Capítulo 2

De repente, os olhos de Ronald se encontraram com os de Carla. Algo nela chamou sua atenção de imediato. Ele percebeu que aquela garota não estava entre as que Madame Kiara havia lhe apresentado anteriormente. Intrigado, Ronald começou a observá-la, o que fez Carla ficar envergonhada, corando visivelmente enquanto baixava o olhar.

— Madame Kiara, podemos voltar ao seu escritório? Esqueci de mencionar algo — Ronald disse, sem tirar os olhos de Carla.

— Claro! Vamos — respondeu Kiara, guiando-o de volta ao escritório.

Assim que se sentaram, Ronald foi direto ao ponto.

— Madame, quem é aquela garota de blusa azul? Ela não estava nas fotos que você me mostrou.

Madame Kiara sorriu, compreendendo imediatamente sobre quem ele falava.

— Ah, você deve estar falando de Carla. Ela chegou hoje. Ainda não tive tempo de tirar fotos dela para o catálogo.

Ronald, sem hesitar, respondeu de forma decidida:

— Então eu escolho ela.

Madame Kiara arqueou as sobrancelhas, surpresa.

K

— Está certo, Ronald. Vamos voltar para a sala e resolver isso.

De volta à sala, Ronald se dirigiu às garotas que ainda estavam sentadas, aguardando ansiosas por sua escolha.

— Todas vocês são lindas e encantadoras — disse Ronald, passando os olhos por cada uma. — E prometo que voltarei um dia para conhecer mais de vocês. Mas hoje, eu escolho Carla.

A sala ficou em silêncio por um instante, e os olhos de todas as garotas se voltaram para Carla, que parecia incrédula.

— Eu? Você tem certeza? — Carla perguntou, nervosa, a voz trêmula.

— Sim, eu tenho — Ronald respondeu calmamente. — Por favor, me acompanhe.

Antes que Carla pudesse reagir, Madame Kiara interveio.

— Carla, venha aqui um momento. Preciso te explicar algumas coisas antes de você ir. — Ela se voltou para Ronald. — Só um instante, por favor.

— Claro, sem problemas — Ronald concordou, paciente.

Madame Kiara levou Carla de lado e, em tom sério, começou a falar.

— Carla, Ronald escolheu você. Espero que não me decepcione. Ele pagou muito bem, e você vai ganhar um bom dinheiro com isso.

Carla assentiu, ainda nervosa, mas determinada.

— Madame, eu dei minha palavra a Sabrina e agora dou minha palavra a você. Mesmo que isso vá contra todos os meus princípios, prometo que não vou decepcioná-la. Tem minha palavra.

Madame Kiara sorriu, satisfeita.

— Ótimo. Vou adiantar seu pagamento agora mesmo.

Carla hesitou por um momento antes de perguntar.

— Madame, você acha que vou conseguir os cinquenta mil em um mês?

Madame Kiara riu suavemente.

— Não sei por quanto tempo você vai trabalhar para o CEO, mas hoje mesmo estou te passando duzentos e cinquenta mil. Isso é metade do que ele pagou para que você o acompanhe por um tempo indeterminado.

Carla ficou boquiaberta.

— Duzentos e cinquenta mil? — ela repetiu, incrédula.

— Sim, Carla. Por isso as meninas dizem que sou uma mãe para elas. Coloco preço alto e dividimos igualmente. Com esse dinheiro, você vai poder salvar seu pai e ainda comprar uma casa simples. Aproveite.

Carla sentiu um misto de alívio e incredulidade. Com aquele dinheiro, poderia resolver todos os seus problemas. Por um momento, esqueceu do que precisaria fazer para ganhá-lo. Mas agora estava feito, não havia como voltar atrás.

Na sala, Jakson estava aproveitando a companhia de várias garotas, com duas delas no colo, enquanto Ronald esperava pacientemente. As outras garotas tentaram se aproximar de Ronald, mas ele as afastou educadamente.

Assim que Carla saiu, acompanhada de Kiara, Ronald se levantou e perguntou:

— Já arrumou suas coisas? Estamos indo.

