Johnny, Sezão e Ed decidiram voltar para casa no mesmo carro, assim poderiam conversar um pouco. Wanda ficou encarregada de levar as crianças embora, para desespero delas.
- Cara, que alívio a Alice estar bem. – Disse Sezão. – É muito ruim a sensação do “ela pode acordar, mas não sabemos quando”. É um sentimento horrível de... como se diz... não consigo lembrar a palavra...
- Impotência! – Completou Ed.
- Isso! Um sentimento horrível de não poder fazer nada!
Enquanto isso Johnny permanecia em silêncio, com um olhar perdido que atravessava a janela do carro e seguia sem rumo. Percebendo isso, Sezão e Ed se entreolharam.
- Tudo bem, Johnnão? – perguntou Sezão.
Jhonny imediatamente mudou o olhar em direção ao amigo.
- Sim...
Já eram oito horas da noite e Valentina continuava empolgada digitando o relatório; aquele estudo renderia umsavingconsiderável para a empresa e ela seria, com certeza, muito bem recompensada.Seu celular tocou e ela o olhou de relance, sem a intenção de atendê-lo. "Maria" piscava na tela, enquanto o aparelho vibrava."Que droga, esqueci o jantar!", pensou, e em seguida atendeu a ligação.- Oi amor, tudo bem? Sim, sim, eu aindatôna empresa, mas logo saio. Não, é claro que não esqueci nosso jantar de aniversário. Me dá uma meia hora e te pego aí. Beijos. Também te amo.Embora tivesse pedido meia hora de espera, levou mais uma hora para terminar o documento. Conhecia sua namorada; o atraso lhe custaria, no máximo, uns dez minutos escutando uma lição de moral e tudo estaria resolvido.
Ao chegar em casa, Alice tomou um banho e logo esparramou-se no sofá. O dia de trabalho havia sido intenso e ela estava satisfeita por ele ter acabado. Se serviu da comida que sua mãe havia preparado para o jantar e após comer juntou-se à ela e seu pai na sala, para assistir a novela.Alice sabia que príncipes encantados não existiam, mas não podia negar que seu relacionamento com Johnny era digno de um belo filme de romance. Além de amá-lo demais, sentia que era imensamente correspondida. Johnny demonstrava no dia-a-dia seu sentimento por ela, preocupando-se com sua saúde, bem estar e todo tipo de realização pessoal e profissional. Parecia que eles se conheciam desde sempre, desde outra vida.Entretanto, algumas coisa precisavam ser melhoradas; Johnny visitava frequentemente a família de Alice, mas não podia-se dizer o mesmo dela. Apesar dos pais de Johnny sempre a tratar
Haviam cerca de trinta pessoas no estacionamento da Dollar S.I., aglomeradas em volta do elevador. Metade eram policiais fardados; alguns sem farda, mesmo assim podia-se reconhecer que eram investigadores, pois olhavam tudo minuciosamente, tiravam fotos e faziam anotações. Os que sobravam eram funcionários da empresa.Ver aquela cena fez o coração de Johnny acelerar.- Céus Wanda! Olha quanta gente! Que desgraça aconteceu agora?- Calma Johnny, calma, já vamos descobrir os detalhes.Ao ultrapassar a fita zebrada que isolava o local, Johnny foi abordado.- Ei senhor, não pode entrar aqui. É a cena de um crime.- Eu sou o dono da empresa, John Dollar.- Tem algum documento de identificação?Johnny perdeu a paciência. Tirou a carteira do bolso e colocou na mão do policial.- Tá aqui ó, pega minha carteira. Todos os
O dia havia sido péssimo, e Johnny estava exausto.Tudo que desejava era tomar um banho e assistir algum filme na TV; gostaria de dormir, mas sabia que depois de tudo que presenciara, não ia ser tão fácil.Entrou em seu quarto e jogou a blusa na cama. Ia entrar no banheiro, mas percebeu que não estava sozinho: duas pessoas estavam lá, esperando por ele.- Garotos, vocês aqui? O que estão fazendo no meu quarto? E... por que estavam no escuro?Betinho e Willy continuaram com as expressões sérias.- Não queríamos te assustar. – respondeu Willy, e Johnny balançou a cabeça, tentando expressar que aquilo não fazia o menor sentido.- É o seguinte Johnnão - Betinho levantou da cadeira – você sabe que a gente gosta muito de você e da tia Alice né?- Sei sim. Nós também gostamos muito
