Acordei com um calor estranho espalhado pelo corpo, irradiando das minhas marcas como se pequenas brasas vivessem debaixo da pele. Doía e ao mesmo tempo… não doía. Era um calor que chamava, que puxava algo dentro de mim.As mãos do Alex me cercavam pela cintura, coladas na minha pele, como se ele soubesse exatamente onde tudo queimava. Quando me mexi, tentando sair devagar da cama, ele murmurou com a voz arrastada pelo sono:— Onde pensa que vai, minha loba?— Preciso de água. Muito — respondi baixinho, tentando não rir da voz rouca e do jeito possessivo com que ele me puxava de volta.— Hum… depois. Fica aqui comigo só mais um pouco.Tentei resistir, mas ele já estava colando o corpo no meu de novo. As marcas voltaram a queimar com o contato, e deixei escapar um suspiro. Um bem longo, que escapou sem controle.— Alex…— Eu sei — ele sussurrou perto do meu ouvido, e a forma como ele disse isso… como se sentisse tudo junto comigo, me fez fechar os olhos.Sua mão deslizou pelas minhas c
Zoe está aérea depois do primeiro orgasmo da noite, os olhos semicerrados, os lábios entreabertos, o peito subindo e descendo como se estivesse tentando voltar ao próprio corpo. Mas eu ainda não saí de entre suas pernas. Meu rosto continua ali, entregando lambidas suaves, lentas, quase torturantes. Cada movimento da minha língua faz seu corpo tremer, contrair.Meu lobo se agita, faminto por mais — mais dela, mais do seu gosto, mais dos seus gemidos. A ideia de levá-la de novo à beira do abismo, só com a boca, me faz quase perder o controle.O fogo da cabana ainda arde, mas agora parece mais distante. A única coisa que importa é o calor entre nós.— Alex… — sua voz sai embargada, os dedos se enroscam no meu cabelo num pedido silencioso.— Sensível demais? — pergunto, sem me mover.— Sim… mas eu… — ela hesita, mordendo o lábio.Não é um “não”. É um pedido. Um chamado por algo mais profundo, mais intenso.Ela quer ser preenchida. E eu vou dar isso a ela.Me movo, subindo devagar até que
Alex coloca as mãos no meu pescoço, firme, possessivo, me prendendo ali como sua. Seu toque é exigente, mas nunca cruel. É a força de quem conhece cada centímetro do meu corpo e sabe exatamente até onde pode ir. E, Deusa… ele sabe.Sou dele. Inteira.Me mantenho ali, sem conseguir me mover, sem querer sair. Refém do prazer. Refém dele.Do calor.Das chamas que explodem dentro de mim.Do desejo que escorre pelas minhas pernas.Das marcas que não param de esquentar como se gritassem por ele.— Pronta pra falar, lobinha? — sua voz é grave, quente, cheia de domínio.Minha mente tenta resistir, tenta manter alguma dignidade. Mas minha loba já se entregou. Ela se contorce por ele, geme por ele. Suplica.— S-sim — confesso, a voz fraca, entre gemidos. Não há mais luta em mim. Não há espaço pra orgulho.Alex sorri. O tipo de sorriso que me faz gozar só de olhar. Um sorriso arrogante, maldito e lindo.— Muito bem. — Ele solta meu pescoço devagar, ainda me segurando pelos quadris, e seus dedos
Eu acordo com seus dedos traçando círculos preguiçosos nas minhas coxas, bem perto de onde ele acabou de gozar. Um arrepio sobe pela minha espinha e faz meus pelos se arrepiarem, mesmo com o calor que ainda paira pela cabana.— Dormiu rápido, lobinha — ele murmura, a voz baixa, rouca, com um toque de diversão. Um riso abafado escapa, fazendo meu peito vibrar.Abro os olhos devagar. Alex está ali, me olhando como se eu fosse feita de luz. O olhar dele é quase devocional, e é difícil descrever o que sinto quando o vejo assim. Seu cabelo está uma bagunça — eu fiz isso. Sua barba rala arranha meu pescoço quando ele se inclina pra beijar minha clavícula, lento, reverente.— Só um pouco — sussurro, minha voz falha, rouca. Meu corpo ainda pulsa, sensível, entregue.— Acho que ainda não terminamos — ele diz, com aquele sorriso de canto que sempre me desmonta. Os dedos voltam a explorar, sem pressa, passeando entre minhas pernas como se fossem donos daquele território. Eu estremeço.— Eu… tô s
