Oito anos atrás...— Onde pensa que vai com essa roupa?Davi entrou no quarto e me olhou. — Eu vou levar o Nicolas para o meu pai ver. – Passei por ele.Mas Davi segurou firme meu braço e falou bem baixo.— Essa roupa está escandalosa de mais. – Ele me apertou mais ainda. – Seu pai nunca vem aqui. Você também não vai lá, se ele gostasse tanto de você tinha arcado com toda essa despesa. Eu estava de calça jeans e camiseta de alça, a calça ficava um pouco apertada, mas as garotas que ele conhecia e dizia ser só amizade andavam pior. Além do mais Nicolas não era nenhuma despesa, pelo menos para ele.Nossa relação era estranha. Depois que o flagrei com a garota dentro da casa da mãe dele, nós só fazíamos o papel de pai e mãe, pelo menos no papel mesmo. Por vezes ele dormia no meio certinho da cama, e eu tinha que dormir sentada. Ou quando Nicolas chorava ele me fazia sair de casa de madrugada e ficar andando pelo jardim até Rita abrir a porta, ou Nicolas dormir. Davi tinha aprendido a me
— Estamos sendo seguidos. – Helen gritou.- De novo pra variar. -James tencionou sacar a arma, mas deu uma olhada para Nicolas.Rita segurava Nicolas com força, estava tremendo muito e tentando fechar os olhinhos dele.— Não vó. Que saco! – Nicolas tentava se libertar dela.Helen me deu uma olhada estranha, levantou a sobrancelha, eu não sabia conversar com ela por gestos, se fosse Ben, seria mais fácil por dois motivos, ele praticamente conversava com as expressões faciais. Segundo, se eu tivesse dificuldade de entender, ele falava na cara. Mais a frente paramos no transito, faltava tão pouco, o carrão preto ficou um pouco atrás. Helen encostou o carro, pegou as coisas e saiu correndo feito louca, James pegou Nicolas praticamente no colo. Eu estava mais para barata tonta, e não conseguia correr sem praticamente sentir o beijo da bala na minha coluna. Corremos feito loucos, por fim chegamos ao mesmo hangar. E dessa vez havia um bom número de carros de polícia.— Mas o que? – Aponte
Durante as duas semanas que se seguiram eu fui ouvida, não podia sair de casa porque Joseph estava foragido, os filhos dele também. Meu padrinho desapareceu, e os investigadores me preparam para o pior.- A casa dele está impecável. - Detetive Collins me olhou nos olhos. - Achamos a escuta que você colocou no telefone dele. Não tem nada, se não fosse pelo contato e conta ativa dele com a máfia, eu poderia dizer que ele não tem nada com eles.- Mas tem. - Eu disse. - Infelizmente.Nicolas brincava na cozinha, os ouvidinhos bem atentos. Enquanto eles falavam eu notei a palidez da Rita. Ela não queria que Nicolas soubesse que ela estava fazendo o tratamento, e com tudo o cabelo dela já começava a cair.- Tenho que levar meu filho na escola. - Fiquei em pé. - Estarei a disposição de vocês.- Obrigado.Nicolas tinha aula, estava na sala de intercâmbio, e em duas semanas desenrolava bastante o inglês agora. Tinha até arrumado uns amiguinhos. Meu namoro ou sei lá o que era aquilo era só lade
{{Helen}}Marjorie era mesmo uma mulher forte, havia passado por tudo, pelo que James me contou. No fundo me identifiquei com ela. Com a única diferença que ela tinha um filho, e eu não podia gerar.Eu não queria dizer que sabia desde o inicio que Andreas estava me rondando, acordei pela manhã e Harry estava latindo muito, não sei como ele conseguiu dar um jeito de colocar a rosa vermelha na frente da minha porta. Era o sinal dele quando a gente namorava escondido, Eu seguia as rosas e o encontrava. mas ali na minha frente só havia uma. De alguma forma o condomínio não estava sendo seguro, ele arrumou um jeito de entrar e estava ali, esperando qualquer brecha.Marjorie era uma sortuda, tinha dois homens aos pés dela. James era possessivo, e estava se mordendo de saudade dela, ele ficava igual o Harry de orelha em pé, esperando ela o chamar para dentro. E toda vez voltava com o rabo entre as pernas. Quem sofria era os coitados dos seguranças e a equipe dele.Por outro lado tinha Benjam
