Eu já não devia me sentir tão afetada assim por ele, mas ali estava eu na entrada de casa, trancada no carro chorando e socando o volante.
— Vamos lá Emily! Você tem que tomar as rédeas disso. — gritei comigo mesma e saí do carro decidida a esquecer tudo aquilo, a tentar com mais afinco tirar meu pai dessa cidade, só tinha chegado a algumas horas, não podia né desesperar e chorar.
Peguei rapidamente as sacolas no porta-malas, antes que algum dos vizinhos viesse me abordar.
— Então foi você quem me tirou do chão! — a voz do meu pai chamou minha atenção assim que fechei a porta da frente de casa. — O que está fazendo aqui?
— Eu vim lhe visitar e nós precisamos conversar. — comecei tentando parecer decidida.
— Não me venha com essa, tenho certeza que Janice já abriu aquela boca grande e é só por isso que você está aqui! — ele resmungou, sem me olhar diretamente nenhuma vez. Mas eu não podia culpá-lo quando eu fazia o mesmo.
— Eu só vou conversar com você depois que tomar um banho e comer alguma coisa. — Ergui as sacolas mostrando para ele. — Comida de verdade, não coisas enlatadas e congeladas.
— Não preciso disso, pode voltar para sua vidinha na cidade e me deixar aqui sozinho! — ele gritou para minhas costas, enquanto eu caminhava para a cozinha.
Isso não ia ser fácil, ele com certeza me odiava por eu não ter voltado para casa todos esses anos. A última vez que nos vimos direito foi no final do ano na casa de Fernando, pois eu nunca consegui voltar aqui, até mesmo quando mamãe partiu, vim de carro direto para o cemitério e fui embora assim que o enterro acabou. Mesmo que Marcos não tivesse aparecido no enterro, toda a situação da morte da minha mãe e ter que estar naquela cidade, desencadearam uma série de pesadelos.
A porta do quarto bateu me fazendo inspirar fundo, eu precisaria ser paciente com meu pai. Como eu queria que fosse o Fe aqui no meu lugar, ele saberia muito bem como lidar com tudo isso, afinal ele era o filho perfeito, que ficou ao lado dos meus pais todo o tempo, já eu me tranquei em minha bolha, me afoguei em trabalho e em desculpas e mais desculpas.
Comecei a preparar o jantar pensando no que faria para que meu velho saísse daquele quarto, quando um barulho de um carro na entrada de casa chamou minha atenção. A notícia de que eu havia chegado à cidade já deveria ter se espalhado, mas eu esperava que não fosse ninguém indesejado, o que resumia a maioria da população.
— Emily? Você está aí querida? — a voz doce de Janice encheu a sala, me fazendo respirar aliviada.
— Aqui. — Eu corri até ela me jogando em seus braços.
Janice era como uma mãe para mim, aquela senhora rechonchuda e alta ajudava minha mãe bem antes de eu nascer, e eu sabia que tudo que ela fazia era por amor a minha mãe.
— Oh filha, olhe só pra você. — ela disse, me empurrando e me analisando de cima a baixo. — Está incrível, uma mulher de verdade.
— Obrigada. Como as coisas estão indo por aqui? Estou vendo que a cidade continua a mesma.
— Claro que não querida, tanta coisa mudou que você nem reconheceria mais. — Aquilo era impossível. — Que cheiro é esse? Cozinhando? — ela comentou, já abrindo as panelas e inspecionando-as. — Não esqueça da pressão alta dele, nada de muito sal.
— Ah Nice, já vai ser um milagre se eu conseguir fazê-lo comer alguma coisa. — resmunguei. — Ele mal me olhou e já me mandou ir embora.
— Você vai conseguir, menina. — ela me encorajou dando tapinhas no meu rosto. — Ele só está chateado, isso vai passar rapidinho. Agora me conta como as coisas estão indo no trabalho?
Conversamos por horas, apesar de Janice fazer parte do passado que eu queria esquecer, ela também fazia parte do meu presente, todos esses anos ela acompanhou nossa família e sabia de tudo o que passamos.
