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O que você desejar - Zoe Villar

Acordo quando o pelo quente e macio onde estou deitada se transforma em algo firme. Um peitoral duro. Muito duro. Meu corpo se ajusta automaticamente ao calor dele, e, por um instante, quase me rendo novamente ao sono. Mas meus olhos, ainda pesados, piscam algumas vezes antes de se abrirem completamente.

A claridade suave invade meus sentidos. O cheiro amadeirado do quarto me envolve, misturado ao aroma fresco da natureza que vem da janela aberta. Estou na aldeia dele. Minha aldeia agora. Uma nova casa. Um novo começo.

Meu estômago ronca em protesto, e o som quebra o silêncio confortável ao nosso redor. Minha última refeição foi o bolo que minha mãe fez para minha despedida, e a fome já se torna impossível de ignorar. Alex percebe. Seus olhos verdes pousam em mim com intensidade, analisando cada pequeno movimento meu, e então ele se levanta sem pressa. Um momento depois, retorna com uma tigela cheia de frutas maduras.

— Coma. — Sua voz é uma ordem, mas há algo mais nela. Um tom rouco, quase protetor.

Pego um morango primeiro. O suco doce explode em minha boca, trazendo um pequeno conforto. São meus favoritos. Meu corpo ainda sente os resquícios do calor das marcas, mas agora é um calor confortável, gostoso. Um calor que me faz querer me aninhar contra o peito dele e pedir que ronrone para mim.

Os dedos de Alex se movem lentamente até meus cabelos, deslizando por entre os fios de forma quase reverente. Meu corpo vibra com o simples carinho, como se cada toque dele fosse feito para acalmar algo dentro de mim.

— Me chamo Alex. Sou o Alfa da Alcateia do Norte.

Sua voz é baixa, mas carrega uma força inegável.

Levanto o olhar para ele, ainda sentindo os dedos traçando caminhos suaves no meu couro cabeludo.

— Me chamo Zoe. Acho que pertencia à Alcateia do Sul.

Alex franze o cenho, os olhos estreitando-se ligeiramente.

— Como assim você acha, minha fêmea?

Ele se ajoelha à minha frente, e a visão me rouba o ar. Um Alfa jamais deveria se ajoelhar para ninguém. Eu escutava as meninas dizerem isso quando ia até a cidade. E, agora, tenho um Alfa gigantesco aos meus pés, sem hesitação.

Ele segura meu tornozelo com delicadeza e começa a remover as sapatilhas que minha mãe me deu. Seus dedos deslizam contra a pele sensível do meu pé, iniciando um carinho lento, firme, que me faz suspirar.

— Nossa casa era muito afastada da aldeia — murmuro, sentindo um arrepio subir pela minha espinha. — Consigo contar nos dedos de uma mão quantas vezes fui ao centro da cidade.

— Sabe por que sua mãe escolheu viver tão longe?

Mordo o lábio, hesitante.

— Minha mãe nunca disse nada, mas… ela tem as marcas, Alex. — Seu nome na minha boca soa certo, como se sempre tivesse pertencido a mim. — E eu não tenho certeza se ela encontrou seu Alfa. Ela fala muito pouco do meu pai…

Ele continua a traçar círculos suaves na minha pele enquanto me observa.

— A cidade já fez algo contra vocês?

— Nunca nos atacaram, mas nos negavam muitas coisas… mantimentos que precisávamos. — Solto um suspiro, minha voz ficando mais baixa. — Agora minha mãe está sozinha lá. Com eles.

Os olhos de Alex brilham com algo que não sei decifrar. Então ele diz, com a mesma naturalidade com que ordenou que eu comesse:

— Podemos trazê-la para cá.

Meu coração dá um salto.

— Podemos?

— Tudo que minha fêmea quiser.

O calor das minhas marcas aumenta, e sinto minhas bochechas corarem.

Que grande sorte a minha.

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