De repente, os olhos de Ronald se encontraram com os de Carla. Algo nela chamou sua atenção de imediato. Ele percebeu que aquela garota não estava entre as que Madame Kiara havia lhe apresentado anteriormente. Intrigado, Ronald começou a observá-la, o que fez Carla ficar envergonhada, corando visivelmente enquanto baixava o olhar.
— Madame Kiara, podemos voltar ao seu escritório? Esqueci de mencionar algo — Ronald disse, sem tirar os olhos de Carla. — Claro! Vamos — respondeu Kiara, guiando-o de volta ao escritório. Assim que se sentaram, Ronald foi direto ao ponto. — Madame, quem é aquela garota de blusa azul? Ela não estava nas fotos que você me mostrou. Madame Kiara sorriu, compreendendo imediatamente sobre quem ele falava. — Ah, você deve estar falando de Carla. Ela chegou hoje. Ainda não tive tempo de tirar fotos dela para o catálogo. Ronald, sem hesitar, respondeu de forma decidida: — Então eu escolho ela. Madame Kiara arqueou as sobrancelhas, surpresa. K — Está certo, Ronald. Vamos voltar para a sala e resolver isso. De volta à sala, Ronald se dirigiu às garotas que ainda estavam sentadas, aguardando ansiosas por sua escolha. — Todas vocês são lindas e encantadoras — disse Ronald, passando os olhos por cada uma. — E prometo que voltarei um dia para conhecer mais de vocês. Mas hoje, eu escolho Carla. A sala ficou em silêncio por um instante, e os olhos de todas as garotas se voltaram para Carla, que parecia incrédula. — Eu? Você tem certeza? — Carla perguntou, nervosa, a voz trêmula. — Sim, eu tenho — Ronald respondeu calmamente. — Por favor, me acompanhe. Antes que Carla pudesse reagir, Madame Kiara interveio. — Carla, venha aqui um momento. Preciso te explicar algumas coisas antes de você ir. — Ela se voltou para Ronald. — Só um instante, por favor. — Claro, sem problemas — Ronald concordou, paciente. Madame Kiara levou Carla de lado e, em tom sério, começou a falar. — Carla, Ronald escolheu você. Espero que não me decepcione. Ele pagou muito bem, e você vai ganhar um bom dinheiro com isso. Carla assentiu, ainda nervosa, mas determinada. — Madame, eu dei minha palavra a Sabrina e agora dou minha palavra a você. Mesmo que isso vá contra todos os meus princípios, prometo que não vou decepcioná-la. Tem minha palavra. Madame Kiara sorriu, satisfeita. — Ótimo. Vou adiantar seu pagamento agora mesmo. Carla hesitou por um momento antes de perguntar. — Madame, você acha que vou conseguir os cinquenta mil em um mês? Madame Kiara riu suavemente. — Não sei por quanto tempo você vai trabalhar para o CEO, mas hoje mesmo estou te passando duzentos e cinquenta mil. Isso é metade do que ele pagou para que você o acompanhe por um tempo indeterminado. Carla ficou boquiaberta. — Duzentos e cinquenta mil? — ela repetiu, incrédula. — Sim, Carla. Por isso as meninas dizem que sou uma mãe para elas. Coloco preço alto e dividimos igualmente. Com esse dinheiro, você vai poder salvar seu pai e ainda comprar uma casa simples. Aproveite. Carla sentiu um misto de alívio e incredulidade. Com aquele dinheiro, poderia resolver todos os seus problemas. Por um momento, esqueceu do que precisaria fazer para ganhá-lo. Mas agora estava feito, não havia como voltar atrás. Na sala, Jakson estava aproveitando a companhia de várias garotas, com duas delas no colo, enquanto Ronald esperava pacientemente. As outras garotas tentaram se aproximar de Ronald, mas ele as afastou educadamente. Assim que Carla saiu, acompanhada de Kiara, Ronald se levantou e perguntou: — Já arrumou suas coisas? Estamos indo. Carla, um pouco sem graça, respondeu. — Minhas roupas e tudo o que possuo estão na casa de Sabrina, onde estou morando. Aqui não tenho nada. Ronald sorriu, sem se