Desde que me entendo por gente, há tinta preta espalhada pelo meu corpo. Os anciãos dizem que estou destinada ao mais poderoso dos alfas, pois jamais viram marcas tão extensas quanto as minhas.Quando uma fêmea nasce destinada a um alfa, ela carrega uma marca — quase como uma tatuagem. Quanto maior a marca, mais forte o lobo que a reivindicará. As minhas se espalham por toda parte, cobrindo minha pele como um mapa do destino. Apenas meu rosto ficou imaculado, mas o resto... cada centímetro carrega o sinal da minha sina.Eles podem nos sentir assim que completamos vinte anos. Seguem nosso rastro, atravessam matas e montanhas para nos levar para sua alcateia. Hoje é minha vigésima volta ao sol. O dia em que encontrarei meu lobo.O dia em que finalmente aprenderei a me transmutar.O dia em que verei minha outra forma pela primeira vez.Mal posso esperar pela lua. Sinto a impaciência pulsar em meu peito. Quero que ela suba depressa no céu, que banhe a terra com seu brilho prateado e traga
O cheiro dela.Forte. Viciante.Está me deixando louco. Transtornado.Na forma humana, ainda consigo conter meus instintos. Agora? É impossível. Meu lobo ruge dentro de mim, exigindo que eu me aproxime, que tome o que é meu. Mas não posso. Preciso lembrar por que não podemos tê-la, por que devemos protegê-la até de nós mesmos. Mas de nada adianta. Minha fera já decidiu. Ela nos pertence. E vamos tomá-la.O aroma dela se espalha pela floresta densa e escura, infiltrando-se em cada fibra do meu ser. O ar da noite está carregado, pesado, e a lua cheia brilha entre as copas das árvores, testemunha silenciosa do que está prestes a acontecer. Meu corpo se tenciona.Rosno. Ciúmes. Ódio.Não sou o único alfa aqui. Não sou o único que sente esse perfume intoxicante. Outros o percebem. Outros o desejam. Mas ela é minha. Sempre foi. Sempre será.O instinto me guia. Meus pés se movem antes mesmo que eu perceba. Avanço sem hesitar, rompendo galhos e folhas secas pelo caminho, até encontrá-la.Ela
Acordo quando o pelo quente e macio onde estou deitada se transforma em algo firme. Um peitoral duro. Muito duro. Meu corpo se ajusta automaticamente ao calor dele, e, por um instante, quase me rendo novamente ao sono. Mas meus olhos, ainda pesados, piscam algumas vezes antes de se abrirem completamente.A claridade suave invade meus sentidos. O cheiro amadeirado do quarto me envolve, misturado ao aroma fresco da natureza que vem da janela aberta. Estou na aldeia dele. Minha aldeia agora. Uma nova casa. Um novo começo.Meu estômago ronca em protesto, e o som quebra o silêncio confortável ao nosso redor. Minha última refeição foi o bolo que minha mãe fez para minha despedida, e a fome já se torna impossível de ignorar. Alex percebe. Seus olhos verdes pousam em mim com intensidade, analisando cada pequeno movimento meu, e então ele se levanta sem pressa. Um momento depois, retorna com uma tigela cheia de frutas maduras.— Coma. — Sua voz é uma ordem, mas há algo mais nela. Um tom rouco,
Alex tem cuidado de mim desde que cheguei. Todas as noites, ele me aquece com seu corpo em forma de lobo, envolvendo-me em sua pelagem espessa e quente. Seu cheiro me cerca, e o calor dele penetra minha pele, me embalando no sono. No começo, era estranho. Mas agora, é um conforto silencioso, um lembrete constante de que ele está aqui, de que sou sua.Mas algo mudou nos últimos dias.Sinto que ele está mais distante. Não fisicamente. Ainda está ao meu lado, ainda me protege, mas há um espaço invisível entre nós. Algo na maneira como me olha… Como se lutasse contra si mesmo. Como se quisesse se aproximar e, ao mesmo tempo, estivesse determinado a se manter longe.Minhas marcas estão apenas mornas agora. Sua proximidade constante impede que queimem como antes, mas o inverno e o cio ainda não chegaram. E se, quando chegarem, ele continuar assim?A inquietação me acompanha enquanto caminho pela aldeia. Minha aldeia. Os membros da alcateia foram acolhedores, me aceitaram como se eu sempre t