Capítulo 2

A manhã de sabádo na cidade de grandes lagos estava movimentada por ciclistas, e pedrestes que se faziam a via publica para exercitar os seus corpos, e alguns mesmo para desfrutar do sol sorridente e da brisa matina.

Era o mesmo  sol que também brilhava para Alexandra, que insistia em penetrar através do tecido fino que reveste as grandes janelas vitrais de seu quarto, por isso mesmo, estava em constante movimento para afastar-se dos raios, que dava-lhe a sensação de que estivesse dentro de um forno. Em algum momento chegou  a ter  a sensação que o mundo estivessse a acabar, mas tudo era resultado da bebedeira do dia anterior.

Repentinamente, escutou o som da campainha, decidiu ignorar pois não se encontrava em condições de receber visita, porém a pessoa mostrou-se insistente, e continuou a tocar de forma abusada. Sem opções viu a necessidade  de levantar, pois o som era desagradavél de tal maneira que sentia a sua  cabeça prestes a explodir.

Ergeu-se com muita dificuldade, sentia o  seu chão revestido de mosaico  a tremer  e estava tão tonta,  conseguiu calçar  as suas  pantufas azuis,  e foi a abrir a porta.   Dá de cara com uma mulher alta, o macacão longo de alça larga na cor bege que por ela vestido e sapatilhas brancas  lhe conferia elegancia , com  os cabelos ruivos sedosos esvoaçantes e  sensualidade também demarcava

— Alex….. Humm,  o que foi que aconteceu ?—  A mulher com o seu sotaque escoces questionou e inspecionou Alexandra de cima para baixo, o seu semblante estava horrivel, tinha até marcas no seu rosto. Depois adentrou.

— Ah  tens as chaves, Glória, podias a ter usado. Estou a surtar de dor de cabeça, bebi demais — Resmungou e fechou a porta, sua boca estava seca como se tivesse feito jejum de liquidos, e o pior era sentir o gosto da bebida, por isso mesmo

Foi de  encontro com um copo de água.

— Não, não, não  mesmo, Alexandra Zavala, podre de bêbada, quem diria? — Declarou a Glória com — Por favor glória,  prepara o Caldo para a ressaca já não aguento,  vou tomar um duche.—  Implorou  Alexandra, e  ignorou as insinuações de  Glória.  Foi ao balneario, retirou o roupão,  abriu a torneira, enquanto esperava a água aquecer, tentava puxar na sua memoria o rosto do homem e o que realmente tivera acontecido na noite passada, mas estava convencida que não tinha se envolvido sexualmente com ele.

Todavia,  Glória não estava convencida que essa história devia terminar daquela maneira, foi em direção ao balde de lixo,  e retirou o bilhetinho, nem mais pegou no telefone, e discou os números, levou o auscultador ao ouvido. Chamou e ninguém atendeu, porque ela era uma pessoa convencida ligou novamente, e por fim atendeu.

— Alô,  Quincy, aqui quem fala é  a Alexandra.— Disse Glória a tentar imitar a voz da amiga.

— Ahm sim Alexandra, és muito presistente, se não tivesse insistido não iria ligar de volta, não tenho o hábito de atender numéros desconhecidos.—  Declarou  Quincy  com a sua voz dotada de charme, estava surpreso não esperava por aquele telefonema,  que fez a questão de fazer uma pausa, estava na companhia de seu amigo Diogo   que viu-lhe a sorrir,  cumpriam com a ginástica matinal que iniciará com uma corrida lenta.

— Sempre,  principalmente quando é algo que  me interessa.— Glória Afirmou presunçosa, de tal maneira que Quincy ficara espantado, no dia anterior julgou que estivesse a lidar com uma mulher timida, e não com uma ousada como parecia no telefonema, até porque ele gostava das ousadas, e isso não tinha nada haver com ser oferecida. Ele era lego em lidar com mulheres, sabia que cada uma tem sua particularidade, não conjugava da ideia de que todas as mulheres quando tomam iniciativa  significa necessariamente que está disponível mas sim que tem garra, e sabe exactamente o que quer, e vai se expressar sem rodeios.

