-Agora pode me soltar. -Tentei me afastar. -Só depois da gente conversar. E não diga que não vem, porque eu saio te arrastando à força, e com essa roupa tenho certeza que ninguém vai te ajudar. -James deu um tranco em mim.-Você está querendo dizer que eu pareço uma...-Não disse nada até agora, mas se não me ajudar eu falo. James conseguia ser sarcástico mesmo tendo a vida em perigo. Eu por outro lado estava com os nervos à flor da pele, tentando não demonstrar, é claro. -Eu estou com o meu carro, então teremos que ir separados. -É mesmo? Porque seu amigo saiu para dar uns amassos na minha irmã e levaram o carro que eu gentilmente aluguei. Então, vamos no seu. -James passou por mim.Antes de sair com o carro vi Davi entrar no dele, o último do estacionamento. Ele acenou para mim e arrancou. James havia ligado o rádio e estava de olhos fechados com um sorriso no rosto.*******-Porque me trouxe aqui? - Tirei as sandálias. -Eu precisava de um lugar só para nós dois. E pensei nesse
Então meu tempo estava contado. Estávamos todos voltando para o hotel correndo o mais rápido possível. James era o único com sangue no olho. Porque Ben eu e meu pai estamos literalmente com o cool na mão. Eu já tinha fugido uma vez, mas tomar coragem e fazer de novo era outra coisa. - Escuta. - Meu pai parou no meio do caminho. - Onde estão as provas?As provas estavam comigo. Na minha mala, e agora estariam nas mão deles. Fiquei imaginando minha mala aberta, minhas calcinhas jogadas para todo mundo ver, e olha que algumas não estavam em tão bom estado assim.- Estavam no meu quarto, até Ben pegar. - Respondi.- Nós quase morremos por causa das provas.. - Ben falou.Nós ele e a Helen.- Resolvemos colocar em um lugar mais... Seguro... - Helen falou.- Porque ? - Parei para encarar meu amigo. Mas e resposta veio da Helen, e deixou todos nós calados.- Porque eu já fui casada com o Andreas. E sei quando ele está no meu caminho. E quer saber? Aquele dia na boate quando James estava com
Oito anos atrás...— Onde pensa que vai com essa roupa?Davi entrou no quarto e me olhou. — Eu vou levar o Nicolas para o meu pai ver. – Passei por ele.Mas Davi segurou firme meu braço e falou bem baixo.— Essa roupa está escandalosa de mais. – Ele me apertou mais ainda. – Seu pai nunca vem aqui. Você também não vai lá, se ele gostasse tanto de você tinha arcado com toda essa despesa. Eu estava de calça jeans e camiseta de alça, a calça ficava um pouco apertada, mas as garotas que ele conhecia e dizia ser só amizade andavam pior. Além do mais Nicolas não era nenhuma despesa, pelo menos para ele.Nossa relação era estranha. Depois que o flagrei com a garota dentro da casa da mãe dele, nós só fazíamos o papel de pai e mãe, pelo menos no papel mesmo. Por vezes ele dormia no meio certinho da cama, e eu tinha que dormir sentada. Ou quando Nicolas chorava ele me fazia sair de casa de madrugada e ficar andando pelo jardim até Rita abrir a porta, ou Nicolas dormir. Davi tinha aprendido a me
— Estamos sendo seguidos. – Helen gritou.- De novo pra variar. -James tencionou sacar a arma, mas deu uma olhada para Nicolas.Rita segurava Nicolas com força, estava tremendo muito e tentando fechar os olhinhos dele.— Não vó. Que saco! – Nicolas tentava se libertar dela.Helen me deu uma olhada estranha, levantou a sobrancelha, eu não sabia conversar com ela por gestos, se fosse Ben, seria mais fácil por dois motivos, ele praticamente conversava com as expressões faciais. Segundo, se eu tivesse dificuldade de entender, ele falava na cara. Mais a frente paramos no transito, faltava tão pouco, o carrão preto ficou um pouco atrás. Helen encostou o carro, pegou as coisas e saiu correndo feito louca, James pegou Nicolas praticamente no colo. Eu estava mais para barata tonta, e não conseguia correr sem praticamente sentir o beijo da bala na minha coluna. Corremos feito loucos, por fim chegamos ao mesmo hangar. E dessa vez havia um bom número de carros de polícia.— Mas o que? – Aponte
