Lili Durante todos esses anos eu se quer pensei em rapazes. Dediquei a minha vida em estudar e em ser uma boa mãe para Alice. Então paquerar era irrelevante E beijar na boca? Isso não me fazia falta alguma. Não até agora. Sentir Dante Travel tão perto e tão ofensivo, pronto para o ataque me deixou desarmada e eu só conseguia pensar em uma coisa... Eu preciso fugir do seu domínio, porém, ele foi mais rápido do que eu, e em uma fração de segundos senti os seus lábios impulsivos tomar os meus. O meu subconsciente me dizia para fugir dali, empurrá-lo para bem longe de mim e mantê-lo distante. E eu tentei, juro que tentei! Contudo, fui surpreendida pelo perfume amadeirado e envolvente que emanava do seu corpo quente e quando percebi, já foi. A sua língua atrevida invadiu a minha boca e o seu sabor se misturou ao meu. Foi quando ouvi... Droga, eu gemi baixinho em meio ao beijo roubado e quase morri quando ele o parou, e eu encontrei o par de olhos negros que me encaravam com diversão. — Se
— Então, é só você e a Alice quem mora aqui? — Continua com a sua m*****a especulação. Bufo segurando a raiva e resolvo responder-lhe. — Sim. Viemos para essa cidade quando ela descobriu a sua existência. — O olho rapidamente e volto a me concentrar no café, embora não haja muito o que fazer a não ser esperar que a cafeteira termine o seu trabalho. — Como sabe que eu sou o pai da menina? Quer dizer, como tem tanta certeza? — A cafeteira avisa que o café está pronto e eu me ocupo em pegar duas xícaras e o pote com os torrões de açúcar. Levo tudo para o balcão e continuo em pé do outro lado de frente para ele. — Se vamos falar sobre esse assunto, então vamos começar do início — rebato, enquanto lhe sirvo uma xícara de café e outra para mim. — É justo. — Ele diz acrescentando alguns torrões no seu café e mexe em seguida com uma colherinha, então finalmente olho nos seus olhos. — Eu e Alice morávamos em um internato naquela época e ficava a poucos metros da sua casa. Era halloween e a
Dante Que porra você pensa que está fazendo, Dante, roubar um beijo assim de uma garota como Ricci? Foda é saber que o meu corpo inteiro gostou e que o seu gosto ainda está no meu paladar. Ela não tem o direito de mexer assim comigo, a mais não tem mesmo! Bufo irritado com as sensações que porra, chegam a me deixar ansioso. Entro no carro e ligo para um grande amigo do meu pai e médico da família há anos, o doutor Stevan Price, além de ser de minha inteira confiança. Enquanto aguardo na linha meus pensamentos vão para o maldito beijo. Merda, e aquele perfume suave, doce e estupidamente feminino? A maciez da sua pele nas palmas das minhas mãos. Me pego fechando os olhos e sinto como se ela tivesse bem aqui do meu lado. A sua respiração ofegante, o seu hálito quente, o leve tremular nos lábios... — Senhor Travel? — Desperto imediatamente quando escuto a voz do médico me pego soltando um suspiro frustrado. Merda! —Ah... — Limpo a garganta e me ajeito no banco do carro. — Doutor Price?
