A vida é uma montanha-russa. Os altos e baixos que surgem repentinamente ou às vezes já esperamos que possam acontecer, mas o momento que a gente passa é uma surpresa de alguma forma. Não sabemos o quão ruim pode ser ou quão bom pode acontecer.Meses atrás quase morri em um acidente de carro, bem havia muitas opções de morte ao lado de Edgar. Às vezes me cobro bastante e sinto-me chateada por não ter ouvido Lyah, quase perdi a minha amiga. É difícil deixar o passado para trás e não pensar no que poderia ter feito diferente. Edgar havia feito muitas vítimas e me pergunto quantas pessoas livramos com a sua morte.Não devemos tirar a vida de ninguém e às vezes ele já poderia ter sobrevivido e continuado, mas morrido de um jeito total inesperado como no filme “Um olhar no paraíso” Não superei esse filme até hoje. Tudo é na hora e na vontade de Deus. E não foi diferente.Respirei fundo, tão profundamente que chegou a ficar tonta. Sorri para o meu pai e ele aproveitou para beijar minha boche
E no fim das contas acabamos parando em um hospital.– Pode ficar tranquilo. – A enfermeira me tranquilizou. – É mais normal do que você pensa.Olhei para Eduardo que dormia tranquilamente em uma cama de hospital. Eduardo desmaiou depois de raciocinar o que falei e, quando finalmente entendeu, desabou no chão. A equipe medica não demorou para chegar e viemos para o hospital. Eduardo poderia ter se machucado com a queda.– Obrigada. – Agradeci a enfermeira.Ela sorriu e saiu. Peguei o celular em meu bolso e sai do quarto. Tem uma pequena sala separado do quarto do paciente, assim dando mais privacidade. Sentei no sofá e leiguei para Lyah.– Ainda bem que você ligou. – Lyah diz assim que atendeu a ligação. – Gabriel quer que a gente passe um tempo na florida na casa de seus pais e você sabe muito bem que não me dou bem com a minha sogra…– Lyah, eu estou gravida. – Dessa vez vou direto ao assunto. Vai que Lyah reagisse igual com Eduardo.– Meu Deus! – Lyah gritou do outro lado. – Precis
– Kelly, não esquece de entregar esses papéis para Débora. - Lya diz deixando alguns papéis em cima da minha mesa.– Pode deixar. Eu continuo digitando no meu computador, preciso entregar esse documento ainda hoje. Será que vou ter que ficar até depois do horário? Não queria passar do horário hoje. Tem uma pequena comemoração de aniversário da minha amiga hoje em um bar aqui perto.– Kelly! - Eu olho para Lya assustada. - Estou falando sério. Você não pode esquecer se entregar esses papéis para Débora.– Lya não se preocupa. Eu não vou esquecer.Ela me olhou e suspirou.– Espero mesmo que não. - Ela diz e sai.Eu volto para meu documento. Uma hora e meia depois eu finalmentei terminei esse maldito documento. Eu faço uma revisão rápida, preciso correr. Envio o documento para Jonas e às pressas começo a guarda minha coisas. Já estou atrasada. Ainda bem que o bar é aqui perto.Documento enviado! Pego minha bolsa e saio dali.Por que esse elevador demora tanto para descer? Bato com meu p
- Então você trabalha na empresa Foccus. - Eduardo diz assim que chega nossos pedidos. - Em qual setor?A empresa Foccus é uma agência full service. A gente desenvolve sites, automatiza o marketing digital, promovemos eventos, criamos embalagens e outras coisas. Eu fico na parte da redação onde catálogo todo o movimento e eu crio roteiros dos eventos.- Sou da redação. - Dou um gole na minha cerveja.- Legal. O que te incomoda lá?Não deixo de rir. Se ele quer tanto ouvir sobre meu trabalho, é bom estar com disposição para isso. Como eu tinha falado antes, o meu trabalho não é ruim, mas algumas pessoas lá são e muito. - Por onde começar. - Eu finjo pensar e isso faz ele sorrir. - Bob é meu supervisor, mas ele age como se fosse o chefe de setor… Não, ele age como se fosse o dono da empresa. Ele quer tudo perfeito.- E isso é ruim, por que…?- Ele não cobra isso de todo mundo. - Olho para o Eduardo suspirando. - Bob tem seus preferidos e suas preferidas. Ele faz propostas indecentes, s
