Zefa foi até seu quarto e pegou um pijama e um vestido simples. Como Carla era magra, ela tinha certeza de que serviriam. Ao retornar, entregou as peças a Carla.
— Trouxe este pijama e este vestido. Ambos estão sem uso. Se servir, pode usá-los — disse Zefa, gentilmente. — Que vestido bonito! Acredito que vai servir sim. Obrigada, mais uma vez — respondeu Carla, sorrindo. Zefa, com um pouco de hesitação, continuou: — Desculpe a intromissão, mas seu nome é Carla, não é? Nesse momento, Ronald desceu e se dirigiu à mesa de jantar. Ao sentar, percebeu que Carla também estava descendo, agora vestida com algo diferente. Ele estranhou, lembrando-se de que ela havia dito que não tinha trazido roupas. — Você disse que não trouxe roupas — ele comentou, curioso. — Sua amável governanta me emprestou este vestido. Amanhã, quando eu for comprar roupas, pretendo comprar algo para devolver a ela. Ronald sorriu, achando a situação engraçada. — Um vestido da Zefa? Até que ficou bem em você — brincou ele, imaginando Carla, uma mulher jovem e elegante, vestida com algo que pertencia à governanta bem mais velha. Zefa, ouvindo a conversa, sorriu também. — Não ficou tão ruim assim, Carla. E não se preocupe, não precisa comprar outro — comentou, enquanto se afastava para a cozinha. Ronald então olhou para Carla, com uma expressão mais séria: — Carla, sente-se. Precisamos conversar. Zefa saiu discretamente, deixando os dois a sós. — Sim, Ronald. Acredito que temos que esclarecer algumas coisas. Ainda não entendo o que você realmente quer de mim. Por que pagou um preço tão alto para me trazer aqui? — perguntou Carla, olhando diretamente nos olhos dele. Ronald suspirou. — De fato, foi um preço alto. Mas, se você fizer valer a pena, tudo bem — respondeu, com franqueza. — O que exatamente você quer de mim? — insistiu Carla. — Preciso que você se passe por minha noiva, minha futura esposa, na frente do meu avô. Ele exige que eu me case, ou então vai me deserdar, passando a empresa para o meu primo. Carla parecia surpresa, mas também preocupada. — E você acha que ele vai acreditar? Não vai perceber que é uma farsa? — Isso depende de suas habilidades de atriz. Se você desempenhar bem o papel, ele vai acreditar. — E por quanto tempo terei que fingir? — perguntou Carla, já imaginando os desafios. — Deixei claro para Madame Kiara que seria por tempo indeterminado. Mas vamos fazer o seguinte: se passar de seis meses, eu lhe pago mais uma boa quantia. Está bem? Carla assentiu, pensativa. — Quando irei conhecer seu avô? — Ele virá almoçar aqui no domingo, como de costume. É nossa tradição almoçarmos juntos aos domingos. — Certo. Vou me preparar e fazer o possível para convencê-lo de que estamos juntos. Depois do jantar, Ronald se sentou no sofá para assistir ao telejornal, enquanto Carla foi até a cozinha ajudar Zefa com a louça. — Carla, pode deixar que eu faço isso. Onde já se viu, visitas lavando a louça — disse Zefa, surpresa. — Eu ajudo com prazer, Zefa. Assim terminamos mais rápido e você pode descansar. Em poucos minutos, a cozinha estava impecável, e Zefa, grata, sugeriu: — Agora sente-se. Vou preparar um chá para nós. Ronald gosta de tomar chá antes de dormir. As duas começaram a conversar. Carla estava exausta, mas esperava que Ronald desse permissão para ela subir ao quarto. — Senhor, posso ir para o quarto agora? — perguntou ela, cautelosa. — Sim, Carla. Fique à vontade. Eu subo em breve — respondeu Ronald. Carla subiu as escadas, nervosa. Pensou que ele poderia querer dormir com ela. "O que eu faço agora? Ainda sou virgem... Ele deve pensar que sou uma garota de programa. Será que ele vai ser rude comigo?" Apesar de suas preocupações, o cansaço tomou conta, e ela acabou adormecendo na cama macia. Mais tarde, foi acordada por Zefa. — Zefa! Que vergonha! Perdi a hora. Já deve ser muito tarde — disse Carla, alarmada. — Não se preocupe, querida. Vim trazer este conjunto de roupas. É da minha filha, mas sei que vai servir em você. O patrão pediu para avisar que daqui a uma hora vocês irão ao shopping. — Zefa, você é muito gentil. Obrigada, mas não precisava. Eu ia com este vestido mesmo. — Esse vestido é mais para uma senhora como eu. Você é jovem, deve se vestir de acordo com sua idade — respondeu Zefa, sorrindo. — Obrigada, Zefa! — Carla disse, sinceramente grata. — Eu fiquei com um pouco de vergonha de oferecer algo