Quando Janice foi embora eu tive que voltar a realidade, era meu momento de encarar a fera.
— Pai? — Bati na porta duas vezes e ele não respondeu. — Pai, o jantar está na mesa — falei, já entrando e o encontrei sentado na cama, encarando o chão com uma garrafa de whisky na mão. — Vamos comer? — Ele se ergueu, quase caindo novamente na cama, mas conseguiu se equilibrar e me encarou com os olhos vazios.
Meu pai, meu grande herói tinha se tornado um homem quebrado que bebia todos os dias até cair. O amor era mesmo uma droga!
Ele passou por mim antes mesmo que eu pudesse ajudá-lo e caminhou cambaleando até a cozinha, em nenhum momento soltou a garrafa com o líquido ambar.
Eu tinha que tirá-lo da cidade, isso não podia continuar ou ele ia acabar se matando!
Quando meu pai finalmente conseguiu se sentar na banqueta da cozinha eu esperei que se servisse, mas me arrependi logo em seguida, quando ele tentou alcançar a salada e perdeu o pouco equilíbrio que lhe restava e caiu do banco batendo as costas e cabeça no chão.
— Pai! — gritei, correndo para ajudá-lo. — Você está bem? Meu Deus, devíamos ir ao hospital. — Ele puxou seus braços para longe do meu toque e começou a se afastar tentando se levantar.
— Não finja que se importa! — rugiu, me assustando. — Você não estava aqui quando ela ficou doente! Você não ficou do seu lado! — enquanto gritava, pegou a travessa de arroz e atirou do outro lado da cozinha. — Não preciso de você agora! Você não estava aqui! — ele continuou gritando e atirando todos os pratos, talheres e comidas nas paredes.
Eu chorei, solucei enquanto assistia seu ataque de fúria sem poder fazer nada. Meu pai precisava de ajuda e eu não podia ajudar, assim como não ajudei minha mãe.
Ele tinha razão, em tudo o que gritou e falou.
Assim que viu não haver mais nada na mesa ele parou de atirar os pratos e saiu para se trancar no quarto novamente. Me restou juntar cada caco de vidro e limpar toda a bagunça, enquanto as lágrimas e dor me inundavam.
Minha incerteza sobre chamar ou não Fernando, só aumentava a cada minuto. Como eu poderia ajudar uma pessoa que me odiava? Que me desprezava com toda razão?
Tomei um longo banho na esperança que a água quente me ajudasse a não pensar em como o dia tinha sido uma bela e grande merda, ou que no mínimo me desse algum conforto.
Mas o banho não funcionou, encararei as paredes do quarto de hóspedes por um longo tempo, ainda eram do mesmo tom pastel de quando eu fui embora. Ao menos não era o meu quarto cheio de lembranças e fotos.
Me joguei nos lençóis frios ainda de toalha e fechei meus olhos com força para que nenhuma lembrança do passado me assombrasse durante a noite, mas os sonhos me caçaram a madrugada inteira.
ANOS ATRÁS
— Então quer dizer que você e o senhor badboy são amigos agora? — Bete, gritou assim que me viu na segunda-feira. Nem um boa tarde ganhei.
— Amigos não, ele só me levou até em casa. Não aconteceu nada. N.A.D.A — soletrei. — Ele me levou até em casa e foi embora.
— Deus Emily! Porque não o agarrou e deu um beijão? Eu teria feito. — Não duvido que ela faria algo assim, mas eu nunca conseguiria ser como ela. — Quantas garotas você acha que ele leva em casa? Que ele banca o bom samaritano? Fala sério, Emily!
— Eu nunca o agarraria, pelo amor de Deus. No mínimo ele me acharia maluca, isso sim. Na verdade, ele disse que sou como a irmã dele. — resmunguei, lembrando das palavras que ele me disse na noite passada. — Qualquer esperança
minha foi por água abaixo ai.