Na segunda-feira, eu levei bronca no trabalho. Eu tinha esquecido de entregar o documento que Lya tinha me pedido, ela agora está muito chateada comigo e está me evitando. Eu não fiz por mal, mas entendo Lya. Débora brigou horrores com Lya e depois me chamou. – Quanta irresponsabilidade, Kelly! Não sei quem é mais patética: Você ou a Lya. – Débora anda de um lado para o outro. – Vocês não têm amor pelo trabalho de vocês? É isso? Por minha causa as coisas não ficaram feias. – Ela passa a mão pelo cabelo. – Sou ótima no meu trabalho. – Débora me olha com desprezo. – Ao contrário de você, eu não sou uma imprestável. Por que sinceramente você não consegue nem fazer seu trabalho direito.Débora é chefe do setor de redação. Ela comanda toda essa área.– Acho bom você começar a fazer seu trabalho direito. – Débora para do meu lado. – Vai ficar difícil manter uma pessoa como você aqui. Por que você sabe, não é? Eu tenho pena de você. Por isso ainda está aqui. Agora saia!– Sim, senhora. – Di
Nos últimos três dias eu não vi Eduardo. Trocamos algumas mensagens e ele disse que estava fora da cidade. De vez em quando ele me mandava mensagens de incentivo. E isso estava me fazendo muito bem. Nesses dias eu fiz o mesmo processo da segunda revisei todos os documentos e tudo que passava por mim umas três vezes. Sair tarde todos esses dias. Hoje sexta-feira estou pronta para fazer a mesma coisa.– Kelly, você já verificou esse documento hoje. – Lya senta do meu lado. – Você tem que parar com isso. Não vai durar muito desse jeito.Olho para ela assustada.– Débora está pensando em me demitir?– Não. – Lya rir. – Você está fazendo todo o esforço desnecessário. Pelo menos para trabalhos que não precisam de tanta atenção assim. – Ela pega os papéis em minha mão. – Você é uma ótima profissional, Kelly. Só precisa prestar mais atenção, mas isso não significa que você precisa olhar cada documento umas mil vezes. É ótima no seu trabalho. Ajuda todos até quem não merece. Precisa deixar de
Dou um soco em seu braço. Cruzei os meus braços na altura do peito e olhei para frente.- Não vou entrar aí.- Kelly, eu estou cansado. - Ele suspira. - Facilita, por favor. É só um restaurante.- Só um restaurante? Talvez para você seja só um restaurante. Deve estar acostumado a frequentar esses lugares. - Aponto para minha roupa. - Mas eu não. Eu não vou entrar aí dentro para você passar vergonha.- Se esse é o problema, eu não me importo.- E também não vou ser sustentada por você. A duas quadras daqui a gente consegue comer muito bem e com boa qualidade. - Comecei a argumentar. - Não vamos pagar a metade do que vamos gastar aqui. E vou poder te ajudar a pagar sem ter que me preocupar com o final do mês.- Kelly...- Eu não sou seus amiguinhos ricos. Estou em um patamar mais baixo.Ele respira fundo como se quisesse ganhar tempo para pensar em alguma forma de me convencer a entrar naquele restaurante. Sinto muito Eduardo, mas eu tenho muitos argumentos ainda.- Como eu falei dinhe
Quando Eduardo abre a porta da casa dou um passo para dentro e o mesmo passo que dei, eu dou para trás pronta para ir embora. Ele me olha intrigado. Eu não posso entrar ali dentro. Se ele tem amor pelas coisas dele, ele não deixará eu entrar aí dentro.- O que foi?- Quero escolher outra opção: ir para minha casa.- Mas já estamos aqui.Olhei mais uma vez para dentro da sua casa. Quando Eduardo entrou em um dos muitos condomínios luxuosos de Nova York. Eu ainda fiquei com esperança de que o imóvel não fosse tão chique assim. Abrindo a porta você via uma grande sala composta com quatro sofás e uma poltrona de canto, uma mesa de vidro no centro. Mais para frente um mini bar com repletas bebidas. Tirando o grande espelho que tem na parede que dá acesso a outro cômodo.- Você lembra que eu sou desastrada, não lembra?Meu medo é entrar ali e quebrar alguma coisa mesmo não querendo. Só esse chão desse ter custado uma fortuna, estou quase podendo ver meu reflexo perfeitamente. Nessa casa tem