Fernando Os meus olhos estão fixados no rotineiro espelho de teto do motel, através do seu reflexo vejo o meu corpo completamente nu e ao meu lado há uma mulher que obviamente também está despida.Confesso que não sei exatamente como vim parar nesse motel com essa mulher, a última coisa que me lembro é de estar em um barzinho com alguns amigos e já esta um pouco "alto", depois disso não me lembro de absolutamente nada, mas pelo visto a minha noite foi boa, boa não, ótima!Tirei os meus olhos daquela mulher e me virei com cuidado na cama pegando meu celular no criado. São exatamente nove horas nesse exato momento, então estou tranquilo... Meu plantão só começa após o almoço hoje, então posso ir pra casa, tomar um banho e comer algo.Levantei-me da cama ao ver que já havia dado minha hora e saí catando minhas peças roupas que estava jogadas pelo chão do quarto e em seguida fui para o banheiro e ali mesmo me troquei.Ao voltar para o quarto parei ao lado da cama e analisei a minha com
CamillaMeu corpo está paralisado nesse momento, não consigo mover nem os meus dedos, nãoconsigo ouvir o que "eles" dizem e não consigo falar uma palavra se quer, mas sei exatamente onde estou.Mais uma vez estou presa naquela mata, aqueles malditos estão ao meu redor me olhando feito lobos famintos e tenho certeza que me atacarão a qualquer momento.Eu tentei correr, gritar e pedir ajuda de qualquer forma, mas ninguém ouviu meu pedido de socorro, ninguém, e mais uma vez eles me atacaram fazendo o meu corpo doer e minha alma sangrar.Aquele desespero tomou conta de mim mais uma vez e ter todos eles tomando meu corpo mais uma vez me fez entrar em pânico e surtar.- Socorro, por favor socorro!- gritei enquanto debatia o meu corpo com a intenção de afasta-los de mim.Me debatia quando senti braços magros, mãos familiares e um cheiro doce bem perto de mim e mesmo estando em meio a uma "guerra" pude sentir meu corpo se acalmando.- Minha filha? Se acalma, é sua mãe... Sou eu!- a voz de mi
A aula passou rápido depois da minha "pequena" discussão com a professora e durante todas as aulas pude sentir olhares de reprovações sobre mim, mas quer saber? Eu não ligo mais pra isso.Assim que o professor deu o último aviso todos os alunos se levantaram, e eu como não sou boba fiz exatamente o mesmo.- o que você acha do trabalhos que o Patrício passou?- ela pergunta enquanto andávamos pelo corredor.A encarei pensativa e acenei com a cabeça. Já havia dado início a esse trabalho há um tempinho.- É complexo, mas é assunto um tanto quanto interessante.- Respondi.- Ahh, pois eu achei bem difícil.- Ela disse tirando uma risada de mim.- Mas está tudo nas matérias que ele passou, você vai tirar de letra.Eloisa me olhou de lado sem me dar muito crédito e balançou a cabeça sem fé alguma e aquilo me fez gargalhar.- É vamos ver... Eu já vou indo pra casa.Vou tentar dar início a esse trabalho antes que minha cabeça exploda.- Ela falou me fazendo rir.Logo nos despedimos e ela seguiu p
FernandoEu tenho andado tão pensativo esses dias que mal tenho conseguido focar minha cabeça no trabalho. Desde o incidente com aquela garçonete Macchiato eu não consigo pensar em outra coisa.Tem algo naquela garota que me intriga muito... Há algo nos olhos dela que me fazem perder a noção do tempo e eu vou descobrir exatamente o que é.- Doutor Ávila, os relatórios.- Helena, minha secretária avisou ao entrar na minha sala.Meus pensamentos se dispersaram e eu apenas acenei com a cabeça em forma de resposta... Helena ia saindo da sala, mas chamei por ela interrompendo seus passos.- Helena, aquele caso Madeline?- A questionei.- Até o momento nenhuma, senhor. Inclusive as vítimas estão retirando as queixas, creio que estão sofrendo algum tipo de represálias, o que dificulta muito o nosso trabalho.- Ela respondeu.- Okay. Qualquer novidade pode entrar em contato comigo.- A avisei.O caso Madeleine tem sido muito complexo. Há algum tempo atrás uma jovem veio até às autoridades denunci
