Meu corpo todo arder, me sinto como se estivesse pegando fogo. E estou. Consigo ver meu corpo em brasa, e o grito estrangulado que não sai da minha garganta.
Desperto. E estou apenas no meu quarto. E já amanheceu. Então o que foi esse sonho?
Fênix, me deu essa chance porque está me fazendo sentir dor, como se estivesse no inferno. Abraço os meus pés. Meu corpo está húmido e me sinto cansada.
--Senhorita, já preparei seu banho.
-- Joana. -- Olhei para ela cansada.—irei me banhar sozinha, não irei tomar café da manhã. Não me sinto bem.
-- Quer que chame o médico?
- Nenhum médico ou curandeira pode me ajudar. Eu só preciso ficar sozinha. -- ela fica algum tempo me encarando de forma apreensiva. Desde que me tornei noiva nunca mais tomei banho sozinha. Essa é a regra dos nobres, sempre ser banhados por seus servos. Ela se retirou e me joguei na cama de costas.
O que foi esse sonho? Fênix está do meu lado ou não?
Virei-me,colocando a barriga na cama. Fechei os olhos e respirei fundo. Lembranças do meu passado encheram a minha mente, lágrimas queimaram o meu rosto.
Eu devia estar feliz por essa segunda chance. Mas as lembranças do meu passado ainda me queimam por dentro, quando me lembro de tudo que passei.
Quando dei por mim havia caído no sono, e o sol estava na horizontal. Se houvesse, um jeito de controlar o tempo, sem ter de depender inteiramente da natureza, da posição do sol e da lua. Seria muito mais fácil nos situar.
Levantei-me da cama, fui ao banheiro me banhar. Relaxei meu corpo e tentei não pensar em muita coisa. Assim que saí da banheira me olhei no espelho, eu não sou nada demais. Não tenho uma beleza extraordinária como Amanda, na minha vida passada isso me incomodou até os últimos instantes. Mas nessa. Tenho que gostar de mim assim como eu sou. Meus olhos são extremamente castanhos, quase como um espelho, meus cabelos são da mesma cor e são muito lisos e longos, até a cintura. Tenho o corpo forte, o busto cheio e seios médios. Minha pele é parda, mas tenho sardas nas costas, herança de família.
Meu rosto e minha beleza são comuns, não tenho traços marcantes ou inesquecíveis.
Vesti-me a rigor e me retirei, encontrei minha mãe na sala, numa conversa com o duque Bonaparte, um homem alguns anos mais velho que minha mãe.
Assim que notam minha presença faço uma pequena vénia.
-- Boa tarde, mãe, duque Bonaparte.
-- Subi que não tomou café e dormiu a tarde inteira, Tônia, sua saúde está boa.
-- Mãe, não fale como se eu tivesse ficado um ano sem sair do quarto. Vai assustar o Duque, e ele vai pensar que sou uma jovem enferma. -- brinquei, com um sorriso no rosto.—Eu estou bem. Vou para sala de jantar, vocês vem comigo?
O Duque olhou para a minha mãe, que assentiu. Então se levantaram. Fomos à sala de jantar, onde a comida estava posta. Minha mãe e o duque conservam como se fossem velhos amigos, e íntimos. Isso eu não me recordo. Será que estivesse tão focada naquilo que eu queria, que nem dei atenção a minha mãe.
-- Eu não sabia que se davam tão bem.—soltei e minha mãe deu de ombros.
-- Se você se recorda o Duque perdeu a esposa ano passado, e de lá até cá nos tornamos amigos. Ele tem filhos mais novos que você, e não confia totalmente em seus criados para cuidar de seus filhos.
-- O QUE?—Coloquei a mão na boca. -- A quanto tempo estão saindo?—coloquei a mão no peito. -- mãe, eu pensei que partilhamos tudo.
-- Eu tentei te contar, mas você estava sempre com a cabeça no ar. -- o duque me encara seriamente, ele não parece gostar muito de mim, ou talvez me considere fútil demais para entender os sentimentos da minha mãe.
- Você tem razão. Espero que seja feliz. E também conhecer os filhos do duque.
Apesar de surpresa com minha atitude, minha mãe sorriu satisfeita. Em meio a refeição a governanta apareceu, dizendo que um mensageiro do país do fogo chegou, e com ele trouxe duas carruagens com presentes.
-- O rumor de que o imperador do país do fogo quer se casar consigo, afinal é real. -- Duque.
-- É, mas ela ainda não o respondeu.
-- Não?—sei exatamente o que está se passando na cabeça do duque, e compreendo sua surpresa.
Ignorei a conversa deles e abri o envelope que o imperador escreveu. Duvido que tenha sido ele a escrever, essa caligrafia é de Dario, o secretário dele. Eu teria acreditado que ele escreveria pessoalmente para mim. Mas, eu já fui sua esposa, e conheço todos os seus truques. Renom não sabe ser fofo, essa carta é meiga demais para ele a ter escrito.