abalar. — Não se preocupe. Amanhã eu te levo ao shopping, você poderá comprar o que precisar. Enquanto Ronald e Carla saíam, Gerusa, uma das outras garotas, olhou para Sabrina com raiva. — Sabrina, você fez eu perder uma grande oportunidade trazendo essa garota hoje. Era para eu estar com Ronald, na mansão dele, não ela! Sabrina, irritada com a acusação, retrucou. — Como eu poderia saber que isso ia acontecer? Ela teve muita sorte, só isso. Quem diria que ela ia ganhar duzentos e cinquenta mil assim, de uma vez? Madame Kiara, que observava a conversa, sorriu satisfeita. — Eu aconselhei Carla a fazer tudo direitinho. Se ela seguir meus conselhos, Ronald pode dar muito mais dinheiro a ela. — Madame, deveríamos comemorar! — disse Gerusa, tentando melhorar o humor. — Jantar fora não, meninas — respondeu Kiara. — Mas posso pedir pizzas e sobremesas para comemorarmos aqui mesmo. As garotas, já conformadas, gostaram da ideia, e a conversa logo mudou de tom. Durante o trajeto até a casa de Ronald, o silêncio dominava o carro. Carla, agora que a euforia de ter dinheiro suficiente para salvar seu pai havia passado, começou a pensar nas consequências do que teria que fazer. O que Ronald esperava dela por ter pagado tanto? Quando o carro entrou em um condomínio luxuoso, Carla ficou impressionada. As mansões eram imponentes, com jardins bem cuidados e uma iluminação encantadora. Ronald realmente devia ser muito rico. Eles pararam diante de uma mansão magnífica, e Carla mal conseguia acreditar no que via. Ronald e Jakson desceram do carro, e Ronald abriu a porta para Carla. — Venha, vou te mostrar onde você vai ficar — disse ele, caminhando até a entrada da casa. Ao entrarem, foram recebidos por Zefa, a governanta. — Boa noite, senhor. A que horas devo servir o jantar? — perguntou Zefa. — Boa noite, Zefa. Sirva daqui a uma hora. E leve Carla ao quarto de hóspedes, ela vai ficar aqui por alguns dias — respondeu Ronald. Zefa olhou para Carla, claramente surpresa pela presença da jovem vestida de forma tão provocante. Perguntou-se o que Ronald estava planejando com ela, mas manteve seus pensamentos para si. Afinal, ela era apenas a governanta. — Por aqui, senhorita. Vou te mostrar o quarto — disse Zefa, educadamente. — Obrigada, senhora — respondeu Carla. Ao entrar no quarto, Carla ficou deslumbrada com o que viu. Era imenso, com uma cama grande e móveis luxuosos. — Sinta-se à vontade. O jantar será servido em uma hora — informou Zefa. Antes que Zefa saísse, Carla a chamou. — Senhora, eu gostaria de pedir um favor. Vim com essas roupas porque estava em uma festa com amigas, mas não costumo me vestir assim. Será que você teria alguma roupa que pudesse me emprestar? Zefa olhou para Carla por um momento, surpresa pela simplicidade do pedido. — Talvez um pijama. Tenho um novo, sem uso. Vou buscar para você. — Muito obrigada, Zefa. Prometo que depois compro um novo para te retribuir. Zefa, tocada pela humildade de Carla, sorriu gentilmente. — Não se preocupe. Fique à vontade. Enquanto Zefa saía, Carla sentiu que havia algo mais naquela casa. Mais do que luxo, mais do que o que esperava. Agora, só restava descobrir o que seria.Zefa foi até seu quarto e pegou um pijama e um vestido simples. Como Carla era magra, ela tinha certeza de que serviriam. Ao retornar, entregou as peças a Carla. — Trouxe este pijama e este vestido. Ambos estão sem uso. Se servir, pode usá-los — disse Zefa, gentilmente. — Que vestido bonito! Acredito que vai servir sim. Obrigada, mais uma vez — respondeu Carla, sorrindo. Zefa, com um pouco de hesitação, continuou: — Desculpe a intromissão, mas seu nome é Carla, não é? Nesse momento, Ronald desceu e se dirigiu à mesa de jantar. Ao sentar, percebeu que Carla também estava descendo, agora vestida com algo diferente. Ele estranhou, lembrando-se de que ela havia dito que não tinha trazido roupas. — Você disse que não trouxe roupas — ele comentou, curioso. — Sua amável governanta me emprestou este vestido. Amanhã, quando eu for comprar roupas, pretendo comprar algo para devolver a ela. Ronald sorriu, achando a situação engraçada. — Um vestido da Zefa? Até que ficou bem em você — br