Durante as duas semanas que se seguiram eu fui ouvida, não podia sair de casa porque Joseph estava foragido, os filhos dele também. Meu padrinho desapareceu, e os investigadores me preparam para o pior.- A casa dele está impecável. - Detetive Collins me olhou nos olhos. - Achamos a escuta que você colocou no telefone dele. Não tem nada, se não fosse pelo contato e conta ativa dele com a máfia, eu poderia dizer que ele não tem nada com eles.- Mas tem. - Eu disse. - Infelizmente.Nicolas brincava na cozinha, os ouvidinhos bem atentos. Enquanto eles falavam eu notei a palidez da Rita. Ela não queria que Nicolas soubesse que ela estava fazendo o tratamento, e com tudo o cabelo dela já começava a cair.- Tenho que levar meu filho na escola. - Fiquei em pé. - Estarei a disposição de vocês.- Obrigado.Nicolas tinha aula, estava na sala de intercâmbio, e em duas semanas desenrolava bastante o inglês agora. Tinha até arrumado uns amiguinhos. Meu namoro ou sei lá o que era aquilo era só lade
{{Helen}}Marjorie era mesmo uma mulher forte, havia passado por tudo, pelo que James me contou. No fundo me identifiquei com ela. Com a única diferença que ela tinha um filho, e eu não podia gerar.Eu não queria dizer que sabia desde o inicio que Andreas estava me rondando, acordei pela manhã e Harry estava latindo muito, não sei como ele conseguiu dar um jeito de colocar a rosa vermelha na frente da minha porta. Era o sinal dele quando a gente namorava escondido, Eu seguia as rosas e o encontrava. mas ali na minha frente só havia uma. De alguma forma o condomínio não estava sendo seguro, ele arrumou um jeito de entrar e estava ali, esperando qualquer brecha.Marjorie era uma sortuda, tinha dois homens aos pés dela. James era possessivo, e estava se mordendo de saudade dela, ele ficava igual o Harry de orelha em pé, esperando ela o chamar para dentro. E toda vez voltava com o rabo entre as pernas. Quem sofria era os coitados dos seguranças e a equipe dele.Por outro lado tinha Benjam
Com o correr dos dias Rita estava ficando pior visivelmente, por pura sorte conseguimos dar continuidade ao tratamento dela, o natal estava chegando e recebemos a melhor noticia. Ela seria operada, teria o útero retirado, e continuaria as quimioterapias por um tempo. Talvez umas cinco seções. Nicolas fez um amigo em Harry, estava falando inglês dentro de casa e na escola. E eu me sentia vazia. Acordei logo cedo para correr, e não aguentei dez minutos. Meu coração doía muito com falta do Ben. Sentia falta dos olhos verdes risonhos dele, das frases estranhas. Queria meu amigo de volta. Voltei para casa e tomei um banho, minha mania de faxina havia voltado, e minha amiga de longa data me fazia companhia. Marjorie Estiano. Não entendo porque as pessoas não escutam ela tanto assim. Ben dizia que as músicas dela eram"música de cagar pelado", o tipo que te faz ficar duas horas no banheiro pensando na vida. Nicolas estava no quintal do fundo brincando com Harry, e eu com o celular nas altur
Ben dirigiu até o maior porque de Londres. O famoso Hyde Park. Costumávamos ir lá nos tempos da faculdade quando Ben tomava um fora e queria chorar e falar da vida. Foi lá que ele passou a noite quando a mãe morreu. Aquela época foi bem difícil.Ben era o único filho de Michele, uma inglesa pequena de olhos verdes. O marido morreu quando ela estava grávida. Foi vítima de uma emboscada quando trabalhava na polícia. Michele criou Ben sozinha, com todos os recursos que podia. Mas quando Ben iniciou a faculdade, mais ou menos um ano após, Michele foi assassinada porque reagiu a um assalto. Ficamos todos arrasados. Ben passou a noite no parque e coube a mim ir buscá-lo e aguentar todos os insultos até ele se acalmar e chorar, socando a grama. Choramos juntos, porque eu não me imaginava sem meu pai de uma hora para outra. E Michele era mais que uma mãe para mim. Gostava de ficar vendo ela cozinhar enquanto contava coisas sobre meu passado e ela fantasiava o que Nicolas estaria fazendo naque