P.V. Kelly Constantemente escuto vozes ao meu redor. Lyah, Gabriel, Eduardo, meus pais e outras pessoas que eu não faço ideia de quem sejam. E ao mesmo tempo não tinha vontade nenhuma de abrir os meus olhos ou conversar com eles. Não quero ser mal educada, fiz aulas de etiqueta e sei que isso é falta de educação. Mas estou cansada. Talvez uma outra hora eles voltem não sei porque ficam tagarelando perto de mim. Ninguém gosta de acordar cedo e eles estão me forçando a isso, Eduardo me pedia e eu sentia vontade de segurar sua mão quando eu sentia a pele quente sobre a minha. Eu não sei porque ele está com essa voz de preocupação, não sei porque está tão agoniado. Estou cansada, mas daqui a pouco vou acordar e dar um beijo bem gostoso nele. Minha mãe gostava de falar sobre bordados. Não era meu assunto favorito, parecia se aproveitar da minha vontade de não falar. Infelizmente tive que ouvir ela falar, não, ela dá uma aula de bordado. O bom é que ela está por perto e logo vou poder con
Cada vez que eu abria os meus olhos me sentia incomodada com a claridade. Uma semana desde que acordei do coma e ainda não me acostumei. Que engraçado não é? Não me acostumei a está viva. Desde que acordei não tem um só dia que eu não esteja acompanhada com alguém, no começo era apenas o Eduardo e nem meus pais reclamaram. Até que convenci o meu futuro marido a ir para casa descansar e alternar com as outras pessoas. Eduardo não aceitou de primeira, mas a minha família convenceu ele. Não estava sozinha no mutirão de fazer Eduardo ir para casa. – A gente se beijou, mas foi só isso. – Lyah dizia enquanto pintava minhas unhas da mão. – Quero ir devagar, não quero apressar as coisas e dar errado lá na frente. Ou simplesmente não quero ser você e o Eduardo na vida. – Ei! Lyah riu. Eu sei que era apenas provocações da parte dela. – Vai que descobro que de algum jeito é meu chefe também? – Falou rindo. – Não me leva a mal, mas não estou a fim de viver essa vida conturbada. – Posso te di
Minha saída do hospital não foi a mais tranquila, Eduardo não conseguiu me acompanhar porque tinha um trabalho fora da cidade para fazer. Sei que ele ficou se sentindo muito mal por isso, mas eu garanti para ele que estava tudo bem e que ficaria muito chateada se ele deixasse de fazer as coisas dele. Eu estou bem e estarei em casa quando ele voltar. Eu fiquei incomodada com todo aquele cuidado e durante a estrada me deu um calafrio muito grande e foi preciso me dopar. Quando eu acordei estava no quarto de Eduardo. Nos dias seguintes nem precisa dizer o ponto, fui paparicada e muito bem cuidada, era risadas e conversas sem fim. Nem parecia que passamos por uma situação bem difícil. O meu estado atual é o que lembrava, mas os dias foram se passando perfeitamente bem. Consegui conversar com os meus pais, vou estar sem ir para Londres, eu queria me sentir normal de novo. Amo os meus pais e todos que estão ao meu redor. Mas cada um tinha suas vidas a seguir e eles foram, quando Lyah dimin
– Tenho que te contar uma coisa. – Falei assim que o Eduardo entrou no quarto. Lyah não pediu que eu acordasse segredo sobre a sua gravidez. Vamos lá! É o Eduardo aqui na minha frente, ele não é fofoqueiro. Até nisso ele consegue ser chato. E qualquer coisa nova que surge eu preciso contar para alguém, não sei quando eu voltaria a trabalhar e ficar dentro de casa está sendo tedioso demais. – Hum, fala. – Eduardo diz tirar seu terno. – Lá vem você com suas conversas aleatórias. Dou uma risada e me ajeita na cama, sempre escuta cada detalhe que eu falo e já está muito bem interessado em conversar comigo. Eduardo é um ótimo ator. Mas ele não iria fingir que está interessado no assunto, porque envolve o amigo dele. E sempre quando a gente diz que uma pessoa está grávida é algo super surpresa e interessante. – Lyah está grávida! Eduardo parou no meio do caminho, parando tudo que estava fazendo. Eu sabia! Ele me olhou. – Tem certeza? – Concordo com a cabeça repetidamente. – Nossa! Está
