CAPITULO 4

Fernando

Eu tenho andado tão pensativo esses dias que mal tenho conseguido focar minha cabeça no trabalho. Desde o incidente com aquela garçonete Macchiato eu não consigo pensar em outra coisa.

Tem algo naquela garota que me intriga muito... Há algo nos olhos dela que me fazem perder a noção do tempo e eu vou descobrir exatamente o que é.

- Doutor Ávila, os relatórios.- Helena, minha secretária avisou ao entrar na minha sala.

Meus pensamentos se dispersaram e eu apenas acenei com a cabeça em forma de resposta... Helena ia saindo da sala, mas chamei por ela interrompendo seus passos.

- Helena, aquele caso Madeline?- A questionei.

- Até o momento nenhuma, senhor. Inclusive as vítimas estão retirando as queixas, creio que estão sofrendo algum tipo de represálias, o que dificulta muito o nosso trabalho.- Ela respondeu.

- Okay. Qualquer novidade pode entrar em contato comigo.- A avisei.

O caso Madeleine tem sido muito complexo. Há algum tempo atrás uma jovem veio até às autoridades denunciar um caso de abuso que ela sofreu por um policial quando ela ainda era adolescente. Nós demos início as investigações e até chegou a surgir mais alguns casos quando a notícia veio a tona, mas essa Madeleine simplesmente sumiu do mapa e desde então nós não conseguimos mais nenhuma notícia sobre esse caso... Eu sinto que alguém muito grande está por trás disso e essa pessoa está dificultando o decorrer das investigações, mas eu não irei desistir até ver esse mostro atrás das grades.

Passei o resto da minha manhã na delegacia e no início da tarde decidi ir almoçar e já sei até aonde irei.

- Helena, estou de saída. Volto em uma hora... Anote qualquer recado.- Falei passando por ela e indo até o estacionamento pegar meu carro.

Quero ver essa Camila mais uma vez. Eu estou realmente disposto a descobrir o que ela esconde atrás daqueles olhos negros e não vou descansar até descobrir qual o segredo dela.

Estacionei meu carro em frente a cafeteria, desci entrando na mesma e sentei em uma mesa próximo a porta. Assim que me acomodei uma moça veio me atender... E digamos de passagem uma linda moça. Loira, corpo de modelo e o rosto de uma boneca.

- Boa tarde! O senhor já quer fazer o pedido?- Ela me questionou com um sorriso malicioso em seu rosto.

- É... Na verdade eu gostaria que a Camila me atendesse. Você pode chama-la?- Fui direto com ela.

Eu quero ver aquela Camila mais uma vez. Eu quero olhar nos olhos dela e ver se realmente há algo ali.

- Ahhh, tudo bem. Eu vou chamar por ela.- Ela respondeu meio que sem graça e logo se afastou de minha mesa.

A moça se afastou rapidamente de mim entrando na cozinha, segundos depois a Camila saiu do mesmo cômodo e seus olhos vieram até mim.

- Mas que merda!- consegui ler seus lábios.

Eu não consigo entender o porquê dela ficar tão insatisfeita toda vez que vê.

Não que seja minha intenção ter algo com ela, mas muitas mulheres matariam para ao menos me ver e ela age assim.

Pude vê-la revirando os olhos ao me ver, ela ajeitou seu uniforme e veio até mim com uma cara de poucos amigos.

- Boa tarde! Como posso ajudá-lo?- Ela falou sem ao menos me olhar e com um ar de insatisfação.

- É assim que você trata os clientes da cafeteria? Meu Deus! Seu chefe está em péssimas mãos.- A alfinetei.

Ela trouxe seus olhos para mim, pude ver uma certa irá em seus olhos e no fundo isso me fez ter vontade de rir.

- Eu tenho mais clientes para atender. O senhor pode por favor me dizer o que o senhor quer.- Ela falou impaciente.

Deixei o cardápio de lado e olhei bem no fundo dos seus olhos.

Eu não estou acostumado com mulheres iguais a Camila. Eu convivo na casta mais alta da sociedade, e nunca vi ninguém igual a ela e confesso que há algo nela que me encanta. Eu ainda não sei o que é, mas tem algo bem lá no fundo.

- Eu vou querer o prato do dia e uma garrafa de água com gás.- Falei por fim.

Eu na verdade não gosto da comida desse café, mas quero me manter por perto para vê se descubro algo.

- Algo mais?- Ela me questionou.

Apenas neguei com a cabeça e ela

rapidamente se retirou me deixando a sós.

Em cerca de dez minutos depois ela retornou com meu pedido em mãos e começou a me servir.

- Você está se sentindo melhor?- Questionei.

Camila trouxe seus olhos até mim, mas rapidamente abaixou a cabeça.

- Estou ótima!- Ela foi curta.

Por que essa mulher me trata assim? Isso já está me tirando do sério. Que falta de educação. Que mulherzinha petulante.

- O que há de errado com você? Eu sei que você esconde algo, e eu vou descobrir o que é.- a adverti sendo franco e ela me olhou de forma assustada.

Camila terminou de me servir em uma fração de segundos e me olhou diretamente nós olhos pela última vez.

- Eu não tenho nada para esconder de você e nem de ninguém. Eu só quero que você me deixe em paz e suma de uma vez por todas!- Ela disse entre dentes e saiu sem ao menos olhar para trás.

Se ela não tem o que temer? Então por que ela foge tanto? Eu não consigo entender.

Enquanto eu estive no café a Camila não saiu da cozinha. Meu horário de almoço logo acabou, então eu tive que retornar para a delegacia e passei toda minha tarde por lá.

Por volta de sete e meia já estava em casa e já havia resolvido todos os meus problemas tanto profissionais, quanto pessoais. O que significa que posso relaxar o resto do dia.

Estava sentado em minha poltrona na sala de estar, tenho um copo de whisky nas mãos e Pamela está sentada em meu colo.

- Você finalmente se lembrou de mim, né? Estava com tanta saudades de você.-Pâmela falou enquanto beijava o meu pescoço.

Eu tive um dia cheio, preciso transar com alguém para aliviar um pouco essa tensão. Até porque eu não sou de ferro.

- É mesmo? Então vem cá e me mostra.- Falei enquanto puxava os seus cabelos e beijava seus lábios rosados e macios.

Pâmela se desvencilhou do meu beijo, me olhou e sorriu feito uma vadia enquanto olhava em meus olhos.

Pâmela se ajoelhou em minha frente, puxou meu moletom e pegou meu membro colocando na moça e em nenhum momento ela deixou de olhar em meus olhos.

- Você gosta assim?- Ela perguntou enquanto me olhava com cara de safada.

Sorri de lado e fechei os olhos passando as mãos pelos meus cabelos.

Abri os olhos novamente e me meus olhos me traíram... Os olhos da Pâmela que são azuis como o mar ficaram pretos como a noite e seu rosto malicioso e luxuoso tomou uma forma doce e ingênua.

- Mas que porra é essa?- Falei assustando afastando a Pamela e me levantando da  poltrona.

O que essa mulher está fazendo na minha cabeça uma hora dessas?

O que está acontecendo comigo?

- O que eu fiz de errado, Fernando?- Pude ouvir a Pamela vindo atrás de mim.

- Não é nada... Eu só não estou no clima. Vai deitar, Pâmela.- Dei uma desculpa qualquer.

Passei as mãos pelo meu rosto me sentindo totalmente confuso e caminhei em direção ao banheiro.

Eu só preciso de uma ducha fria para me acalmar. Só isso!

Eu não vou permitir que essa mulherzinha invada mais minha mente... Ela não tem esse direito, não tem!

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