Zefa era uma mulher de meia-idade, com cabelos já começando a ficarem grisalhos e olhos cansados, mas sempre carregava um sorriso gentil no rosto. Ela era a empregada na casa do CEO Ronald há muitos anos, tendo visto o jovem crescer desde o berço. Zefa tinha um carinho maternal por Ronald, como se ele fosse seu próprio filho, e sempre se preocupava com seu bem-estar. Naquela tarde , Zefa estava na cozinha preparando o jantar, mas sua mente estava longe. Ela estava muito preocupada com Ronald. Desde o episódio com Carla, a tristeza parecia ter se instalado no coração do jovem CEO. Zefa podia ver a melancolia em seus olhos, a falta de ânimo em seus passos. Enquanto mexia a panela no fogão, Zefa suspirou profundamente. Ela sabia que Ronald estava sofrendo, e isso a angustiava profundamente. Ela se lembrava da semana em que Carla esteve na casa, do brilho nos olhos de Ronald, da esperança que ele parecia carregar consigo. Mas tudo desmoronou tão rapidamente, deixando para trás um vazio
Carla ainda estava parada, segurando o teste nas mãos quando seu pai bateu na porta. — Filha, você está melhor? Posso entrar? — Sim papai! Entre. — Você está melhor minha filha? — Pai, acabei de descobrir que estou grávida, e agora o que eu vou fazer? — Grávida minha filha? — Sim, pai espero um filho do Ronald. — Filha, eu quero que você fique sabendo que não está sozinha, eu estarei aqui sempre para você e para meu neto, mais acho que você tem que contar para o Ronald. — Obrigado pai, mais eu não vou contar a ele, já faz algum tempo que sai da casa dele, ele nunca mais me procurou, vou deixar como está, seguir minha vida eu você e meu filho. — Você está sendo injusta com seu filho, pois não pode privar ele de ter um pai. — Eu sei talvez esteja errada, mais o senhor Ermínio nunca iria admitir que o neto dele nascesse de uma mulher como eu, não quero mais ser humilhada por aquele homem. — Filha vou deixar você tomar a decisão que achar certa, mais sabe que sempre vou te apoi
Hermínio ficou muito feliz por ter conseguido convencer Ronald a dar uma chance para Ingrid. Assim que chegou em casa ligou para seu amigo Gustavo contando a novidade. — Gustavo, tenho uma novidade para te contar. — Fala logo Hermínio do que se trata, estou curioso em ouvir sua empolgação. — Finalmente Ronald meu neto resolveu assumir um compromisso com Ingrid sua filha. — Sério amigo, essa notícia me deixa muito feliz, Ingrid vai ficar muito contente também, pois você sabe ela gosta muito do seu neto. — Então Gustavo temos que marcar um jantar para que assim eles possam assumir o compromisso. — Hermínio esse jantar eu faço questão de oferecer, poderemos nos reunir aqui mesmo na minha casa o que você acha? — Perfeito, vamos marcar para sábado a noite então, o que você me diz? — Sim, já vou conversar com Judite minha esposa e com Ingrid minha filha para receber você e Ronald aqui em casa no sábado para o jantar então. Ingrid e Judite que estavam ouvindo a conversa d
No dia seguinte Ronald acordou, logo veio em seu pensamento que hoje era o dia de ir com o avô na casa de Gustavo firmar seu compromisso com Ingrid. A imagem de Ingrid vinha na mente de Ronald ele sentia uma repulsa muito grande. Ronald criou coragem levantou da cama e foi tomar café. — Oi meu menino você vai mesmo cometer essa loucura de se casar com a senhorita Ingrid? — Sim Zefa, hoje é o dia do jantar que te falei, vou fazer a vontade do meu avô. — Ronald não cometa essa loucura, vai procurar a Carla, busque a sua felicidade. — Zefa, o que faz você pensar que a Carla é a minha felicidade? — Eu nunca vi você tão feliz como naquela semana que Carla esteve aqui, seus olhos tinham um brilho diferente, você gosta dela. — Deixa a Carla seguir a vida dela Zefa, desejo que ela seja muito feliz. — Ronald tomara que eu esteja enganada, essa Ingrid vai fazer um inferno com sua vida. Ronald estava muito bonito e elegante vestido com um terno cinza, como combinado seu avô foi buscar
