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Reencontro emocionante e um novo caso perturbador

Quando cheguei em casa liguei para Saulo e avisei do meu retorno para ele que pareceu bem contente e  me explicou do que precisava e eu perguntei se ele poderia me encontrar em minha casa. 

— Chego aí em meia hora. – Ele me diz. 

— Não esqueça de trazer as pastas. – Desligamos o celular e eu aproveitei para tomar um banho porque estou suada. 

Estou muito cansada, mas quando o assunto é trabalho eu não recuso, estava na cozinha me servindo de uma taça de vinho quando minha campainha tocou e eu sabia que era meu chefe. Abri a porta e fiz menção para ele entrar. 

— Desculpe vir assim, mas estava trabalhando em casa e temos um novo caso que me lembrou muito você. – Ele diz e eu me animo. 

— Não tem problema, quando o negócio é trabalho eu fico eufórica, pareço uma louca não é? – Pergunto a ele que negou. 

— Eu também sou assim,quando fazemos algo por amor é desse jeito. Será que pode me servir um pouco desse vinho? – Ele pede, então vou até a cozinha e pego uma taça e a garrafa de vinho que havia aberto. 

— Não é os vinhos que você costuma tomar, mas é bem gostoso. – Digo a Saulo enquanto lhe sirvo. 

— Uma vez um amigo meu me disse que o importante não é o vinho e sim a companhia. – Olhei para ele e sorri. 

— Seu amigo é sábio. Pode me entregar a pasta para que eu dê uma olhada.

Conforme eu ia lendo o caso ficava cada mais revoltada, desgraçado só por que é filho do dono de um hotel acha que pode fazer o que bem quiser, Saulo observava a minha reação sem dizer uma palavra apenas. Olhei os exames toxicológicos dela e fiquei ainda mais revoltada. 

— Você leu as altas doses de escopolamina e flunitrazepam no organismo dessa menina de quinze anos? – Perguntei a ele que confirmou. — Quem é o pai desse garoto? 

— Um tal de Benjamin, me parece que eles são novos na cidade. – Comecei a suar frio e minhas mãos tremeram. — Você está bem? – Ele me perguntou, mas antes de responder olhei no processo e encontrei o que mais temia Benjamin Maia, um dos canalhas que violentaram a minha amiga na festa. 

— Esse é o filho de um dos desgraçados que abusaram da minha amiga. – Ele olhou para mim com pesar. 

— Você vai querer pegar esse caso? – Ele me perguntou e eu assenti. 

— Quero fazer o que não fizeram pela minha amiga. – Disse a Saulo que sorriu. 

— Eu sabia que você diria isso, Sammya, você gostaria de me acompanhar no almoço de família amanhã? – Olhei para ele surpresa. 

— Se é de família, acho que não me cabe lá. 

— Você irá como minha amiga e te garanto que meu pai irá gostar da sua companhia.

Penso um pouco e decidi aceitar o que o fez sorrir, um tempo depois ele se foi e eu fiquei a noite inteira lendo e pesquisando sobre o caso, na manhã seguinte acordei com as folhas coladas no meu rosto e meu celular tocando, atendi sem nem olhar no visor. 

— Bom dia, Sammya, estarei passando na sua casa às onze horas para te buscar – disse que tudo bem e soltei um longo bocejo — você passou a noite toda lendo o caso não ficou. 

— E pesquisando também, preciso tomar um café para me despertar. – Desligo o celular e guardo o arquivo que eu estava lendo. 

O ruim de não saber cozinhar é que você depende de outras pessoas para tudo, precisei descer e tomar café. 

Pedro me convidou para sair mais tarde, mas eu disse a ele que já tinha compromisso, Rafa também me ligou me convidando para sair e quando eu disse que já tinha compromisso ela logo ficou no meu pé para saber com quem eu iria sair. 

— Você é muito curiosa, mas não é nada demais. – Disse a ela. — Depois nos falamos, preciso tomar café e me arrumar, tchau amiga. 

— Tá bom sua cretina. – Ela desligou sorrindo. 

Após o café da manhã voltei para casa e levei meia hora para escolher uma roupa apresentável, assim que me vesti fui para a sala e fiquei esperando até que a campainha tocou e quando fui atender Saulo estava na porta e devo admitir que ele estava um gato, “sossega Sam.” Meu subconsciente tem ralhado muito comigo ultimamente.  

— Você está linda. – Ele sorriu e eu retribui. 

— Você também. Vamos? 

O chamei e ele estendeu a mão para mim e eu aceitei fomos para o elevador e aquele ambiente apertado e com pouca luz deixava tudo muito mais sexy, eu preciso parar de pensar nessas coisas ou vou acabar enlouquecendo, finalmente chegamos e eu praticamente corri, Saulo olhou para mim como se eu fosse louca, mas eu fingi que nem tinha percebido. Entramos no carro e Saulo colocou pagode e olhei para ele surpresa. 

— O que foi? – Ele perguntou ao me ver encará-lo.

— Desculpe é que eu não imaginava que gostava de ouvir esse estilo de música. – Digo sincera. 

— O que foi? Achou que eu só gostava de ouvir música clássica? – Ele perguntou e eu assenti.  — Pela minha mãe, eu só ouviria música clássica, mas o lado negro da força me tomou. – Nós dois rimos. — Mas e a sua irmãe, ela já te fez fazer algo que não gosta? – Neguei. 

— Vero é fantástica, sempre me deixou livre para fazer as minhas próprias escolhas, mas sempre estava ao meu lado me dando conselhos, por isso ela é minha melhor amiga. 

— Além de mãe e irmã. – Ele disse — minha irmã e eu faltamos pouco para nos matar, você tem que ver como somos péssimos juntos, nós nos odiamos de verdade. 

Ficamos conversando durante o trajeto e riamos muito Saulo quando estava no trabalho era completamente profissional, mas quando estava fora dela era super legal, acho que está acontecendo o que eu mais temia, estou me apaixonando por ele e isso é completamente errado. Paramos em frente a uma fachada maravilhosa e eu estava apaixonada, Saulo viu o meu olhar deslumbrado e sorriu. 

— Essa é a casa dos meus pais. – Ele diz sorrindo. — Gostou? 

— Simplesmente amei, quero muito conhecer por dentro – acho que estou um pouco empolgada demais e sei que daqui a pouco pode achar que sou interesseira. 

— Eu gosto do seu entusiasmo genuíno e sei que está pensando que devo te achar interesseira, mas longe disso os Lucattos sabem reconhecer a falsidade de longe. 

Ele me olhava de um jeito que me deixava nervosa, saímos do carro e entramos em sua casa, logo de cara o jardim me chamou muito atenção, lembrei de quando era bem pequena e minha mãe plantava em seu jardim, minha mente divaga para um dos muitos momentos felizes antes deles partirem. 

— Olha filha, estas são as minhas petúnias. – Ela me diz afagando os meus cabelos. 

— Finalmente alguém que aprecia de verdade o meu jardim. – Ouço a voz de uma mulher e rapidamente sou trazida de volta à realidade. 

— Perdão, mas o seu jardim é maravilhoso. – Digo sem jeito por ser pega em flagrante. 

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