Ao chegar no hospital, Johnny encontrou Wanda conversando com um médico. Enquanto ela estava tensa, ele aparentava estar extremamente calmo. "Médicos estão mais acostumados com isso", pensou. Imediatamente se integrou a conversa.- Boa noite doutor...?- Marcelo. Marcelo Casevalli. E você é?- John Dollar. A Valentina trabalho comigo.- Ah sim, sim. Já ouvi falar.- E então doutor, como ela está?- Bem, como eu estava explicando para a Wanda, ela ainda requer muitos cuidados, mas está reagindo muito bem.- Ela está consciente?- Sim. Fica um pouco confusa ao falar de algumas coisas, mas é compreensível.- Compreensível até demais, se pensarmos na violência do caso. – O comentário partiu de uma quarta pessoa que, apesar de ter aparecido de surpresa, logo foi reconhecido por Johnny: era Allan, o chefe dos inv
- Saibam que não quero que ninguém se sinta obrigado a estar aqui. A ajuda que estou pedindo não tem absolutamente nada a ver com o trabalho de vocês, então, caso sintam-se desconfortáveis, podem ficar fora dessa; eu entenderei.Jhonny marcou aquela reunião tão logo saiu do hospital, onde havia conversado com Valentina. Ele sabia que a polícia estava investigando o crime, mas queria conduzir sua própria investigação. Alice não pôde estar presente; com Johnny dedicado aos desdobramentos do crime ocorrido na Dollar S.I., havia sobrado para ela resolver absolutamente tudo sobre o casamento deles, que se realizaria dali uma semana. Apesar de ser por um bom motivo, ele se sentia desfalcado sem ela.- Eu ia participar disso mesmo que você não quisesse. – respondeu Wanda.Johnny lhe retribuiu com um sorriso.- Por que será que isso não
Quando Johnny e Wanda chegaram na Dollar SI Allan já os aguardava.- Olá Allan. Vamos subir até a minha sala. Enquanto isso a Wanda vai levantar as informações sobre o funcionário. Qual o nome dele?Allan parecia desconfortável em passar a informação.- Eu vou passar o nome, mas enxerguem isso como um voto de confiança, ok? Só estou seguindo esse caminho porque sei que é o mais rápido para pegarmos esse desgraçado.Johnny sabia que o problema do detetive era com ele; odiava a ideia de ser considerado suspeito, mas não havia nada que pudesse fazer a respeito, a não ser colaborar em tudo que a policia solicitasse.- Eu entendo Allan, sei que é difícil confiar em mim, afinal você mal me conhece, mas vou cooperar em tudo que precisarem.- É o mínimo que espero de você, considerando que o crime oc
- Moldes de silicone. – concluiu Ed – Alguém deve ter tirado as digitais do Davi, enquanto ele estava vivo logicamente, num molde de silicone, e deve ter feito algum tipo de luva com elas.Como o horário de expediente já havia acabado, Johnny, Allan e Wanda haviam achado Ed já em seu apartamento.O local era pequeno e com móveis simples, mas repleto de itens tecnológicos, que eram a verdadeira paixão de Ed.- Molde de silicone? Isso me parece muito surreal! – rebateu Wanda, com cara de desdém.- Na verdade é mais comum do que vocês imaginam. Nunca ouviram falar em servidores públicos que registram o ponto de colegas, usando moldes de silicone? No núcleo privado isso acontece também.- Bem, mas se eles estão usando esse tipo de método, alguma câmera de vocês deve ter pego ele registrando o ponto no relógio.