A vida é uma montanha-russa. Os altos e baixos que surgem repentinamente ou às vezes já esperamos que possam acontecer, mas o momento que a gente passa é uma surpresa de alguma forma. Não sabemos o quão ruim pode ser ou quão bom pode acontecer.Meses atrás quase morri em um acidente de carro, bem havia muitas opções de morte ao lado de Edgar. Às vezes me cobro bastante e sinto-me chateada por não ter ouvido Lyah, quase perdi a minha amiga. É difícil deixar o passado para trás e não pensar no que poderia ter feito diferente. Edgar havia feito muitas vítimas e me pergunto quantas pessoas livramos com a sua morte.Não devemos tirar a vida de ninguém e às vezes ele já poderia ter sobrevivido e continuado, mas morrido de um jeito total inesperado como no filme “Um olhar no paraíso” Não superei esse filme até hoje. Tudo é na hora e na vontade de Deus. E não foi diferente.Respirei fundo, tão profundamente que chegou a ficar tonta. Sorri para o meu pai e ele aproveitou para beijar minha boche
E no fim das contas acabamos parando em um hospital.– Pode ficar tranquilo. – A enfermeira me tranquilizou. – É mais normal do que você pensa.Olhei para Eduardo que dormia tranquilamente em uma cama de hospital. Eduardo desmaiou depois de raciocinar o que falei e, quando finalmente entendeu, desabou no chão. A equipe medica não demorou para chegar e viemos para o hospital. Eduardo poderia ter se machucado com a queda.– Obrigada. – Agradeci a enfermeira.Ela sorriu e saiu. Peguei o celular em meu bolso e sai do quarto. Tem uma pequena sala separado do quarto do paciente, assim dando mais privacidade. Sentei no sofá e leiguei para Lyah.– Ainda bem que você ligou. – Lyah diz assim que atendeu a ligação. – Gabriel quer que a gente passe um tempo na florida na casa de seus pais e você sabe muito bem que não me dou bem com a minha sogra…– Lyah, eu estou gravida. – Dessa vez vou direto ao assunto. Vai que Lyah reagisse igual com Eduardo.– Meu Deus! – Lyah gritou do outro lado. – Precis
– Kelly, não esquece de entregar esses papéis para Débora. - Lya diz deixando alguns papéis em cima da minha mesa.– Pode deixar. Eu continuo digitando no meu computador, preciso entregar esse documento ainda hoje. Será que vou ter que ficar até depois do horário? Não queria passar do horário hoje. Tem uma pequena comemoração de aniversário da minha amiga hoje em um bar aqui perto.– Kelly! - Eu olho para Lya assustada. - Estou falando sério. Você não pode esquecer se entregar esses papéis para Débora.– Lya não se preocupa. Eu não vou esquecer.Ela me olhou e suspirou.– Espero mesmo que não. - Ela diz e sai.Eu volto para meu documento. Uma hora e meia depois eu finalmentei terminei esse maldito documento. Eu faço uma revisão rápida, preciso correr. Envio o documento para Jonas e às pressas começo a guarda minha coisas. Já estou atrasada. Ainda bem que o bar é aqui perto.Documento enviado! Pego minha bolsa e saio dali.Por que esse elevador demora tanto para descer? Bato com meu p
- Então você trabalha na empresa Foccus. - Eduardo diz assim que chega nossos pedidos. - Em qual setor?A empresa Foccus é uma agência full service. A gente desenvolve sites, automatiza o marketing digital, promovemos eventos, criamos embalagens e outras coisas. Eu fico na parte da redação onde catálogo todo o movimento e eu crio roteiros dos eventos.- Sou da redação. - Dou um gole na minha cerveja.- Legal. O que te incomoda lá?Não deixo de rir. Se ele quer tanto ouvir sobre meu trabalho, é bom estar com disposição para isso. Como eu tinha falado antes, o meu trabalho não é ruim, mas algumas pessoas lá são e muito. - Por onde começar. - Eu finjo pensar e isso faz ele sorrir. - Bob é meu supervisor, mas ele age como se fosse o chefe de setor… Não, ele age como se fosse o dono da empresa. Ele quer tudo perfeito.- E isso é ruim, por que…?- Ele não cobra isso de todo mundo. - Olho para o Eduardo suspirando. - Bob tem seus preferidos e suas preferidas. Ele faz propostas indecentes, s