■° Sete meses antes – Hospital °■Encaro o teto branco e sinto minha cabeça doer muito, minha mente está vazia e não consigo saber onde estou. Me sento na cama sentindo meu braço doer um pouco, olho vendo um corte profundo que levou pontos quando piso no chão dói o lado direito do corpo e levo a mão encontrando um curativo enorme.–Oi. -escuto e puxo os pés de volta para cima da cama e me encolho ao olhar do homem que apareceu do nada na entrada do quarto. Ele tem uma aura ameaçadora em seu olhar, engulo em seco sentindo minha garganta seca.–Quem é você? -pergunto porque não consigo me lembrar do seu rosto, levo a mão a cabeça e sinto uma dor aguda, não consigo me lembrar de nada na verdade, minha mente parece um completo livro em branco. Meu nome, idade e nem que lugar é esse. Não há nada além de branco. –Onde estou?–Querida esse é o hospital, esta se sentindo bem? Sei que essa não foi a lua de mel que pensou mas estou realmente tentando o meu melhor, me
■° Dois meses depois de sair do Hospital desmemoriada – São Paulo °■Encaro as lâmpadas do teto do consultório enquanto aguardo o veredito médico, desde que voltamos estamos hospedados na casa dos meus pais porque eles ficaram preocupados de voltarmos pra casa comigo desmemoriada. Escuto a porta se abrir e os passo atrás de mim, viro o olhar encontrando a médica que está cuidando de mim desde que cheguei ao Brasil.–Temos boas notícias. -diz sorrindo me observando, sinto uma ansiedade imensa, esfrego a palma das mãos na calça jeans esperando por suas palavras.–Então? -pergunto porque ela faz um certo suspense.–O inchaço no cérebro diminuiu, mas essa não é a melhor notícia. -sorrio porque estava vivendo como uma doente até agora.–Se essa não é a melhor notícia. Então qual é? -pergunto sorrindo.–Seus níveis hormonais estavam elevados, fiz um beta-HCG por precaução e descobri que você está grávida. -fala e meu sorriso some, um bebê. Eu nem
■° Dois meses depois de descobrir a gestação – São Paulo °■■° 3 meses e meio de gestação °■–Tudo pronto? -pergunta ao me ver puxar a mala escada abaixo. Passo a mão na barriga um pouco grandinha e confirmo sorrindo, a exatos dois meses eu descobri a gravidez o que foi uma grande surpresa para toda a família. E veio os exames para saber se estava tudo bem com minha saúde e a do bebê, estou com quase quatro meses o que prova que ele foi feito durante nossa lua de mel.–Filha deixa que eu levo isso. -escuto a voz e me sinto arrepiar a nuca, meus pais estão aqui desde que descobri a gravidez, assim que Juan ligou contando a notícia todos vieram para comemorar a ótima notícia. Eles me mimaram de toda maneira mesmo que algumas coisas tenham me deixado um pouco inquieta e agora estamos indo para a fazenda da família por que na ultima consulta a doutora disse que eu estou muito tensa.Quando veio a ideia relutei um pouco já que pode acontecer algum acidente por l
■° Dois meses depois – São Paulo °■■° 5 meses de gestação °■Respiro fundo encostando minhas costas na parede fria do quarto de hospital, acabei de descobrir o sexo do bebê e estou muito feliz. Pena que Juan está em uma viajem de negócios e só chega pela tarde de hoje, ele vai ficar animado ao saber que é um menino. Seguro a vontade de chorar assim que passo a mão pela barriga já redondinha apesar de não estar tão grande quanto achei que estaria, deve ser porque ultimamente tenho meu estômago tem rejeitado algumas comidas.Pego minha bolsa que está na cadeira do consultório e coloco a foto do ultrassom, sorrio feliz quando saio da sala e vou em direção a saída. Sinto uma mão segurar meu braço e me viro encontrando um homem que nunca vi, ele esboça surpresa ao me ver. Nos encaramos e espero que ele diga algo enquanto nos encaramos nos olhos, mas parece que não sabe bem o que dizer.Observo-o de cima a baixo, tem pernas e braços longos, ele é bem esguio e pa