usado, mas você me parece tão humilde... Imaginei que não se importaria. — Claro que não, Zefa. Não só pareço humilde, eu sou. Venho de uma origem simples e não estou acostumada com esse luxo, embora eu esteja gostando. Nunca dormi em uma cama tão macia como essa. Zefa a observou com carinho. — Não sei exatamente qual é seu relacionamento com meu Ronald, mas gostaria de ver vocês juntos. Você parece ser uma boa moça. — Zefa, eu não posso te contar muito. Não é por falta de confiança, mas um dia você vai entender o tipo de envolvimento que tenho com seu Ronald. — Eu chamo ele de "meu Ronald" porque o vi nascer e cuido dele desde bebê. Carla sorriu, mas logo se apressou. — Agora eu preciso me trocar e tomar um banho, se não vou me atrasar. — Sim, querida. O patrão não gosta de esperar — disse Zefa, rindo.Ronald já estava impaciente esperando por Carla. — Desculpa se me atrasei! — Precisamos ir mesmo ás compras, antes que você esvazie o guarda roupas de Zefa. — Ele fez este comentário, novamente com um sorriso, deixando Carla envergonhada. — Zefa insistiu, disse que o vestido não iria ficar bem para eu ir ao shopping. — Ela tem razão, mais você ficou muito bem, com essa roupa, agora vamos tenho que passar antes no meu escritório. Ronald chegou à Belle Essenza, a empresa que ele orgulhosamente liderava, acompanhado por Carla. Ele havia pedido à Carla para fingir ser sua noiva como parte de um plano para uma estratégia de enganar seu avô, e este seria um bom começo, começando a aparecer na empresa juntamente com Carla. Ao descerem do carro, Carla ficou impressionada com o tamanho e o luxo do prédio, demonstrando reconhecimento e admiração pelo ambiente. — Sua interpretação como atriz, começa agora, pois aqui você vai começar tentar convencer a todos que estamos noivos e apaixonado
Depois de deixarem a empresa Belle Essenza, Ronald levou Carla para o shopping, determinado a transformá-la em uma mulher elegante e refinada, uma figura que pudesse passar facilmente como sua falsa noiva. Enquanto percorriam as lojas, Ronald instruía Carla sobre as escolhas de roupas, sapatos e acessórios que deveriam adquirir para criar a imagem da perfeita noiva. — Ronald, não precisa tanto exagero, não vou conseguir usar todas estas roupas. — Por favor esquece o dinheiro, quero que você compra belas roupas, tem que estar realmente transformada. Carla, apesar de achar exagerado tentou fazer a vontade de Ronald, escolhendo cuidadosamente as peças de seu novo guarda-roupa, ciente da importância dessa transformação para o papel que estava prestes a representar. Ela comprou roupas contemporâneas, vestidos elegantes, sapatos sofisticados e acessórios que realçavam sua beleza natural, dando início à metamorfose que a transformaria na noiva de Ronald. O próximo passo, contudo, era con
Carla organizou toda a roupa no armário, ficou por um bom tempo sonhando vestida com cada vestido lindo daqueles. Carla agora começou a pensar em seu pai, tinha que conversar com Ronald para deixar ela sair e ir tentar resgatar seu pai. Na hora do almoço ela PC falar com ele. — Ronald, você já conhece minha história, sabe que eu estou fazendo tudo isso, para poder ajudar meu pai, eu gostaria que você me liberasse para ir tentar tirar ele das mãos daqueles bandidos. — Carla, fica calma já estou cuidando do seu pai, jamais eu poderia deixar você se envolver com esse tipo de pessoas, ainda mais agora que está se passando por minha noiva. — Mais eu quero tanto saber como ele está, estou muito preocupada com ele. — Seu pai está bem, confia em mim, meu assistente está trabalhando nisso, uma hora dessas já deve ter resgatado seu pai, logo você poderá encontrar com ele. — Mais como, eu tenho que pagar os cinquenta mil para liberta-lo. — Não se preocupe com isso agora, a única coisa qu
Carla estava muito feliz ao ver a felicidade do pai. Ao voltar para casa, ela e Jakson vieram conversando no caminho de volta. — Jakson, eu estou tão feliz, ver meu pai assim tão bem, poder voltar para faculdade, tenho medo de acordar e ver que tudo não passou de um sonho. — Eu também estou feliz por você e seu pai. Carla sentiu uma vontade imensa de agradecer Ronald, tudo que está acontecendo na vida dela. Ela é muito grata a ele e também a Sabrina que insistiu para que ela fosse a casa de Madame Kiara. Jakson deixou agora Carla em casa e retornou a empresa — Chefe, missão cumprida, corri contra o tempo mais sua noiva já está novamente na faculdade, e seu sogro dono de uma padaria, e pelo que pude ver o velho realmente faz pães e bolo maravilhosos. — Jakson eu admiro muito essa sua capacidade de resolver os problemas com tanta facilidade, ontem meu sogro era um alcoólatra e viciado em jogo, hoje ele é um dono de padaria, muito obrigado mesmo. — Chefe você acha que o velho