-- O que diz?—dou risada da curiosidade da minha mãe.
-- Ele quer uma resposta.
-- So?—sim mãe, so, não irei entrar em detalhes sobre essa carta, sobre os falsos elogios escritos aqui, em quanto sequer foi ele quem escreveu. Dou de ombros. -- Não vai responder?
-- Mais tarde. Joana, deixe na minha gaveta por favor. -- Joana pegou a carta e saiu.
Olhei para todos os embrulhos de presente e não senti nenhuma emoção, consigo ver o meu eu antigo, feliz e saltitante de felicidade, abrindo todos os embrulhos ansiosamente.
-- Podem guardar em meu quarto os presentes. Irei organizar amanhã.
Minha mãe me olha como se estivesse vendo um fantasma. Ignoro e continuo comendo.
Renom você não vai voltar a me manipular, eu juro. Depois que comi, saí do palácio-aquele que o imperador mandou construir para nós. Minha mãe achou melhor nos mudarmos para cá, invés de deixar a casa sendo habitada apenas por funcionários. Metade da floresta foi abaixo com a construção deste palácio, mas, por outras razões. O riacho foi conservado e algumas espécies selvagens ainda vivem aqui. Amanda vem para cá sempre que pode. Ela ama esse lugar.
Depois de ter passeado pelo vilarejo, voltei para casa e fui descansar. Não tenho nenhuma vontade de responder a carta. Não estou com estômago para ser enganado por aquele ordinário. Enquanto dormia, sonhei que minha alma saia do corpo, e se movia para o país do fogo, então ouvia uma voz na minha cabeça que dizia. “Volte para onde você pertence.”Então comecei a sentir muita ardência. Meu corpo pegou fogo. E quando despertei, o sol já havia nascido. Acordei assustada e suada, meu corpo está todo trêmulo. Levantei-me da cama, abri a porta.-- Me traga um envelope e uma caneta. -- pedi ao servo. Fechei a porta e fui ao banheiro.Por mais que eu queira ficar aqui, eu não conseguirei, fênix não me quer aqui, quer que eu volte para o país do fogo, o quanto antes possível. E tenho medo do que pode acontecer, se eu não voltar. Quando sai do banho, o envelope e a caneta, estavam sobre a secretaria. Sentei-me e comecei a escrever. “Que as chamas protejam o imperador, e que as cinzas o res
Eu podia ter pedido a minha mãe para me ensinar, mas minha mãe vende seus produtos a nível local. Enquanto que o Duque fornece até a comerciantes de outros países. Só uma pessoa como ele, que já viajou muito, pode me dizer como funciona o negócio em outro país. Voltamos a casa ao entardecer, e quando chegamos. Tinham presentes na sala e uma carta, do império do fogo. Isso é estranho, na minha vida passada, ele só me respondeu no final do dia seguinte. Porque dessa vez, ele foi tão rápido na resposta. -- A maior parte dos presentes, são para mãe, e outros são para Amanda e Christopher. É o dote. –cruzei os braços indignada, dessa vez ele exagerou, são cinco carruagens com presentes. Duas que estavam presentes para minha mãe, e uma para o restante. Na minha vida passada, foram quatro carruagens, o que se passa na cabeça dele?—A carta diz que vieram me levar em uma semana. Merda. Merda. Merda.É muito pouco tempo. -- Então devemos, começar com a sua preparação, e dar uma festa de
DIA DA CERIMÔNIA.IMPERADOREstou de frente ao altar esperando a noiva chegar. O salão está cheio de convidados. A família da noiva está nos primeiros bancos do lado esquerdo, e a minha família está no primeiro banco no lado direito. O resto são nobres, ou empresários convidados a assistir a cerimônia. O som da flauta, da harpa e do violino começa a ressoar anunciando a entrada da noiva. Ela veste um amplo e impressionante karagi nuno, ou as doze molduras da pessoa, que é um conjunto de kimonos da mais fina e luxuosa seda, sobrepostos chamados de uchiki, cada um levemente mais curto que o anterior, de modo a deixar, golas, mangas, e barras aparecendo em discretas camadas. Criando um efeito multicolorido do impacto. O conjunto é todo vermelho com detalhes amarelo e branco. O último uchiki serve de sobretudo, é bordado e amarrado completamente por um cinto à frente em forma de laço no mesmo tecido, e uma cauda de tecido vermelho. Seus cabelos estão presos um pouco abaixo da altura do p
