- Nunca me senti tão humilhado em toda a minha vida. Os vizinhos me olhavam como se eu fosse um criminoso. - suspirou com as mãos no rosto
- Mas você foi preso? Autuado, por que ela te agrediu?
- Eu expliquei a situação aos policiais, não havia marcas de agressão minha contra ela então eles não abriram um boletim. Nem contra mim, nem contra ela. - jogou a cabeça no encosto do sofá - Como eu não notei que ela era assim?
- Ela fingia bem.
- Ou eu preferi não enxergar. - se virou para mim. Seus olhos estavam vermelhos pelas lágrimas. Haviam arranhões no rosto e pescoço e um corte na boca - Eu me sentia responsável por cuidar de você. E dela. Pensei que o abandono pudesse tê-la feito ficar dessa forma e que talvez, com um pouco de carinho e paciência nós pud
Baby BabyQuando nos vimos pela primeira vez, nunca senti nada tão forteVocê era como meu amante e meu melhor amigoTudo embrulhado e com uma fitaE de repente você foiComo um choque mudeiE agora meu coraçâo está mortoEu o sinto vazio e oco" - Rehab _Rihanna"Me apaixonar por você foi fácil. Foi instantâneo. Você salvou minha vida... Duas vezes. Foi mais gentil em segundos que algumas pessoas foram comigo uma vida inteira.Fazer você se apaixonar por mim foi... Doce. A conquista mais saborosa da minha vida. A cada encontro. Cada momento eu sabia que queria estar com você até o fim dos meus dias e podia ver nos seus olhos que sen
Lívia:As pessoas têm a estranha mania de fazer promessas quando estão à beira da morte. É engraçado que são promessas tão estúpidas feitas sem a menor intenção de cumprir. E não fariam a menor diferença ao redor. "Vou parar de beber" "Vou levar uma vida mais saudável" "Vou ser mais grato". Salvo algumas excessões. Não muda em nada se cumprir ou não. São coisas que faria, se quisesse e não precisa estar cara a cara com a morte para pensar nisso. É só fazer.Eu pensava assim. Até estar presa em uma gruta, com a maré alta prestes a me engolir. E meu irmãozinho nos braços. Até ver o pavor em seus olhos e não poder fazer nada a não ser implorar a seja lá o que for que o poupe. Que envie um milagre e o deixe vivo. E prometer. Sim! Prometer ao vento ou ao plano maior que se ele sair dessa. E caso eu tiver a mesma sorte que eu me esforçaria para ser uma irmã melhor.Que não seria tão desprezível e tentaria parar de projetar todas as minhas frustrações nele e no seu pai
— Lívia... — sua voz surgiu para mim como em um sonhoA dormência já tomava todo meu corpo. Meus sentidos já estavam deturpados e eu já tinha dificuldade em me lembrar como se respira. Seus sussurros com meu nome estavam distantes e mesmo que eu quisesse muito abrir os olhos era extremamente difícil.— Esse é seu nome, certo? — ele insistia e o senti mais perto — Lívia. Seu irmãozinho corajoso me disse... — senti seus dedos tocarem os meus sob a água — Ele está bem, a propósito! Com seus pais... — ouvir aquilo fez meu coração bombear novamente e com força. Alguém me ouviu — Ele me fez prometer que levaria você para ele. Sã e salva... — abri os olhos e encontrei suas íris azuis me encarando cobertas de determi
A sorte não me abandonou desde que meu anjo me resgatou. Apesar das escoriações e cortes um pouco profundos minha perna não quebrou. Doía um pouco mas nada insuportável. Derek também não teve complicações e pôde voltar para casa. Walter fez questão de me acompanhar até meu apartamento. Me ajudou a subir as escadas, pediu comida e aguardou que eu tomasse um banho para enfim poder relaxar.— Como se sente? — questionou ao me entregar uma xícara de cháMe ajudou a sentar e ajeitou uma almofada sob minha perna. O cuidado que Walter teve comigo desde que se casou com Mônica não difere em nada do que tem com Derek. Desde que me mudei daquele inferno ele sempre me visita. Trás minhas comidas favoritas e conversamos muito. Na verdade, nossa relação melhorou longe da influência da megera. Ele me incentivou a fazer terapia e confesso que foi a melhor decisão que tomei. Ainda tenho meus momentos, mas têm sido mais fácil lidar com meus demônios.<
