Lili Meu coração se agita no peito quando penso na possibilidade de abri-lo e com uma respiração profunda tento a primeira senha que vem na minha cabeça. — Droga! — resmungo e olho para os lados em busca de uma dica, mas nada. Não tem nada aqui. Então faço uma sucessão de tentativas; minha data de nascimento, data do casamento dos meus pais, a data de aniversário dele. — Merda! — Começo a suar de ansiedade e penso em um número inusitado. — 15 - 04 - 20 - 11 e a portinha se abre. Chego a trincar o maxilar quando penso que a chave para a abrir é justamente a data da morte do meu pai. Me concentro em olhar o que tem lá dentro, mas não tem nada que me ajude ou que ajude o Dante. Exceto... Não pode ser! — Tome, querido, beba isso. Vai se sentir melhor! Lembro-me de uma cena, onde eles gritaram um com o outro assim que entraram em casa. Era tarde da noite e eles haviam acabado de chegar de uma festa. Eu não entendi bem o motivo da discussão, mas Júlia preparou uma bebida para ele e lhe o
Lili Voltar para Manhattan sem uma resposta para os problemas da TL não estava nos nossos planos, menos ainda voltar para casa com outras expectativas sobre o meu passado. Agora eu tenho a faca, o queijo e um meio de vingança nas mãos, e a essa hora a louca da Júlia já deve ter descoberto que está na palma da minha mão. Contudo, são nove da manhã e eu tenho outro prumo nas mãos que com certeza não agradará a muitos. — Bom dia, Senhor presidente! — sussurro para o meu namorado após encostá-lo contra uma parede e beijá-lo com uma certa sensualidade. — Bom dia, Lili! — Reviro os olhos, porém, sorrio de toda essa intimidade. Entretanto, está na hora da conversa séria e para isso, ergo uma pasta com a logo da TL para ele. — O que é isso? — Mudanças. — Mudanças? — Com a nova condição da empresa. Digo, rescisão de contrato, multas para pagar, cofres quase vazios etc. decidi que está na hora de fazer alguns cortes significativos. — Quais cortes? — Ele se acomoda em sua cadeira e eu de f
Lili — Os cartões corporativos por exemplo, alguns serão cortados e em outros casos, diminuiremos os valores. — Ele bufa. — Você quer começar uma guerra nuclear, é isso, senhorita Ricci? — Ele ralha, provavelmente referindo-se a sua mãe. — Estou falando sério, Dante. As viagens também sofrerão alguns sacrifícios. Não vejo necessidade de usarmos a primeira classe nível A para viagens literalmente desnecessárias, quando os seus funcionários e inclusive a sua mãe podem usar o nível C. — Ele arqueia as sobrancelhas. — Ela vai me esganar! Dante retruca, mas dou de ombros. — Pois que esgane! Você precisa mostrar-lhe que foi ela quem causou tudo isso, portanto, ela terá que arcar com as consequências também. — Ele me aponta o seu indicador fazendo um charminho ao piscar um olho para mim. — Você está certa! — Estou? — Sabe que está! — Ótimo, porque vamos diminuir as horas extras também. — Isso é realmente necessário? — Apenas faço um sim com a cabeça. — Se dividirmos as cargas hor
Lili — ...Oito, nove, dez, e lá vou eu! — falo alto, virando-me para encontrar uma sala vazia. — Onde será que você está, Alice? — cantarolo, ouvindo a sua risadinha eufórica atrás da cortina grossa, porém, vou para o outro lado da sala, distanciando-me do seu esconderijo. — Alice? — Volto a cantarolar e volta ri outra vez. Sua atitude me faz sorri e eu decido animar mais a nossa brincadeira, e começo a provocá-la. — Hum, acho que vi alguma coisa ali. — Eufórica, a menina se inquieta atrás do pano me fazendo rir. — Alice, acho que encontrei você! — cantarolo outra vez e assim que abro a cortina com um rompante, ela grita e sai correndo, porém, antes que vá para longe de mim, eu a seguro nos meus braços e começo uma onda de beijos no seu rosto e pescoço. Sua risada se espalha por todo o cômodo e é gratificante ouvir esse som tão feliz. — De novo, mamãe, de novo! — Ela pede no mesmo instante que a campainha começa a tocar e resolvo colocá-la de volta no chão. — É o papai, não é? — Eu