Carla, um pouco sem graça, respondeu.

— Minhas roupas e tudo o que possuo estão na casa de Sabrina, onde estou morando. Aqui não tenho nada.

Ronald sorriu, sem se abalar.

— Não se preocupe. Amanhã eu te levo ao shopping, você poderá comprar o que precisar.

Enquanto Ronald e Carla saíam, Gerusa, uma das outras garotas, olhou para Sabrina com raiva.

— Sabrina, você fez eu perder uma grande oportunidade trazendo essa garota hoje. Era para eu estar com Ronald, na mansão dele, não ela!

Sabrina, irritada com a acusação, retrucou.

— Como eu poderia saber que isso ia acontecer? Ela teve muita sorte, só isso. Quem diria que ela ia ganhar duzentos e cinquenta mil assim, de uma vez?

Madame Kiara, que observava a conversa, sorriu satisfeita.

— Eu aconselhei Carla a fazer tudo direitinho. Se ela seguir meus conselhos, Ronald pode dar muito mais dinheiro a ela.

— Madame, deveríamos comemorar! — disse Gerusa, tentando melhorar o humor.

— Jantar fora não, meninas — respondeu Kiara. — Mas posso pedir pizzas e sobremesas para comemorarmos aqui mesmo.

As garotas, já conformadas, gostaram da ideia, e a conversa logo mudou de tom.

Durante o trajeto até a casa de Ronald, o silêncio dominava o carro. Carla, agora que a euforia de ter dinheiro suficiente para salvar seu pai havia passado, começou a pensar nas consequências do que teria que fazer. O que Ronald esperava dela por ter pagado tanto?

Quando o carro entrou em um condomínio luxuoso, Carla ficou impressionada. As mansões eram imponentes, com jardins bem cuidados e uma iluminação encantadora. Ronald realmente devia ser muito rico. Eles pararam diante de uma mansão magnífica, e Carla mal conseguia acreditar no que via.

Ronald e Jakson desceram do carro, e Ronald abriu a porta para Carla.

— Venha, vou te mostrar onde você vai ficar — disse ele, caminhando até a entrada da casa.

Ao entrarem, foram recebidos por Zefa, a governanta.

— Boa noite, senhor. A que horas devo servir o jantar? — perguntou Zefa.

— Boa noite, Zefa. Sirva daqui a uma hora. E leve Carla ao quarto de hóspedes, ela vai ficar aqui por alguns dias — respondeu Ronald.

Zefa olhou para Carla, claramente surpresa pela presença da jovem vestida de forma tão provocante. Perguntou-se o que Ronald estava planejando com ela, mas manteve seus pensamentos para si. Afinal, ela era apenas a governanta.

— Por aqui, senhorita. Vou te mostrar o quarto — disse Zefa, educadamente.

— Obrigada, senhora — respondeu Carla.

Ao entrar no quarto, Carla ficou deslumbrada com o que viu. Era imenso, com uma cama grande e móveis luxuosos.

— Sinta-se à vontade. O jantar será servido em uma hora — informou Zefa.

Antes que Zefa saísse, Carla a chamou.

— Senhora, eu gostaria de pedir um favor. Vim com essas roupas porque estava em uma festa com amigas, mas não costumo me vestir assim. Será que você teria alguma roupa que pudesse me emprestar?

Zefa olhou para Carla por um momento, surpresa pela simplicidade do pedido.

— Talvez um pijama. Tenho um novo, sem uso. Vou buscar para você.

— Muito obrigada, Zefa. Prometo que depois compro um novo para te retribuir.

Zefa, tocada pela humildade de Carla, sorriu gentilmente.

— Não se preocupe. Fique à vontade.

Enquanto Zefa saía, Carla sentiu que havia algo mais naquela casa. Mais do que luxo, mais do que o que esperava. Agora, só restava descobrir o que seria.

Leia este capítulo gratuitamente no aplicativo >

Capítulos relacionados

Último capítulo