— Essa era a deixa perfeita, você só tinha que dizer: Sua irmã não faria isso e bam! Beijava ele. — Revirei meus olhos para as baboseiras que Bete falava, ela realmente fazia esse tipo de coisa. — É isso! — gritou. — Você tem que se aproximar da Bianca e então vai ficar mais perto dele!
Claro que o plano "mirabolante" de Bete não ia dar certo, mas o que eu tinha a perder a final? E não perdi mesmo. Ganhei uma amiga maravilhosa, mesmo que no começo eu tenha me aproximado dela por Marcos, as coisas mudaram.
Depois de tantas vezes que ele fingia não me ver, ou que me tratava como criança eu cansei, ele era lindo, mas não era para mim. Aquela paixonite era totalmente unilateral e não ia mudar nunca, Marcos gostava de garotas mais velhas! Eu tinha de superar, mas era difícil.
— Bom dia, Emy. Por aqui tão cedo novamente. — Marcos me cumprimentou, entrando na cozinha naquela manhã.
Estávamos no verão e não tinha como não babar na visão dele com aquela regata branca colada ao seu corpo e a samba canção logo de manhã, mas não era recíproco, porque apesar de minha regata ser igualmente colada e meus shorts jeans serem pequenos, ele não me olhou, nem por um segundo.
— Bi e eu vamos sair. — falei, tentando não parecer patética babando por ele ali na sua cozinha. Tudo o que recebi foi uma sobrancelha erguida, ele estava sendo super protetor novamente. — Nós vamos até o lago, todo mundo vai estar lá.
— Eu não vou estar lá. — comentou, pegando sua xícara de café.
Infelizmente ele tinha que trabalhar na oficina enquanto todos curtiam o verão, mas ele curtia as noites fora da cidade, disso todos sabiam.
— Não é como se você não estivesse aproveitando o verão também. — soltei sem notar, e mesmo que com a voz baixa ele escutou.
— Como é? Vocês agora ficam fofocando da minha vida? — questionou, com o sorriso presunçoso crescendo no rosto.
Era só o que me faltava ele ficar achando que era o centro das atenções.
— Não é fofoca quando a pessoa faz questão de exibir as idosas com quem anda! — murmurei irritada, exagerando totalmente, já que as garotas eram poucos anos mais velhas que ele. — Como elas conseguem afinal? Você é o que, o bichinho de estimação delas?
— Brincar de pet não é bem o que fazemos, mas se elas quiserem eu com certeza vou topar! — ele exclamou gargalhando.
— Me poupe Marcos! — Lá se tinha ido minha tentativa de parecer contida e não uma maluca com ciúmes.
— Anda Emy, vamos embora. Até depois idiota. — Bianca surgiu do quarto às pressas me puxando para fora, mais uma vez ela me ajudava antes que fizéssemos uma cena e eu acabasse entregando tudo.
— Seu irmão me irrita! Ele consegue tirar toda a paciência que eu tenho em segundos! — grasnei, enquanto descíamos a rua até o centro da cidade, onde íamos nos encontrar com o restante do grupo.
— Olha só, eu sei que você só veio falar comigo por causa do Marcos, mas ele não dá a menor bola pra você e não quero que isso atrapalhe a nossa amizade. Os homens são idiotas e não quero perder as únicas amigas que eu tenho por causa do meu irmão. — Bi me confidenciou, colocando em evidência meus sentimentos por ele.
— Pode ter certeza que nada do que seu irmão faça vai acabar com a nossa amizade. Juro. — prometi, cruzando os dedos em frente aos lábios.
Nós havíamos nos tornados inseparáveis, Bi, Bete e eu. Nada nesse mundo iria separar nós três!