Ronald já estava impaciente esperando por Carla. — Desculpa se me atrasei! — Precisamos ir mesmo ás compras, antes que você esvazie o guarda roupas de Zefa. — Ele fez este comentário, novamente com um sorriso, deixando Carla envergonhada. — Zefa insistiu, disse que o vestido não iria ficar bem para eu ir ao shopping. — Ela tem razão, mais você ficou muito bem, com essa roupa, agora vamos tenho que passar antes no meu escritório. Ronald chegou à Belle Essenza, a empresa que ele orgulhosamente liderava, acompanhado por Carla. Ele havia pedido à Carla para fingir ser sua noiva como parte de um plano para uma estratégia de enganar seu avô, e este seria um bom começo, começando a aparecer na empresa juntamente com Carla. Ao descerem do carro, Carla ficou impressionada com o tamanho e o luxo do prédio, demonstrando reconhecimento e admiração pelo ambiente. — Sua interpretação como atriz, começa agora, pois aqui você vai começar tentar convencer a todos que estamos noivos e apaixonado
Depois de deixarem a empresa Belle Essenza, Ronald levou Carla para o shopping, determinado a transformá-la em uma mulher elegante e refinada, uma figura que pudesse passar facilmente como sua falsa noiva. Enquanto percorriam as lojas, Ronald instruía Carla sobre as escolhas de roupas, sapatos e acessórios que deveriam adquirir para criar a imagem da perfeita noiva. — Ronald, não precisa tanto exagero, não vou conseguir usar todas estas roupas. — Por favor esquece o dinheiro, quero que você compra belas roupas, tem que estar realmente transformada. Carla, apesar de achar exagerado tentou fazer a vontade de Ronald, escolhendo cuidadosamente as peças de seu novo guarda-roupa, ciente da importância dessa transformação para o papel que estava prestes a representar. Ela comprou roupas contemporâneas, vestidos elegantes, sapatos sofisticados e acessórios que realçavam sua beleza natural, dando início à metamorfose que a transformaria na noiva de Ronald. O próximo passo, contudo, era con
Carla organizou toda a roupa no armário, ficou por um bom tempo sonhando vestida com cada vestido lindo daqueles. Carla agora começou a pensar em seu pai, tinha que conversar com Ronald para deixar ela sair e ir tentar resgatar seu pai. Na hora do almoço ela PC falar com ele. — Ronald, você já conhece minha história, sabe que eu estou fazendo tudo isso, para poder ajudar meu pai, eu gostaria que você me liberasse para ir tentar tirar ele das mãos daqueles bandidos. — Carla, fica calma já estou cuidando do seu pai, jamais eu poderia deixar você se envolver com esse tipo de pessoas, ainda mais agora que está se passando por minha noiva. — Mais eu quero tanto saber como ele está, estou muito preocupada com ele. — Seu pai está bem, confia em mim, meu assistente está trabalhando nisso, uma hora dessas já deve ter resgatado seu pai, logo você poderá encontrar com ele. — Mais como, eu tenho que pagar os cinquenta mil para liberta-lo. — Não se preocupe com isso agora, a única coisa qu
