Saulo Lucatto.
Estava em casa sozinho, apreciando a minha paz, quando recebo a ligação que acaba com toda a minha paz.
— Amorzinho, peraí, meninas. Saulinho, irei ficar um pouco mais aqui, o dinheiro que você me mandou não é suficiente. – Se eu soubesse que a minha vida iria acabar naquele maldito dia em que eu disse sim, com certeza eu teria saído daquele maldito altar e chamaria meu amigo para tomarmos uma cerveja.
— Eu já lhe dei dinheiro, Marina, o suficiente para passar mais de um ano na França – ouço ela falar algo com as meninas e se afasta.
— Saulo, você sabe muito bem que sua carreira está em minhas mãos, não é? Você seria preso e o seu império iria ruir num estalar de dedos. – Que desgraçada.
— Tudo bem, eu te mandarei o dinheiro necessário e, se quiser, pode viver aí para sempre. – Ela dá uma gargalhada.
— Depois que eu me cansar daqui, voltarei para casa ou, quem sabe, viajarei para algum outro lugar e te deixarei em paz para trepar com quem quiser. – Se eu pudesse, a mataria. Por Zeus, o que estou pensando agora?
Antes de jogar meu celular em cima do sofá, liguei para meu amigo e pedi a ele para vir à minha casa, e ele topou na hora. Não sei o que seria de mim sem esse idiota.
Não demorou muito e ele chegou. Uma coisa boa de Wesley é que ele não fica me fazendo perguntas desnecessárias. Nos servimos de doses de uísque e ficamos jogando pôquer até altas horas.
— Sei que você não quer falar sobre isso, mas se precisar de alguém para desabafar, estarei aqui ao seu lado. Você sabe que sou um bom ouvinte.
— Quando eu estiver pronto, você será a primeira pessoa a saber – digo a ele, que balança a cabeça negativamente.
— Duvido muito, pois tenho certeza que, pelo andar da carruagem, a primeira pessoa a saber da sua vida será uma certa advogada novata, e eu não o culpo por isso. A mulher, além de ser uma gata, também é muito convincente. Sabia que ela conseguiu me fazer desistir de processar a maluca que quebrou o vidro do meu carro? E sabe quem era? A sua melhor amiga.
— Sério? Que mundo pequeno. Era por isso que você estava em sua sala? – pergunto, e nem sei o motivo disso.
— Você está caindo por ela, não é? – Ele me pergunta, e eu faço um barulho.
— Está louco? Ela é minha funcionária, só isso. E outra, eu sou casado, esqueceu?
— Você é um mentiroso, mas vou fingir que acredito, tá bom? – Ele começa a debochar de mim. — Pensa que não reparei a cara que fez quando chegou em sua sala e nos viu abraçados. – Mando ele calar a boca, e voltamos a jogar e beber.
No dia seguinte, estávamos com muita dor de cabeça, mas era da ressaca. Então fiz um café bem forte e tomamos antes de irmos para a empresa. Quando cheguei, meu pai estava em minha sala, e eu sabia que não era uma coisa boa.
— Bom dia, meu filho. – Ele me cumprimenta sorridente.
— Bom dia, pai. O que o traz aqui? – Perguntei a ele, que olhou para mim.
— Não é só porque eu me aposentei que não posso vir aqui ver o andamento. Soube que a Sammy está indo muito bem.
— Está mesmo. Foi uma ótima escolha termos contratado ela. – Ele olhou para mim de uma maneira que eu sabia que não estava falando tudo o que precisava. — Pai, o que o senhor veio realmente conversar comigo?
— Filho, sua mãe e eu estamos preocupados com você. Esse seu casamento... sei lá, meu filho, você não acha melhor se divorciar dela? – Se ele soubesse que realmente não posso fazer isso, meu pai se decepcionaria comigo.
— Estamos bem, mesmo com o nosso jeito torto de ser. – Digo a ele, que me olha com reprovação.
