Capítulo 5
Meu irmão não me ligou mais.

Era de se esperar.

Para ele, aquela ligação já representava o limite de sua paciência comigo.

Me lembrei da primeira vez que brigamos seriamente.

As veias de suas mãos estavam saltadas enquanto ele apontava para a escuridão lá fora, aquele breu onde não se via sequer a mão à frente do rosto.

— Letícia, saia desta casa agora. Você não é mais minha irmã.

Lágrimas escorriam enquanto eu gritava para ele:

— Você acha que eu queria ter um irmão como você? Rafael Garcia, eu te odeio!

Ele me deu um tapa, e a área ardente e vermelha no meu rosto começou a inchar.

Corri para fora, encolhida ao lado da estrada, esperando que ele viesse me procurar.

O vento da noite era frio, e eu estava apenas de camisola de seda.

Rapidamente, meus lábios começaram a ficar roxos, e meu corpo tremia incontrolavelmente.

Eventualmente, percebi desolada que meu irmão não iria atrás de mim.

Ele não havia dado um passo sequer para fora do quarto.

Depois, sentindo um frio terrível e sem dinheiro, acabei ficando na casa de uma colega com quem eu tinha boa relação.

Passei algumas noites lá.

Finalmente, ele me ligou.

Pensei que ele finalmente se importasse comigo e, cheia de expectativas, esperei que meu irmão fosse me buscar.

Imaginei que ele me daria um abraço ao me ver.

Mas, em vez disso, recebi um tapa ainda mais forte que o anterior.

Eu não consegui me manter de pé e caí no chão.

Cobrindo o rosto e com lágrimas nos olhos, olhei para ele com dificuldade.

Ele me olhava de cima, com desdém.

— Letícia, se você aprontar mais uma dessas, nunca mais volte. Você acha que, se não fosse pelo papai, eu teria vontade de sustentar você?

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