■° Dois meses depois – São Paulo °■
■° 5 meses de gestação °■Respiro fundo encostando minhas costas na parede fria do quarto de hospital, acabei de descobrir o sexo do bebê e estou muito feliz. Pena que Juan está em uma viajem de negócios e só chega pela tarde de hoje, ele vai ficar animado ao saber que é um menino. Seguro a vontade de chorar assim que passo a mão pela barriga já redondinha apesar de não estar tão grande quanto achei que estaria, deve ser porque ultimamente tenho meu estômago tem rejeitado algumas comidas.Pego minha bolsa que está na cadeira do consultório e coloco a foto do ultrassom, sorrio feliz quando saio da sala e vou em direção a saída. Sinto uma mão segurar meu braço e me viro encontrando um homem que nunca vi, ele esboça surpresa ao me ver. Nos encaramos e espero que ele diga algo enquanto nos encaramos nos olhos, mas parece que não sabe bem o que dizer.Observo-o de cima a baixo, tem pernas e braços longos, ele é bem esguio e pa■° Um mês depois – São Paulo °■■° 6 meses de gestação °■Minha memória está cada vez mais bagunçada, flashs de memória vem de hora em outra e as vezes vem em forma de sonhos ou pesadelos, o que fazem das minhas noites agitadas. Engulo em seco e jogo os pés para fora da cama levando a mão ao meu cordão e respiro devagar tentando me acalmar após o pesadelo em volto em chamas que acabei de ter, meu corpo está pesado por conta da barriga já grande e sinto vontade de comer abóboras doces mas está de madrugada agora.–Rebecca? Tudo bem? -sua voz me faz arrepiar, seguro forte o lençol para não sair correndo agora mesmo para algum lugar distante onde ele não esteja presente.–Sim, só preciso ir ao banheiro. -minto e me levanto da cama devagar apoiando a mão nas costas porque assim é mais fácil. –Volte a dormir, eu volto logo.–Tudo bem, mas cuidado nas escadas. -fala e se vira voltando a dormir, calço meus sapatos de pantufa e vou em direção ao primeiro andar
■° 5 Anos Antes – Algum lugar da Itália °■Um homem de sobretudo entra em um café e disfarçadamente procura por alguém, ele logo percebe sua cliente pelo grande casaco de pele que ela citou em sua mensagem anterior. Ele sempre está fazendo serviços para essas senhoras ricas e de alta sociedade que mal sabem usar o dinheiro que tem. Ele faz serviços desde os mais bobos como espionagem, ou até mesmo os mais ousados como assassinatos.–Olá, eu sou Lucian. Ao seu dispor madame. ‐ele parece capaz sempre que usa esse nome e as senhoras acham um charme, mas apenas faz isso pelo dinheiro que ira receber. Seus olhos escondidos atrás dos óculos são como os de uma raposa atrás de sua presa, ele puxa a cadeira se sentando em sua frente esperando uma resposta que vem de maneira rude.–Não me importa o seu nome, apenas quero que se livre dessa mulher. -a foto é jogada sob a mesa e o mesmo avalia bem antes de sorrir em escárnio levantando o olhar para a mulher bem vestida em s
■° 6 meses e meio de Gestação °■–Eu sei que você estava animado para essa consulta mas vou me sair bem sozinha. -digo sorrindo para Juan que me olha de forma frustrada. Ao que parece algo aconteceu e ele não vai conseguir me acompanhar na consulta semanal de hoje, na verdade isso era o que eu queria, assim posso dar um jeito de ver aquele pen-drive em algum lugar.–Tem certeza que vai ficar bem sozinha? -pergunta pela segunda vez e confirmo entrando no taxi, agora eu sei que isso é só fachada, mas mesmo assim quero acreditar que pelo menos alguma coisa é real nas suas ações.–Eu vou e volto num piscar de olhos, você nem vai notar. -digo e ele confirma fechando a porta do taxi. Assim que o motorista da partida e nos afastamos de Juan sinto um certo alívio por finalmente estar um pouco só.–Seu marido parece bem atencioso. -diz o taxista tentando puxar assunto.–Ele é bem carinhoso mesmo. -falo sorrindo e acariciando a barriga grande, sinto um amargor n