— Sua irmã voltará depois de cinco anos entre a França e a Itália. – A minha irmã perfeita estará de volta. Revirei os olhos, o que não passou despercebido por ele. — Parece que ela trará um namorado novo, e ele é parisiense. Sua mãe e eu queremos muito que vá ao jantar no sábado. Estamos com saudades, meu filho.
— Eu também estou com saudade de vocês. Pode deixar que estarei lá e não pegarei no pé da Sophia. – Meu pai sorriu para mim e logo em seguida se retirou. Estou com muita dor de cabeça. Não deveria ter exagerado tanto no álcool.
O dia passou em um piscar de olhos, e nem percebi quando já estava na hora de ir embora. Arrumei minhas coisas e fiz o que deveria fazer. Meu amigo me chamou para uma festa, mas eu recusei, dizendo que não estou no clima para isso. Ele não concordou comigo, mas mesmo assim desisti.
Chegando em casa, me servi de uísque e liguei para um restaurante de comida chinesa para pedir minha refeição. Eu poderia estar em uma festa agora, mas meus malditos problemas não me deixam em paz. Um minuto, se quiser.
Marina Lucatto
— Amiga, que homem maravilhoso você arrumou. – Raquel me disse, e eu concordei.
— Sim, ele faz tudo por mim. – Digo com um sorriso.
Na verdade, casar-me com Saulo Lucatto foi a melhor coisa que eu fiz. A princípio, até gostei dele, mas depois só fiquei pelo dinheiro mesmo. Após meu casamento, meu pai perdeu nossa fortuna em uma aposta errada, e eu precisei fazer uns servicinhos sujos para ajudá-lo. Nisso, Saulo acabou descobrindo e precisou me ajudar em uma coisinha. E quando ele quis o divórcio, eu simplesmente disse que contaria tudo o que ele havia feito, e aí ele perderia todo o prestígio e também perderia todo o apoio da família. Meu celular tocou, e vi que era meu pai.
— Oi, filha, estou precisando de vinte mil? – Ele me disse.
— O que você fez de errado agora? – Perguntei, e ele me respondeu que precisava pagar uma dívida urgente.
— Pode deixar que vou te ajudar. Já mando para a sua conta, mas não posso ficar emprestando muito, porque não terei como explicar a Saulo – meu pai me agradece e eu sorri, ele me avisa que Lucas está me mandando lembranças e agradeci meu pai é o melhor amigo, pois ele sabe que sou a única da família capaz de puxar sua inteligência e sagacidade. Por isso, ele sabe tudo sobre mim e inclusive que mantenho um relacionamento extraconjugal com Lucas, o que meu marido não ficaria nada satisfeito se soubesse, mas também não poderá fazer nada, já que tenho algo contra ele.
— Amiga, vamos. A festa começará em breve. – Diana me chama. — As outras já estão à nossa espera.
— Estou indo, Diana. Me espere lá embaixo. – Finalizei a maquiagem e peguei minha bolsa para poder descer. Antes, me dei mais uma olhada no espelho e torci para encontrar um cara para me acabar a noite.
