Capítulo 19
Os policiais pularam aquele segmento e encontraram uma gravação minha, desorientada e sendo atropelada por um carro, numa câmera de segurança à beira da estrada.

Os olhos do policial exibiam simpatia enquanto ele batia no ombro de Rafael.

Ele não proferiu palavra alguma.

Rafael desabou no chão, ostentando um olhar vazio e uma expressão de total desamparo.

Era como se ele fosse novamente uma criança, com apenas dez anos.

Observando sua irmãzinha chorar ao nascer.

E sua mãe, que havia acabado de falecer.

A dor atual não era menor que a daquele momento.

Não demorou muito para Rafael encontrar meu corpo.

Eu estava lá, quieta, já pálida, fria e rígida.

Os funcionários do hospital mostraram alguma compaixão:

— Pobre garota, tinha apenas 18 anos.

Então veio a reclamação:

— Demoraram tanto para procurá-la.

Olhares de desaprovação se voltaram para Rafael.

Sim, em minha vida, a maioria das adversidades foi causada por Rafael e uma pequena parte pela Mariana.

Esses irmãos eram como assassinos.

R
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