■° Um mês depois – São Paulo °■■° 6 meses de gestação °■Minha memória está cada vez mais bagunçada, flashs de memória vem de hora em outra e as vezes vem em forma de sonhos ou pesadelos, o que fazem das minhas noites agitadas. Engulo em seco e jogo os pés para fora da cama levando a mão ao meu cordão e respiro devagar tentando me acalmar após o pesadelo em volto em chamas que acabei de ter, meu corpo está pesado por conta da barriga já grande e sinto vontade de comer abóboras doces mas está de madrugada agora.–Rebecca? Tudo bem? -sua voz me faz arrepiar, seguro forte o lençol para não sair correndo agora mesmo para algum lugar distante onde ele não esteja presente.–Sim, só preciso ir ao banheiro. -minto e me levanto da cama devagar apoiando a mão nas costas porque assim é mais fácil. –Volte a dormir, eu volto logo.–Tudo bem, mas cuidado nas escadas. -fala e se vira voltando a dormir, calço meus sapatos de pantufa e vou em direção ao primeiro andar
■° 5 Anos Antes – Algum lugar da Itália °■Um homem de sobretudo entra em um café e disfarçadamente procura por alguém, ele logo percebe sua cliente pelo grande casaco de pele que ela citou em sua mensagem anterior. Ele sempre está fazendo serviços para essas senhoras ricas e de alta sociedade que mal sabem usar o dinheiro que tem. Ele faz serviços desde os mais bobos como espionagem, ou até mesmo os mais ousados como assassinatos.–Olá, eu sou Lucian. Ao seu dispor madame. ‐ele parece capaz sempre que usa esse nome e as senhoras acham um charme, mas apenas faz isso pelo dinheiro que ira receber. Seus olhos escondidos atrás dos óculos são como os de uma raposa atrás de sua presa, ele puxa a cadeira se sentando em sua frente esperando uma resposta que vem de maneira rude.–Não me importa o seu nome, apenas quero que se livre dessa mulher. -a foto é jogada sob a mesa e o mesmo avalia bem antes de sorrir em escárnio levantando o olhar para a mulher bem vestida em s
■° 6 meses e meio de Gestação °■–Eu sei que você estava animado para essa consulta mas vou me sair bem sozinha. -digo sorrindo para Juan que me olha de forma frustrada. Ao que parece algo aconteceu e ele não vai conseguir me acompanhar na consulta semanal de hoje, na verdade isso era o que eu queria, assim posso dar um jeito de ver aquele pen-drive em algum lugar.–Tem certeza que vai ficar bem sozinha? -pergunta pela segunda vez e confirmo entrando no taxi, agora eu sei que isso é só fachada, mas mesmo assim quero acreditar que pelo menos alguma coisa é real nas suas ações.–Eu vou e volto num piscar de olhos, você nem vai notar. -digo e ele confirma fechando a porta do taxi. Assim que o motorista da partida e nos afastamos de Juan sinto um certo alívio por finalmente estar um pouco só.–Seu marido parece bem atencioso. -diz o taxista tentando puxar assunto.–Ele é bem carinhoso mesmo. -falo sorrindo e acariciando a barriga grande, sinto um amargor n
■° 6 meses e meio de Gestação °■Sinto o chute forte em minha barriga, o bebê parece jogar futebol dentro de mim e sou obrigada a me sentar no banco da praça em frente ao hospital. Fecho os olhos com as imagens ainda frescas na minha memória, preciso ir verificar isso o quanto antes. Engulo em seco ao sentir uma mão em meu braço e abro os olhos assustada, o rosto da senhora gentil de sempre aparece e sinto um certo alívio.–Oh querida não devia dormir aqui. -diz com sua voz doce e sorrio para ela, sinto meu coração bater feito louco. Respiro fundo tentando não me deixar transparecer o nervoso que sinto.–Estou apenas descansando as pernas senhora. -respondo acariciando a barriga grande.–De longe parecia um pouco nervosa. Está tudo bem querida? -pergunta se sentando ao meu lado ainda com a mão em meu braço.–Talvez não tanto. -respondo me encolhendo no lugar, seu toque é tão gentil que meus olhos enchem de lágrimas.–O que aconteceu? Precisa de aj