■° 6 meses e meio de Gestação °■Sinto o chute forte em minha barriga, o bebê parece jogar futebol dentro de mim e sou obrigada a me sentar no banco da praça em frente ao hospital. Fecho os olhos com as imagens ainda frescas na minha memória, preciso ir verificar isso o quanto antes. Engulo em seco ao sentir uma mão em meu braço e abro os olhos assustada, o rosto da senhora gentil de sempre aparece e sinto um certo alívio.–Oh querida não devia dormir aqui. -diz com sua voz doce e sorrio para ela, sinto meu coração bater feito louco. Respiro fundo tentando não me deixar transparecer o nervoso que sinto.–Estou apenas descansando as pernas senhora. -respondo acariciando a barriga grande.–De longe parecia um pouco nervosa. Está tudo bem querida? -pergunta se sentando ao meu lado ainda com a mão em meu braço.–Talvez não tanto. -respondo me encolhendo no lugar, seu toque é tão gentil que meus olhos enchem de lágrimas.–O que aconteceu? Precisa de aj
■° 6 meses e meio de Gestação °■Sinto algo desconfortável perto do nariz o cheiro é bem forte e abro os olhos tentando me localizar. A luz está alta e o cheiro ainda persiste em ficar na porta do meu nariz, levo a mão ao local e não há nada.–Acordada querida? -viro a cabeça encontrando a senhora que encontro no parque, tento me sentar e a mesma vem me ajudar. Minha garganta está seca e quando vou pedir por um copo de água há um em minha frente, pego o mesmo bebendo o conteúdo rápido.–Ela parece um pouco pálida vou pedir para a Fabi lhe trazer algo bom pata grávidas. -viro o olhar minimamente encontrando o homem grande ele apenas sai do lugar que parece um quarto em seguida.–Como se sente? Tem dor em algum lugar? -nego com a cabeça e levo a mão a barriga, parece que está tudo bem. –Você não chegou a cair no chão meu neto te pegou antes disso e lhe trouxemos aqui.–Desculpe o incomodo, agradecerei a ele depois. -falo me sentindo envergonhada. –Acho qu
■° 6 meses e meio de Gestação °■Faz alguns dias que a família Harper vem me ajudando em tudo que preciso é minhas memorias parecem estar voltando aos poucos como em um filme sendo gravado, mas apenas memórias da infância e de minha família, não há nada que me faça lembrar como perdi minhas memorias.–Olá, como se sente hoje? -viro o rosto encarando a médica particular que tem me atendido desde que contei minha história a senhora Eliza. Seu nome é Natasha, mas ela mesma diz que é falso para que sua família não saiba onde encontrá-la. Mais uma mulher de história infeliz que foi acolhida nessa enorme família.–Bem, apenas dores de cabeça e uma tontura. -falo sorrindo acariciando a barriga enquanto me preparo para levantar da cadeira próxima da janela, eu amo essa vista que tenho daqui.–Isso é normal para uma pessoa com perda de memória, talvez as dores de cabeça e tontura sejam por lapsos de memórias. -diz e vem até mim medir minha pressão, pelo que descobri
■° 6 meses e meio de Gestação °■ ‘–Hahahah, para mamãe. Para. -a garotinha loira ri desesperadamente enquanto faço cócegas em sua barriga. –Então não vai mais fazer travessuras? -pergunto enquanto semicerro os olhos em sua direção. –Não irei fazer travessuras. -diz dando uma risada gostosa. –Então que tal me ajudar a enfeitar os cupcakes? -pergunto sorrindo enquanto ajudo a mesma a se levantar do sofá azul claro com estampas florais. –SIM! -grita alto e dou risada.’ □°■°□°■ –Eles não correm mais riscos. Então já podem ficar despreocupadas. -a voz parece estar bem próxima a mim. –Foi algo que fizemos? Talvez por ter ficado muito tempo em pé. -quem são essas pessoas? Porque parecem tão preocupadas? Quero abrir os olhos. –Não foi nada disso. Ela estava tomando algum medicamento que estava forçando seu corpo a trabalhar de forma lenta mas quando parou de tomar o corpo voltou a funcionar normalmente e isso pode ter causado o sangra
■° 6 meses e meio de Gestação °■ –Já pode voltar pra casa Sra. Rebeca, seus níveis hormonais estão normais e não há mais sinal de medicamento em seu sangue. -Viviane e Natasha comemoram com gritinhos afina estou quase completando duas semanas no hospital sem falar que em alguns dias entrarei no sétimo mês de gestação. –Obrigada doutor. -falo e sento com os pés para fora da cama, eles me fizeram ficar deitada por doze dias o que me deixou bem agoniada. –Vai com calma Rebeca. -Douglas pega em minha mão me ajudando a ficar de pé e sorrio o agradecendo, ele me traz uma sensação de conforto mas não com um sentimento romântico é mais como um sentimento familiar de que posso confiar nele como um amigo ou irmão. –Não ouviu o médico estou bem o suficiente para ir embora. -digo isso pegando a bolsa na cadeira e indo em direção ao banheiro com ele ainda segurando minha mão. –Vai entrar no banheiro comigo? Sua esposa vai acabar desconfiando que você gosta de mim.