■° 6 meses e meio de Gestação °■
Sinto algo desconfortável perto do nariz o cheiro é bem forte e abro os olhos tentando me localizar. A luz está alta e o cheiro ainda persiste em ficar na porta do meu nariz, levo a mão ao local e não há nada.–Acordada querida? -viro a cabeça encontrando a senhora que encontro no parque, tento me sentar e a mesma vem me ajudar. Minha garganta está seca e quando vou pedir por um copo de água há um em minha frente, pego o mesmo bebendo o conteúdo rápido.–Ela parece um pouco pálida vou pedir para a Fabi lhe trazer algo bom pata grávidas. -viro o olhar minimamente encontrando o homem grande ele apenas sai do lugar que parece um quarto em seguida.–Como se sente? Tem dor em algum lugar? -nego com a cabeça e levo a mão a barriga, parece que está tudo bem. –Você não chegou a cair no chão meu neto te pegou antes disso e lhe trouxemos aqui.–Desculpe o incomodo, agradecerei a ele depois. -falo me sentindo envergonhada. –Acho qu■° 6 meses e meio de Gestação °■Faz alguns dias que a família Harper vem me ajudando em tudo que preciso é minhas memorias parecem estar voltando aos poucos como em um filme sendo gravado, mas apenas memórias da infância e de minha família, não há nada que me faça lembrar como perdi minhas memorias.–Olá, como se sente hoje? -viro o rosto encarando a médica particular que tem me atendido desde que contei minha história a senhora Eliza. Seu nome é Natasha, mas ela mesma diz que é falso para que sua família não saiba onde encontrá-la. Mais uma mulher de história infeliz que foi acolhida nessa enorme família.–Bem, apenas dores de cabeça e uma tontura. -falo sorrindo acariciando a barriga enquanto me preparo para levantar da cadeira próxima da janela, eu amo essa vista que tenho daqui.–Isso é normal para uma pessoa com perda de memória, talvez as dores de cabeça e tontura sejam por lapsos de memórias. -diz e vem até mim medir minha pressão, pelo que descobri
■° 6 meses e meio de Gestação °■ ‘–Hahahah, para mamãe. Para. -a garotinha loira ri desesperadamente enquanto faço cócegas em sua barriga. –Então não vai mais fazer travessuras? -pergunto enquanto semicerro os olhos em sua direção. –Não irei fazer travessuras. -diz dando uma risada gostosa. –Então que tal me ajudar a enfeitar os cupcakes? -pergunto sorrindo enquanto ajudo a mesma a se levantar do sofá azul claro com estampas florais. –SIM! -grita alto e dou risada.’ □°■°□°■ –Eles não correm mais riscos. Então já podem ficar despreocupadas. -a voz parece estar bem próxima a mim. –Foi algo que fizemos? Talvez por ter ficado muito tempo em pé. -quem são essas pessoas? Porque parecem tão preocupadas? Quero abrir os olhos. –Não foi nada disso. Ela estava tomando algum medicamento que estava forçando seu corpo a trabalhar de forma lenta mas quando parou de tomar o corpo voltou a funcionar normalmente e isso pode ter causado o sangra
■° 6 meses e meio de Gestação °■ –Já pode voltar pra casa Sra. Rebeca, seus níveis hormonais estão normais e não há mais sinal de medicamento em seu sangue. -Viviane e Natasha comemoram com gritinhos afina estou quase completando duas semanas no hospital sem falar que em alguns dias entrarei no sétimo mês de gestação. –Obrigada doutor. -falo e sento com os pés para fora da cama, eles me fizeram ficar deitada por doze dias o que me deixou bem agoniada. –Vai com calma Rebeca. -Douglas pega em minha mão me ajudando a ficar de pé e sorrio o agradecendo, ele me traz uma sensação de conforto mas não com um sentimento romântico é mais como um sentimento familiar de que posso confiar nele como um amigo ou irmão. –Não ouviu o médico estou bem o suficiente para ir embora. -digo isso pegando a bolsa na cadeira e indo em direção ao banheiro com ele ainda segurando minha mão. –Vai entrar no banheiro comigo? Sua esposa vai acabar desconfiando que você gosta de mim.
