Dante — O que pensa que vai fazer, Senhorita Moore? — questiono, roçando a ponta do meu nariz contra a pele do seu pescoço e bem próximo do seu ouvido. A princípio ela luta para se soltar, porém, eu não permito. — Temos um contrato assinado por você, lembra? — Eu vou quebrá-lo, mas você não terá a sua empresa de volta! — Rio por dentro. Kimberly parece uma criança mimada que acabou de ser contrariada. — Sério? Temos um contrato de doze longos meses, querida. Se você o quebrar terá de me pagar uma fortuna rescisória e eu terei a minha empresa de volta do mesmo jeito. Melhor ficar quietinha e receber a sua parte, concorda? Ambos estamos ganhando com isso, Kimberly e você não pode negar. — Me larga, Dante! — Ela faz força, mas a mantenho no mesmo lugar. — Eu sei o que vocês estão pensando. Que eu pareço a porra de um troglodita, que sou machista, um cafajeste ou algo assim. Mas eu nunca escondi nada de você e nem de ninguém, sempre deixei bem claro o que pensava desse casamento e me
Lili Voltamos ao ponto inicial. Lembra daquele maldito sonho? Aquele do início dessa história em que o cafajeste do pai da minha filha me tomou com extrema liberdade? Aquele que me fez miar feito uma gata no cio? Esse sonho. Pois é, ele me rendeu um belo banho de água tão fria quanto gelo e por conta disso o meu corpo inteiro está tremendo de frio, e claro que me amaldiçoei por me permitir ter um sonho erótico com vocês sabem quem. Ai que inferno de homem! Quem lhe deu tamanha liberdade de invadir assim os meus sonhos? Quem?! Quem?! Quem?! Bufo bem alto, desligando o chuveiro que em nada aplacou o meu corpo febril e fui imediatamente para o quarto. Hoje é o meu primeiro dia na empresa Beaumont Digital Accounting e não posso me dar ao luxo de chegar atrasada. Assim que saio do cômodo me apresso em pôr uma roupa e ir para a cozinha preparar um café da manhã rápido e um lanche para Alice. No curto caminho um pensamento preenche a minha mente. — Espero que ele não se atreva a fazer isso
Lili — Na verdade, Alice não é uma criança trabalhosa. Pelo contrário, é bem fácil amá-la. — Então percebo que estou me abrindo demais outra vez e isso não é nada bom. Puxo uma respiração e olho para o homem sentado ao meu lado. Dante mais uma vez parece admirado. Desvio o meu olhar e resolvo que está na hora de dar um basta nisso tudo. Portanto, me levanto e guardo o resto do sanduíche de volta no saco de papel. — Enfim, eu preciso ir, senhor Travel. — Ele apenas acena um sim com a cabeça, fica de pé e leva as mãos aos bolsos da calça. — Eu levo vocês... — Não precisa, eu vou pegar um táxi. Tenha um bom dia, senhor Travel! Alice? — A chamo me afastando dele e dou alguns passos para perto do parquinho. — Vamos, filha! — Alice para brincadeira sem reclamar e corre em minha direção. Teimoso como sempre, o senhor Travel insiste em nos acompanhar até a calçada, ele chama o táxi e quando esse entra em movimento me sinto aliviada por finalmente sermos apenas nós duas outra vez. *** D
Lili — Bom dia, Anny! — falo assim que entro setor de contabilidade. — Bom dia, senhorita Ricci! — Minha secretária responde com o sorriso agradável de sempre e se inclina, ficando da altura da Alice para lhe oferecer um doce. — E bom dia pra você, Alice! — Minha filha abre um sorriso enorme e após segurar a sua surpresa, ela abraça a linda garota. — Bom dia, Anny e obrigada pelo caramelo! — Não seguro num sorriso satisfeito, pois é linda essa interação que elas têm. Deixo as duas envolvida nessa conversa e entro em minha sala encontrando a minha mesa de tampo de vidro empilhada se papéis e mais pastas. Frustrada, penso que não vejo a hora de findar essas análises e de partir para o trabalho de verdade. Mais ao fundo da minha sala tem uma mesinha de plástico cor de rosa com alguns papéis brancos e canetinhas coloridas. Coisas da Mary Anny, é incrível como ela não deixa passar nada! Como havia previsto, passo a manhã inteira concentrada no meu trabalho enquanto a minha filha brinca c