HarveyMe lembro exatamente quando decidi me tornar bombeiro. Estava viajando com meus pais de férias e presenciei um acidente. Um soterramento. Me lembro perfeitamente de pessoas em desespero, choro e gritaria. Meus pais tentaram me proteger das cenas fortes. Mas no auge dos meus doze anos eu era bem curioso e destemido. Não me importei com as advertências e fiquei ali, assistindo a tudo.Presenciei a chegada do caminhão dos bombeiros e o alívio dos ali presentes. Todos deram espaço para que os homens uniformizados adentrassem o prédio em escombros e realizassem seu trabalho. A cada vítima retirada com vida uma salva de palmas e comemoração. Os parentes trocaram o choro de preocupação por lágrimas de alegria. Eles não descansaram enquanto não retiraram o último sobrevivente. Uma senhora pres
Ao finalizar a ligação percebi uma série de notificações no I*******m. Um garoto chamado Derek Diaz curtiu praticamente todas as minhas postagens e me deixou algumas mensagens."Oi. Eu sou o garoto que você salvou hoje. Me chamo Derek. Tenho dez anos.""Eu só queria agradecer por não deixar minha irmã morrer. Ela é muito importante pra mim."Sorri ao ler aquilo. Nunca tive a sensação de ter um irmão. Mas imagino como deve ser ótimo ter alguém para dividir bons momentos. A preocupação de um com o outro naquele momento foi algo marcante para mim. A garota colocou o irmão acima da própria vida e ele não exitou em pedir que eu a ajudasse antes de tirá-lo de lá."Cara você é incrível. Quero muito me tornar bombeiro quando crescer."Me lembrei de mim mesmo quando me interessei pela profi
LiviaAcordei com o toque insistente da campainha. Demorou alguns segundos até minha alma retornar ao corpo. Alcancei os chinelos ao pé da cama e amarrei meus cabelos em coque. Me arrastei em direção a sala e senti umas fisgadas leves na perna machucada. Encarei o relógio e praguejei em sussurros ao ser inconveniente que decidiu me acordar às seis da manhã de um domingo. Se fossem Walter e Derek para a tal visita ao quartel eu não hesitaria em dar com a porta na cara deles.Ao abrir me deparei com Sabrina e Devon que me encaravam em um misto de preocupação e descrença. Os dois parados na porta eram meus colegas de trabalho e melhores amigos. Ambos faziam parte da minha banda. Devon, além disso trabalhava na minha pequena lojinha de artigos para parentes. Já Sabrina
— Sabrina! Que surpresa... Surpresa! — ele me encarou confuso e encabulado — Devon. — cumprimentou o rapaz que apesar do olhar devorador sobre ele manteve a compostura — Nós combinamos de ir até o quartel hoje, certo? — me indagou— Não vai dizer que esqueceu, Liv? — Derek adentrou o cômodo e parou na minha frente— Cumprimente as pessoas moleque. Tua mãe não te deu educação não? — cruzei os braços e o repreendi— Oi Sabrina. Oi Devon. — balançou as mãos para os dois que riram disfarçadamente — Você prometeu! — voltou para mim com o semblante manhoso— E eu vou cumprir. Sabrina e Devon só vieram saber como eu estou...— Então vai se trocar. Ainda está de pijamas e temos que fazer biscoitos.— E vamos sujar a minha cozinha?— A mamãe disse que não queria confusão na cozinha dela por bobagem.Desviei o olhar para Walter que suspi