■° 7 meses de Gestação °■Escuto atentamente os batimentos do bebê e me emociono mais uma vez, desde o sangramento algumas semanas atrás todos ficaram cautelosos com minha saúde e a do bebe, ao ponto de me levarem em consultas semanais onde checam minha situação mental também já que isso pode causar impacto no bebe. Isso me deixa feliz, porque me sinto acolhida.–Está tudo certo. Tanto a mamãe, tanto o bebê estão saudáveis. -ela limpa o gel da minha barriga e abaixo a blusa cobrindo a barriga grande, sete meses de gestação e quase não me aguento de ansiedade.–Obrigada doutora, ficamos um pouco mais atentos desde o sangramento. -quem fala é Eliza que sempre arranja um tempo para vir comigo nas consultas, acho que ela se sente um pouco responsável por não ter prestado atenção a minha saúde quando ela me levou pra sua casa.–Sei como é difícil, mas ainda bem que agiram rápido trazendo ela para o hospital. -diz a médica já saindo do quarto
■° 5 anos antes (Brasil) °■ –Quando vai trazer minha neta? Ela já tem dezenove não é? -a mulher bem vestida corre atrás da mulher mais jovem. –Mãe não irei deixar Chloe se envolver nos assuntos da família. -responde enquanto coloca o bolo sobre a mesa. –Não quero isso, mas ao menos devia apresentar sua família para ela, não deixe a menina achar que só tem vocês o resto da vida. -fala impaciente enquanto coloca os pratos na mesa, afinal eles são família apesar de todos os erros do passado. –Mãe já conversamos sobre isso. Por mais que queira dizer tudo para Chloe ainda não sinto segurança em dizer, ela está vivendo uma vida normal. -sorri calorosa para a mulher que suspira abrindo os braços para abraçar a filha. –Ela podia ter uma vida normal aqui perto de mim não do outro lado do mundo. -resmunga mas abraça a mulher com carinho. –Eles tentaram nos matar quando ela nasceu, ainda não descobrimos quem foi. Não posso correr o risco novamente. -fala no
■° Brasil – Mansão Harper °■ As risadas ecoam pela casa, hoje vai ter uma reunião familiar com todos os membros da família Harper e isso inclui os agregados como eu. Me encaro no espelho o vestido branco com flores amarelas é rodado na saia e confortável na parte da barriga, realmente lindo. –Oi, esta pronta? -viro o rosto encontrando o olhar abatido de Douglas, desde o incidente do parque ele vem me vigiando ainda mais. –Sim. E como estão as coisas lá embaixo? -questiono indo até ele apoiando a mão nas costas por conta da dor. –Descobriu algo sobre o cartão? –Talvez, mas não irei lhe dizer nada por agora. -ele pega minha mão para me ajudar a descer as escadas, acho que logo terei de mudar de quarto para o andar de baixo porque minhas pernas já não estão aguentando a pressão de descer e subir isso aqui todos os dias. –Ok, ok não irei mais perguntar. -afinal eu ainda tenho longos três meses para conseguir alcançar um dos objetivos que é ter esse bebê em
■° Brasil – Mansão Harper °■ “Lembranças on” –O que disse antes sobre uma pista sobre o motivo do cartel Caco estar atrás de você, é verdade? -pergunta o homem sem rosto enquanto ando de um lado ao outro no quarto segurando o que parece ser pote de sorvete na mão direita e a colher na esquerda. –Não tenho certeza mas, se for como eu penso Julia estará segura longe de mim. -digo e sinto um puxão forte me fazendo parar e encará-lo mesmo que seu rosto seja um grande borram. –Ei, preciso que fale. -confirmo com a cabeça e me sento nos pés da cama, coloco uma colher de sorvete na boca e suspiro.” “Lembranças off” –Eles estão atrás de mim. -abro os olhos e sinto meu corpo mole, minha garganta parece seca e meus olhos pesados. –Chloe? Como se sente? -viro o rosto com dificuldade e vejo Natasha que se levanta pegando água e trazendo até mim, a mesma me ajuda a levantar com um braço e coloca o copo em minha boca. –Não se esforce você foi envenen
■° Brasil – Mansão Harper °■■° 7 meses e meio de gravidez °■“Lembranças on”–Nunca, em hipótese alguma confie em seus tios-avôs. -ela sorri enquanto fala com dureza na voz me fazendo encolhe no lugar.–Sim mamãe. -respira aliviada me abraçando com força.–Fique com Maria até que mamãe e papai volte ok. Prometo que não vai demorar muito. -fala em meu ouvido e confirmo lhe abraçando de volta sentindo vontade de chorar.–Está tudo pronto. As duas já se despediram? -ela sorri triste mas confirma. Até parece que nunca mais vamos nos ver.“Lembranças off”–Eles realmente pareciam que não iam voltar. -sussurro para mim mesma enquanto encaro minha figura no espelho. Olheiras fundas, rosto pálido, lábios rachados, pareço horrível.Não tenho conseguido dormir ultimamente, estou exausta. Toda vez que fecho os olhos minha mente é inundada com memórias dos meus pais, meus amigos de infância, antigos namo