Acordei sem a menor vontade de me levantar, era quase impossível continuar dormindo nessa cidade por muito tempo depois do nascer do sol, pois os pássaros e o calor acordam qualquer um, mesmo assim me mantive na cama por mais uma hora depois que acordei. A porta do quarto do meu pai ainda estava fechada, e eu ia dar a ele o tempo necessário até que estivesse pronto para finalmente conversarmos. Então encarei a cozinha: "Você não estava aqui!" as palavras dele rodavam em minha cabeça e voltavam para me acertar como um tapa na cara. "Não finja que se importa!". Era mais difícil encarar a verdade de frente do que eu pensei, mas antes que eu me entregasse aos pensamentos errôneos e depressivos a campainha tocou. Janice não iria bater, ela tinha a chave e havia me prometido não contar a ninguém que eu estava aqui. Então quem diabos poderia ser? Fiquei parada na porta esperando que batessem de novo e bateram, mais forte dessa vez. — Emily Carvalho, eu sei que você está aí dentro e não v
ANOS ATRÁSTempo... era tudo o que precisava ultimamente e o que não estava tendo.As aulas do cursinho, junto com o começo das aulas na escola e todo estresse de "o que eu vou cursar na faculdade", estavam acabando comigo. Então me desculpem todos, mas eu iria ter um bom momento esse final de semana.Há meses eu não ia a uma festa, mas hoje tinha decidido ir. Com meus pais fora da cidade e Fernando na faculdade tudo ficava mais fácil. Eu estava no último ano da escola finalmente e merecia um pouco de diversão.Eu estava dançando no meio da sala na casa de John, tentando extravasar toda a energia acumulada e acabar com todo o estresse que vinha me consumindo.— Olha só, eu vou ficar com Maicon essa noite, então o Vitor é todo seu. — Bete gritou, para ser ouvida por cima da música alta me pegando de surpresa.Os meninos vinham trazendo bebidas e olhando para Vitor ele não era alguém que me chamava a atenção, mas não era de se jogar fora. Eu ainda estava obcecada com o deus grego v
MARCOSBianca tinha estado de plantão na noite passada, mas isso não me impediu de ir direto ao seu trabalho perguntar o que Emily estava fazendo de volta a cidade.Eu estava cheio de esperança que ela tivesse voltado de vez, para ficar. Parte minha imaginava que talvez ela estivesse sofrendo pelo um término recente, mas ao mesmo tempo eu ficava feliz porque aí ela estaria livre para ser reconquistada.Sempre detestei ver qualquer cara tocando-a, mesmo antes que começassemos a ficar, algo dentro de mim sempre gritou que ela deveria ser protegida, guardada. Emily era pura, inocente e doce, deveria se manter assim, mas eu não resisti.Depois do dia que senti seus lábios eu soube que não poderia voltar atrás e deixar que outros seguissem beijando minha garota, que assim como qualquer outra tinha desejos, mesmo que estivesse começando a descobri-los, e que iria encontrar em qualquer outro garoto ou homem que ela quisesse.Mas eu jamais deixaria outro tocá-la, ela era minha e de ninguém ma
Entrei em casa tentando me manter calma, as coisas não iam se resolver do dia para a noite. Papai não ia deixar de me odiar e simplesmente voltar a confiar em mim, eu precisava merecer tudo outra vez.Se eu tivesse voltado para a cidade e ficado com minha mãe quando ela ficou doente nada disso estaria acontecendo. Ao menos ela entendeu o porquê eu precisava ficar longe e me perdoou, eu só não entendia porque meu pai não podia fazer o mesmo.A casa estava escura, com as cortinas ainda fechadas, e o cheiro de bebida ainda estava impregnado naquele lugar.— É isso! — falei determinada, eu ia fazer uma bela faxina e deixar a luz entrar naquelas paredes. Isso me manteria ocupada e mostraria para o meu velho que eu não iria desistir, não estava indo embora tão cedo.Encarei aquele sofá iluminado por minhas lembranças e pela luz do sol, que finalmente atravessavam as janelas. Se eu pudesse me esquecer de todas elas, apagar cada uma daquelas memórias, do mesmo jeito como um simples fechar