Lili — Não é nada, filha. E o almoço, já está pronto? — Procuro mudar de assunto. — Sim, a vovó mandou te chamar. — Hum, que bom, porque a minha barriga está roncando muito! — Por que aquela mulher estava brava comigo, mamãe? — A menina insiste. — Porque ela é uma bruxa má, filha. — Minha filha resfolega. — Igual do filme das princesinhas?! — Isso, igual do filme. Então a mamãe quer que você fique bem longe dela, tudo bem? — A seguro nos meus braços e beijo demoradamente a sua bochecha. — Uhum! — Alice concorda deitando a sua cabeça no meu ombro e eu afago carinhosamente as suas costas. — Eu e amo, querida! — sibilo baixinho. — Também te amo, mamãe! — Hum será que tem mais alguém aqui com fome? — questiono fazendo graça e arranco-lhe uma risada gostosa. — Tem, eu! — Sério? Quanto de fome você tem? — Um montão assim! — Ah, a mamãe devoraria um caminhão! — rosno, fingindo comer a sua barriga e os seus olhinhos se arregalam em surpresa, e pronto, o assunto da megera foi com
Dante Dentro de um restaurante sofisticado e diante de um almoço exposto, embora intocado. Eu apenas me concentro nos seus lábios que se mexem avidamente, falando o tempo todo sobre cada detalhe tudo. O passo a passo da criação da conta na Suíça, dos valores guardados ao longo dos anos nela, das últimas orientações que o meu pai fez e tudo mais, mas a verdade é que ainda não acredito que finalmente encontrei a solução para todos os problemas da TL. Quem diria que várias tentativas de violações e burladas nos códigos me trariam as chaves para abri-la literalmente? Eu não. E pensar que os dotes criativos de Donovan Ricci sequer arranharam a segurança desse banco. Escolha certa, pai. Penso com um suspiro tão baixo que é praticamente impossível de se ouvir. Os papéis espalhados sobre a mesa do restaurante e todos os gráficos no tablet da garota me mostram que Dante Travel já tinha o hábito de fazer algumas transferências para fundos de emergência e cara, eu jamais teria feito algo igu
Dante Horas depois... — Senhoras e senhores, apertem os cintos de segurança, porque em alguns minutos estaremos aterrissando em solo americano. — A comissária de bordo diz no interfone e eu me preparo para mais um embate desse dia estranhamente desastroso. Assim que aterrissamos na Suíça não perdi meu tempo com estadias em hotéis, ou em comer algo. Eu tinha um objetivo e tinha pressa em cumpri-lo. Portanto, encarei de frente as formalidades do banco Prime Onion, e através da palma da minha mão e da retina do meu olho direito tive finalmente acesso a tudo que me era de direito, inclusive uma carta de me meu pai que não tive coragem de abrir. De verdade, o medo de saber o que tem lá dentro me fez retroceder. Contudo, encontrei além dos cem milhões de dólares mais trezentos milhões do fundo de emergência e algumas ações multimilionárias que pretendo estudar. E após pedir a transferência de tudo para uma conta completamente nova e de acesso único, entrei no jato para voltar para Manhat
Dante — Quarto. — Determino, puxando-a para o meu colo e suas pernas abraçam a minha cintura no mesmo instante. Sedento, eu seguro firme nos seus cabelos para ter ainda mais acesso ao seu colo e a sua garganta, deixando alguns beijos lá seguidos de mordidinhas que a faz gemer sussurrante. Nem imagino como consegui abrir a porta do quarto, mas logo estávamos nos devorando mutuamente em cima da sua cama. O seu calor. Oh céus, acho que nunca irei me acostumar com o seu calor. Ele é vibrante, é quente demais, envolvente demais e tão intenso que chega a me deixar maluco. — Ah, Dante! Oh, Deus! — Os seus gemidos ganham mais um tom e logo estamos explodindo em um mar de luxúria e poder. Mesmo sem forças, cansado e ofegante eu não saio de cima dela e por mais que eu queira evitar, não consigo deixar de fitar os seus olhos. Ela ruboriza um pouco devido a minha insistência e abre um sorriso acanhado, mordendo o lábio inferior na sequência. — O que foi? — Procura saber, mas faço um gesto desden