Capítulo 04.

Depois de ter passeado pelo vilarejo, voltei para casa e fui descansar. Não tenho nenhuma vontade de responder a carta. Não estou com estômago para ser enganado por aquele ordinário. 

Enquanto dormia, sonhei que minha alma saia do corpo, e se movia para o país do fogo, então ouvia uma voz na minha cabeça que dizia. 

“Volte para onde você pertence.”

Então comecei a sentir muita ardência. Meu corpo pegou fogo. E quando despertei, o sol já havia nascido. Acordei assustada e suada, meu corpo está todo trêmulo. Levantei-me da cama, abri a porta.

-- Me traga um envelope e uma caneta. -- pedi ao servo. 

Fechei a porta e fui ao banheiro.

Por mais que eu queira ficar aqui, eu não conseguirei, fênix não me quer aqui, quer que eu volte para o país do fogo, o quanto antes possível. E tenho medo do que pode acontecer, se eu não voltar. 

Quando sai do banho, o envelope e a caneta, estavam sobre a secretaria. Sentei-me e comecei a escrever. 

“Que as chamas protejam o imperador, e que as cinzas o restaurem.

Estou muito contente que o imperador tenha pensado em mim para se tornar sua esposa. E eu, humildemente aceito.

By: Antonieta. ”

Curto e breve, diferente daquele romance que eu escrevi na vida passada para responder.

-- Por favor enviem para o país do fogo.

Voltei para o meu quarto e abri os embrulhos, essas são as prendas que ele me enviou quando eu aceitei, me pergunto o que ele me enviara depois disso. E o que eu devo fazer com isso, já que não levarei nada comigo. Aqui eu tenho muitos bens, mas assim que eu for pra lá, minha vida será controlada pela imperatriz viúva, até aquilo que posso ou não ter. Os meus bens serão todos controlados e não terá poder sobre nada. 

Não. Tenho de mudar isso. Antes do casamento. Se não me falha a memória. Depois de eu ter aceito, no dia seguinte uma carruagem veio com prendas, duas semanas depois vieram me levar, e no terceiro dia lá, ocorreu o casamento. Estou correndo contra o tempo.

--Mae.—ela está tomando café, enquanto lê um jornal. Ela levanta seu olhar para me encarar. Minha mãe rejuvenesce, quem não nos conhece pode pensar que somos da mesma idade, ou irmãs. A única coisa que evidencia sua idade são os traços de velhice na maçã do rosto. Seu cabelo está geralmente preso, em um coque, sua maquiagem destaca seus olhos castanhos escuros, e ela emagreceu. Estamos com o mesmo tamanho agora.—O duque Bonaparte, é um empresário, certo?—ela assentiu. -- Gostaria de conversar com ele sobre a área,pode me ajudar?

- Você quer trabalhar?

- Bom, quero abrir um negócio.

-- Você jurou que nunca mais ia trabalhar, Tonia. 

-- Eu sei. Estava brincando.—minha mãe abaixa seus óculos de leitura. -- estava com raiva da pobreza. Mas sabe.—fiquei atrás da cadeira dela, e massageie suas costas.—tudo que temos, é graças a Amanda, a família real, é quem cuida de nós. Nós não temos nada literalmente. Vivemos como nobres, mas não temos nenhum título ou marca. Eu acho que a tia Gles não ia gostar disso, sabe como ela era. De ter seu esforço reconhecido.

-- Minha filha, eu não sei o que aconteceu com você. Mas de certeza, essa não é a garotinha que eu vi crescer. Parece até que um espírito se apossou de seu corpo. O espírito de uma pessoa madura, que já viu tudo da vida.

Sorri.

-- Mãe, me ajuda. 

- Também. Eu te levo a casa dele. 

Pati palmas satisfeita.

-- Te amo, mãe. Você é a melhor do mundo.

Corri para o meu quarto, coloquei um vestido marrom, saltos pretos, brincos de ouro, e me fizeram uma trança no cabelo. 

Quando terminei minha mãe também havia se trocado, entramos no carro e o mesmo nos levou a residência da família Bonaparte. A mansão é majestosa, e digna de um nobre, assim que chegamos fomos recebidos, pelo mordomo, que nos guiou até o escritório do senhor Bonaparte. Minha mãe me contou que os filhos dele entram todos para academia, e só voltam das férias. 

Eu deveria ter ponderado em entrar na academia, quando ainda havia tempo. Essa é a forma que todas as famílias ricas usam para adquirir um título nobre. Agora que já aceitei o pedido de casamento não tenho como entrar na academia. 

- Minha filha, pediu para te ver. Tem algo que ela quer te perguntar, espero que não esteja te incomodando.

-- Você nunca me incomoda. Antonieta, em que posso te ajudar. -- me olhou seriamente.

- Eu gostaria que me ajudasse a abrir meu próprio negócio, quero me tornar uma empresária. Mas, não aqui, no país do fogo. Como aceitei o pedido de casamento do imperador, não teria como gerir um negócio aqui. Por isso preciso de sua ajuda Duque Bonaparte. O senhor,está a mais tempo nesse ramo, sua família é especializada na área, a gerações. Acredito que me daria ótimos conselhos. 

O duque olhou para minha mãe, incrédulo. Minha mãe apenas encolheu os ombros. 

-- Se tornar uma imperatriz, uma imperatriz tem tudo o que deseja, não precisa trabalhar. 

Ele está me testando.

- Eu aprendi uma coisa com minha prima, que por acaso,é a nossa imperatriz. Sempre que houver uma chance de fazer diferente, faço-o. Se tenho o poder de poder ajudar alguém que está em dificuldades, devo tentar reduzir seu fardo. Anos atrás, minha prima esteve no país do fogo, que era assolado por terríveis secas. E ela, curou aquela terra, curou muitas pessoas que viviam ali. Agora que estou prestes a fazer parte daquela nação não deveria arranjar meios também, de tornar seus dias abundantes?

Ele ficou algum tempo em silêncio.

- Você tem razão. Eu vou te ajudar.

Ficamos um bom tempo conversando, depois ele me levou para uma de suas filiais e me mostrou como é a sua organização. Minha mãe, que entende muito bem de negócios, ficou feliz de ver minha interação. Antes do imperador nos conceder mecanismos de cultivo e exportação de mantimentos. Minha mãe tinha uma pequena horta onde ela plantava, e vendia os alimentos no vilarejo. Agora, ela não precisa cuidar da terra pessoalmente, ou mesmo vender por si. Ela tem pessoas que trabalham para ela, graças ao imperador. 

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