Sammya MacielApós um dia longo e estressante de trabalho, fui para casa. Quando cheguei, Pedro e Rafa estavam à minha espera. Assim que cheguei, meus amigos me mandaram me arrumar.— Hei, a tal festa não irá começar às dez, por que temos que ir cedo? – Perguntei a eles, que sorriram.— Na verdade, nós iremos nos divertir antes, sua chata. Você foca muito no trabalho, está na hora de se divertir também. – Minha amiga disse, e meu amigo concordou.Fui para o quarto me arrumar e, quando cheguei, ouvi as vozes dos meus amigos animados conversando com alguém. Me pergunto por que sempre a minha casa é um ponto de encontro.Depois de arrumada, desci e encontrei Leo à nossa espera.— Você está uma gata, Sammy. – Ele me disse, e eu fui ao seu encontro e lhe dei um beijo no canto da boca.— Você também não está nada mal. – Disse a ele, que me abraçou.— Por que você não me cumprimentou assim quando chegou? – Rafa perguntou, e ele deu de ombros.— Até onde eu saiba, você tem vários ficantes, vá
Quando cheguei em casa liguei para Saulo e avisei do meu retorno para ele que pareceu bem contente e me explicou do que precisava e eu perguntei se ele poderia me encontrar em minha casa. — Chego aí em meia hora. – Ele me diz. — Não esqueça de trazer as pastas. – Desligamos o celular e eu aproveitei para tomar um banho porque estou suada. Estou muito cansada, mas quando o assunto é trabalho eu não recuso, estava na cozinha me servindo de uma taça de vinho quando minha campainha tocou e eu sabia que era meu chefe. Abri a porta e fiz menção para ele entrar. — Desculpe vir assim, mas estava trabalhando em casa e temos um novo caso que me lembrou muito você. – Ele diz e eu me animo. — Não tem problema, quando o negócio é trabalho eu fico eufórica, pareço uma louca não é? – Pergunto a ele que negou. — Eu também sou assim,quando fazemos algo por amor é desse jeito. Será que pode me servir um pouco desse vinho? – Ele pede, então vou até a cozinha e pego uma taça e a garrafa de vinho q
— Não nos conhecemos. Como se chama, querida? – A senhora me perguntou.— Mãe essa é minha amiga Sammya, ela é a mais nova advogada lá do escritório.– Saulo e depois olha para mim — Sammya, essa é Luciana Lucatto, minha mãe.— É um prazer conhecê-la, senhora Luciana. – Estendo a minha mão, mas ela me surpreende e me abraça.— Não me chame de senhora,não tão velha assim querido pode me chamar de você, como vi que você adorou as minhas petúnias eu vou te fazer um tour com você mais tarde, agora vem quero que conheça a minha filha, vocês são muito parecidas.Ela me arrastou deixando o filho para trás, eu estava um pouco sem jeito, mas por que eu não conhecia as pessoas, Luciana me puxou e me levou até uma mulher que era idêntica a Saulo, será que eles são gêmeos? Estava muito curiosa para saber.— Vem querida. Filha essa aqui é uma amiga de trabalho de Saulo, Sammya. – Ele me apresentou.— Muito prazer, eu sou Sophia Lucatto, a irmã mais linda e gata de Saulo. – Ela me puxou para um abra
Saulo LucattoO almoço com meus pais foi muito bom, até mesmo minha irmã cooperou e não encheu o meu saco deve ser porque ela não queria demonstrar ao namorado quem era de verdade ou será que realmente Sophia amadureceu? Cheguei em casa e Marina me liga pedindo mais dinheiro como eu queria que ela ficasse longe de mim, dei até além do que ela pediu. Minha mãe me ligou e quando atendi ela começou a falar.— Meu filho, sua amiga é fantástica, por favor, a traga mais vezes. – Eu sabia que minha mãe gostaria dela.— Sammya é muito legal mesmo, mas já sei o que está pensando dona Luciana e nem tente, pois como eu disse somos amigos. – Ouvi o sorriso de minha mãe.— Tudo bem meu filho, mas quero que saiba que eu gostaria de tê-la como nora, Sam é uma apreciadora de petúnias e só por isso eu sei que ela é perfeita.— Ok, mãe, estou um pouco cansado e preciso dormir. – Nós nos despedimos e eu me servi de uma dose de uísque e fiquei ali pensando na vida minha vida.No dia seguinte acordei co
