Durante as duas semanas que se seguiram eu fui ouvida, não podia sair de casa porque Joseph estava foragido, os filhos dele também. Meu padrinho desapareceu, e os investigadores me preparam para o pior.- A casa dele está impecável. - Detetive Collins me olhou nos olhos. - Achamos a escuta que você colocou no telefone dele. Não tem nada, se não fosse pelo contato e conta ativa dele com a máfia, eu poderia dizer que ele não tem nada com eles.- Mas tem. - Eu disse. - Infelizmente.Nicolas brincava na cozinha, os ouvidinhos bem atentos. Enquanto eles falavam eu notei a palidez da Rita. Ela não queria que Nicolas soubesse que ela estava fazendo o tratamento, e com tudo o cabelo dela já começava a cair.- Tenho que levar meu filho na escola. - Fiquei em pé. - Estarei a disposição de vocês.- Obrigado.Nicolas tinha aula, estava na sala de intercâmbio, e em duas semanas desenrolava bastante o inglês agora. Tinha até arrumado uns amiguinhos. Meu namoro ou sei lá o que era aquilo era só lade
{{Helen}}Marjorie era mesmo uma mulher forte, havia passado por tudo, pelo que James me contou. No fundo me identifiquei com ela. Com a única diferença que ela tinha um filho, e eu não podia gerar.Eu não queria dizer que sabia desde o inicio que Andreas estava me rondando, acordei pela manhã e Harry estava latindo muito, não sei como ele conseguiu dar um jeito de colocar a rosa vermelha na frente da minha porta. Era o sinal dele quando a gente namorava escondido, Eu seguia as rosas e o encontrava. mas ali na minha frente só havia uma. De alguma forma o condomínio não estava sendo seguro, ele arrumou um jeito de entrar e estava ali, esperando qualquer brecha.Marjorie era uma sortuda, tinha dois homens aos pés dela. James era possessivo, e estava se mordendo de saudade dela, ele ficava igual o Harry de orelha em pé, esperando ela o chamar para dentro. E toda vez voltava com o rabo entre as pernas. Quem sofria era os coitados dos seguranças e a equipe dele.Por outro lado tinha Benjam
Com o correr dos dias Rita estava ficando pior visivelmente, por pura sorte conseguimos dar continuidade ao tratamento dela, o natal estava chegando e recebemos a melhor noticia. Ela seria operada, teria o útero retirado, e continuaria as quimioterapias por um tempo. Talvez umas cinco seções. Nicolas fez um amigo em Harry, estava falando inglês dentro de casa e na escola. E eu me sentia vazia. Acordei logo cedo para correr, e não aguentei dez minutos. Meu coração doía muito com falta do Ben. Sentia falta dos olhos verdes risonhos dele, das frases estranhas. Queria meu amigo de volta. Voltei para casa e tomei um banho, minha mania de faxina havia voltado, e minha amiga de longa data me fazia companhia. Marjorie Estiano. Não entendo porque as pessoas não escutam ela tanto assim. Ben dizia que as músicas dela eram"música de cagar pelado", o tipo que te faz ficar duas horas no banheiro pensando na vida. Nicolas estava no quintal do fundo brincando com Harry, e eu com o celular nas altur
Ben dirigiu até o maior porque de Londres. O famoso Hyde Park. Costumávamos ir lá nos tempos da faculdade quando Ben tomava um fora e queria chorar e falar da vida. Foi lá que ele passou a noite quando a mãe morreu. Aquela época foi bem difícil.Ben era o único filho de Michele, uma inglesa pequena de olhos verdes. O marido morreu quando ela estava grávida. Foi vítima de uma emboscada quando trabalhava na polícia. Michele criou Ben sozinha, com todos os recursos que podia. Mas quando Ben iniciou a faculdade, mais ou menos um ano após, Michele foi assassinada porque reagiu a um assalto. Ficamos todos arrasados. Ben passou a noite no parque e coube a mim ir buscá-lo e aguentar todos os insultos até ele se acalmar e chorar, socando a grama. Choramos juntos, porque eu não me imaginava sem meu pai de uma hora para outra. E Michele era mais que uma mãe para mim. Gostava de ficar vendo ela cozinhar enquanto contava coisas sobre meu passado e ela fantasiava o que Nicolas estaria fazendo naque