CamillaJá faz um tempo que a noite caiu.Incrivelmente o movimento da cafeteria está bem calmo, mesmo sendo uma sexta feira a noite, o que não é nada normal.- Se bem que o Alessandro podia liberar a gente mais cedo hoje, né? Não tem nem alma penada entrando aqui.- Maria Luiza, minha colega de trabalho, comentou me fazendo rir.O que ela disse realmente é um fato, faz mais de meia hora que o salão está vazio, mas não há possibilidade daquele velho nós liberar mais cedo. Esse lugar não vai parar nem no dia da morte dele.- Mais fácil a rainha Elizabete aparecer aqui e me dizer que eu sou a neta perdida dela.- Falei sendo irônica, nem tanto.Não deu dois segundos que estávamos conversando e o Alessandro saiu da sua salinha nós repreendendo, pra variar."Que homem insuportável"- Meu subcomandante gritou.- O que as duas estão fazendo paradas aí? Tem muito trabalho a se fazer.- Ele gritou conosco como sempre.O Alessandro é aquele típico patrão que adora humilhar os funcionários. Parec
Fernando Ouço o som do mar correndo agitado, vejo as pessoas sentadas na área clara da praia e sinto uma brisa leve tocando meu rosto.Nesse exato momento me encontro na sacada da minha cobertura fumando um cigarro pra me acalmar, mas ainda assim sinto um turbilhão de pensamento dentro da minha cabeça... Me sinto atordoado.- Doutor Castro, sua mãe está te ligando.- Maria, minha empregada avisou chegando na porta da sacada.- Diga que eu estou trabalhando.Não quero falar com ninguém hoje.- Avisei e ela prontamente concordou me deixando a sós novamente.A minha relação com a minha família é muito complicada e perturbada... Eu nasci em um lar muito pobre, precário e cheio de violência. Meus genitores são usuários de entorpecentes, eles usavam todo tipo de drogas e isso afetou muito minha infância.Eu cresci vendo meus "pais" acabarem com as vidas deles e consequentemente com as nossas vidas... Era muito difícil viver em uma casa de dois cômodos, apanhar todos os dias e nem ter o que
CamilaA voz do meu professor está ecoando lá no fundo do meu consciente, mas não consigo entender e muito menos filtrar nada do que ele está dizendo... Minha mente está longe, bem longe nesse momento.Eu realmente não sei por que, mas eu não consigo tirar aquele delegadinho babaca da minha cabeça... Eu passei minha vida toda tendo pavor de qualquer homem envolvido com a polícia devido ao que me aconteceu, mas com ele é tão diferente, mesmo sem ao menos conhece-lo eu não sinto medo dele.Ainda assim eu insisto em afasta-lo de mim. Eu não confio em homem nenhum e sei que um homem como ele não iria querer nada sério comigo... Apenas se divertir, então é melhor mantê-lo distante.- Amiga, você está prestando atenção na aula?- A voz da Eloísa me fez despertar.Virei-me em direção a ela, balancei a cabeça e forcei um leve sorriso.- Tô... Tô sim!- menti.Ando tão distraída ultimamente que não consigo me concentrar em nada... Tudo por culpa daquele maldito delegado, mas isso vai acabar. Vou
FernandoEu sempre fui a pessoa mais racional do mundo... Aliás, quando se trabalha para a polícia você PRECISA ser racional. Não tem essa história de agir com os sentimentos ou o coração, você age com a cabeça e com os seus extintos... Não sei o que bem o que tem acontecido comigo, mas ultimamente não tenho sido assim.- Solta o braço dela agora ou eu não me respondo por mim.- Eu falei os olhos fixos sobre aquele babaca.Já faz um tempo que venho frequentando esse "bar" que a Camila é garçonete e já deu pra reparar que esse imbecil do chefe dela é um grande babaca. Ele trata todas as suas funcionárias feito animais e isso é nojento.Eu sei que eu não deveria intervir no meio de um assunto deles, mas não vou deixa -lo maltratar a Camila e nenhuma das outras garotas dessa forma... Mas não vou mesmo.Aquele velho imbecil me fitou com irá no olhar, ele exitou, mas não a soltou.- Eu vou contar até três!- Fui firme.Acho que aquele babaca pensou bem, pois no segundo seguinte ele soltou a