Rafaela Nunes Sammya e eu nos conhecemos a alguns anos, na verdade nós éramos um trio composto por Sammya, Jéssica e eu. Quando nos conhecemos, tínhamos seis anos e rapidamente nos tornamos melhores amigas de cara, Jéssica entrou para o grupo quando todas estavam com nove anos, nesse meio tempo os pais de Sammy faleceram deixando ela e Vero órfãs. Nossa amizade só se fortaleceu e Jéssica e eu ajudamos nossa amiga a passar por esse difícil processo. Meus se divorciaram muito cedo e então minha mãe cuidou de mim, na fase da adolescência, minhas amigas e eu começamos a sair, nós tínhamos dezesseis anos e Raul, um amigo nosso nos convidou para uma festa de seu primo todas estávamos animadas, mas para a nossa tristeza a Vero irmãe de Sammy não a deixou ir, ela disse que sentiu algo estranho, eu até incentivei a minha amiga a ir escondida, mas ela é muito obediente e acabou ficando em casa. No dia da festa Jéssica e eu nos arrumamos e quando estávamos saindo minha mãe pediu para termos c
Sophia LucattoPassei alguns anos fora do Brasil, mas estava sempre sendo atualizada sobre a minha família e principalmente meu irmão e confesso que quando minha mãe me confidenciou sobre a tristeza de Saulo fiquei preocupada, meu irmão gêmeo é um idiota as vezes é um cara muito bacana que não merece sofrer, mas desde que conheceu Marina o jeito dele se modificou. Quando conheci minha cunhada percebi que ela não era a mulher certa para ele, mas sabe com homem é idiota principalmente quando toma um chá bem dado. Ao anunciar meu retorno para o Brasil, meus pais ficaram eufóricos e queriam fazer uma grande festa, o que precisei intervir para não acabar se tornando apenas uma festa de negócios igual os meus aniversários, avisei que levaria meu namorado e todos ficaram curiosos já que eles sabiam que eu não namorava ninguém, meus pais embora sejam liberais prezam por algumas tradicionalidades e o casamento é uma delas, eles sempre me cobram que para que eu case logo e dê netos a eles, dá u
Sammya Maciel Hoje é o dia em que eu vou me reencontrar com Benjamin nem acredito nisso, não o vejo desde o dia em que minha amiga e eu brigamos com ele e o Victor. Helena chegou ao meu escritório acompanhada de seus pais, ela estava reprimida e eu sabia o que ela estava sentindo, mas como advogada eu preciso analisar tudo com cautela e nada de emoção. Peço a ela que me conte sobre tudo novamente e repassamos tudo para que o júri de instrução funcionasse e que o acusado fosse a júri popular. Chegamos lá e mesmo estando velho eu consegui reconhecer aquele cara. "Sem sentimentalismo Sam." Disse a mim mesma e respirei fundo.— Oi, Sammy, você está linda como sempre. – Nunca tivemos intimidade no passado, agora, então muito menos só que eu sabia que precisava ser profissional.— Benjamin, enfim nos reencontramos. – Disse a ele que me estendeu a mão e eu apertei.Um calafrio percorreu a minha espinha e senti muito medo naquele momento só não podia demonstrar.— Uma pena que estamos em la
Saulo LucattoAcordei na manhã seguinte os flashes da noite passada me vieram a mente e me lembrei que beijei Sammya, eu estava louco para fazer isso a muito tempo, mas não sabia como, não posso usar a bebida como desculpa e nem quero, quando fui tomar banho me lembrei do toque de Sammya durante o nosso beijo e só de pensar nela meu amiguinho deu sinal de vida e precisei me aliviar. Já a caminho do trabalho parei em um starbucks e comprei dois cafés, tomei o meu e o de outro guardei para Sammy, quando cheguei na empresa meu amigo quis tomar a bebida mais dei um tapa em sua mão e disse que ele já tinha dona, o que o fez sorrir. Fui para a sala de Sam e bati na porta.— Bom dia. – Digo a ela que retribui. — Lhe trouxe café.— Muito obrigada. – Depositei o copo em sua mesa e ela me agradeceu novamente.— Será que podemos conversar? – Peço a ela que tira os olhos do documento que está lendo e olha para mim.— Acho que esse não é o lugar, mas se você tiver tempo podemos almoçar o que acha?