Marcada pelo meu alfa
Marcada pelo meu alfa
Por: Talita Percival
O começo - Zoe Villar

Desde que me entendo por gente, há tinta preta espalhada pelo meu corpo. Os anciãos dizem que estou destinada ao mais poderoso dos alfas, pois jamais viram marcas tão extensas quanto as minhas.

Quando uma fêmea nasce destinada a um alfa, ela carrega uma marca — quase como uma tatuagem. Quanto maior a marca, mais forte o lobo que a reivindicará. As minhas se espalham por toda parte, cobrindo minha pele como um mapa do destino. Apenas meu rosto ficou imaculado, mas o resto... cada centímetro carrega o sinal da minha sina.

Eles podem nos sentir assim que completamos vinte anos. Seguem nosso rastro, atravessam matas e montanhas para nos levar para sua alcateia. Hoje é minha vigésima volta ao sol. O dia em que encontrarei meu lobo.

O dia em que finalmente aprenderei a me transmutar.

O dia em que verei minha outra forma pela primeira vez.

Mal posso esperar pela lua. Sinto a impaciência pulsar em meu peito. Quero que ela suba depressa no céu, que banhe a terra com seu brilho prateado e traga meu alfa para mim.

Minha mãe me ajuda nos preparativos. Preparou banhos de ervas para purificar minha pele e tratou meus cabelos com óleo de flores. O cheiro doce preenche a cabana, uma mistura de lavanda e algo mais profundo, algo que sempre a acompanhou.

Estou pronta.

E, ao mesmo tempo, não estou.

Há um peso em meu peito, uma tristeza que cresce conforme percebo que nunca mais voltarei para esta aldeia. Meu pai partiu anos atrás, levado pelo vento do destino. Minha mãe nunca foi sua destinada, seus caminhos apenas se cruzaram por um instante. Ela não fala muito sobre ele.

Ela apenas diz que ele lhe deu o maior presente de sua vida.

Queria poder levá-la comigo. Nossa cabana fica afastada do resto da aldeia, e os outros evitam minha mãe. Ela sempre esteve sozinha. Sempre foi diferente. Nunca encontrou seu par. Mas ela acredita que a Deusa Lua tem planos maiores para nós duas.

E eu confio em tudo que vem da Deusa.

— Você está tão linda, meu amor — diz minha mãe, com lágrimas nos olhos.

Me volto para o espelho. O vestido branco ressalta as espirais negras que se desenham em minha pele. O contraste é forte, hipnotizante.

Dizem que as marcas queimam quando estamos perto de nossos destinados.

Queimam a ponto de se tornarem insuportáveis. Uma dor que não fere o corpo, mas tortura a alma.

— Precisamos ir. Falta pouco para te deixar na floresta.

As meninas das cidades celebram esse dia com festas grandiosas, dançam sob a lua e compartilham sua esperança com as irmãs de destino. Mas estamos muito longe para participar das comemorações. Aqui, apenas minha mãe fez um pequeno bolo para marcar o momento.

Antes de partirmos, ela me chama.

— Seu pai deixou algo para você.

Ela abre um pequeno baú e retira um punhal. O cabo é trabalhado em prata, e uma rosa negra está gravada no aço frio da lâmina. Minha respiração vacila quando pego a arma em minhas mãos. Ela é linda. Mortal.

— Quero que o leve com você — sua voz falha por um instante, mas ela engole a emoção e continua. — Para o caso de precisar se defender. Sei que você será capaz.

Levanto os olhos para ela. Por um instante, vejo medo em seu olhar.

— Obrigada, mãe. Por tudo.

Não há palavras suficientes para agradecê-la.

A lua me chama.

Atravesso a mata densa, sentindo a energia ao meu redor. Aqui é escuro, mas a luz prateada me guia. Mostra o caminho que devo seguir. Sem hesitar. Sem medo.

Minhas marcas...

Elas queimam.

Meu alfa está próximo.

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