Carla e Ronald jantaram em silêncio. Carla estava nervosa, pois aquela seria a primeira noite dela com um homem.Após o jantar eles sentaram na sala, pois Ronald gostava de assistir o telejornal.Assim que acabou o programa Ronald desligou o televisor.— Posso te beijar novamente?— Perguntou, Ronald acariciando o rosto de Carla.Sem dar a resposta, Carla se aproximou de Ronald, e o beijo foi muito intenso, não percebendo Zefa entrando com as duas xícaras de chá. Carla que percebeu primeiro, afastou de Ronald, um pouco envergonhada.— Me desculpem, não queria atrapalhar esta cena encantadora, mais só vou deixar o chá aqui.— Não atrapalha não Zefa, obrigado pelo chá, vamos terminar esta cena no meu quarto.— Ronald, respeita a Zefa, e para de me deixar envergonhada.— Carla eu já estou acostumada com este menino, mais fico feliz em ver que vocês estão se acertando, aproveitem mesmo, o amor é lindo.Eles pegaram as xícaras de chá, e após beber o chá, Ronald levantou_se e estendeu as
Ronald ficou feliz em saber do avô, que sua tia e primo não viriam para o almoço. Ele não iria suportar os comentários de sua tia em relação a Carla. Carla ouviu vozes, com certeza era Ronald e o avô. Ela que ainda estava no jardim, resolveu entrar para finalmente conhecer Hermínio. — Bom dia! Senhor Hermínio é um prazer conhecer o senhor! — Bom dia! Hermínio foi muito seco, deixando tanto Carla sem jeito, como Ronald sem graça também. Mesmo que Carla estivesse fazendo o seu melhor, Hermínio não mostrou nenhum entusiasmo em saber que o neto estava noivo. O almoço foi servido, todos comeram em silêncio. — Vovô eu estou achando o senhor muito estranho, aconteceu alguma coisa. — Bom eu deixei para falar depois do almoço, pois eu não queria desperdiçar este maravilhoso almoço, mais agora acho que já posso falar. — Vovô o senhor está me deixando preocupado. — E você meu neto, me deixou decepcionado, jamais poderia esperar tal atitude vinda de você. — Vovô, o que eu fiz para q
O táxi parou em frente a casa de Joaquin, Carla desceu com sua mala. Joaquin ficou feliz em ver Carla, mais sentiu que a filha estava triste. — Pai eu vou morar com você aqui! — Filha fico feliz que você vai vir ficar comigo, mais aconteceu alguma coisa, estou achando você triste. — Pai estou vendo que você está ocupado agora, vejo que tem muitos fregueses para ser atendidos, depois conversaremos, vou guardar minha mala e já volto para te ajudar. — Está bem filha faça isso. Carla entrou na casa do pai, estava limpa e organizada, pois a equipe de limpeza que Jakson contratou deixou tudo no lugar. No corredor ela viu que tinha dois quartos, um seu pai estava usando, e ela deixou sua mala no quarto, tomou um copo de água e foi para padaria ajudar seu pai. Carla pode ver que seu pai tinha contratado um padeiro e uma balconista,sinal de que a padaria estava dando lucros. — Filha como você pode ver, o movimento está muito bom, muitos clientes chegando e o melhor elogiando a qualida
Zefa era uma mulher de meia-idade, com cabelos já começando a ficarem grisalhos e olhos cansados, mas sempre carregava um sorriso gentil no rosto. Ela era a empregada na casa do CEO Ronald há muitos anos, tendo visto o jovem crescer desde o berço. Zefa tinha um carinho maternal por Ronald, como se ele fosse seu próprio filho, e sempre se preocupava com seu bem-estar. Naquela tarde , Zefa estava na cozinha preparando o jantar, mas sua mente estava longe. Ela estava muito preocupada com Ronald. Desde o episódio com Carla, a tristeza parecia ter se instalado no coração do jovem CEO. Zefa podia ver a melancolia em seus olhos, a falta de ânimo em seus passos. Enquanto mexia a panela no fogão, Zefa suspirou profundamente. Ela sabia que Ronald estava sofrendo, e isso a angustiava profundamente. Ela se lembrava da semana em que Carla esteve na casa, do brilho nos olhos de Ronald, da esperança que ele parecia carregar consigo. Mas tudo desmoronou tão rapidamente, deixando para trás um vazio