Lili — Sinto muito, senhor Beaumont, mas a minha... — Paro de falar quando ele chega perto demais e pressiona o meu corpo contra o meu carro. — O que pensa que está fazendo?! — rosno, fazendo força para afastá-lo, porém, ele é mais forte, segura os meus braços com força e o seu corpo praticamente esmaga o meu na lataria do carro. — Me solta, seu idiota! — grito quando ele força um beijo, machucando a minha boca. Deus do céu! Eu luto, me mexo, faço força, mas é em vão! — Vamos linda, não lute, eu sei que você quer! — Ele rosna baixinho ao pé do meu ouvido, me causando uma ânsia de vômito. Eu preciso sair daqui preciso me livrar desse imbecil! James segura firme as minhas mãos levando-as acima da minha cabeça, forçando os meus braços contra o teto do carro e com a outra mão, ele segura com força os meus cabelos e força mais um beijo. Começo a entrar em desespero quando o homem é praticamente arrancado de cima de mim e para minha surpresa Dante o j**a contra o carro estacionado ao lado
Dante — Parece um negócio promissor, senhor Travel. A longo prazo vejo possíveis lucros para mim. — David Armstrong, presidente da Aviation Eagle Corporation diz empolgado, ainda analisando o contrato anual. Após fechar negócios com a Kimberly em menos de um mês as empresas Travel tiveram um lucro considerável e claro, ao ver a oportunidade de um novo empreendimento não perdi meu tempo e aqui estou fechando uma valiosa sociedade com as indústrias de aviação Eagle. Eu sei, bem diferente do que as nossas empresas estão acostumadas a lidar, mas em meus anos de faculdade de administração aprendi que temos que enxergar além dos limites, muito além do horizonte e assim entendi que empreender vários negócios ao mesmo tempo é o que vai me manter no topo de tudo. Teria feito isso junto ao meu pai se ainda estivesse vivo e com certeza seríamos imbatíveis. — Espero não me arrepender da minha decisão. — Ele diz me despertando e as minhas mãos coçam quando o vejo segurar uma caneta prata que estav
Dante Escuto o som desesperado da sua voz e só então vejo o estrago que fiz. Ofegante, eu me afasto e observo o homem desacordado. — Você está bem? — questiono sem desviar os meus olhos dele. O seu toque me faz acordar e uma calmaria começa a dominar o animal enfurecido em mim. — Ei, eu estou bem! — Ela afirma suavemente e eu assinto, observando o quanto está trêmula. Não, ela não está bem. Penso. — Você pode... pode me tirar daqui, por favor? — Vem comigo! — O que há de errado comigo? Penso no mesmo instante que levo a minha mão a base da sua coluna, sentindo algo diferente acontecer dentro de mim. Deve ser o meu instinto de proteção, certo? É isso! Uma vontade insana de colocá-la no meu colo e de cuidar dela. Entretanto, isso nunca aconteceu comigo antes. Quer dizer, eu já salvei mocinhas em perigo e em troca recebi algumas gratificações digamos um tanto ardentes, que me fizeram gemer como um louco em cima de uma cama, se é que me entendem, mas não é o caso aqui. Enquanto o veícul
Dante Observo atentamente a Lilian andar pela ampla cozinha. Ela vai até uma pequena adega suspensa, onde há três garrafas de vinho e depois vai até o móvel que fica acima da pia e pega duas taças. Sem me olhar nos olhos, ela se aproxima do balcão de mármore e põe as taças, uma delas a minha frente e a outra fica do outro lado do balcão a sua frente, a garrafa fica bem no meio, depois vira-se de costas para mim e abre uma gaveta, pegando um saca rolha e me estende o objeto. Eu o pego deixando o meu dedo mindinho roçar levemente nas costas da sua mão e ela me olha rapidamente. — Petiscos? — sugere com um tom firme e eu me pergunto se não há alguma brecha nessa sua armadura? — Pode ser.— Me ponho de pé e começo a abrir o vinho e ela vai até a geladeira, pegar alguns ingredientes lá dentro. Lilian começa a cortar um queijo branco em cubos e eu sirvo duas taças para nós dois e resolvo eu mesmo iniciar uma verdadeira interação com ela. — Não vai me parabenizar? — pergunto com um tom le