ANTONIETANa minha vida passada, fiquei muito nervosa quando chegou a hora de perder a pureza, Renom riu disso e me ofereceu uma taça de vinho para que eu ficasse calma. Ele foi gentil nas preliminares e depois soltou a besta que existe dentro dele. Eu conheço o corpo dele de ponta a ponta, mas ainda assim, não importa quantas vezes eu reencarne nunca vou conseguir lidar com seu membro avantajado, que me rasga de dentro para fora.Como aconteceu na minha vida passada, assim que acordei ele não estava na cama. Sempre foi assim, nunca o vi dormindo, porque ele sempre acorda antes de mim, ou talvez nem durma. Na minha vida passada, fiquei ressentida ao saber que o meu esposo mal me esperou acordar, fiz minhas higienes e fui atrás dele, mendigar sua atenção.Mas não dessa vez. Estico minhas costas e me levanto da cama. Esse é o quarto onde eu dormia antes dele me mandar para o anexo. Toque no sino, e as servas entram. Três mulheres, aqui nesse palácio, não sei em que confiar, algumas dess
E, ela bem disse que daria a festa, ela é a anfitriã e eu só o enfeite que deve ficar a sua tras, já que toda a atenção ela rouba para si. Renom também, se distanciou e está bebendo com seus amigos, essa festa é mais para eles do que para mim. Na minha vida passada, tentei seguir o Renom, mas como ele não me dava atenção, fui atrás de Celeste, que me apresentava a alta sociedade, como se eu fosse um patinho feio que foi acolhido. Desde esse dia fiquei conhecida como a imperatriz sem valor, pois, Celeste seria eternamente a imperatriz desse reino.Vadia estúpida.Como não percebi isso, você fez essa festa para reassentar sua influência no império, por isso que logo depois me deixou à mercê de Renome, e só vinha de vez em quando para me ajudar.Vadia louca.Que raiva, da minha estupidez.Olhei em volta, e não há nada que eu possa fazer agora. Você ganhou essa batalha Celeste, mas não a guerra, peguei uma garrafa de vinho e me retirei.Dessa vez não serei sua cadelinha, Celeste.Fui para
ANTONIETA.Acordei com uma tremenda dor de cabeça. Só me lembro de ir ao pátio beber. Lembro de ter visto Renom Tina, se beijado, e depois disso não lembro de mais nada. Apenas uma dor de cabeça insuportável. -- Senhora, aqui estão os analgesicos que o imperador mandou trazer. -- Tereza.-- Obrigada.--Tomei a medicação, e bebi água.--Tereza, como eu cheguei, até meu quarto?-- O imperador lhe trouxe. -- Renom sendo cavalheiro, essa é nova. -- a imperatriz viúva, disse que irá almoçar com a senhora.O que aquela velha maldita quer? Não me recordo disso ter acontecido na minha vida passada, e alias, ela devia ignorar, minha existência pelos próximos seis meses. -- Entendo. Espero não ter dito nada estranho a Renom ontem, e para minha sorte não o vi no palácio, quando chegou a hora do almoço, esperei a imperatriz que não se demorou a chegar, servir anos, enquanto conversávamos amenidades. -- Entao, nao te vi, ontem.Estava estranhando esse encontro, parece que eu não te seguir não l
Acabou que fiquei até tarde. -- Senhora, acho que alguém furou os pneus. -- disse o cocheiro. - Não tem como trocar?-- Vai levar algum tempo arranjar, talvez devemos mandar vir outro carro.Não. Ninguém pode saber que eu vim até o vilarejo.- Pedro, eu confio em ti. Tenho a certeza que ira arranjar o coche a tempo.—Pedro é alto, magro, negro e jovem, deve ter em torno de 19 anos. Apesar de magro, ele tem uma escultura muscular forte. Eu quero confiar em você. -- Eu irei arranjar senhora, vou só comprar os materiais. -- Ele parece que ouviu meus pensamentos porque me olhou com determinação, e se retirou.Eu dispensei os agricultores, e Augusto não pode ficar muito tempo porque sua mulher não se sente bem. Então foi mais cedo, caso não iria com ele. Estou ao lado da carruagem, que por ser brilhante, chama atenção de algumas pessoas, que fazem questão de passar longe, e como não se o brasão real se destaca. Devo procurar outros meios de chegar até aqui, senão a notícia de que alguém
Por esta noite a viagem foi um pouco turbulenta, mas conseguimos chegar a tempo, invés de entrar direto para os meus aposentos. Usei a porta dos fundos e mandei Suzana preparar um banho para Oriel, e Elsa, algo para ele comer. Mandei que a refeição fosse servida no quarto em que ele está. -- Pode comer o que quiser.—Oriel olha para a comida como um cachorrinho esfomeado. Seus cabelos são castanhos no mesmo tom que o meu, mas a diferença é que os deles são curtos e de pontas irregulares, chegam até a altura do ombro, em contrapartida, seus olhos são escuros como a noite. Ele não fez seremos e começou a comer. Sai um pouco do quarto, ficando do lado de fora, e os meus empregados estavam do lado de fora me esperando. -- Alguém ficou perguntando algo sobre mim?—todos responderam que não. –o imperador já chegou?-- Não, acabo de voltar da área principal. -- Tereza.-- Ótimo. -- Fiz uma pequena pausa. Eu preciso que essas pessoas estejam do meu lado. -- Espero poder contar convosco e co