Corri o mais rápido que pude daquele lugar, eu tinha sido estúpida o suficiente para ter ido até ali, isso era bem feito pra mim.Mesmo com a distância consegui ver a semelhança deles, o mesmo tom de cabelo e o rosto redondo de Carla. Filho da mãe desgraçado!— Emy? — Ouvi os gritos. — Emily! — Virei bem a tempo de ver que Bete corria pelo estacionamento em minha direção. — Não acredito que é você sua grande vaca. Onde se meteu e porque não veio me ver? — ela gritou mesmo sem me alcançar.— Quando você chegou aqui? — consegui falar antes que nossos corpos se chocassem. Depois de Bianca ela era a única com quem ainda tinha contato nessa cidade. — Porque não me contou que tinha voltado?— Você não foi a primeira a me falar da sua vinda para cá também. E voltar pra cidade não é a novidade mais legal para sair por aí espalhando.— Vai por mim, eu sei. O que fez com seu cabelo? — Encarei as madeixas que antes eram constantemente pintadas de ruivo natural agora no seu tom real de loiro
ANOS ATRÁS— AI MEU DEUS! — Bete gritou pela milésima vez. — Não acredito que você dormiu com Marcos.— Fala baixo sua maluca. E não, eu não dormi com ele... — Apesar de eu não querer contar tudo isso para ela na escola, a ansiedade foi maior do que minha força de vontade.— No sentido literal da palavra sim, aconteceu. — ela sussurrou, atingindo um tom dramático.— Nós passamos a noite juntos, só isso — sussurrei. Não queria que todos na escola ficassem sabendo, não porque me envergonhasse do que tinha feito, mas sim as porque garotas que ficavam com Marcos ganhavam um "alvo" para garotos. Era incrível como todos os outros caras simplesmente passavam a enxergar a garota depois disso. No fundo eu queria gritar para todos que havíamos passado a noite juntos. — Ele me beijou, me abraçou... foi incrível.— Ok, ok apaixonadinha, vai com calma Emy. Sabe que Marcos não é do tipo que namora, não vá começar a criar esperanças, não quero que você se machuque. Por mais que ele seja gato, n
Quando cheguei em casa só queria ficar dentro do carro para sempre, até criar raízes ali, ou até que meus pensamentos cessassem. Mas eu tinha uma faxina inacabada para terminas, um sofá destruído para jogar fora e um pai doente para cuidar.Me arrastei sem ânimo para dentro e a imagem que encontrei me fez congelar no lugar, meu pai estava sentado no sofá de trapos assistindo televisão, milagrosamente parecia sóbrio, mas eu duvidava muito que isso fosse de verdade.— Imaginei que ainda estivesse por aqui, fiz o jantar. — ele disse, sem tirar os olhos da tela para me ver.— O senhor está se sentindo melhor? — perguntei esperançosa, se ele finalmente estivesse sóbrio poderíamos ter a conversa que estava adiando, com sorte poderíamos sair da cidade ainda esse fim de semana. — Podemos conversar agora?— Primeiro você vai comer, não quero mais ninguém morrendo por aqui. — ele murmurou, ainda focado na televisão que passava algo sobre a vida das formigas, com certeza meu pai não estava p
ANOS ATRÁSFazia dois meses que eu e Marcos ficávamos escondidos pelos cantos. Ninguém além de seu amigo Carlos, Bete e Bi sabiam o que estávamos fazendo. Eles que nos davam cobertura.Apesar de passar a maior parte do tempo juntos, às vezes saíamos sozinhos para manter a faixada. Não queríamos os comentários rondando a cidade de novo, especialmente Marcos, ele insistia que não queria chamar a atenção.— Você vai comigo na festa da Amanda. Vocês duas vão. — Bete disse incisiva, enquanto escolhia uma roupa.Ela já tinha jogado mais roupas para fora do guarda-roupa, do que eu poderia contar.— Não mesmo, sem chance. — Bi resmungou. — Eu tenho prova amanhã e já passei o sábado no lago com vocês, preciso estudar essa noite.— Posso ajudar você se qui...— Nem pensar Emily! Isso é uma estratégia para fugir de mim e correr para o Marcos! — ela rosnou como a leoa que era, já decidindo o que iria acontecer essa noite.— Ele vai estar fora da cidade hoje, então não viaje. Se quer que e