Carla estava muito feliz ao ver a felicidade do pai. Ao voltar para casa, ela e Jakson vieram conversando no caminho de volta. — Jakson, eu estou tão feliz, ver meu pai assim tão bem, poder voltar para faculdade, tenho medo de acordar e ver que tudo não passou de um sonho. — Eu também estou feliz por você e seu pai. Carla sentiu uma vontade imensa de agradecer Ronald, tudo que está acontecendo na vida dela. Ela é muito grata a ele e também a Sabrina que insistiu para que ela fosse a casa de Madame Kiara. Jakson deixou agora Carla em casa e retornou a empresa — Chefe, missão cumprida, corri contra o tempo mais sua noiva já está novamente na faculdade, e seu sogro dono de uma padaria, e pelo que pude ver o velho realmente faz pães e bolo maravilhosos. — Jakson eu admiro muito essa sua capacidade de resolver os problemas com tanta facilidade, ontem meu sogro era um alcoólatra e viciado em jogo, hoje ele é um dono de padaria, muito obrigado mesmo. — Chefe você acha que o velho
Carla e Ronald jantaram em silêncio. Carla estava nervosa, pois aquela seria a primeira noite dela com um homem.Após o jantar eles sentaram na sala, pois Ronald gostava de assistir o telejornal.Assim que acabou o programa Ronald desligou o televisor.— Posso te beijar novamente?— Perguntou, Ronald acariciando o rosto de Carla.Sem dar a resposta, Carla se aproximou de Ronald, e o beijo foi muito intenso, não percebendo Zefa entrando com as duas xícaras de chá. Carla que percebeu primeiro, afastou de Ronald, um pouco envergonhada.— Me desculpem, não queria atrapalhar esta cena encantadora, mais só vou deixar o chá aqui.— Não atrapalha não Zefa, obrigado pelo chá, vamos terminar esta cena no meu quarto.— Ronald, respeita a Zefa, e para de me deixar envergonhada.— Carla eu já estou acostumada com este menino, mais fico feliz em ver que vocês estão se acertando, aproveitem mesmo, o amor é lindo.Eles pegaram as xícaras de chá, e após beber o chá, Ronald levantou_se e estendeu as
Ronald ficou feliz em saber do avô, que sua tia e primo não viriam para o almoço. Ele não iria suportar os comentários de sua tia em relação a Carla. Carla ouviu vozes, com certeza era Ronald e o avô. Ela que ainda estava no jardim, resolveu entrar para finalmente conhecer Hermínio. — Bom dia! Senhor Hermínio é um prazer conhecer o senhor! — Bom dia! Hermínio foi muito seco, deixando tanto Carla sem jeito, como Ronald sem graça também. Mesmo que Carla estivesse fazendo o seu melhor, Hermínio não mostrou nenhum entusiasmo em saber que o neto estava noivo. O almoço foi servido, todos comeram em silêncio. — Vovô eu estou achando o senhor muito estranho, aconteceu alguma coisa. — Bom eu deixei para falar depois do almoço, pois eu não queria desperdiçar este maravilhoso almoço, mais agora acho que já posso falar. — Vovô o senhor está me deixando preocupado. — E você meu neto, me deixou decepcionado, jamais poderia esperar tal atitude vinda de você. — Vovô, o que eu fiz para q
O táxi parou em frente a casa de Joaquin, Carla desceu com sua mala. Joaquin ficou feliz em ver Carla, mais sentiu que a filha estava triste. — Pai eu vou morar com você aqui! — Filha fico feliz que você vai vir ficar comigo, mais aconteceu alguma coisa, estou achando você triste. — Pai estou vendo que você está ocupado agora, vejo que tem muitos fregueses para ser atendidos, depois conversaremos, vou guardar minha mala e já volto para te ajudar. — Está bem filha faça isso. Carla entrou na casa do pai, estava limpa e organizada, pois a equipe de limpeza que Jakson contratou deixou tudo no lugar. No corredor ela viu que tinha dois quartos, um seu pai estava usando, e ela deixou sua mala no quarto, tomou um copo de água e foi para padaria ajudar seu pai. Carla pode ver que seu pai tinha contratado um padeiro e uma balconista,sinal de que a padaria estava dando lucros. — Filha como você pode ver, o movimento está muito bom, muitos clientes chegando e o melhor elogiando a qualida