JamesEla se afastou com Nicolas, Harry traidor ficou chorando ao meu lado. Acho que nós dois estávamos apaixonados pela mesma pessoa. Meus seguranças que Helen chamava de coisa um e coisa dois estavam totalmente desconfortáveis. Fingi demência e voltei para dentro da casa. Helen estava assistindo a televisão da sala. No mudo.- Achei que ia se acertar com ela. - Ela esticou as pernas.Respirei fundo e sentei ao lado da minha irmã.- Ela é teimosa. Se não viesse com paus e pedras.- Você deu piti de ciúmes. - Ela virou para me encarar. - Cara, você tá doido de ciúmes do Ben, mesmo sabendo que eles são só amigos?- Ele estava com ela hoje. - Admiti. - E eles estavam rindo. Eu não fiz nada!- James, você é um retardado mesmo. Benjamin foi até ela, e se desarmou por completo. Marjorie está sofrendo. E você é um bundão.Eu deveria rebater,mas era verdade, eu queria que ela tomasse as rédeas. Porque? Não sei, eu sempre dei a última palavra em tudo, mas Marjorie com aquele pouco tamanho e
Seis e meia da manhã Nicolas foi até meu quarto e abriu as cortinas. Parecia que meus olhos iam pegar fogo. — Nic. Você não pode ficar sozinho. – Me escondi em baixo da minha coberta.— Não conta para a vó, mas ela comprou um vestido bem bonito pra te dar de presente, e eu acho que não vai entrar.– Ele afinou a voz. — É beeeem fininho.Rita tinha mesmo o costume de dar roupas caríssimas de presente. E mesmo que Nicolas estivesse mentindo eu queria começar logo meu dia, e já que ele estava com tanta alegria assim eu iria com os dois pés nas costas da preguiça. — Só se você for comigo. – Sentei na cama meio grogue.— Ah não. Vou ajudar o vô a fazer um bolo pra vó Rita. Nicolas deu uma risada estranha e saiu do quarto. Fiz minha higiene e me arrumei, dessa vez coloquei tênis novos, prendi firme o cabelo em um rabo, peguei minha garrafinha, fones de ouvido, celular e saí de casa.O dia estava nascendo, e pelo jeito a temperatura só ia cair mais ainda. Como de costume escolhi uma boa mú
Era pior que morrer afogada. Cada garfada que o Doutor dava eu tinha a impressão que James faria o garfo furar a garganta dele com o poder da mente.Foquei minha mente na recuperação da Rita, porque até olhar para o homem fazia James levantar a sobrancelha para mim.Rita estava mais corada, e tinha notícias boas. A cirurgia estava perto, e o tumor não estava crescendo, também não tinha metástase em outros órgãos, o que indicava que o câncer não se espalharia. Pelo menos isso.— Preciso mesmo ir. – Doutor Foster se levantou. — Volto a me comunicar com vocês. Educadamente levei o Doutor até o carro, e ele sem saber o tamanho da encrenca se aproximou e me beijou no rosto.— Não esqueci o nosso café.Ouvi nitidamente James puxar o ar com força. — Até mais. – Ele levantou a mão em despedida.— Até mais doutor..— Henry. – Ele corrigiu. — Até mais Henry. – Dei meu sorriso amarelo.Quando o carro partiu James disse bem alto.— Idiota!— Safado. – Ben rebateu.— Gente. – Encarei os dois. —
De fato não fomos longe. E a verdade é que eu estava morrendo de fome. James gostava de lugares mais rústicos, e calmos. Por isso fomos em um restaurante a beira mar. — Está gostando? – Ele mal havia tocado na comida.— Sim. Mas você não...—Me escuta. Não podia ficar lá. Estou sendo vigiado e pelo que conheço daquela maldita facção, sei que pelo menos dois policiais ali estão com eles. Mas não sei quem são. Então não posso confiar neles.James se aproximou mais ainda se dobrando por cima da mesa. O camarão que eu estava mastigando quase voltou a vida e saiu pulando de tão forte que batia meu coração.- Aqueles contatos que você descobriu. - Ele me encarou. - Todos eles são de pessoas ligadas a facção. E quase todos já estão sendo investigados. O único problema é que depois da nossa fuga para o Brasil seu padrinho ainda recebeu dinheiro deles.Agora o camarão dançava na minha garganta. Tomei um bom gole do vinho e o forcei a descer. James tinha alguma coisa em mente. - O que vai faz