Ronald sabendo que Ingrid também não desejava esse casamento resolveu tomar uma atitude. — Ingrid, precisamos conversar. Esse casamento não é o que eu imaginava para minha vida. — Eu sei, Ronald. Mas você sabe que não tenho escolha. Meus pais estão contando com isso para salvar a empresa, espera que você ajuda ele financeiramente. — Então é isso?! Meu avô só pensa em herdeiros, seu pai querendo ajuda financeira, não sou um peão em um jogo de xadrez. — Eu também não sou. Eles pensam que um casamento pode resolver tudo, mas não é assim que funciona. — Então, estamos presos nessa armadilha juntos. Eu me sinto tão... impotente. — E eu, também. Eu não quero ser vista apenas como uma solução financeira. Quero mais do que isso, mas não sei como sair dessa situação. — Às vezes, eu me pergunto se existe uma maneira de romper isso. Talvez... talvez devêssemos conversar você com seus pais eu com meu avô. — Isso só pioraria as coisas. Eles estão tão focados nos benefícios que não veem o q
A casa dos Guimarães estava cheia de movimentação, flores chegavam de todos os cantos, catálogos de decoração estavam espalhados sobre a mesa, e o burburinho da preparação para o casamento de Ingrid e Ronald dominava o ambiente. Judite, sempre radiante, supervisionava cada detalhe com entusiasmo, seus olhos brilhando com a ideia de sua filha se casando com o famoso CEO da Belle Essenza. — Gustavo, eu estava pensando... — começou Judite, enquanto examinava mais um catálogo de flores. — Acho que devemos aumentar a lista de convidados. Mais algumas pessoas importantes devem saber deste evento. Quero que todos saibam que nossa Ingrid está se casando com um dos homens mais poderosos do país. Ela falava com um brilho de euforia nos olhos, já imaginando os cochichos invejosos de suas amigas e conhecidos. Para ela, aquele casamento era um triunfo social. Gustavo, por outro lado, estava sentado à mesa, olhando para uma folha de papel com as finanças da família. Não compartilhava o mesmo ent
A manhã na padaria de Joaquin era como qualquer outra. O cheiro de pão fresco saindo do forno preenchia o ar, enquanto clientes fiéis entravam e saíam, cumprimentando o padeiro com sorrisos e pedidos apressados. Atrás do balcão, Carla, com seus seis meses de gravidez, sentia o corpo pesado e a mente um tanto distante, mas, mesmo assim, insistia em ajudar seu pai como fazia todos os dias. Joaquin, um homem de coração bondoso, observava a filha com preocupação. Ele sabia o quanto ela se esforçava, dividindo o tempo entre a faculdade e a gravidez, mas não queria sobrecarregá-la com mais trabalho na padaria. — Carla, minha filha, vá descansar um pouco. — disse Joaquin tirando o avental e aproximando-se do balcão. — Você já faz tanto indo à faculdade, não precisa ficar aqui me ajudando. Carla, teimosa como sempre, sorriu levemente e balançou a cabeça. — Estou bem, pai. Só falta um pouco mais de movimento por hoje e eu vou para casa. — Ela falava com a voz tranquila, mas seu corpo denun
O dia finalmente havia chegado. O casamento de Ronald e Ingrid, amplamente divulgado pelos jornais e ansiosamente aguardado pela alta sociedade, estava prestes a acontecer. O local escolhido por Hermínio era um espaço luxuoso, adornado com flores raras e velas cintilantes. Cada detalhe parecia ter sido cuidadosamente pensado para impressionar os convidados. O clima do evento era uma mistura de admiração e curiosidade. Amigos influentes de Hermínio, colegas de negócios de Ronald e conhecidos da família de Gustavo se misturavam, conversando em tons contidos e lançando olhares discretos para os recém-chegados. Ronald chegou acompanhado de Hermínio, ambos impecavelmente vestidos. Mas havia algo diferente na postura de Ronald. Ao seu lado, ele fazia questão de levar Zefa, a governanta da família, como sua acompanhante até o altar. Ela era muito mais que uma empregada, sempre fora uma figura materna para ele, cuidando dele desde a infância. Ronald sabia que, naquele dia, mais do que nunca