nos despedimos de todos e antes de Saulo me levar para casa Sophia me pediu para encontrá-la um dia desses para fazermos compras e topei na hora.

Saulo estacionou em frente ao meu prédio e pediu para que eu esperasse, ele deu a volta e abriu a porta do carro para mim.

— Está entregue, senhorita. – Ele me disse estende a minha mão.

— Obrigada, me diverti muito. – Antes de entrar dei um beijo em seu rosto e fui para meu apartamento.

Após aquele dia os dias foram se passando e Saulo e eu nos tornamos grandes amigos, ele estava me ajudando no caso do abusador e daqui a algumas eu ficaria cara a cara com o garoto que seria acompanhado por seu advogado e seu pai que deu um jeito de acompanhar o processo, não estava me esforçando para conseguir o máximo de provas, pois eu iria vencer esse caso. A menina que sofreu abuso nem de casa estava saindo, por medo e vergonha, segundo ela havia sido ameaçada por Júnior, estava fazendo algumas anotações quando bateram em minha porta.

— Sammy, já está na hora do almoço, vamos gata. – Alice me chamou e eu arrumei a papelada em cima da minha mesa e tranquei a porta, geralmente não sou de trancar as portas, mas o problema é que de uns tempos pra tenho notado que as minhas coisas andam sendo mexidas e como estou trabalhando em um processo complicado não quero que fique exposto.

Chegamos ao restaurante e os meninos estavam sentados à nossa espera, assim que fizemos os nossos pedidos começamos a conversar animadamente, Samuel estava nos contando sobre o seu novo caso e eu estava particularmente interessada, pois envolvia uma madeireira que eu conhecia muito bem.

— Pensei que fosse apenas da urbanização? – Perguntei a ele que negou.

— Sabe como é, nós passeamos em várias áreas, e você menina desde que chegou aqui não pegou mais a sua casos ambientais.

— Pois é, mas na verdade eu sempre gostei da área criminalista, conheço bem essa madeireira que está processando se quiser algumas informações eu posso passar para você. 

— Isso seria incrível Sammy, muito obrigado. – Nossas refeições chegaram e começamos a comer.

— Eu estou com um caso de contravenção foda para resolver. – Luis rapidamente captou a nossa atenção e pedimos a ele para nos contar um pouco sobre o caso e foi o que ele fez.

Quando eu trabalhava em Minas, fiz algumas amizades, mas as pessoas de lá eram tão competitivas que chegavam a puxar tapetes uns dos outros, foi lá que aprendi a me impor ainda mais e jamais abaixar a cabeça, vejo esse tipo aqui, mas com bem menos frequência,  quem geralmente é assim é Veronica que fica tentando ouvir as conversas pelos corredores e depois usar em benefício próprio, eu não gosto desse tipo de pessoa e é por isso que me mantenho afastada dela. Nosso horário de almoço estava chegando ao fim e Luis disse que pagaria para nós, o que todos começaram a zombar dele.

— Olha, o Luis está tirando o escorpião do bolso. – Samuel disse nos fazendo ir.

— Pare com isso, não sou uma pessoa mão de vaca, mas trabalho muito para gastar meu dinheiro assim. – Nem posso culpá-lo, pois também estou juntando dinheiro para comprar o meu próprio apartamento, tudo bem que o aluguel que eu pago não é caro, mas nada melhor do que ter um lar para chamar de seu, eu poderia morar com Rafa, mas assim como disse a minha irmã quando ela me convidou a morar na sua casa, não quero tirar a privacidade dos outros, eu ainda tenho guardado o dinheiro dos meus pais que eu poderia usar para comprar o apartamento, mas preferi deixar ele rendendo um pouco mais.

Voltei para os meus trabalhos e não demorou muito ouço batidas em minha porta e logo em seguida Saulo surgiu em minha frente.

— Você anda trabalhando demais Sam, que tal, darmos uma saída? E antes que pense que estou te chamando para irmos a sós, foi um pedido da minha irmã, ela gostou muito de você assim como a minha mãe.

— Se é um pedido da Soph, não posso recusar. – Digo a ele que exibe um sorriso. — Você vai? – Perguntei a ele que concordou.

— Te pego às nove em ponto. – Já percebi que assim como eu, Saulo é viciado na pontualidade.

Minha irmã me ligou perguntando como eu estava e me convidou para jantar em sua casa, avisei a ela que tinha planos, mas que iria ficar o domingo com ela e os meus projetos de terroristas. Assim que desliguei voltei ao trabalho mais uma vez e quando terminei tudo que havia planejado para hoje arrumei tudo e fui para casa. Ao abrir a porta me deparei com a minha casa toda arrumada ao mesmo tempo que uma mensagem chegou.

"Querida, irmã/filha, por favor mantenha a sua casa arrumada, pois estava um chiqueiro, ah preparei mais comida para você está no congelador e mais uma coisa escreverei você em aulas de culinária e nem adianta reclamar, você precisa aprender a cozinhar."

Leio a mensagem de Vero e comecei a rir, minha irmãe enlouqueceu de vez, ela acha mesmo que eu aprenderei a cozinhar, só nos seus sonhos. As vezes eu gostaria de ser mais caprichosa com os serviços domésticos, mas eles não foram feitos para mim, a minha mesa de trabalho e mini escritório que tenho  em casa são os únicos que eu consigo realmente deixar arrumado e o pior é que não foi por falta de ensinar, porque Vero tentou de todas as formas, mas eu não tenho aptidão nenhuma. Fui para o meu quarto e escolhi minha roupa para sair a noite e como ainda estava cedo resolvi tomar um banho e relaxar um pouquinho.

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