Dante — O que pensa que vai fazer, Senhorita Moore? — questiono, roçando a ponta do meu nariz contra a pele do seu pescoço e bem próximo do seu ouvido. A princípio ela luta para se soltar, porém, eu não permito. — Temos um contrato assinado por você, lembra? — Eu vou quebrá-lo, mas você não terá a sua empresa de volta! — Rio por dentro. Kimberly parece uma criança mimada que acabou de ser contrariada. — Sério? Temos um contrato de doze longos meses, querida. Se você o quebrar terá de me pagar uma fortuna rescisória e eu terei a minha empresa de volta do mesmo jeito. Melhor ficar quietinha e receber a sua parte, concorda? Ambos estamos ganhando com isso, Kimberly e você não pode negar. — Me larga, Dante! — Ela faz força, mas a mantenho no mesmo lugar. — Eu sei o que vocês estão pensando. Que eu pareço a porra de um troglodita, que sou machista, um cafajeste ou algo assim. Mas eu nunca escondi nada de você e nem de ninguém, sempre deixei bem claro o que pensava desse casamento e me
Lili Voltamos ao ponto inicial. Lembra daquele maldito sonho? Aquele do início dessa história em que o cafajeste do pai da minha filha me tomou com extrema liberdade? Aquele que me fez miar feito uma gata no cio? Esse sonho. Pois é, ele me rendeu um belo banho de água tão fria quanto gelo e por conta disso o meu corpo inteiro está tremendo de frio, e claro que me amaldiçoei por me permitir ter um sonho erótico com vocês sabem quem. Ai que inferno de homem! Quem lhe deu tamanha liberdade de invadir assim os meus sonhos? Quem?! Quem?! Quem?! Bufo bem alto, desligando o chuveiro que em nada aplacou o meu corpo febril e fui imediatamente para o quarto. Hoje é o meu primeiro dia na empresa Beaumont Digital Accounting e não posso me dar ao luxo de chegar atrasada. Assim que saio do cômodo me apresso em pôr uma roupa e ir para a cozinha preparar um café da manhã rápido e um lanche para Alice. No curto caminho um pensamento preenche a minha mente. — Espero que ele não se atreva a fazer isso
Lili — Na verdade, Alice não é uma criança trabalhosa. Pelo contrário, é bem fácil amá-la. — Então percebo que estou me abrindo demais outra vez e isso não é nada bom. Puxo uma respiração e olho para o homem sentado ao meu lado. Dante mais uma vez parece admirado. Desvio o meu olhar e resolvo que está na hora de dar um basta nisso tudo. Portanto, me levanto e guardo o resto do sanduíche de volta no saco de papel. — Enfim, eu preciso ir, senhor Travel. — Ele apenas acena um sim com a cabeça, fica de pé e leva as mãos aos bolsos da calça. — Eu levo vocês... — Não precisa, eu vou pegar um táxi. Tenha um bom dia, senhor Travel! Alice? — A chamo me afastando dele e dou alguns passos para perto do parquinho. — Vamos, filha! — Alice para brincadeira sem reclamar e corre em minha direção. Teimoso como sempre, o senhor Travel insiste em nos acompanhar até a calçada, ele chama o táxi e quando esse entra em movimento me sinto aliviada por finalmente sermos apenas nós duas outra vez. *** D
Lili — Bom dia, Anny! — falo assim que entro setor de contabilidade. — Bom dia, senhorita Ricci! — Minha secretária responde com o sorriso agradável de sempre e se inclina, ficando da altura da Alice para lhe oferecer um doce. — E bom dia pra você, Alice! — Minha filha abre um sorriso enorme e após segurar a sua surpresa, ela abraça a linda garota. — Bom dia, Anny e obrigada pelo caramelo! — Não seguro num sorriso satisfeito, pois é linda essa interação que elas têm. Deixo as duas envolvida nessa conversa e entro em minha sala encontrando a minha mesa de tampo de vidro empilhada se papéis e mais pastas. Frustrada, penso que não vejo a hora de findar essas análises e de partir para o trabalho de verdade. Mais ao fundo da minha sala tem uma mesinha de plástico cor de rosa com alguns papéis brancos e canetinhas coloridas. Coisas da Mary Anny, é incrível como ela não deixa passar nada! Como havia previsto, passo a manhã inteira concentrada no meu trabalho enquanto a minha filha brinca c
Lili — Sinto muito, senhor Beaumont, mas a minha... — Paro de falar quando ele chega perto demais e pressiona o meu corpo contra o meu carro. — O que pensa que está fazendo?! — rosno, fazendo força para afastá-lo, porém, ele é mais forte, segura os meus braços com força e o seu corpo praticamente esmaga o meu na lataria do carro. — Me solta, seu idiota! — grito quando ele força um beijo, machucando a minha boca. Deus do céu! Eu luto, me mexo, faço força, mas é em vão! — Vamos linda, não lute, eu sei que você quer! — Ele rosna baixinho ao pé do meu ouvido, me causando uma ânsia de vômito. Eu preciso sair daqui preciso me livrar desse imbecil! James segura firme as minhas mãos levando-as acima da minha cabeça, forçando os meus braços contra o teto do carro e com a outra mão, ele segura com força os meus cabelos e força mais um beijo. Começo a entrar em desespero quando o homem é praticamente arrancado de cima de mim e para minha surpresa Dante o j**a contra o carro estacionado ao lado