Com o correr dos dias Rita estava ficando pior visivelmente, por pura sorte conseguimos dar continuidade ao tratamento dela, o natal estava chegando e recebemos a melhor noticia. Ela seria operada, teria o útero retirado, e continuaria as quimioterapias por um tempo. Talvez umas cinco seções. Nicolas fez um amigo em Harry, estava falando inglês dentro de casa e na escola. E eu me sentia vazia. Acordei logo cedo para correr, e não aguentei dez minutos. Meu coração doía muito com falta do Ben. Sentia falta dos olhos verdes risonhos dele, das frases estranhas. Queria meu amigo de volta. Voltei para casa e tomei um banho, minha mania de faxina havia voltado, e minha amiga de longa data me fazia companhia. Marjorie Estiano. Não entendo porque as pessoas não escutam ela tanto assim. Ben dizia que as músicas dela eram"música de cagar pelado", o tipo que te faz ficar duas horas no banheiro pensando na vida. Nicolas estava no quintal do fundo brincando com Harry, e eu com o celular nas altur
Ben dirigiu até o maior porque de Londres. O famoso Hyde Park. Costumávamos ir lá nos tempos da faculdade quando Ben tomava um fora e queria chorar e falar da vida. Foi lá que ele passou a noite quando a mãe morreu. Aquela época foi bem difícil.Ben era o único filho de Michele, uma inglesa pequena de olhos verdes. O marido morreu quando ela estava grávida. Foi vítima de uma emboscada quando trabalhava na polícia. Michele criou Ben sozinha, com todos os recursos que podia. Mas quando Ben iniciou a faculdade, mais ou menos um ano após, Michele foi assassinada porque reagiu a um assalto. Ficamos todos arrasados. Ben passou a noite no parque e coube a mim ir buscá-lo e aguentar todos os insultos até ele se acalmar e chorar, socando a grama. Choramos juntos, porque eu não me imaginava sem meu pai de uma hora para outra. E Michele era mais que uma mãe para mim. Gostava de ficar vendo ela cozinhar enquanto contava coisas sobre meu passado e ela fantasiava o que Nicolas estaria fazendo naque
JamesEla se afastou com Nicolas, Harry traidor ficou chorando ao meu lado. Acho que nós dois estávamos apaixonados pela mesma pessoa. Meus seguranças que Helen chamava de coisa um e coisa dois estavam totalmente desconfortáveis. Fingi demência e voltei para dentro da casa. Helen estava assistindo a televisão da sala. No mudo.- Achei que ia se acertar com ela. - Ela esticou as pernas.Respirei fundo e sentei ao lado da minha irmã.- Ela é teimosa. Se não viesse com paus e pedras.- Você deu piti de ciúmes. - Ela virou para me encarar. - Cara, você tá doido de ciúmes do Ben, mesmo sabendo que eles são só amigos?- Ele estava com ela hoje. - Admiti. - E eles estavam rindo. Eu não fiz nada!- James, você é um retardado mesmo. Benjamin foi até ela, e se desarmou por completo. Marjorie está sofrendo. E você é um bundão.Eu deveria rebater,mas era verdade, eu queria que ela tomasse as rédeas. Porque? Não sei, eu sempre dei a última palavra em tudo, mas Marjorie com aquele pouco tamanho e
Seis e meia da manhã Nicolas foi até meu quarto e abriu as cortinas. Parecia que meus olhos iam pegar fogo. — Nic. Você não pode ficar sozinho. – Me escondi em baixo da minha coberta.— Não conta para a vó, mas ela comprou um vestido bem bonito pra te dar de presente, e eu acho que não vai entrar.– Ele afinou a voz. — É beeeem fininho.Rita tinha mesmo o costume de dar roupas caríssimas de presente. E mesmo que Nicolas estivesse mentindo eu queria começar logo meu dia, e já que ele estava com tanta alegria assim eu iria com os dois pés nas costas da preguiça. — Só se você for comigo. – Sentei na cama meio grogue.— Ah não. Vou ajudar o vô a fazer um bolo pra vó Rita. Nicolas deu uma risada estranha e saiu do quarto. Fiz minha higiene e me arrumei, dessa vez coloquei tênis novos, prendi firme o cabelo em um rabo, peguei minha garrafinha, fones de ouvido, celular e saí de casa.O dia estava nascendo, e pelo jeito a temperatura só ia cair mais ainda. Como de costume escolhi uma boa mú