— Então está disposta a fazer um retrato meu? —  Indagou Quincy empolgado.

— Claro, seria muito bom que  nos encontrássemos para acertamos os detalhes. — Novamente  declarou Glória revestida de ousadia, e espreitava para ver se Alexandra não a estava a escuta-la

— Senão for incomodo, eu podia passar de sua casa daqui a 30 minutos,  o que me diz a respeito? — Sugeriu  Quincy a verificar as horas no seu relógio de pulso.

— Claro,  com certeza, aguardo por si. — Glória  concordou  sorridente.

— Até já. — Despediu Quincy  e  terminou a  chamada.  Repentinamente foi tomado por uma felicidade inexplicavél.

— Posso saber quem era já agora? —  Questionou Diogo  seu companheiro, a felicidade de Quincy não passou despercebida.

— Uma jovem que conheci ontem no bar.— Declarou Quincy,  abriu a tampa do bebedor, deitou-se com a água para lavar o suor.

— Não acredito, El matador, esse não é o teu feitio, sorrir por causa de uma mulher do bar. — Afirmou Diogo admirado.

— Eu só quero que a jovem faça um retrato meu e mais nada. — Justificou Quincy,  e não sabia o porquê de estar a justificar afinal de contas não devia satisfação a ninguém.

— Tudo bem,  não está mais aqui quem falou. — disse Diogo convencido que  seu amigo estava a interessar-se por alguém.

Contudo, Alexandra saiu do balneário, vestiu-se com muita dificuldade, por conta da ressaca. E após dez minutos já estava pronta e foi em direção a sala,  e ficou estupefada, Glória estava a arrumar a sua sala.

— o que está a acontecer?  O caldo já está pronto? — Indagou Alexandra, desconfiava que algo não estava bem, Glória estava a ajudar-lhe com a limpeza não o feitio dela, a preguiça era seu nome do meio.

— Minha amiga, vais receber visita,  e se eu fosse você,  mudaria esses calções de de Mickey mouse.— Declarou Glória  na maior tranquilidade, Alexandra entrou em ebulição com o que escutou

— Do que  você está a falar? —  Questionou  Alexandra de uma forma ameaçadora.

— Toma  o caldo  querida vai te por melhor. Ahm sim, é verdade, o Quincy está a caminho para negociar o assunto do retrato. —  Glória entregou-lhe o prato de caldo  ainda na calmaria como se não tivesse feito nada de especial.

—  vou te matar, se você fez o que  estou a pensar. — Ameaçou  Alexandra furiosa,   largou o prato de caldo na sua mesa de vidro e pegou na vassoura e apontou lhe.

— Para de drama, no final do dia você vai me agradecer, eu só quero o teu bem, quero que  enterre logo aquele filho da mãe do Hugo — disse Glória com as mãos no ar como se lhe tivessem apontado com uma arma, que na verdade era por conta da ameaça da vassoura.

— Não mesmo, vou te arrebentar com a vassoura……. — Dizia Alexandra,  e de rompante escutou o som  da campainha……

O som da campainha nunca tivera ressoado como um condutor de ansiedade como naquela manhã, seu coração estava célere de maneira que ameaçava  rasgar o seu seio esquerdo,  Alexandra, respirou fundo e disse:

— Você  espera ai,  vou só abrir a porta.— Declarou a apontar-lhe com o dedo de uma forma ameaçadora, Glória não deixou de gargalhar.

Com passos gigantescos  aproximou da porta de madeira pólida,  com sua pequena mão trêmula,  girou a maçaneta de inox.  E ao abrir, seus pequenos olhos castanhos deslumbraram  a figura de um homem de aproximadamente 1,90m, com o  tom de pele chocolate, brilhava como se tivesse bronzeado, suas  pupilas dilataram quando viu as veias pulsantes do pescoço grosso, seguia-as, até onde começava o  tecído da sua camisa que escondia aquela musculaturia brava, que fazia a questão de marcar presença dando forma as vestes do homem…

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